A GRANDE SÍNTESE - TÓPICOS PRINCIPAIS |
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ESTUDO DA FASE MATÉRIA (g) — A DESINTEGRAÇÃO ATÔMICA
Vimos que a respiração de w é: a ®b ®g ®b ®a... sem limites de espaço, sem princípio nem fim. Foi essa imensa respiração do universo, cujo princípio enunciamos, que agora observaremos analiticamente, sobretudo em sua pulsação de retorno, g®b, que vosso mundo está vivendo. Começaremos por g, a fase matéria, de maior condensação da substância, a fim de atingir a fase b, energia. Examinaremos posteriormente o período b®a, o que mais vos interessa, pois compreende o trajeto de vossas vidas, cujo objetivo e meta é a reconstrução da consciência e a libertação do princípio a, o espírito. Para a, essa suprema realidade do espírito, quero conduzir-vos, não mais pelos caminhos da fé, mas pelas sendas da ciência. Deus, compreendido como Espírito, a, é o ponto de partida e de chegada do transformismo fenomênico, é a meta do ser. Depois das descobertas da desintegração do átomo, inexaurível fonte de energia, e de transformação da individualidade química pela explosão atômica, a descoberta da realidade do espírito é a maior descoberta “científica” que vos aguarda e revolucionará o mundo, iniciando uma nova era. Chegareis, disse-vos, a produzir energia por desintegração atômica, ou seja, a transformar matéria em energia. Vossa nova matéria — o ponto sólido em que baseareis vossas construções materiais e conceptuais — será a energia. Vosso elemento será o movimento, e sabereis encontrar nele o próprio equilíbrio estável, que até agora não sabíeis encontrar senão na forma menos evoluída, a matéria. No campo do pensamento, também a verdade será um movimento, um relativo que evolui, uma verdade progressiva, e não o ponto fixo e inerte do absoluto; é a trajetória do ponto que avança, um conceito muito mais vasto e proporcional ao novo grau de progresso que será atingido por vosso pensamento. Ao enfrentar o problema da desintegração atômica, tende presente outro fato. Ao assaltardes o íntimo equilíbrio do sistema atômico para alterá-lo, vós vos encontrareis diante de uma individuação da matéria fortemente estabilizada durante incontáveis períodos de evolução. Viveis num ponto relativamente velho do universo e vossa Terra representa o período g, não no início, em sua primeira condensação, ainda próxima da energia, mas no fim, ou seja, no princípio de sua fase oposta, a desagregação, o regresso a b. Estais, assim, diante da matéria que opõe o máximo da resistência, porque está no grau máximo de estabilidade e coesão. Os incomensuráveis períodos de tempo que a trouxeram à sua atual individuação atômica, representam um impulso imenso, uma invencível vontade de continuar existindo na forma adquirida, por um princípio universal de inércia que, na Lei, impõe a continuação de trajetórias iniciadas, constituindo a garantia de estabilidade das formas e dos fenômenos. Lembrai-vos de que estais querendo violar uma individuação da Lei, a qual sempre se manifesta por individuações inconfundíveis, que assumem a mais enérgica e decidida vontade de não deixar-se alterar. Para alcançares êxito, não violeis a Lei, segui-a. Seguindo a corrente, ser-vos-á fácil o caminho. Em vossa fase de evolução, a Lei vos abre o caminho, através da passagem g®b, e não de b®g. Em outras palavras, o problema da desintegração atômica é solúvel para vós, não nas formas mais longínquas e menos acessíveis da condensação das nebulosas, mas naquelas da desintegração das substâncias radioativas. Os raios a e os raios b e todos os fenômenos relativos ao rádio e aos corpos radioativos, já os tendes espontaneamente debaixo dos olhos. O estudo que faremos da série estequiogenética vos dará um conceito mais exato de tudo isto. |
UNIDADE
DE PRINCÍPIO NO FUNCIONAMENTO DO UNIVERSO
