Hgeocities.com/Colosseum/Midfield/7806/japao/jp120698.htmgeocities.com/Colosseum/Midfield/7806/japao/jp120698.htm.delayedxJsn3OKtext/html j3b.HTue, 13 Oct 2009 13:56:20 GMTdMozilla/4.5 (compatible; HTTrack 3.0x; Windows 98)en, *J3 Aulas abertas


Aulas abertas

Em primeiro lugar faz-se necessário uma explicação da estrutura do sistema educacional japonês; ele é dividido em 4 etapas: Escola Primária, composto por 6 anos; Junior High School, 3 anos; High School, 3 anos e Universidade, geralmente 4 anos. As aulas do dia 03/06 foram numa Junior High School, enquanto as aulas do dia 12/06 foram numa escola primária. As duas são conveniadas à Universidade de Hirosaki, ou seja, servem como escolas de aplicação aos alunos da área de educação da Universidade.

Dia 03/06 - As aulas começaram às 9h 40min e a escolha era livre; dentro das opções possíveis, escolhi uma aula de inglês para o 2o ano da Junior High School. Já ao entrar na sala fiquei admirada: 2 professores (um japonês e um americano), 4 monitores de TV relativamente grandes distrubuídos pela sala, com 40 alunos. Ao começar a aula, o professor pediu que os jovens levantassem para os cumprimentos; o professor perguntou: "How are you today" e as crianças responderam em coro: "I am fine thanks and you, Mr...." E assim seguiu-se um pequeno diálogo que pareceu-me ser o início de cada aula (e mais tarde confirmei ao olhar o plano de estudo desta área). Ao final, as crianças sentaram-se e, a seguir, "vamos brincar do que eu sou"; um aluno foi chamado à frente e, deveria ter sido tema de casa (igual em todas as aulas também), lia uma a uma algumas pistas listadas para que as outras crianças tentassem adivinhar o que ele era. Mais três alunos foram chamados. A seguir, o professor disse que colocaria uma gravura no vídeo e pediu que as crianças pegassem o lápis para escrever frases a respeito. Ao sinal do professor, que acionou um cronômetro e ligou os monitores, as crianças começaram a escrever; exatamente 2 min após, o professor ordenou que as crianças parassem de escrever. Algumas foram chamadas para ler suas frases. Outra gravura e a mesma atividade, com o tempo cronometrado, novamente, mas, desta vez, o professor americano pediu que as crianças não fizessem ligação entre as frases, ou seja, que elas fossem "soltas". Mais alguns alunos leram suas frases; em nenhum momento, nenhuma criança foi corrigida, nem quando fez erro de estrutura ou gramática nem quando a frase não estava de acordo com a gravura.

A seguir, na tela do monitor apareceu uma foto de uma escrivaninha muito bagunçada e aconteceu um diálogo entre os professores; na verdade, a foto era da mesa do professor japonês e o americano disse que ele deveria arrumá-la, ou seja "must to"; esta expressão foi colocada no quadro (já estava previamente escrita num pedaço de papel); também foi colocada a expressão correspondente em japonês, em outro pedaço de papel. Os professores conversaram mais um pouco entre eles, em inglês, com frases utilizando este verbo; o japonês foi usado apenas na explicação da utilização do verbo em inglês; no mais, toda a aula foi em inglês.

Após, os alunos foram reunidos em grupos com 4 componentes e receberam uma folha com 2 figuras escaneadas; podiam escolher uma para bolar um diálogo em duplas. Poderiam usar a estrutura, mas aqueles que não usaram não tiveram sua atenção chamada para o fato. Algumas duplas foram chamadas para ler seu diálogo.

Estava na hora de encerrar a aula e, novamente, crianças em pé, para a despedida final em coro aos professores, com frases já previamente estudadas.

Ao final da aula, o professor americano veio conversar comigo, afinal, era a única estrangeira a assistir a aula; ele contou que sua esposa também dá aulas de inglês, num intercâmbio; eles ficam aqui 1 ano e voltam para Oregon. A idéia é melhorar o inglês dos japoneses, principalmente a conversação, que é o "calcanhar de aquiles", a pior parte da língua para os japoneses.

Uma pequena pausa para um chá verde e a segunda e última aula da manhã: educação física para o 3o ano da Junior High School; os alunos, em posição de sentido para a chamada; após, sentaram-se no chão e pegaram um tipo de livro; a Ai (minha tutora) explicou-me que ali faziam o planejamento da aula; são folhas com tabelas onde eles escolhem os tópicos a que pretendem dar atenção especial durante a aula; a seguir, dividem-se em grupos (conforme o esporte que escolheram, segundo a Ai por um período de talvez 3 semanas); cada grupo faz seu aquecimento sem a interferência do professor, que apenas supervisiona. A seguir, o mesmo grupo decide os exercícios específicos do esporte que fazem ou se já jogam diretamente; os esportes eram: basquete, vôlei, tênis de mesa e badminton. Observei cada esporte um pouco. O professor não interferiu em nenhum grupo em nenhum momento; os próprios alunos organizavam-se quanto às regras; no basquete havia uma menina apitando, que estava com a mão enfaixada. Dez minutos antes de a aula encerrar, o professor chamou os alunos, que sentaram-se ao chão e preencheram novamente o caderno individual, fazendo a própria avaliação do seu desempenho. Após algumas palavras do professor, posição de sentido para o encerramento da aula.

