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R E S U M O H I S T Ó R I C O Desde tempos remotos que a zona a que chamamos Moçambique foi povoada por gente enraizada à terra, por nómadas, e por conquistadores vindos de sítios longínquos, em busca das suas riquezas naturais e escravos. A história de Moçambique é demasiada longa, complexa e, frequentemente, obscura. Nestas páginas vão-se relatar alguns aspectos do relacionamento de Moçambique com o seu colonizador Português. |
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Moçambique, situado no continente
africano, foi uma antiga colónia portuguesa, mais tarde classificada
Província Ultramarina. Tem fronteira com: Tanzânia, Zâmbia, Malawi,
Zimbabwe, África do Sul, Swazilândia, o Oceano Índico, e o Lago
Niassa
Vasco
da Gama desembarca em Inhambane a 11/1/1498, chamando à região a
Terra da Boa Gente. Onze dias depois chega a Quelimane onde coloca um
Padrão de S.Rafael, e a 1 de Março borda a Ilha de Moçambique. Em 1502,
desembarca por uma segunda vez fundando uma
feitoria na Ilha de Moçambique. |
A zona da Baia do
Maputo
era referenciada como De Lagoa Bay (Baia da Lagoa) e já
aparecia em mapas de 1502.
Nota : Manjacaze (Mandlakaze ou Mandlakasi) também aparece escrita como
Manjacase. |
Em 1505, Portugal estabelece mais feitorias, sob a direcção de Pero de Anhaia,
como a de Quiloa. Em
1507, Duarte de Melo constrói um terceiro forte, com hospital e igreja, na Ilha
de
Moçambique, dando início ao estabelecimento do domínio português
nesta zona, contra a forte resistência dos árabes muçulmanos, impedidos de
transportar ouro, marfim e tecidos nos seus navios, e vendo o seu
florescente negócio de escravatura ameaçado. Inicialmente Moçambique tinha a capital na lha de Moçambique, um centro importante cultural e de comércio, incluindo o negócio da escravatura, nas mãos dos árabes muçulmanos, de conluio com indígenas locais, e ao qual os portugueses posteriormente se associaram. Nota: Frequentemente confunde-se árabe com árabe muçulmano. Grande parte do antigo mundo tribal árabe só foi convertido à Lei Islâmica (Islão) a partir dos anos que se seguiram a 622, (séculoVII, depois de Maomet, que fundara o Islão em 612, ter vencido os seus opositores), havendo hoje árabes de todas as correntes religiosas, incluindo o cristianismo. Aos árabes muçulmanos (ou islamitas) que iniciaram a invasão da Península Ibérica (em 711, século VIII, comandados por Tarik que venceu os cristãos na batalha de Guadalete), chamaram-se, mais vulgarmente, «Mouros», «Sarracenos», «infiéis», ou «maometanos». É necessário repor a verdade histórica de que não foram os Portugueses, nem outros "europeus", nem os árabes muçulmanos, que inventaram o esclavagismo em África, em geral, e muito menos em Moçambique. Em África, milhares de anos antes de qualquer europeu, ou árabe muçulmano, lá ter posto os pés, já o negócio de escravos florescia não só no norte (Marrocos, Argélia, Tunísia, Egipto, Somália, Etiópia, etc ) como no centro e no sul, sobretudo entre o Senegal e o Norte de Angola, criado por régulos e chefes nativos, com os seus negreiros e contratadores, sendo os escravos normalmente obtidos através de guerras étnicas, assaltos a clãs vizinhos ou como punição por crimes de que eram, por vezes falsamente, acusados de ter cometido. É conhecido, por exemplo, que os Lomuès (Macuas) de Moçambique, nos tempos idos, praticaram a escravatura em larga escala e que quando um chefe morria, com este eram enterrados escravos ou crianças vivas A escravatura existiu em toda a parte do mundo, desde a pré-história. . |
![]() Um escravo seminu a ser publicamente chicoteado. Estirados no chão, dois outros escravos já teriam sofrido o mesmo vexame. Crédito: Biblioteca Nacional Brasileira |
Um facto muito raramente apontado é que a pobreza extrema em que muitos africanos viviam nesses tempos chegava ao ponto de os compelir para a escravatura voluntária, já que tinham assim assegurada a sua sobrevivência, a um preço desumanamente elevado.
O número de escravos traficados está aquém dos cerca de 30 milhões
sugeridos, devendo rondar, os 10/15 milhões.
b) Do Brasil exportava-se, como fruto do trabalho desses infelizes,
sobretudo o açúcar, o algodão e o tabaco. |
![]() Fruto do cacaueiro, com uma noz aberta, expondo as sementes. |
c) Portugal
pagava aos angariadores negreiros africanos com concessões políticas,
dinheiro, contas, têxteis, álcool, mosquetes e outras armas, etc, formando assim um
vicioso "comércio triangular" de lados: Escravos --» Produtos
agrícolas --» Pagamento. |
![]() Uma "reciclagem" vergonhosa, o "Comércio Triangular" |
Estes eram apinhados em condições sub-humanas em grandes e lentos barcos negreiros.
O seu
transporte nem sempre foi pacífico, havendo ocasionais motins e revoltas que, ou
tiveram relativo sucesso, ou foram brutalmente dominadas. Nos E.U.A, um país ocidental acusado de ter fomentado a escravatura, esta foi por decreto abolida em 1808 nos Estados do Norte e em 1865 nos do Sul. Em contrapartida, por exemplo, em Zamzibar, um notório centro de escravatura, esta foi abolida em 1897 e, no Nepal, só em 1925. É curioso que o livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, legitima a existência de escravos, embora estipule que devam ser tratados humanamente. |
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Curiosidade:
O letreiro ao lado desta árvore reza que foi debaixo dela que o
Dr.Livingstone negociou com o chefe
nativo local, o fim da escravatura no Maláwi.
