PROVAR O ESPAÇO: Fotografia e Cidade Através das Lentes e das Crônicas de Walfredo Rodriguez (1)
Mauro Guilherme Pinheiro Koury (2)
Walfredo Rodriguez nasceu na cidade da Parahyba em 1893, falecendo em 1973, aos 80 anos de idade. Ao lado de outros crônistas da provincia da Parahyba, como Coriolano de Medeiros, Irineu Pinto, entre tantos, escreveu sobre a cidade da Parahyba (hoje, João Pessoa), num cruzamento entre a saudade de uma época que se foi, a glorificação do progresso que tomava conta da cidade a partir do final da década de dez deste século, e os esforços dos seus compatriotas para tal. Diferente dos outros cronistas, porém, Rodriguez registrou sua cidade, também, através de fotografias , seguindo os passos de seu avô Emiliano Rodriguez, de quem se tornou herdeiro e continuador.
Colecionador, organizou um importante acervo fotográfico sobre a cidade da Parahyba, cobrindo os anos de 1870 a 1930. Esta coleção confunde hoje pesquisadores sobre a autoria de muitas das fotos nela contida. Muitos imputando ao próprio Walfredo Rodriguez a autoria.
A coleção fotográfica, porém, retém, no interesse restrito deste ensaio, o olhar nostálgico sobre a cidade fotografada. Complementa e amplia, neste sentido, o olhar do fotógrafo, cronista e colecionador possibilitando, aqui, passar por cima da polêmica sobre a questão da autoria.
Walfredo Rodriguez abraçou, também, o cinema, na década de vinte, sendo considerado "o pai do cinema paraibano" (Leal, 1989: 85-97).
As fotografias de Emiliano e dos demais fotógrafos anônimos da coleção Walfredo Rodriguez, tanto quanto as do próprio Walfrefo Rodriguez, retratam a cidade em dois recortes básicos: de um lado, o traçado urbano e arquitetônico, de outro, tipos e aspectos pitorescos da cidade. O primeiro recorte tem a pretensão de documentar os melhoramentos por [fim da página 139] que vinha passando a cidade e do registro de monumentos arquitetônicos ou construções que marcaram , ou melhor, pontuaram o seu crescimento e desenvolvimento. Foram retratados praças, ordenamento das ruas, sobrados, igrejas e prédios públicos característicos, tanto quanto vistas panorâmicas que mostrassem os recortes ou prolongamentos da cidade e as fronteiras por onde podia expandir-se.
Diferente de Emiliano Rodriguez e demais fotógrafos, Walfredo teve a oportunidade de deixar suas impressões escritas sobre a cidade da Parahyba, nas crônicas para jornais ou reunidas em livro, intitulado: Roteiro Sentimental de uma Cidade (Rodriguez, 1961). Nelas, procura passar em revista o desenvolvimento de sua cidade, lendo a posteriori suas fotografias, as do seu avô e as do seu acervo, e pontuando as mudanças ocorridas no espaço urbano, quer pelo desaparecimento, quer pela re-utilização e re-nomeamento de suas ruas principais e prédios públicos. Tanto quanto pela nomeação da elite local.
Provar o espaço parece ser o intuito do crônista-fotógrafo. De um lado, pelo registro de sua cidade, e pelos limites imprecisos de uma documentação que ordena o discurso, mas que não aparece como fonte e se mistura e funciona como memória. Prova o espaço, desse modo, pela memória perpetuada de pai para filho, de família para família, e pela memória pessoal do estar presente a acontecimentos, momentos e fatos significativos.
A prova como memória e como registro fotográfico dá espaço para uma outra prova, no sentido de provar, saborear, sentir o prazer ou o langor, ou a saudade do que passou e que hoje se apresenta transvestido, descaracterizado e sem controle nas novas gerações.
