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TURISMO
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Dia 14 de julho de 1774 foi fundada, oficialmente, a cidade de Campinas. O local, embora modesto, reuniu todos os habitantes da cidade na humilde capelinha construída na atual Praça Antônio de Pompeu, na altura do antigo Largo do Carmo, onde também encontra-se hoje o monumento túmulo do músico campineiro Carlos Gomes. O fato é que a capelinha não comportou todos os moradores da nova cidade, mas a pequena população abandonou por alguns instantes seus sítios para participarem da primeira missa que o vigário Frei Antônio de Pádua celebrou na praça. Essa solenidade assinalou a criação da Freguesia de Nossa Senhora das Campinas do Mato Grosso, que teve sua origem no bairro rural do Mato Grosso, município de Jundiaí. A história da fundação da cidade começou coma a abertura dos caminhos para o sertão de Goiás e Mato Grosso explorado pelos paulistas descendentes dos portugueses que se instalavam no Planalto de Piratininga e viviam confinados numa área, cujas delimitações eram, de um lado a escarpa da Serra do Mar e, de outro, a densa mata. Os paulistas do Planalto de Piratininga, embora estivessem a poucos quilômetros do litoral, estavam praticamente isolados do mar e não tiveram outra alternativa, se não avançar pelo sertão. Diferentes de seus antepassados portugueses, os paulistas não tinham nenhuma inclinação para o mar, por isso, decidiram desbravar o sertão, surgindo assim as bandeiras. O isolamento dos homens de Piratininga perdurou durante séculos, só deixando de existir com a inauguração da estrada de ferro que transformou a civilização paulista. Uma dessas trilhas, abertas entre 1721 e 1730 chamou-se "Caminhos dos Goiases", que revelou a região campineira àqueles que desejavam fixar-se em determinado local para se dedicarem ao cultivo do solo. Logo formou-se um pouso para o descanso do tropeiros que percorriam os caminhos entre as vilas de Jundiaí e Mogi Mirim. Esse pouso ficou conhecido pelo nome de Campinas do Mato Grosso em razão da formação de três pequenos descampados ou "campinhos" em meio a densa mata que impulsionava os paulistas às andanças constantes pela selva a procura de metais preciosos e de índios. O resultado dessas andanças foi a dilatação do território nacional. O primitivo nome de Campinas do Mato Grosso derivava dos "campinhos" que indicavam o registro do povoamento às paragens, onde passaram a viver moradores do então bairro rural, que se dedicavam à lavoura de subsistência, em geral, em casas bem simples se sem assistência religiosa, muito valorizada na época. Em 1772, existia um cemitério bento, em precárias condições, mas faltava uma igreja para os ofícios religiosos que, ao mesmo tempo, atendesse às necessidades do culto e fosse um ponto de encontro ou reunião daquela gente que vivia em casas tão distantes uma das outras, esparsas em sítios. Nessa época, o bairro contava com uma população de 357 habitantes, totalizando 61 famílias, às quais por intermédio de seus líderes, resolveram pedir licença às autoridades eclesiásticas para a construção de uma capela. Após vinte dias do despacho episcopal, o Estado se manifestou através do governador da Capitania de São Paulo, o Morgado de Mateus, que nomeou Francisco Barreto Leme como fundador da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Campinas do Mato Grosso, em 27 de maio de 1774. A aliança entre poder político e igreja marcou todo o período de expansão portuguesa pela América, África e Ásia.
Versões da história da criação de Campinas
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