- Amazônia -
A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta, cuja área avança em 9 países da América Latina (Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e Suriname). A bacia hidrográfica do Amazonas ocupa uma área de 7.050.000 km2.
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Em termos geopolíticos a
Amazônia legal brasileira ocupa 60 % do território nacional. Apesar de ser o maior
estado brasileiro, possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10 % da
população do pais.
A Amazônia é um dos mais preciosos patrimônios ecológicos do planeta. É na realidade
um grande Bioma, composto por diversos ecossistemas interagindo em equilíbrio. 65 % de
toda a área amazônica é composta pela floresta tropical úmida de terra firme, sendo
que o restante é constituído por matas de cipó, campinas, matas secas, igapós,
manguezais, matas de várzeas, cerrados, campos de terra firme, campos de várzeas e matas
de bambu. A vegetação costuma ser dividida em:
Matas de Terra Firme: Árvores de grande porte, localizada em regiões altas longe das inundações. Geralmente, as raízes das árvores aí encontradas são superficiais conferindo à planta maior sustentabilidade.
Matas de Igapó: permanecem quase sempre inundadas. A vegetação é baixa e adaptada ao solo alagado. Podemos encontrar aí a vitória régia, plantas com folhas circulares e flutuantes com até 2m de diâmetro!
Matas de Várzea: temporariamente inundadas. Na parte mais alta, a vegetação assemelha-se a de terra firme, com árvores grandes e vistosas. Aqui encontramos plantas como o açaí e o cedro. Nas áreas mais baixas, a vegetação é muito semelhante a dos igapós.
Toda a rede de rios,
córregos, cachoeiras, lagos, igarapés e represas constituem os ecossistemas aquáticos
da Amazônia.
A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos
anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante
os meses de chuvas, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo
atingir 18 metros em algumas áreas. Isto significa que durante metade do tempo grande
parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta
inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2.
A Amazônia é a maior floresta do mundo, representando 35 % de toda as florestas do
mundo. É considerada também uma das mais antigas coberturas florestais, permanecendo
estabilizada a cerca de 100 milhões de anos.
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O rio Amazonas é o maior e
mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta
Amazônica. O volume de suas águas representa 20 % de toda a água presente nos rios do
planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por
segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 afluentes. Sua largura
média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a
época de cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A
profundidade média é de 30 a 40 metros. As áreas alagadas influenciadas pela rede
hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da
Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.
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Em termos biológicos é a
região com a maior biodiversidade de todos os continentes. Comporta metade das espécies
de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de insetos (especialmente borboletas),
répteis e anfíbios. Possui mais espécies de peixes que o oceano Atlântico. As águas
da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas,
lagartos, golfinhos (entre eles o boto cor-de-rosa), lontras, jacarés e tubarões, os
quais sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Dezenas de aves
aquáticas exploram as águas, ricas em alimento. O maior roedor, os maiores papagaios, as
maiores cobras, os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros de comprimento
e pesar 180 quilos), as maiores árvores tropicais e os maiores insetos vivem na
Amazônia. A diversidade de mamíferos, especialmente macacos e felinos, é muito grande.
30 espécies de macacos são endêmicas da mata amazônica.
O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é extremamente precário. Acredita-se
que não se conheça nem a metade das espécies que habitam as suas matas e rios . A
principal característica da Amazônia é a sua inacessibilidade, o que dificulta a sua
exploração e estudo.
A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos.
As dezenas de tribos ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo
seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos.
Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas
regiões mais inóspitas e inacessíveis.
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Oficialmente existem dois
parques nacionais na Amazônia brasileira, o Parque Nacional do Tapajós e o Parque
Nacional do Pico da Neblina. O primeiro, com 1 milhão de hectares de floresta tropical
úmida, e o segundo com extensão de 2.200.000 hectares. O parque do Pico da Neblina se
une ao parque Serrania de la Neblina, na Venezuela, com 1.360.000 hectares, formando em
conjunto um dos maiores complexos bióticos protegidos do mundo.
Os impactos resultantes da exploração humana da Amazônia são muitos. O desmatamento e
as queimadas para a formação de pastos para o gado tem destruído imensas áreas de
florestas virgens todos os anos, há décadas. Estima-se que a área de pastos (naturais e
criados por desmatamento) na Amazônia seja de mais de 20 milhões de hectares. O problema
é que os pastos não resistem por muito tempo, uma vez que o solo amazônico é muito
pobre em nutrientes. Isto faz com que os criadores avancem constantemente para o interior
da floresta em busca de novas terras.
Mineração, caça e pesca indiscriminada, contrabando de animais raros e espécies em
extinção, poluição, e queimadas criminosas são alguns dos principais fatores de
perturbação da Amazônia.
A floresta, também, não está imune aos ataques do homem. Além do assoreamento dos
rios, o desmatamento devido a agricultura, pecuária e extração de minérios e madeiras
são freqüentes. O uso de mercúrio nos garimpos é um problema grave de poluição
pelo qual sofre a floresta Amazônica. O estudo de técnicas que não agridam ao
meio ambiente é extremamente importante para a região, evitando, assim, a contaminação
por mercúrio.
A comunidade científica mundial, ciente do potencial ecológico, geológico, científico e farmacológico da Amazônia, tem alertado constantemente as autoridades políticas para a necessidade de uma política de preservação e uso equilibrado da floresta. Esta política deve ser implantada o mais rápido possível para que os danos atualmente existentes sejam revertidos.