Os cidadãos do mundo moderno devem
uma sentida homenagem aos milhões de escravos (incluindo incontáveis
crianças), de todas as etnias que foram
capturados, transportados, escravizados e explorados de uma maneira
brutal, e não esquecer que ainda hoje, em vários países africanos,
(todos eles independentes!) se
pratica a escravatura em moldes não muito diferentes de há séculos e,
noutros países, continua a haver variantes da vergonhosa "exploração do
homem pelo homem", para vários fins.
O ouro branco: |
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O selo à direita, mostra quão importante o tráfico de marfim foi para
Moçambique, e o selo à esquerda reafirma que o elefante continua a
ser um animal importante na sua cultura. |
![]() |
Moçambique tem um património faunístico muito rico, e os elefantes fazem parte do pacote de safaris de caça grossa dos " 5 Grandes": Elefante, rinoceronte, búfalo, leopardo, e leão. (The Big Five, na gíria de caça dos ingleses). Destes 5 animais, os caçadores consideram o búfalo o mais perigoso, mas um facto curioso é que mais indígenas são mortos por hipopótamos, do que por qualquer outra "fera".
Num hipopótamo adulto, os dentes caninos do maxilar inferior podem ser enormes como se vê na figura e os
dois longos incisivos centrais apontam para a frente como lanças.
Nas lutas entre hipopótamos, estes dentes podem causar sérios
ferimentos. |
![]() Hipo mouth Foto:: www.oocities.org/Vila_luisa/ |
![]() Hipopótamo e a sua enorme boca The hipo, "the big mouth" |
Os ataques de hipopótamos a pessoas dá-se geralmente nas proximidades das margens dos rios e a pirogas, afundando-as e matando os seus ocupantes. O homem é quase o seu único predador já que apenas uma família composta por muitos leões, actuando conjuntamente, consegue matar um hipopótamo que se tenha aventurado em busca de alimento, para longe da segurança do rio. |
![]()
Uma piroga, podendo levar 5
pessoas, feita de um tronco escavado, e que requer grande perícia no seu
uso, já que é manejada de pé, usando remos em pá, sem forqueta
nem tolete. As pirogas Moçambicanas são pequenas canoas, estreitas, geralmente feitas de um tronco de árvore escavado a machado ou com fogo, de juncos amarrados ou mesmo de pele. |
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![]()
Uma Almadia, segundo um desenho em
"Los 21 libros de los ingenios" por Juan de Lastanova. |
.
Antes de África ser
invadida por estrangeiros, os seus povos indígenas caçavam mais para obterem
carne para alimento e penas e peles para vestuário, ornamento, cama
para dormir, construção
de casas e pirogas, do que por qualquer outro motivo, embora já usassem
o marfim dos dentes de animais (elefante, hipopótamo, etc) para
artesanato, e com ossos e dentes fizessem colares e apetrechos de feitiçaria
. Por que motivo Maputo, se chamou Lourenço Marques?
A baía onde se encontra
hoje Maputo já fazia parte de mapas datados de 1502, e a cidade herdou o seu nome
de Lourenço Marques, o primeiro navegador e piloto português a fazer
um reconhecimento profundo em 1544 (Em Portugal reinava D. João III), da região
O explorador Lourenço Marques, nas suas explorações, estabeleceu contactos
e acordos com os chefes locais, que permitiram criar bases de comércio
e os fundamentos para a presença dos portugueses no sul de Moçambique. Em 1752, os portugueses
desvincularam Moçambique, administrativamente, das "Índias
Portuguesas" e instalaram um administrador autónomo. Em 1878/79, com
as explorações de Serpa Pinto, tentaram unir Angola a Moçambique, sem
sucesso, face à forte oposição inglesa.
Em 1720-21os Holandeses
fundaram uma feitoria no Catembe (ca Tembe, terra dos Tembes), de onde
foram expulsos. Para melhor controlo da situação, Joaquim de Araújo, o primeiro governador de L.M., estabelece em 1782, na margem esquerda da baía, onde existia uma feitoria holandesa e de onde depois nasce a cidade de L.M, um posto militar ou Presídio, que se vai transformando num forte (Fortaleza de N. Sª. da Conceição), acabado de construir em 1787. |
À direita, a reconstruída fortaleza
de Nª. Sª. da Conceição, onde agora está instalado
o Museu Histórico de Moçambique, e que foi um bastião defensivo nas "Guerras
de Pacificação".
A árvore que se vislumbra e que fica à entrada da fortaleza, é uma relíquia, pois nela os guerreiros
Vátuas enforcaram em 1883, o capturado governador do Presídio, nome
que era dado
à fortaleza.
Em 1796 piratas franceses arrasam o forte, mas acabam por abandonar a
zona, atacados por malária e outras doenças e, em 1799, os portugueses
voltam a reconstruí-lo. |
![]() Our Lady of Conception's Fortress where it is installed the Mozambique Historical Museum |
A 9 de Dezembro de 1857 (reinado de D Luiz I) é criada a Câmara Municipal da povoação de
L.M. A área da margem direita da baía de L.M. é palco de disputas territoriais por vários anos sobretudo com a Inglaterra que, em 1861, quer açambarcar todo o sul incluindo as ilhas de Inhaca e dos Elefantes, onde manda içar a bandeira inglesa, que os portugueses em 1870 retiram, expulsando os usurpadores. |
Portugal concorda em
submeter o problema de posse destas áreas à arbitragem do marechal Mac-Mahon,
presidente da República Francesa, o qual em 24/7/1875 reconhece os
direitos de Portugal sobre os territórios em disputa.