Torna-se difícil reduzir à forma linear de vosso pensamento e de vossa palavra, a unidade global do todo que sinto como uma esfera instantaneamente completa, sem sucessividade. Levai em conta, pois, a forma na qual me devo exprimir, que restringe e diminui o conceito; somente aquela faculdade da alma, a intuição, de que vos falei, poderia traduzi-lo para vós sem distorções. Capacitai-vos de que, embora minha exposição seja progressiva, o universo contém, a cada instante, cada uma e todas as fases do transformismo. A cada instante ele é todo, completo e perfeito em todos os seus períodos de ida e volta. Não é a®b®g de um lado, e depois g®b®a de outro; mas em todos os lugares e a cada momento, existe uma fase desse transformar-se, de tal modo que ele existe concomitantemente todo onde quer que seja, de forma que o absoluto não se divide, mas se encontra sempre todo, a si mesmo, no relativo. Deus está, assim onipresente em cada manifestação. Se assim não fora, como vos seria possível a observação dos fenômenos que, certamente, não teriam podido esperar na eternidade para existir e mostrar-se a vós, exatamente no instante em que também nascestes e se desenvolveram em vós os sentidos e uma consciência que se dirige a Ele? Grande diferença há entre o sujeito deste tratado, que observa o infinito, e vosso olhar intelectivo, que só abarca o finito, isto é, um ou alguns pormenores particulares e, sucessivamente, jamais o todo instantaneamente. Vossa razão só pode dar-vos um ponto de vista do universo, porque sois relativos, ou seja, sois um ponto que olha para todos os outros pontos. Mas os pontos são infinitos e vós fazeis parte deles; vós olhais e sois olhados; o universo olha para si mesmo de pontos infinitos. Apenas o olho de Deus pode ter essa visão global e tenho de reduzi-la muitíssimo, para levá-la à medida de vossa mente. Vede: é exatamente esta que limita minha revelação. Um fato, porém, nos ajudará: o universo é regido por um princípio único. Já afirmei que o universo não é nem caos nem acaso, mas suprema ordem: a Lei. Chegou agora o momento de afirmar que a Lei significa não apenas, como disse, ordem, equilíbrio e precisão de funcionamento, mas acima de tudo significa unidade de princípio. Por isso disse: Monismo. O princípio da trindade da substância, que vos expus, é universal e único: poderá pulverizar-se numa série infinita de efeitos e de casos particulares, mas ele permanece e o encontrareis em toda parte, em sua forma estática de individuação, a, b, g, em sua forma dinâmica de transformismo que segue o caminho: ... g®b®a... Aqui três exemplos: Primeiro. O microcosmo está construído como o macrocosmo. O átomo é um verdadeiro sistema planetário, com todos os seus movimentos, em cujo centro está um sol, o núcleo central, de densidade máxima, em redor do qual giram, seguindo uma órbita semelhante à planetária, um ou mais elétrons, segundo a natureza do sistema, é isso que define o átomo e lhe dá sua individuação química. Vosso sistema solar, com todos os seus planetas, poderia considerar-se o átomo de uma química astronômica, cujas combinações e reações produzem essas nebulosas que vedes aparecer e desaparecer nos confins de vosso universo físico. Quando, no espaço, um sol, como qualquer núcleo com seu cortejo planetário, encontra-se com outro sol ou núcleo e seu cortejo planetário, o resultado é sempre o mesmo: a formação de nova individuação, quer seja sistema cósmico ou químico. No primeiro caso se individuará novo vórtice, novo “Eu” astronômico, que se desenvolverá segundo uma linha, a espiral que — vê-lo-emos — é a trajetória típica de desenvolvimento de todos os movimentos fenomênicos. No segundo caso nascerá, pelo choque dos núcleos e pela emissão de elétrons do sistema, novo indivíduo atômico. Se isso ainda não apareceu em vosso relativo, vós o chamais de criação. Segundo. O princípio de que o universo se compõe, dividindo-se e reunindo-se, de duas metades inversas e complementares, é geral e único. Tudo o que existe tem seu inverso, sem isto, é incompleto. O sinal -, complementar do sinal +, próprio da energia elétrica, o