GRANDES MESTRES DA POESIA

 

CRUZ E SOUSA

Voz subterrânea


A importância de Cruz e Sousa para a literatura brasileira, segundo ele, é fenomenal. "A voz subterrânea do Simbolismo de Cruz e Sousa, especialmente, representou a rigor um caminho mais importante para a poesia do século 20 do que a risonha e muito satisfeita visão dos parnasianos. O Simbolismo, acredito, tornou-se conexão para o Modernismo."
Mesmo que os modernistas não tenham reconhecido, os simbolistas à revelia foram seus antecessores, na opinião de Secchin. "Os modernistas não puderam ou não quiseram reconhecer essa dívida", ressalta. Cruz e Sousa não significou quase nada para grande parte dos modernistas. "Pior para eles, porque teriam aprendido muito e teriam evitado equívocos em suas poesias se tivessem ouvido as lições da poesia de Cruz e Sousa. O Simbolismo era um movimento que não incomodava muito aos modernistas porque não tinha a hegemonia do poder literário, cultural e político. O inimigo a abater era o Parnasianismo. Portanto, os modernistas perderam muito tempo demolindo estátuas que já estavam ocas."
Outra corrente modernista, porém, representadas por Tasso da Silveira, Murilo Araújo e principalmente Cecília Meirelles, é considerada neosimbolista, segundo o doutor em literatura brasileira. "De modo algum estes escritores ficaram surdos à música do Simbolismo e cegos à herança da poesia de Cruz e Sousa. Meirelles ficou produzindo uma obra da maior qualidade muito mais vinculada a uma tradição de Cruz e Sousa do que à ruptura com o Parnasianismo proposta pela Semana da Arte de 22."


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