Como agradecimento por
esta decisão, nasce em L.M. a Praça Mac-Mahon, apresentada
na foto ao lado, com o prédio da Estação do Caminho de Ferro ao
fundo. Parte da estátua comemorativa aparece à esquerda, na foto. Outros acordos fronteiriços foram os de 1886 e 1890 que fixaram as fronteiras com as possessões alemãs, e os de 1891 e 1893 com as possessões britânicas. |
![]() Mac-Mahon' Square and Railway Station |
Em 1876 L.M passa a ter estatuto de Vila e,
a 10 de Novembro de 1887
(reinado de D.Luiz I, seu patrono) é elevada à categoria de cidade.
Depois da descoberta de ouro em Witwatersrand, na África do Sul, L.M.
inaugura em 1895 ligações ferroviárias com aquele país (contrato de
construção da linha é estabelecido em 1883), torna-se um importante
entreposto e, a partir de 1897/98 L.M. passa a ser a capital administrativa
de Moçambique.
A guerra da "Pacificação de Moçambique"
As "Campanhas de Pacificação", como foram na altura
chamadas as duras campanhas militares portuguesas, levaram à submissão dos povos indígenas de
Moçambique que por um lado não aceitavam ser colonizados e, por outro
lado, queriam tirar partido de querelas territoriais sobretudo entre Portugal e
Inglaterra. Algumas destas campanhas foram desastres militares para
os portugueses, chegando Lourenço Marques a ser atacada várias vezes,
como sucedeu por exemplo em 1833 em que o governador do Forte Português
(Presídio) foi capturado e enforcado pelos Vátuas e, depois, em 1868 e em 1894. |
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No ataque de Outubro de 1894, as hostes
indígenas, em grupos militares chamados mangas, sob direcção
dos chefes, Matibejana, Maazul e Angundjuane, romperam as 3
linhas defensivas que a protegiam, sitiaram-na e saquearam-na,
livrando-se Lourenço Maques da total destruição graças à intervenção
dos barcos de guerra portugueses fundeados no seu porto e que,
bombardeando o sitiante, o forçou a retirar-se.
A Campanha de
Gaza, no tempo do "Comissário Régio" António
Enes,
foi uma das últimas, da qual se destaca: GUNGUNHANA, o
"Leão de Gaza":
A ascensão de Gungunhana (data de nascimento seria entre 1850 e 1858) à chefia do seu povo,
em 1884, dá-se após mandar
assassinar Mafemane, o irmão, legítimo herdeiro ao trono. É uma longa história de luta pelo poder, recheada de traições,
começada pelos seus antecessores, de etnia Nguni, também
chamados Vátuas e
Aungunes, pelos portugueses, um ramo dos Zulus da África do Sul, fugindo da guerra
civil na zona de sua origem. Os aguerridos Nguni entraram pelo sul de
Moçambique, dominaram os povos autóctones (Chopes, Tsongas, Vandas, Bitongs) que encontraram na área, e fundaram
o Império de Gaza, que ocupava áreas não só de
Moçambique, mas também da Rodésia, e da África do Sul, tendo por
capital Manjacaze. |
Gungunhana, ao
princípio colaborou com os portugueses, chegando a ser nomeado "coronel de
segunda linha". Depois de Manjacase ter sido tomada e incendiada pelos portugueses, Gungunhana, em desespero, refugiou-se em Chaimite, seu couto e a aldeia sagrada do Império de Gaza, um Kraal fortificado, de cerca de 25 palhotas. |
De nada valeu o destemor e a superioridade
numérica Vátua, contra o empenho e a superioridade bélica do
adversário (Gravura de domínio público) |
Aí, oferece sacrifícios humanos ao avô e a outros antepassados em troca de protecção divina . Perante a intransigência de Mouzinho, Gungunhana tenta-o apaziguar com a entrega, traiçoeira, do régulo tsonga Nwamatibyane, que se acolhera sob a sua protecção.Mais tarde envia emissários com dádivas de libras em ouro, dentes de marfim, búfalos, e outros presentes valiosos, e chegou mesmo a mandar o seu próprio filho Godide com o mesmo fim. De nada lhe valeu este estratagema, acabando por ser aprisionado, praticamente sem resistência da parte dos seus 300 guerreiros armados de espingardas, por Mouzinho de Albuquerque a 28 de Dezembro de 1895, comandando uma força simbólica de 46 soldados, 2 oficiais e um médico, europeus, e alguns centenas de auxiliares indígenas, como a gravura ao lado ilustra. Notar habitação tipo palhota, dos indígenas ao tempo.
De seguida é |
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Em Portugal, Gungunhana é desumanamente humilhado e manuseado como troféu de caça
preciosa e, finalmente,
desterrado para a Ilha Terceira, onde chega a 27 de Junho de 1896. Aí goza de uma
certa liberdade e respeito, chegando a ser baptizado com o
nome de Reynaldo Frederico Gungunhana. Morreu 11 anos depois, vitimado
por uma hemorragia cerebral, a 23 de Dezembro de 1906, com a idade
provável de 56 anos. Foi enterrado no cemitério de N.ª S.ª da
Conceição, e em 15 de Junho de 1985 as suas supostas ossadas
regressam a Moçambique, sendo considerado um símbolo da
resistência anticolonialista.
Para completar a
"pacificação" de Moçambique foram necessárias outras
campanhas militares, destacando-se a submissão dos Macololos por
João de Azevedo Coutinho. Na realidade, no princípio do século XX
ainda se desenrolavam campanhas de ocupação e de pacificação, que
só terminaram com o fim da I Grande Guerra.
