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TURISMO
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A religião
A construção da Matriz demandaria muito tempo e os moradores do bairro rural Campinas do Mato Grosso estavam ansiosos por terem um local para os cultos . Isso levou a pequena povoação a se dirigir a Dom Frei Manuel da Ressurreição, já empossado, solicitando-lhe licença para fazer uma capela provisória que, pelo menos naquele momento, servisse enquanto as obras da Igreja Matriz não estavam concluídas Os habitantes e os líderes políticos do bairro, como o capitão José de Souza Siqueira, Francisco Barreto Leme, Diogo Silva Rego, José da Silva Leme, Domingos da Costa Machado, Francisco Pereira de Magalhães, Salvador de Pinho, Luiz Pedroso de Almeida e Bernardo Guedes Barreto assinaram uma petição, pedindo uma autorização para a construção da Capela provisória. O bairro ficava muito distante de Jundiaí, 10 a 14 léguas, e mais de 30 pessoas já haviam morrido sem receber a extrema-unção porque o padre não conseguia chegar em tempo. Por isso, em 1722, foi solicitada a licença para autorizar a construção de uma capela, já que as igrejas existentes ficavam mais próximos a Jundiaí. Através de pressões políticas, as autoridades eclesiásticas concederam, em 18 de janeiro de 1773, autorização para a construção de uma igreja Matriz e não uma simples capela. A população de Campinas do Mato Grosso enfrentou muitos obstáculos, tudo porque após a concessão da construção da capela o governador do Bispado de São Paulo, o cônego Antônio de Toledo Lara ainda aguardava a chegada do bispo diocesano, Dom Frei Manoel da Ressurreição. E somente em 22 de setembro de 1773 que o bairro passou por uma vistoria para a escolha do local onde se construiria a tal capela. Em maio de 1774, o então governador da Capitania de São Paulo, Morgado de Mateus, outorgou a Barreto Leme a fundação do núcleo e estipulou algumas medidas urbanísticas para o local sob ordens da Coroa Portuguesa. No dia 14 de julho de 1774, foi celebrada a primeira missa no bairro de Campinas do Mato Grosso por Frei Antônio de Pádua, primeiro vigário da paróquia. Essa cerimônia marcou também a data oficial de fundação da cidade na capelinha localizada na praça do atual Largo do Carmo. A presença de Barreto Leme no altar improvisado na capela no meio do mato, nomeado como fundador oficial da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso simbolizava a aliança entre poder político e igreja, que caracterizou todo o período de expansão portuguesa na América, África e Ásia. O caso do fundador da Freguesia era mais sintomático, se considerarmos que os membros da família Leme foram integrantes da Ordem Militar de Cristo, uma organização iluminada pelo espírito das Cruzadas que protagonizou grande parte dos descobrimentos que transformou Portugal na maior potência marítima do planeta nos séculos XV e XVI. A chamada capela provisória funcionou até 1781.
O verdadeiro nome do primeiro vigário de Campinas é o Frei Antônio do Nascimento Pádua. Frei Antônio de Pádua Teixeira nasceu em Itu, em1784, não podendo ter sido vigário em 1774. No livro de Frei Basílio Rower, Páginas da História Franciscana no Brasil, relaciona-se Frei Antônio do Nascimento Pádua como 13o guardião do Convento de São Luís de Itu.
No livro Tombo da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso onde está registrada a petição dos habitantes e dos líderes políticos, não consta a assinatura dos peticionários, nem a data em que foi feita, mas o despacho do cônego Antônio de Toledo Lara mandando que o pároco de Jundiaí viesse para a Freguesia das Campinas do Mato Grosso. O alegado na petição está datado em 17 de maio de 1772. Nesse ano, o bairro de Campinas do Mato Grosso contava com 357 habitantes, constituindo 61 famílias. |