A competição em quadra coberta em Stuttgart vem ao encontro de uma tradição na Alemanha. O país foi o primeiro do mundo a promover torneios de tênis "indoors", graças à construção, em 1911, de uma quadra coberta em Bremen. Essa obra infuenciou muito o desenvolvimento do esporte no país, mas foi destruída por uma bomba durante a Segunda Guerra Mundial. Sua influência pode ser sentida através do impressionante número de quadras cobertas que a Alemanha tem hoje: 4.300 exclusivas para a prática do tênis. Curiosamente, foi um romeno o grande responsável pela realização do Super-Série de Stuttgart: Ion Tiriac, tenista que abandonou as quadras nos anos 70 e foi treinador e "manager" do maior ídolo do tênis alemão; Boris Becker. Tiriac construiu sua empresa de promoções de eventos em cima do "boom" que seu pupilo causou na Alemanha. Ele convenceu as autoridades locais a promover uma competição em quadra coberta na cidade, depois de nove anos. O resultado foi perfeito: a edição do Torneio Indoor de Stuttgart de 1990 foi um sucesso de público e Becker se sagrou campeão. Depois de quatro anos sendo disputado em fevereiro, no final do inverno europeu, tudo mudou. Em 1995 o torneio ganhou o status de Super 9, a antiga denominação da Série Masters, mas saiu de Stuttgart e foi ser disputado em Essen. A competição tomou o lugar do torneio de Estocolmo e passou a acontecer em outubro. Em 1996, no entanto, Stuttgart voltava a sediar o torneio e, para marcar o segundo reinício de disputa na cidade, lá estava Boris Becker novamente levando o título. A partir dali o torneio não saiu mais do confortável estádio para 8 mil e 500 pessoas, dentro do complexo olímpico da cidade. Bom para o holandês Richard Krajicek, que mostrou ter o jogo talhado para a quadra de carpete. Ele, que já havia sido campeão em 1995, em Essen, chegou à final em 1997/98/99, ficando com o título em 1998. Mas em 2000 Tiriac optou por uma quadra "Greenset", um piso mais poroso e lento, o que democratizou o evento.

A história do torneio de tênis da capital italiana começa em 1930, quando surgiu incentivado por Benito Mussolini. O ditador fascista construiu o Foro Italico, um centro esportivo que inclui o principal estádio de futebol da cidade, o Estádio Olímpico, e um estádio de tênis com arquibancadas em mármore cercadas por enormes estátuas do mesmo material e pinheiros que apontam para o céu.. No mesmo local foram construídos outros prédios para as Olimpíadas de Roma, em 1968. Com o crescimento em importância e o aumento do interesse do público, não restou outra opção senão construir arquibancadas móveis sobre as originais, encobrindo as arquibancadas e algumas das famosas estátuas durante a realização do torneio. A medida permite que 10.400 pessoas se acomodem no local. Outra peculiaridade da competição é a concorrência com o futebol. Quando há jogos no Estádio Olímpico, o barulho da apaixonada torcida italiana acaba sempre mexendo com os tenistas. Mas a paixão não é exclusiva dos torcedores do futebol. As arquibancadas do Foro Itálico são unanimemente apontadas como as mais "quentes" do circuito, com seus tifosi gritando apaixonadamente em cada lance importante, especialmente quando italianos estão na quadra. A presença de belas mulheres dá outro toque especial ao ambiente. O Master Series de Roma tem dois atrativos especiais para os tenistas: um para o corpo e outro para a alma. É consenso que na Itália eles encontram o melhor spaguetti, prato favorito dos tenistas. O segundo atrativo é que a organização sempre tenta agendar para os jogadores uma visita ao Papa. Mesmo sempre tendo reunido os melhores tenistas do circuito, a disputa em Roma nunca teve um campeão com uma sequência de títulos marcantes. Os maiores vencedores são três, e eles venceram apenas três vezes cada um: o tcheco Jarislav Drobny (em 1950/51 e 1953), o australiano Martin Mulligan, hoje residente de Roma, (1963, 1965 e 1967) e o austríaco Thomas Muster (em 1990, 1995/96). O brasileiro Gustavo Kuerten deixou sua marca no saibro romano ao conquistar o título em 1999.