Quanto a Joaquim Augusto
Mouzinho de Albuquerque, regressado
a Portugal, acabou por ser nomeado Oficial-Mor da Casa Real e
responsável pela educação do que teria sido o futuro rei de Portugal,
o Príncipe D.Luiz Filipe. Provavelmente desiludido, o homem considerado
patrono da Cavalaria Portuguesa e que fora governador e até
Comissário Régio, posto equivalente a Vice-Rei, de Moçambique,
suicida-se a 8 de Janeiro de 1902. Nota:
Chaimite era um
lugar da circunscrição de Chibuto no antigo distrito de Lourenço
Marques. Infelizmente, apesar de todos os esforços feitos pelo
webmaster, não foi ainda possível encontrar um mapa em que tal local
histórico esteja assinalado. |
O selo ao lado ilustra "Um
oficial de Sipaio, em 1807". O sipaio (sipai ou sipal) era uma
espécie de polícia e tropa auxiliar, indígena, que obedecia às ordens de um seu
superior europeu. É um termo que deriva do
Persa, sipahi. Crê-se que foi uma categoria militar criada
pelos ingleses na Índia, que podia ter um subchefe não europeu.
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A dança dos nomes provinciais:
A divisão administrativa de Moçambique
alterou-se ao longo do
tempo, com províncias mudando de nome (assinaladas a cores) e de área abrangente.
Notar que no mapa referenciado 1911-18 aparecem duas largas áreas com o nome de
Companhia de Moçambique e Companhia do Niassa, dois mini-estados
com fortes interesses comerciais, que as controlavam. |
![]() |
A Companhia de Moçambique foi fundada em 1888 por J.C.Paiva de Andrade, J.P.Oliveira Martins e outros, sobretudo para a exploração de minérios, tornando-se, mais tarde, uma companhia majestática.
A
Companhia do Niassa, de natureza majestática, administrou o norte
a partir de 1897.
A região norte assinalada Lago, no mapa de 1947, mudou o nome para Niassa por
decreto nº 39858 de 20/10/1954. |
. A Grande Guerra, de 1914-1918: (Este assunto transcende a finalidade deste site, pelo que apenas se pretende lembrar que Moçambique sofreu com esta, por envolvimento directo, e com a Segunda Guerra Mundial, pelas privações que indirectamente lhe causou, mas que não evitavam que os colonos moçambicanos enviassem periodicamente alimentos ( como arroz, açúcar, óleo), e roupas para os seus familiares mais carecidos em Portugal metropolitano.).
Esta guerra ficará na história como sendo a primeira em
que se envolveram muitas nações, se usou material bélico bastante
poderoso, tecnologia electrónica relativamente avançada, bombardeamentos
em massa em que localidades foram totalmente arrasadas levando a morte
indiscriminada a dezenas de milhar de civis, espionagem e tácticas
sofisticadas e se usou, em larga escala, a arma química e submarinos. |
Soldado do Corpo Expedicionário
Português (C.E.P.), numa trincheira, durante esta guerra, com um «foguete S.O.S». |
.
O Governador de Moçambique preparou a defesa do
território, incluindo
a chamada de tropa metropolitana e o uso de barcos de guerra como o crusador Adamastor e
a canhoneira Chaimite,
em operações na foz do Rovuma. «A Guerra Ultramarina», ou
«Guerra Colonial», ou «Guerra pela liberdade», a luta (final) indígena pela independência de
Moçambique.
A Frelimo, (Frente de Libertação de Moçambique) foi fundada em 25 de Junho de 1962,
s
O grito de liberdade, contra
"o racismo, a opressão, o roubo de propriedade rural, o trabalho
forçado ou mal pago, a exploração da riqueza moçambicana, as
dificuldades de acesso ao ensino (estima-se que 90% da população negra
era analfabeta, o que a impedia de exercer cargos de importância), etc", teve origem pré-Frelimo, e começou a esboçar-se já em Junho de 1953 pelo levantamento
de Machanga.
A Frelimo teve vários campos de treino,
sendo o seu primeiro deles criado na
Tanzânia, em Bagamoyo, posteriormente transferido para Mpitmbi,
significando Campo Novo ou New Camp.
A resistência anticolonial tornou-se mais
estruturada
no decorrer de 1961 após a
independência de Tanganica (Tanzânia de hoje), e a 15/8/1964 começa a entrada em Moçambique de
guerrilheiros, vindos
da base de Mtwara, Tanzânia.
Para os colonos moçambicanos é esta a data de começo da luta
armada nativa, apelidada, à altura, de «acto terrorista».
A Frelimo desmentiu que tais actividades, contra alvos civis, tenham sido perpetradas
por guerrilheiros sob seu controlo já que queria projectar a imagem de
ser um movimento pol
No livro, O 25 de Setembro tornou-se
O Dia das Forças Armadas , feriado nacional em Moçambique
independente. A seguir, está uma lista dos outros feriados moçambicanos.
Inicialmente as armas preferidas pelos guerrilheiros
(os colonos chamavam-lhes «turras», abreviatura de terroristas) foram as
catanas (grandes facas de lâmina comprida e larga, usadas para corte de mato e cana de açúcar, e
como arma nativa de defesa na selva contra predadores), zagaias, flechas
e lanças, em emboscadas
no «mato» (terra bravia geralmente de capim alto ou arvoredo serrado) e
no assalto
silencioso a povoados, sobretudo pela calada da noite ou alvorada. Possuíam
também carabinas de pequeno calibre e as famosas espingardas
artesanais, os «canhangulos». sendo alguns muito rudimentares,
consistindo num tubo de canalização amarrado a um pedaço de madeira e
um sistema percutor pouco fiável, mas outros tinham
uma construção muito apurada, parecendo-se com mosquetes. Carregados,
geralmente pela boca, com pregos e outros
pedaços de metais tinham, a curta distância, um efeito devastador.