Os dois sentidos do provar parecem assim denotar o ideário do progresso que estava por trás do registro fotográfico e escrito de Walfredo Rodriguez sobre a sua época. O de uma modernização conservadora, cujas bases político-econômicas estavam centradas, principalmente, em uma relação estética e moral (Koury, 1986:135).
Estética no sentido da valorização do espaço urbano, pela disciplinarização e calçamento de ruas, pelo melhoramento do sistema de saneamento básico, do sistema viário, do fornecimento de água e luz, da expansão do comércio, da indústria, do sistema portuário, e pelo embelezamento e desenvolvimento da cidade (foto 1). Tanto assim que a pobreza não aparece nas fotos e nas crônicas de Walfredo Rodriguez, e quando aparece, incipiente, é para negá-la. Seja pelo pitoresco da cena, fotografada ou escrita, seja pela feiura que ela enseja. O olhar de Rodriguez busca demonstrar tanto as "precárias construções da cidade" (Rodriguez, [fim da página 140] 1961:17), ou a "falta de iniciativa particular e descaracterização de antigos prédios"(:33), como serve de pano de fundo para elogios à iniciativas de particulares em prol do melhoramento de ruas, - como o exemplo de um senhor de engenho que gratificava a quem construisse sobrados na antiga provincia, - quanto a enumeração e gratitude às ações dos governos locais.
Foto 1 |
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A pobreza só aparece nas fotografias e escritos de Walfredo Rodriguez caracterizada como tipos populares . Os entregadores ou vendedores de água, de leite, de frutas e comidas típicas, os acendedores de lampiões a querosene, entre outros, são retratados pelo aspecto pitoresco que os encerra. Como produtos de uma época que não mais retornaria, e que marcam a memória através da saudade, dos cheiros, do ambiente harmônico, dos barulhos e sons específicos, dos costumes e mentalidade de uma época. Não é a pobreza, assim, que é retratada, mas sim, a evocação de um tempo e de um espaço vivido, que marcaram a memória do autor [fim da página 141] (da cidade) com tons e sons característicos, que se foram, que não voltam mais a não ser pela recordação.
O toque sentimental é uma característica das crônicas e das fotografias de Walfredo Rodriguez. Para ele, o tempo é material para evocação de um espaço e de uma mentalidade já não encontrada. Objeto de saudade sim, mas que precisa ser repetida como fundamento moral. Como que para provar o espaço que se foi conquistando, pelas reminicências do pitoresco, pela normalização de lugares, pessoas e famílias, que fundaram as raízes sentimentais de uma cidade, de um viver comum, de uma vivência específica, e de um lugar pessoal nesse processo.
A fotografia cumpre bem esse papel moral. Tomada como registro, fragmenta a realidade para dela surpreender detalhes que, ao se tornar duplo, reconstroi o real a partir dos detalhes focados, tornando-se a própria realidade como passado, a ser evocado pelas asas da saudade (Barthes, 1984). Pela nostalgia. E, como esforço nostálgico, a realidade que a fotografia transmite é a de um espaço uniforme, sem conflitos. Com problemas, talvez, mas remediável pelo esforço público e iniciativas privadas. Pelo amor e idealização nativista. O que cai como uma luva ao cronista, que as recupera pelos olhos da memória.
A pobreza extirpada, faz a sociedade parecer igualitária, desaparecendo conflitos e evidenciando aqueles que fazem a cidade (Koury, 1994) da Parahyba nas épocas evocadas pela crônica. Ao escrever, as fotografias são recheadas pelo que sentimos falta ao olhá-las: dos que nela habitam.
Como a saudade é seletiva, porém, a crônica vem recheando as fotos com quem interessa: a pobreza aparece através do pitoresco. Não é habitante, é paisagem. Símbolo de uma época, também, tal como a arquitetura, o desenho urbanístico e os equipamentos urbanos. Por isso fotografado. A crônica recheia as fotos com os habitantes, os que o cronista considera verdadeiros moradores da cidade. Os cidadãos, que formam a sociedade local.