Dia 12/06/98 - as aulas começaram às 8h 50min; no primeiro período, assisti uma aula de Ed. Física para a 1a série da escola primária; havia em torno de 40 crianças para um professor e a aula foi no ginásio de esportes; cada criança tinha um animal desenhado num papel e colocada à altura da testa (não sei em que aula este foi feito, mas cada criança fez o seu). Para começar, todos em posição de sentido para a saudação. A seguir, o professor colocou uma música e as crianças começaram a correr pelo ginásio, no ritmo da música; são várias músicas com vários ritmos, a cada música, as crianças correm mudando o ritmo, pulam como sapo, arrastam-se ao chão, rolam, pulam em sobrepasso..., a parte final é uma música calma, momento em que as crianças deitam no chão para relaxar. Esta atividade teve a duração de 9 min; as crianças conheciam exatamente a seqüência e o professor dizia apenas poucas palavras de vez em quando, mas sempre participou com as crianças; algumas sempre corriam ao redor do professor, mas a maioria não se importava com ele. O professor reuniu as crianças, sentadas ao chão, ouviram o professor falar sobre os animais e a forma destes se locomoverem; após breve discussão, o professor pediu que cada criança se locomovesse como o seu animal; colocou música e as crianças fizeram isso durante alguns minutos. As crianças foram novamente reunidas e, após algumas palavras do professor, as crianças dividiram-se em grupo (conforme o animal) e cada grupo organizou plintos, bancos, traves e colchonetes como queriam; durante 5 minutos exploraram o material como bem entenderam; a seguir, um grupo mostrou aos outros como seu animal se movimentaria no trajeto com esses materiais; mais um tempo para as crianças explorarem os materiais; outro grupo foi assistido; mais um tempo livre. Os alunos guardaram novamente os materiais onde haviam pego (espalhados ao redor do ginásio) e o professor preparou 4 plintos com 4 cones, respectivamente um para cada um. As crianças foram reunidas pelo professor e sentadas, formaram filas. Ao sinal do professor, a 1a de cada coluna corre, pula (apoiando o pé ou não sobre) o plinto, faz a volta no cone e volta, saindo então a criança seguinte. Não houve nenhuma manifestação de vitória ou derrota, a atividade mal havia terminado e o professor colocou a mesma música inicial e as crianças saíram marchando do ginásio; a aula chegara ao fim.

Pausa de 10 min e, na falta de opções, acabei indo assistir uma aula de economia doméstica com minha colega da Coréia (é a área de estudos dela), na 5a série da Escola Primária. Na sala, as crianças estavam sentadas em grupos por mesa (5 componentes); também havia mesas com fogão e pia ao fundo da sala. A professora trouxe o que ela comera no almoço de ontem e perguntou para as crianças se o menu havia sido bem escolhido. Após, a nutricionista responsável pelo cardápio diário da escola fez-se presente e respondeu algumas perguntas das crianças. Elas receberam uma folha com uma tabela onde organizaram um menu, marcando o que cada alimento contém: vitaminas, lipídios, glicídios. À medida que iam elaborando, mostravam à nutricionista que os orientava. Ao final da aula, a professora pediu o cardápio de uma aluna para colocar no quadro e colocou-o em discussão. Foi plenamente aprovado por todos. No início e no final da aula, todos em pé para a saudação inicial e final.

Minha impressão - a disciplina existente em todas as aulas assistidas é muito grande, podendo ser, às vezes, comparada à rigidez de um quartel. Quase tudo foi muito bem controlado pelo relógio, não importando se a atividade encerrada estava interessante ou não. O horário final da aula só foi respeitado nas aulas de educação física; nas outras aulas os professores ainda usaram alguns minutos após o sinal ter sido dado (as aulas tinham 10 min de intervalo entre si), mas nenhuma criança se mexeu antes do professor ordenar.

A riqueza de materiais das escolas se sobressai, em comparação às nossas escolas; a sala denominada de laboratório onde ocorreu a aula de inglês era muito bem equipada; nos ginásios, onde ocorreram as aulas de EF, havia uma variedade muito grande de materiais e a sala onde aconteceu a aula de economia doméstica também era muito bem equipada (apesar de não terem sido usados na aula assistida, havia balanças, pratos e mantimentos).

Muitos professores e estudantes da universidade também fizeram-se presentes a estas aulas, que são consideradas um momento muito formal; talvez não seja preciso dizer, mas tudo correu dentro da esmerada organização japonesa.

Curiosidade: para entrar nas escolas (aliás, em quase 99% dos lugares), deve-se tirar os calçados e calçar um limpo, que pode ser trazido individualmente, ou calça-se um chinelo oferecido. As residências aqui tem uma área de entrada específica para que as pessoas possam tirar os calçados e há muitos restaurantes, museus e outros que seguem esse costume japonês.


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Last Updated November 2, 1998 by Ângela Musskopf

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