Outros carregavam normalmente com cartuchos vulgares, calibre 12 e 18, de
caçadeiras comerciais.
Rapidamente as catanas e os canhangulos
foram complementados por minas terrestres, granadas RPG-7, a espingarda automática
Ak-47, e por material mais sofisticado como
metralhadoras pesadas e antiaéreas e (1974) mísseis Sam-7, morteiros,
etc. Na página 2, desta série, encontram-se fotos de algum deste
armamento. Um mistério por decifrar.
A 26 de Abril de 1971
o navio Angoche é encontrado à deriva na costa de Moçambique, sem vestígios dos seus 22 tripulantes e
do seu único e não identificado passageiro, um mistério que persiste até aos dias de hoje.
«O navio Angoche
levava material para a nossa Força Aérea, material sofisticado,
essencialmente material explosivo, bombas para os aviões, etc, e creio
que ia para Porto Amélia. Soubemos que o Angoche foi abordado em
23 de Abril de 1971 por um submarino da União Soviética e que os seus
tripulantes foram levados para a Tanzânia, para a base central da
Frelimo, Nachingwea e, mais tarde, executados ... havia manchas de
sangue em vários pontos do navio... fala-se que houve oficiais da Marinha
Portuguesa, hoje oficiais generais, que estariam envolvidos nisso».
Para adensar o mistério, o relatório oficial, detalhado e secreto, conservado
na DGS-PIDE em Lisboa, desapareceu após o golpe militar Lisboeta de 25 de Abril de
1974.
Foi uma luta dura, com graves excessos cometidos quer
pelos militares portugueses quer pelos guerrilheiros da Frelimo.
Nesta guerra o exército português chegou a recorrer a químicos fazendo
pulverizações de lavras, para limitar o sustento da guerrilha como, por
exemplo, o cultivo de mandioca e batata doce, e provocar a desfolha de
vegetação e arvoredo, facilitando o acesso a objectivos militares, mas
nunca usou tais químicos directamente contra populações.
Quando a guerra colonial eclodiu, o exército português estava mal
equipado, com material antiquado e inadequado, e a única aparente vantagem
que tinha sobre os guerrilheiros era a posse de alguns aviões,
carros de combate, artilharia e meios mecanizados de transporte militar,
mas estes meios eram de utilidade limitada face às condições do
terreno. Para complicar mais a vida a Portugal, a guerra alastrou a várias frentes, com as revoltas nas outras
colónias, obrigando a um enorme esforço financeiro (quase 40% do
orçamento português tinha a ver com despesas do exército) e logístico de
provimento de tropa e material bélico, sobretudo com respeito a Angola
e Guiné onde os guerrilheiros estavam muito bem equipados e
organizados.
A Frelimo tinha a vantagem duma forte e legítima motivação, de conhecer bem o
território e razoável apoio de parte das populações rurais (e da
Tanzânia, por exemplo) que, quer voluntariamente, quer coagidas a tal, lhe
davam guarida e campos de treino clandestinos, alimentação, guerreiros, auxílio financeiro, e informação
logística.
Com o decorrer dos anos a actividade militar da Frelimo, no norte e centro de Moçambique, aumentou, assim como a pressão internacional sobre Portugal e a
propaganda antiguerra, em Portugal, do ilegal Partido Comunista
Português. |
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O primeiro Presidente da FRELIMO foi o Dr.Eduardo Chivambo Mondlane, nascido em 1920 em Gaza, e assassinado
a 3 de Fevereiro de 1969, numa sede da Frelimo, em Dar-es-Salam,
quando abriu uma encomenda postal armadilhada, enviada da República
Federal da Alemanha. A 18 de Maio de 1974 o Governo Português pede aos dirigentes da Frelimo que apresentem condições de paz, com vista a acabar com a guerra colonial naquele território e, como gesto de boa vontade, são libertados 440 presos políticos da penitenciária de Machava, em Moçambique. |
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Teoricamente, os actos bélicos acabam em Moçambique com o Acordo de Lusaka de 7 de Setembro de 1974. À direita está um selo "pomba de
paz" comemorativo do acordo de Lusaka. |
![]() |
Este acordo origina uma revolta (7 a 17 de
Setembro), em Lourenço Marques e Beira, por alguns portugueses e
moçambicanos. A retaliação dos guerrilheiros da Frelimo e de seus
apoiantes causou dezenas de mortes e grande destruição, gerando o pânico e
o início do êxodo de milhares de residentes, para Portugal, África do Sul e Rodésia. Esta tentativa de sublevação não só não teve o apoio da maioria da tropa regular portuguesa como, a partir de 10 de Setembro, esta tropa ajuda no transporte de militares da Frelimo, para que estas possam controlar pontos estratégicos de Moçambique e repor alguma ordem.
A 21 de Setembro de 1974 é então formado um Governo de
Transição tendo Joaquim Chissano por Primeiro Ministro, mas
um mês depois, em Lourenço Marques, elementos armados da Frelimo
envolvem-se em confrontos com comandos das forças militares
portuguesas, do que resultam vários mortos
Este Governo de Transição conduziu os destinos de Moçambique até à sua independência a 25 de
Junho de 1975.