A saudade passeia, então, pelas ruas fotografadas e vai nomeando casa a casa os seus habitantes, ou a finalidade pública de cada construção existente. Busca construir uma espécie de "cadastro social urbano", segundo as palavras do autor (: 69). Ao mesmo tempo que vai, como um cartógrafo, compondo mapas imaginários, dos diversos formatos que a cidade vai tomando e os nomes que vão se dando ou sendo substituídas, a cada rua, beco, travessa ou viela.
Da importância pública dos seus homens, também. Homens, masculinos, porque as mulheres não aparecem, a não ser marginalmente, pelos lencinhos perfumados das moçoilas ou pela cozinha e o bem-servir doméstico [fim da página 142] das senhoras. Ou, quando viúvas e herdeiras, são nominadas, logo sucumbem à indicação de um parente (pai, filhos ou irmãos) que deveriam assumir ou poriam ordem aos patrimônios herdados.
Uma árvore patrimonial é assim esboçada. Desde os fundadores até os anos vinte deste século, em que se passam as crônicas-fotografias. Os estrangeiros, (vindos do exterior ou de outro estado nacional qualquer), vão sendo integrados à árvore na medida que constroem família e, sobretudo, patrimônio local. Em que ajudam aos negócios paraibanos e o progresso inevitável, embora moroso no seu chegar. Estrangeiros que se paraibanizaram. Tomados de amor pela terra adotiva e por ela também adotados.
Mais uma vez, crônica e fotografia em Walfredo Rodriguez provam o espaço como patrimônio. A cidade pertence a alguns. A história da cidade é a história desses alguns que compõem a sociedade, como políticos, comerciantes, industriais, intelectuais, profissionais liberais e religiosos. O restante é cenário, faz parte da paisagem humanizada pelos personagens centrais que detem o poder ou o patrimônio local.
A ilusão nostálgica toma conta, assim, do cronista-fotográfo por inteiro. Movido pelo sentimento nativista, simbolicamente oferece a mão a um jovem qualquer (: 47-66) e o convida a visitar pelo olhar do passado as tradições que vão se perdendo na modernidade. Costumes, sons, cores, vão se esfumando pela importação de atitudes, gestos e conformações de fora, no hoje, que nada tem a ver com o local e que apenas fazem os jovens encarar com desprezo ou indiferença as normas e as raízes que os formaram.
O escutar distante de "uma remota canção que ouvi alhures" (: 48), faz o cronista remontar-se para uma época distante, e viver novamente pelos sentidos. Encaminha o jovem para a "tortuosidade das ruas" e as "diversas anomalias do setor urbanístico da velha cidade"(: 87), e o esforço dos legisladores paraibanos para conseguir que o executivo ordenasse "a primeira planta da cidade, com o alinhamento de novas ruas e praças" (: 88). E enfim, a inauguração de uma "nova era no sentido de arruar, embelezando aqueles caminhamentos distantes, tornando-os dignos de sua finalidade", com a aprovação da Lei 22, de 15 de outubro de 1857, por um presidente de província , visto por Rodriguez como inovador e empreendedor (: 88).
Embelezamento e funcionalidade como fundamento de uma estética modernizadora evocada pelo fotógrafo-cronista, como contraponto a desestruturação do agora (década de sessenta). Instâncias necessárias a reorganização urbana para o progresso que a nova era (século XX) reclama [fim da página 143] e que, apesar das dificuldades orçamentárias inerentes a um estado pequeno como a Paraíba, seu povo se engaja com entusiasmo. Povo aqui empregado no sentido patrimonial, da elite cidadã, e não no sentido de popular ou do de conjunto da população.
Como já foi afirmado anteriormente, a população descrita nas crônicas de Walfredo Rodriguez se restringe às figuras de elite. Nas fotografias tem a conotação de paisagem. Vistas panorâmicas, praças, monumentos (foto 2) formam o universo temático do cronista/fotógrafo, bem como os tipos populares, que representam funções ou acrescentam características à paisagem.