encontrais no átomo, composto de um núcleo estático e positivo, e de elétrons, dinâmicos e negativos; e também na divisão sexual animal e em todas as manifestações da personalidade humana. Terceiro. O homem é feito verdadeiramente à imagem e semelhança de Deus, no sentido em que compreende em si e constitui, numa unidade, os três momentos a, b, g. O homem é um corpo, estrutura física, que se apóia numa armação esquelética que pertence ao reino mineral g, sobre a qual se eleva o metabolismo rápido da vida, a troca (vida vegetativa, ainda não consciência), dinamismo que é b. O produto último da vida é a consciência, nascida daquele dinamismo e em contínuo desenvolvimento, por meio de um trabalho contínuo e intenso de provas e experiências produzidas por choques, não mais cósmicos ou moleculares, mas psíquicos. Essa unidade de conceito é a mais evidente expressão do Monismo do universo e da presença universal da Divindade. Na infinita variedade das formas, sempre ressurge o mesmo princípio idêntico, com nomes e em níveis diferentes. Assim, no nível g temos a gravitação; no nível b temos o que denominamos simpatia; no nível a, amor. Eles constituem a mesma lei de atração, que vincula as coisas e os seres e os sustenta como organismo, numa rede de contínuas relações e trocas, tanto no mundo da matéria quanto no da consciência. O movimento dessa evolução vos aparece fixado em formas bem definidas. Se a continuidade é novo aspecto da Lei (não me cansarei de fazer que todos o observem a todo momento), essa continuidade tem paredes e vértices, nos quais o transformismo criou individuações nitidamente delineadas. A tendência do transformismo fenomênico de caminhar por individuações, é outra característica fundamental da Lei. Por isso, os corpos químicos têm, cada um deles, sua própria individualidade, rigorosamente definida. Um artigo da Lei diz: “Na constituição de um corpo químico bem definido, os componentes entram sempre em relação bem determinada e constante”. Diz-nos esse artigo que os corpos químicos possuem uma constituição individual, perfeitamente determinada, proveniente dos elementos componentes que estão entre si em relação constante. A isto se poderia denominar a lei das espécies químicas. Sem essa individualidade que nos permite isolar, classificar e reconhecer os corpos, não seria possível a química moderna. Pode falar-se, no mundo da matéria, de indivíduos químicos, tal como na Zoologia e na Botânica, de indivíduos orgânicos, no mundo humano, de “Eu” e de consciência. Em seus vastos aspectos de g, b, a, a substância w segue sempre a mesma lei. Assim também no mundo químico temos algo com uma personalidade, que é incoercível vontade de existir em sua própria forma, e reage a todos os agentes externos que pretendam alterá-la. A química delineia exatamente o modo de comportar-se desses indivíduos químicos. Outro artigo da Lei diz: “Quando dois corpos, ao combinar-se entre si, podem dar origem a mais de um composto, as diferentes combinações são tais que, permanecendo constante a quantidade de um dos componentes, as quantidades do outro variam segundo relações bem definidas, ou seja, essas quantidades são todas múltiplos exatos do mesmo número”. Ainda um outro diz: “Todos os corpos simples, em suas reações, combinações, substituições recíprocas, agem segundo relações de peso representadas por números bem determinados e constantes para cada corpo, ou por múltiplos exatos desses números”. Assim a química pode individualizar, com exatidão, os corpos, fixando seu peso atômico, a fórmula de sua valência, definindo as reações próprias de cada corpo, estabelecendo o equivalente elétrico (+ ou -) e, com análise espectral, a luz equivalente. Em outras palavras, o equivalente dinâmico dos corpos. Logo, a química, com a chamada teoria atômica e com a teoria das valências, pode definir, com exatidão matemática, as relações entre um indivíduo e outro. |
FÓRMULA DA PROGRESSÃO EVOLUTIVA