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Bandeira Nacional da República Popular de Moçambique
Samora Moisés Machel,
Em 1982, tropas do Zimbabué são chamadas, para proteger oleodutos e
linhas ferroviárias entre Mutare e a Beira dos ataques da Renamo, e permanecem
até 1993.
Pouco antes da sua morte, S. Machel, confrontado com uma economia decrépita e com os efeitos
devastadores da guerra civil, inicia diálogo com a R.A.S. Pelo Acordo de Nkomati, a África do sul cessa o seu
apoio à Renamo, e Moçambique cessa o apoio à ANC, a guerrilha nacionalista da África do
Sul, o que criou um certo mal estar no núcleo duro da Frelimo.
Em 1985, um
piloto militar da Frelimo, deserta para a África do Sul, levando
consigo um Mig-17(clique para ver a
imagem)
Samora Machel
morreu em 19 de Outubro de 1986 quando o avião em que viajava embateu numa
montanha (falha humana, técnica, ou acidente provocado?) na
localidade sul-africana de Mbuzini (Mbuzine), relativamente perto da fronteira com
Moçambique e Suazilândia, morrendo todos os seus tripulantes e passageiros.
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O monumento em Mbuzini, construído em 1999, tem na zona à frente, uma plataforma em que estão ancorados 35 tubos de aço com cerca de 9 metros de altura, com fendas, de tamanho variado, em diferentes sítios.
O vento actuando sobre eles transformam o
sistema num instrumento sonoro eólico, cujo murmúrio musical depende da
intensidade do vento. Por baixo da plataforma, sob os tubos, há um
espaço vazio que serve de caixa de ressonância. O monumento parece ser
uma enorme cunha penetrando o monte.
Este memorial foi desenhado por Dr. José Forjaz , um arquitecto
radicado em Moçambique. (www.joseforjazarquitecto.com) |
![]() |
Graça Machel, a viuva de Samora Machel, casou-se em 17/7/1998 com Nelson Mandela que, na altura, era o Presidente da República da África do Sul. |
![]() Nelson Mandela e G. Machel |
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Em 1986, como consequência da morte de Samora Machel, Joaquim Alberto
Chissano,
nascido a 22 de Outubro de 1939 na aldeia de Malehice, distrito de
Chibuto, província de Gaza, é nomeado Presidente da República. No congresso de Julho de 1989, a Frelimo renuncia ao marxismo-leninismo. Uma nova constituição foi adoptada em 1990 e é adoptado um novo nome ao país, República de Moçambique. |
Em 1994 Chissano vence as primeiras eleições multipartidas de Moçambique, e em 1999 é novamente
reeleito.
A Frelimo torna-se mais aberta, faz as pazes com a
Renamo (Acordo de Roma de 4 de Outubro de 1991, acabando com uma guerra civil de 16 anos
que feriu ou matou perto de 1 milhão de pessoas e provocou uns 3
milhões de deslocados,
incentiva o investimento internacional, a indústria de turismo, e introduz
o país à "economia de mercado".
Segundo o governo moçambicano, até ao ano de 2004 «já foram destruídas um stock de
37.878 minas antipessoal no quadro do Tratado de Ottawa sobre a proibição
destes artefactos explosivos, e o programa de desminagem permitiu a
destruição de mais de 38 mil minas anti-pessoal e de 35 mil peças de
artilharia não detonadas». |
Em Dezembro de 2004, realizaram-se novas eleições a que Joaquim
Chissano não se candidatou, e que foram ganhas pelo candidato da
Frelimo, Armando Guebuza, um próspero empresário,
que nasceu em 1994 em Nanpula, e
juntou-se em 1963 à Frelimo. É casado com Maria da Luz Guebuza e tem 4
filhos. (A foto ao lado é de um boletim informativo oficial da Frelimo). |
![]() A. Guebuza |
Foi ministro da Administração Interna e
do Interior no governo de Chissano, e o seu nome ficou associado à norma 24/20 (ou20/24) de 1974, assim chamada por impor aos
portugueses descontentes com o novo rumo político que abandonassem Moçambique em 24 horas com 20 quilos de bagagem. Em 1990
foi nomeado chefe da delegação que começou a negociar o Acordo de Paz de Roma
com a Renamo.
Em Junho de 2002 foi eleito secretário-geral da Frelimo. Em 2004, ganha
as eleições presidenciais, substituindo Chissano, mas incorporando no
seu novo governo várias das personagens políticas do governo anterior.
Em Março de 2005, na IV sessão do Comité Central da Frelimo, a presidência
e chefia desta passa, por renúncia de Chissano, para as mãos de
Armando Guebuza
Chissano pretende retirar-se da vida política e dedicar-se a uma fundação que,
com o seu nome, visa «promover a paz e o desenvolvimento em
Moçambique, em particular, e em toda a África». Chissano recebeu (17/02/05) o grau
de Doutor Honoris
Causa em Ciências Políticas e Relações Internacionais, em Portugal, sendo um novo
Doutor da Universidade do
Minho. Durante a investidura proferiu um discurso crítico da acção
dos antigos colonizadores sobre os povos de África e exigiu um pedido de
desculpas destes, incluindo Portugal, sobre as atrocidades cometidas: «Até hoje, ainda não se prestou
uma verdadeira homenagem aos povos africanos, pela contribuição que
deram para a acumulação do capital, e ainda não foram apresentadas
desculpas oficiais pelas atrocidades cometidas».
Jorge Sampaio, presidente da República de Portugal bem como o
seu antecessor Mário Soares, que abrilhantaram a cerimónia, ouviram
atentamente a intervenção de Chissano mas não teceram qualquer comentário
à exigência de Chissano.