Foto 2 |
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Os homens comuns são os grandes ausentes na obra fotográfica ou na crônica de Rodriguez. Nas fotos, a cidade aparece propositadamente desabitada. Ruas desertas, praças desertas, paisagens desertas, como se a presença do homem causasse depreciação às imagens.
É verdade que, vez ou outra, aparecem populares.Despontam, às vezes, das janelas, das portas das casas, vultos de crianças ou mulheres, semi-escondidas pelos umbrais e postigos das residências. Aparição involuntária, como que forçando à vida, numa imagem onde apenas deveria constar arquitetura e projetos urbanísticos; onde só deveriam aparecer o traçado urbano e a beleza da cidade, como paisagem humanizada.
Em outras fotos, poucas, é verdade, aparecem populares. Fora as fotos de tipos populares, existem algumas que comemoram o comércio [fim da página 144] local, e o movimento e o burburinho de suas ruas. Mais uma vez, porém, são integrantes da paisagem, complementos, não formam o elemento principal, o motivo temático, central, da foto. Antes pelo contrário, são denotantes do movimento, do sucesso das ruas comerciais da cidade da Parahyba. O movimento do comércio e o traçado de suas ruas são os elementos importantes; a presença do homem comum, simples adendo conotante do tema central.
O mesmo acontece com o processo de reforma urbanística. As mudanças no traçado de ruas, os novos formatos à ocupação de áreas, são sempre sinônimos de embelezamento e melhoria da cidade, como visão de progresso urbano. Nas fotos e nas crônicas de Walfredo Rodriguez se veem fotos de antes e do depois de uma reforma, mostrando as transformações e funcionalidade dos projetos, que são descritos sempre em tom elogiativo ao espirito de iniativa dos governantes ou particulares da época. De fora, ficam os clamores da população atingida pelas mudanças.
Os homens comuns, mais uma vez, deixam de ter significação, como se não existissem. As áres onde se situavam e que foram objetos de reforma, só aparecem como nova apropriação do espaço pela cidade, como valorização econômica ou estética. Como sinônimo de progresso, de modernização.
E, nas asas da saudade, encaminha o jovem imaginário através dos códigos de valorização do patrimônio, das tradições e normas locais. As datas comemorativas, as festas tradicionais, - como a Festa de Nossa Senhora das Neves, padroeira da cidade, - as retretas, os saraus, os veraneios, as reuniões da intelectualidade local, as reuniões políticas, os esforços da elite local para o melhoramento da cidade, como: a iniciativa dos ferro carris (bondes puxados a tração animal) até os bondes elétricos; o abastecimento de água e luz; as festas por cada uma dessas conquistas; a fraternidade de uma gente unida pelo ideal de construção e melhoramento de uma cidade, pequena talvez, mas atenta ao progresso e na conservação dos valores e genealogia (foto 3).
[fim da página 145]
Foto 3 |
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"Vamos recuar muitos anos" (convida o cronista ao jovem imaginário). Não é a João Pessoa da atualidade não, essa você bem a conhece. Com o seu progresso, defeitos e irreverências..."(:47). O retomar o passado faz o cronista-fotógrafo situar moralmente o presente (anos de 1960), como descomprometido com as raízes históricas de fundação e construção da cidade.
