BRASÍLIA / DF, 2ª feira, 4 de março de 2002
DIA DA VIAGEM N° | 616 |
CHEGADA A BRASÍLIA / DF | 4ª FEIRA, 20/02/2002 |
QUILÔMETROS FEITOS NO BRASIL | 2396,88 km |
DIAS DE VIAGEM PELO BRASIL | 89 |
QUILÔMETROS TOTAIS FEITOS | 7897 km |
Oi colegas!!!
Finalmente pude assistir ao Carnaval em Paracatu. Estivo muito bom, mas o ultimo dia, quando pensava tirar as fotos da escola do samba, fiquei falando com um policial e cheguei tarde. Igualmente, o destino do filme na minha câmara já estava marcado: quando revelei o filme aqui em Brasília, estava tudo estragado... entrou água na câmara. Infelizmente perdi as fotos.
De Paracatu rumei para Cristalina; só 100 km, mas ruins demais: quase sempre subida, chuva na estrada... Deus, acho que foi a primeira vez que tive vontade de jogar longe a bicicleta. Fui embora de Paracatu às 8:30 hs... e cheguei a Cristalina / GO às 21:30. Sem palavras. Mas, preciso dizer, gostei muito do local. Lá tive uma nova idéia: começar um registro dos locais que vou conhecendo e subi-lo depois no meu site, assim, através do tempo, ficara uma guia para futuros viajantes donde poderão encontrar os principais dados e contatos para se mover nessas cidades.
Depois de Cristalina, Luziânia. E, finalmente, Brasília. Fui embora de Luziânia não muito cedo, pois Brasília ficava perto, assim que me encontrei pedalando na periferia da cidade perto das 13:00 hs... completamente molhado pela chuva, claro, já que São Pedro não esqueceu de me recordar a sua existência. Em isso, um cara apareceu ao meu lado, também numa bicicleta, e falou:
"Oi ! Você vem de aonde?"
Quando estou pedalando, não gosto de falar. Não perguntem por que: simplesmente sou doido. Então respondi "de Argentina", e segui pedalando. O cara não foi embora, senão que voltou a me alcançar:
"Eu também sou ciclista, vem para a minha casa que vai ficar com a minha família"
Vocês compreenderão: não pensei duas vezes. O cara, chamado Robson, convidou-me a ficar na sua casa, sendo eu um total desconhecido. Eu poderia ter ficado surpreendido, mas fazia tempo que já conhecia a hospitalidade brasileira, assim que simplesmente segui ele até a sua casa. Lá conheci a sua esposa Bizé e às suas três filhas: Bárbara, Ligia e Thaís.
Em total, fiquei 12 dias em Brasília. Amanhá já vou embora para Anápolis (os planos são agora ir até Cuiabá / MT). Descobri que o Robson, igual que Bizé, não são somente ciclistas, são também poetas: a sua casa está cheia de velhos LP, livros, troféus. Não só isso: também descobri que são mais doidos que eu, coisa que acreditava impossível: os dias todos que passei com eles foram de risos e brincadeiras.
Tive oportunidade de conhecer bem Brasília: Robson encarregou-se disso. Eu tenho um livro para viajantes, que fala das principais cidades de América do Sul, que fala coisas assustadoras de Brasília. Robson quase queima o meu livro. Na verdade, a cidade é linda, e é curiosa: é diferente. Foi desenhada para funcionar como capital administrativa do Brasil, assim que esta toda dividida em setores (setor hoteleiro, setor comercial, setor administrativo, etc.). É difícil se acostumar, mas depois de se adaptar, é uma coisa muito interessante: a primeira vez que olho uma cidade inteiramente construída passo a passo por um grupo de arquitetos.
Então, acho que é tudo. Só esqueci falar que a minha câmara fotográfica morreu: estava tratando de tirar uma foto do deus pagão das rodovias, Orixá, numa praça. Comecei a fazer troça dele, e então a minha câmara recebeu a sua maldição: estragou definitivamente. O pobre aparelho já tinha suportado muitas chuvas, calores e neves desde Ushuaia. Robson, na hora, me apresentou um colega seu, experto em concertar equipamento fotográfico. O cara foi terminante: "O melhor lugar para esta câmara é a lixeira". Então, foi dentro do seu ateliê e pegou outra... exatamente igual, e deu-me como presente.
Falou colegas, basta já de escrever. Convido vocês a olhar algumas fotos tiradas por Bizé e Robson:
![]() Os Candangos, e atrás o Palácio do Planalto. |
![]() Aqui quebrando a lente da câmara. |
![]() JK Memorial. |
![]() Algumas pombas... |
Família Robson.