Note-se que vários países europeus e os E.U. A. perdoaram a Moçambique, até
agora, centenas de milhões de dólares da sua dívida externa. |
Alguns dados sobre a terra e povo de Moçambique
Capital: Maputo, na província do mesmo nome. Área: 801590 km2 (17500 km2 de águas interiores), dividida em 10 províncias :Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Sofala, Manica, Zambézia, Nampula, Niassa, Cabo Delgado. Clima: De subtropical (sul) a tropical (norte) Línguas: Português (oficial), cerca de 33 línguas e dialectos indígenas, Inglês (escola secundária) Religiões: Tradicional africana, Cristã (Católica e Protestante), Islâmica, Hindu, e outras. População:
Perto de 19 000 000, algo afectada por SIDA e outras doenças
tropicais.
Há vários modelos que tentam dar um panorama do caleidoscópio
étnico Moçambicano, por vezes discordantes. De um modo sumário: |
![]() Selo de uma "tombazana" (rapariga, em Landim) com pote na cabeça. |
A Sul do Rio Zambeze, até à zona norte do Maputo temos sobretudo o
grupo Tonga, subdividido em Ronga, Changana,e Tsua, e o grupo Chona.
Noutras zonas de Moçambique temos grupos como: Na região de
Inhambane, os Chopes, subdivididos em Valengues, Chopes e Bitongas. Na
região do Niassa temos os Ajauas. No Cabo Delgado encontramos os
Macondes.
Também encontramos os Chicundas (ou Nhúnguès de Tete), os Tauaras
da Chicova, os Cachomba, os Máguèe Changara (mistura de Chonas e
Nhanjas), etc. Foi nas áreas ao longo do Rio Zambeze, que se verificaram mais
cruzamentos entre indígenas, árabes, orientais e europeus. |
![]() |
Uma bonita rapariga Macua, de Nampula, com a cara pintada com muciro (musiru ou m´siro) feito, por esmagamento, de uma raiz-caule.
Algumas
delas cobrem todo o corpo com uma capulana (insunque), que
é um pano ornamentado ligeiro, do tamanho aproximado de um lençol, deixando apenas o
rosto pintado a descoberto. Outras, furam o lábio superior ou o nariz para poder colocar um
ornamento. As raparigas do interior dedicam-se à feitura de variados artigos de palha, e de objectos de escultura sobretudo em pau-preto e olaria Foto: http://members.tripod.com/gambuzino/ |
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A iniciação licumbi masculina nos Macondes inclui
um ritual pirolátrico e a Dança das
máscaras (Mapico), em sanzalas, usando máscaras grotescas
aos olhos de estranhos mas que, para os Macondes, têm um significado
muito importante social e religioso.
Todos os rapazes são circuncidados seguido de um período de reclusão
de 3 meses.
Estas danças são modernamente exploradas como atracção turística,
em Cabo Delgado, ou como dança banal sem as máscaras. |
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Os Macondes de áreas rurais gostam de se tatuar e de afiar os dentes, com fins de
identificação ou estéticos, alguns deles furam o lábio superior e
põem um ornamento, o pelele. Dedicam-se à escultura em madeira e marfim.
A máscara Mapico mais à esquerda mostra uma tatuagem facial vulgar de se encontrar,
na realidade, em homens Macondes. Há máscaras especiais para
mulheres, de aspecto mais suave, e é através da abertura na boca destas,
colocada à altura dos seus olhos, que as mulheres vêem mas, por vezes,
a máscara é substituída por uma pintura similar à das
mulheres Macuas. Geralmente, as raparigas assistem ao Mapico mas não
fazem parte desta dança em que é vulgar os dançarinos e
os músicos trocarem de actuação entre si.
As guerras tribais, as guerras de Pacificação e Colonial, as catástrofes
naturais, a fome, e a migração para os centros urbanos em busca de
novos horizontes, provocaram ao longo dos tempos grandes
deslocações da população dentro de Moçambique e para o seu
exterior e alteração aos seus hábitos de vivência, mas ainda hoje se encontram grupos étnicos vinculados às
zonas tradicionais, e às suas tradições ancestrais de escala
social (como serem do tipo patrilinear ou matrilinear) aos seus rituais fúnebres,
à religião, aos rituais de
iniciação, à existência ou não de compensação (lobolo)
no casamento e às regras de comportamento pré-matrimonial. Por exemplo, nos
meios rurais mais conservadores:
Nos Macondes é aceite o
casamento entre primos cruzados, são proibidas as relações sexuais
até ao casamento, há pagamento de dote ao tio da noiva e, como já
indicado, existem rituais de iniciação nos rapazes e nas raparigas. Os
Macondes costumavam emprestar e trocar as mulheres entre si mas, por
estranho que pareça, o crime passional não era invulgar.
Nos Ajauas há iniciação masculina e
feminina (com desfloração), exigência de continência
mensal aos casados.
Nos Chonas é exigida uma virgindade
pré-matrimonial que é controlada por exames físicos e são aplicadas
sanções efectivas aos prevaricadores, sendo proibido o casamento entre primos cruzados e
paralelos.
Nos Suaílis há circuncisão masculina, e no matrimónio é
exigida uma virgindade antecedente.
Nos Tongas há iniciação dos
rapazes (com circuncisão) e das raparigas, existência de relações
que chamam pré-matrimoniais e casamento progressivo com lobolo.
Nos Macuas - |
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Cabeças esculpidas em pedra, por artistas Macuas.
Esculturas em Pau Preto, |
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Em Moçambique estão em exploração 5
Parques Nacionais, 6 Reservas, 12 Coutadas e 9 Áreas de Vigilância
Especiais, que protegem, e exploram turisticamente, a imensa e variada fauna
bravia espalhada por todas as províncias deste país.