Burocratas, no hoje, apressados, destroem patrimônios e edificações sem o menor cuidado com as tradições, desfigurando a cidade. A população anda nervosamente pelas ruas, desconhecendo os antigos costumes, o respeito aos valores e as hierarquias, desvirtuando os códigos da antiga solidariedade patrimonial e ameaçando com sua presença os cidadãos. População que parece não mais se contentar em deixar-se caracterizar como tipos populares, ou como aspectos pitorescos da paisagem humanizada que compõe a cidade, e que teima em aparecer como reivindicadores de um espaço também seu (3). [fim da página 146]
Daí a necessidade de provar o espaço, mais uma vez, quer pelo gosto e cheiro do sentimento preso em algum lugar do passado, recuperado e eternizado pelo olhar fotográfico e memória do cronista-fotógrafo; quer pela necessidade de repor a ordem ao caos que parece vir se instaurando com a modernidade, desvirtuando o ideal de uma modernização conservadora de anteriormente, em que "imperava (...) a pacatez natural, sem afetação, onde tudo se resolvia a contento de todos. (...). (Onde) havia o respeito mútuo, às instituições, aos mais velhos e, aos sagrados direitos do próximo"(:47).
Roteiro sentimental, como agente revelador das imagens de costumes e raízes, em que se "relembra nomes (...) que representaram o tipo padrão de caráter, (de fidalguia), perdido para sempre nessa vida agitada que ora atravessamos"(: 48). Fotografia como realidade e como viagem ao passado, como evocação.
Memória como revelação (Bosi, 1994). Como crônica das imagens que a fotografia realizou e, através delas, evocou. Como manifesto das perdas acumuladas que enevoam como brumas a sentida ingenuidade e solidariedade do passado, repondo o presente como vazio. Como sem ponto algum "de apoio e conforto espiritual" (:48), que só as tradições e o respeito às normas podem e devem permitir.
Walfredo Rodriguez compara, desse modo, o registro da memória ao registro da chapa fotográfica, e expõe a imagem gravada na memória pessoal , à ação do agente químico revelador. Agente químico que, no seu entender, no caso da memória, é movido à saudade e ao bem querer dos costumes e coisas de nossa pequenina terra" (: 48).
Impulsionado, assim, pela saudade e pelo bem querer, Rodriguez deixa como herança um retrato conservador da cidade da Parahyba. Sem dúvida, registro importante de uma época, visto pelo olhar elogioso do poder local e de valorização de uma mentalidade onde o progresso é sentido e buscado como extensão da tradição, como modernização conservadora.
Foto 2 - Antigo prédio da Provedoria da Fazenda, depois Delagacia Fiscal, localizado no antigo Largo do Erário. Cidade da Parahyba, 1916.
Foto 3 - Usina de energia elétrica da Empresa Tração, Luz e Força. Cidade da Parahyba, 1912.
BOSI, Ecléa. (1994). Memória e Sociedade: lembranças de velhos. 3a Edição. São Paulo: Companhia das Letras.
KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. (1994). Olhares sombrios sobre a cidade: a pobreza através da fotografia. (Texto apresentado na XVIII ANPOCS). Caxambú.
KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. (1983). Rastros de tragédia. JoãoPessoa: (textos UFPb-NDIHR 1).
KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. (1986). "Trabalho e disciplina. (Os homens pobres nas cidades do Nordeste: 1989-1920)". In, Hardman, F.F. e outros, Relações de Trabalho & Relações de Poder: Mudanças e Permanências. Vol. 1. Fortaleza: Imprensa Universitária. Pags. 134-149.
LEAL, Wills. (1989). O discurso cinematográfico dos paraibanos (ou a história do cinema na\da Paraíba). João Pessoa: Edição do autor.
MELLO, José Octávio de Arruda. (1976). Tensão social e revolução na Paraíba. João Pessoa: mimeografado.
RODRIGUEZ, Walfredo. (1961). Roteiro sentimental de uma cidade. São Paulo: Brasiliense.
2) Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal da Paraíba-Campus I.
3) Os anos sessenta na Paraíba, como em todo o país, foi de grande efervescência política. Em João Pessoa, antiga Parahyba, desfilavam camponeses, estudantes, trabalhadores, intelectuais, em marchas, greves gerais e outras manifestações por direitos e ampliação da cidadania (ver, Koury, 1983), assustando o agora velho cronista-fotógrafo.