Aprofundemos ainda mais. Compreendeis que o ser não pode ficar fechado no ciclo de w, o vosso universo, dado pelas três formas, g, b, a; que uma eterna volta sobre si mesmo seria trabalho ilógico e inútil; que seria absurdo caminhar sem meta nesse eterno círculo a®b®g®b®a. Vossa mente compreende esta minha argumentação: qualquer limite que se colocasse em w, a razão saltaria por cima dele, procurando outro mais afastado; é absurdo o ciclo fechado, que se repetisse infinitamente em si mesmo. Vossa mente sente a necessidade do ciclo aberto, ou seja, do ciclo que se abre para um ciclo maior, ou que torna a fechar-se em si mesmo para um ciclo menor, sem nenhuma limitação. Fica assim, satisfeita vossa mente, porque foi atendida a necessidade e concedida a possibilidade para que o ser voltasse sobre si mesmo, sobretudo, se estendesse fora de si, além de si, além da forma conquistada que o constrange. Essa fórmula do ciclo fechado, que já vos demos com a expressão sumária: a®b®g®b®a, tem que ser substituída agora pela fórmula mais exata e complexa do ciclo aberto. De acordo com esta nova fórmula, a expressão gráfica dada:
transforma-se nesta outra:
em que o ciclo do universo w, dado por a®b®g®b®a não está mais fechado em si mesmo, mas se abre, invertendo o caminho a®b em b®a e assim desenvolvendo os universos contíguos: w2, w3 etc. A fórmula do ciclo aberto estende-se também para o negativo que é dada pela seguinte expressão: 1º ciclo
... -y
®
x ®
g
®
-x 2º ciclo
-x ®
g
®
b
®
g 3º ciclo
g
®
b
®
a
®
b 4º ciclo
b®
a
®
+x
®
a 5º ciclo
a®
+x ®
+y ®
+x... O diagrama da figura 2 apresenta-nos esse mesmo conceito dos ciclos sucessivos com uma linha quebrada que sobe, alternando seu movimento ascensional com períodos de regressão involutiva. Unindo entre si os vértices e as bases da linha quebrada, vemos reaparecer aqui, no conjunto, a linha ascensional OX em sua expressão mais simples. Encontramos, em nível mais alto, o mesmo princípio, de que agora analisamos o íntimo ritmo e vemos a estrutura mais completa. Observemos agora as características da fórmula do ciclo aberto. As fases da evolução, elementos que compõem as fórmulas dos cinco ciclos sucessivos examinados, podem — nas 5 fórmulas sobrepostas — dividir-se em quatro colunas. Veremos, assim, como se repete em nível diferente o mesmo ciclo com o mesmo princípio. A primeira coluna à esquerda indica o ponto-de-partida; a segunda, a fase sucessiva do caminho ascencional; a terceira coluna indica o vértice do ciclo; deste se desce para a quarta e última coluna. Duas fases de ida e uma de volta projetam a série dos vértices g, b, a, +x... cada vez mais alto, segundo uma linha ascendente. A diferença de nível, entre os pontos-de-partida e os de chegada, é a condição necessária à progressão do sistema. Esclarecemos mais adiante, com casos mais particulares, o significado e as razões filosóficas desse deslocamento, pelo qual a linha não volta ao nível precedente, mas a um mais alto. O curso da linha quebrada no diagrama da fig.2 expressa de forma evidente esses conceitos. As coordenadas são ilimitadas, suspensas no espaço entre dois infinitos. As fases são representadas não por uma linha, porque não são um ponto, mas por uma risca, uma superfície, porque só um espaço pode, graficamente, dar a idéia do deslocamento necessário para atravessar a fase. Cada ciclo representa o que chamais de uma criação. Tais criações se sucedem no diagrama com as letras a, b, c, d etc. Tomamos a criação como unidade de medida do tempo, o ritmo da transformação do fenômeno que examinamos. Resumindo o que dissemos até agora, poderemos concluir: o aspecto dinâmico do universo é regido por uma lei mais complexa (aspecto mecânico) e sua expressão não é dada, simplesmente pela fórmula:
w = a®b®g®b®a mas, por esta outra:
D
= - ¥ ®... -y®-x®g®-x®g®b®
®g®b®a®b®a®+x®a...
®+¥
em que D
exprime, na série infinita, uma unidade coletiva maior que w, isto é, um organismo de
universos. |
Os Exilados da Capela