A sul da cidade
do Maputo, na Província do Maputo (rever mapa da zona do Maputo, mais
acima), na foz do rio com o mesmo nome,
está a Reserva de Elefantes, ou Reserva de Maputo, igualmente famosa
pela exuberante quantidade de flamingos. |
![]() A Jacarandá, de belas flores azul-violeta que fazem lembrar trombetas. Atinge alturas de 4 a 10 metros e a copa pode cobrir mais de 4 metros de diâmetro (Foto: Wikipédia) |
Flora: Tem grande diversidade de tipos de vegetação, de pequeno a grande porte e flores, por exemplo, a Acácia-rubra (Delonix regia), a Jacarandá (Jacaranda Acutifolia) e o Embondeiro (Adansonia oligitala).Estima-se que tem mais de 5500 espécies de plantas vasculares.
Geomorfologia: Deserto, savana, floresta, mato, mangais. |
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Pelo meio tem vários
rios dos quais se vai apenas mencionar: Lugenda, Messinga, Luchilingo
(afluentes do Rovuma), Lurio, Ligonha, Zambéze, onde está a barragem
de Cabora Bassa, Save, Limpopo, Messala, Ligonha, Licungo, Pungé, Buzí,
Gorongosa, Inharrime, Incomáti, Tembe, Matola, Umbelúzi, etc. |
Barragem Cabora Bassa, |
Nota:
Não se deve trincar a casca da castanha do caju ou o seu miolo crus,
pois ambos contêm óleos e ácidos muito irritantes e venenosos. O fruto, propriamente dito, é comido ao natural. Se for espremido e o sumo posto a fermentar, este produz uma bebida fortemente alcoólica. |
O caju: A= Flor do
cajueiro ; B= Castanha seccionada mostrando casca e miolo. |
A foto ao lado ilustra um papaieira carregada de fruta,
ainda um pouco verde. Esta árvore é um tanto ou quanto estranha pois
pode ter uma, duas ou três tipos de flores: Masculinas e/ou femininas
e/ou hermafroditas, e pode mudar estas características por razões nem
sempre bem entendidas. As sementes, dentro do fruto, são
arredondadas, um pouco rugosas e pretas. Há vários tipos de papaias,
mas geralmente são agrupados em duas famílias principais: papaia tipo
mexicana e papaia tipo havaiano.
Recursos Naturais: |
![]() A papaieira pode atingir vários metros de
altura |
![]() A semente da pêra abacate, envolta numa pele escura, é rija, feita de duas metades, e do tamanho de um ovo. A deliciosa e nutritiva fruta come-se, simples ou polvilhada de açúcar e umas gotas de sumo de limão, ou como legume, na salada de alface e tomate. Os ingleses condimentam-na com pimenta. |
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Vendendo mandioca, uma raiz
comestível. |
Um quadro ilustrando folhas de Chá |
Pesca: tem um mar fartamente piscícola, rico em peixe, camarão, moluscos, etc.Fauna selvagem mais vulgar: Antílope, avestruz, búfalo, elefante, girafa, hiena, hipopótamo, impala, javali, leão, leopardo, rinoceronte, zebra, crocodilos, ofídios, macacos, aves como flamingos e muitas outras, etc.Moeda: Metical (MT), muito desvalorizado. O Dólar Americano é a moeda "comercial" preferida, seguida do Euro |
Feriados Nacionais:.
1 de Janeiro | Dia de Ano Novo | 25 de Junho | Dia da Independência | |
3 de Fevereiro | Dia dos Heróis | 7 de Setembro | Dia da Victória | |
7 de Abril | Dia da Mulher | 25 de Setembro | Dia das Forças Armadas | |
1 de Maio | Dia dos Trabalhadores | 25 e 26 de Dezembro | Dia de Natal |
Nas escolas sob a alçada da Escola
Portuguesa de Moçambique-Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP),
festeja-se igualmente o Dia de Portugal, o Dia da Escola, o 25 de Abril,
os Santos Populares e o Magusto, com a presença da comunidade
portuguesa e moçambicana que se associa à EPM-CELP. Selos evidenciando a
preocupação do governo com a educação e cuidados sociais.
Respectivamente legendados: Algum armamento
terrestre, usado
pela Frelimo e pelo exército Português. |
![]() |
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Uma das variantes da famosa Kalashnikova
AK-47, («Kalash») a arma preferida dos guerrilheiros. |
Um lançador de RPG-7. Este tipo de granada pode ser adaptado a uma espingarda, como a Ak-47 | Uma mina anticarro e antipessoal |
![]() |
A espingarda automática G3, popular no
exército Português, e corte parcial ilustrando o seu interior, segundo um manual militar. |
. A
Chaimite, um pequeno veículo blindado militar 4X4,
foi usado na guerra colonial, sobretudo a versão V-200. O seu
desenho é baseado no original norte-americano, o Cadillac Gage Commando,
e foi fabricada em Portugal pela
Bravia.
Pode ser equipada com diverso equipamento como, 1 pequeno canhão
sem recuo e metralhadora de duplo cano, como aparece na foto principal, um
lança mísseis ou lança granadas ou morteiros, ou apenas uma metralhadora, etc. |
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Na foto também se mostra um camião militar de transporte de
infantaria, muito usado nessa guerra, e que era modificado para resistir melhor às minas, e
assim haver menos fatalidades.
| ![]() Quartel Geral da Colónia de Moçambique (1950). Army H.Q, in Lourenço Marques, colonial times. . |
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Face
principal da velha nota de 100 escudos (1961). Tamanho reduzido a cerca de 50% |
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Fonte:
http://joaogil.planetaclix.pt