O torneio disputado no Palais Omnisport, em Bercy, na periferia da capital francesa, tem uma vida curta. Ele foi disputado pela primeira vez em 1986, neste estádio coberto com capacidade para 15 mil pessoas. O Palais Omnisport é extremamente polivalente e recebe vários tipos de evento, como atletismo, tenis, hipismo, esqui, basquetebol, óperas e consertos de rock.. Anualmente também serve de sede para um desafio de kart para pilotos de Fórmula Um. O estádio tem um design arrojado, em formato de pirâmide e coberto de grama, e foi construído no começo dos anos 80, dentro do plano para revitalizar a região leste de Paris, pobre em atrativos em relação à região oeste da capital francesa. Recentemente foi construído ao lado do Palais Omnisport o Parque de Bercy, muito arborizado e com parque de diversões, mais uma atração para o público francês fazer um de seus passatempos favoritos: o pique-nique. Sempre disputado no começo do inverno europeu, o torneio é um grande sucesso de público e sempre atraiu os melhores tenistas do mundo pela elevada premiação que sempre distribuiu. Também tem muita importância para os tenistas por ser o ultimo da Serie Masters do ano e um momento importante nas definições do ranking. O primeiro campeão da quadra de tapete rápido de Bercy foi o alemão Boris Becker, que se transformaria no maior campeão do torneio ao repetir a dose em 1989 e 1992. O norte-americano Andre Agassi também ganhou seu lugar na história ao ser o primeiro a vencer o Aberto da França e o Masters de Paris no mesmo ano, em 1999.

Confira as últimas dez finais deste torneio:

1991 - Guy Forget(FRA) venceu Pete Sampras(EUA) por 7/6, 6/4, 4/6, 5/7 e 6/4 1992 - Boris Becker(GER) venceu Guy Forget(FRA) por 7/6, 6/3, 3/6 e 6/3 1993 - Goran Ivanisevic(CRO) venceu Andrei Medvedev(UKR) por 6/4, 6/2 e 7/6 1994 - Andre Agassi(EUA) venceu Marc Rosset(SUI) por 6/3, 6/3, 4/6 e 7/5 1995 - Pete Sampras(EUA) venceu Boris Becker(GER) por 7/6, 6/4 e 6/4 1996 - Thomas Enqvist(SWE) venceu Yevgeny Kafelnikov(RUS) por 6/2, 6/4, 7/5 1997 - Pete Sampras(EUA) venceu Jonas Bjorkman(SWE) por 6/3, 4/6, 6/3 e 6/1 1998 - Greg Rusedski(GBR) venceu Pete Sampras(EUA) por 6/4, 7/6 e 6/3 1999 - Andre Agassi(EUA) venceu Marat Safin(RUS) por 7/6, 6/2, 4/6 e 6/4 2000 - Marat Safin(RUS) venceu Mark Philippoussis(AUS) por 3/6, 7/6, 6/4, 3/6 e 7/6.

O torneio de Hamburgo é o quarto mais antigo do mundo, só superado pelos Grand Slams de Wimbledon (1877), dos EUA (1881) e da França (1891). A primeira competição, disputada em 1892, só foi aberta a jogadores da Áustria e da Alemanha e demorou mais de um mês sendo disputada, pois foi interrompida devido a surto de cólera na cidade. O torneio era disputado na associação de esqui no gelo da cidade, num local que, no inverno, se transformava numa pista natural para a prática desse esporte. Só em 1897 Hamburgo passou a receber tenistas de todo o mundo. Em 1924, a competição passou a ser disputada na periferia da cidade, em Rothenbaum, local inalterado até hoje. De 1939 a 1948 não houve disputa, em função da Segunda Guerra Mundial e seus efeitos. Mas a reabertura da disputa teve um gosto especial, já que foi vencida por Gottfried van Gramm, maior ídolo alemão do tênis na primeira metade do século. Ele venceu a competição quatro vezes antes da guerra, venceu na reabertura e ainda uma sexta vez em 1949, aos 39 anos, se tornando o maior vencedor em Hamburgo em todos os tempos. Em 1969 o torneio passou a ser profissional, com um prêmio de US$17.500. Em 30 anos, o valor saltou para mais de US$ 2 milhões. Nos anos oitenta, surgiu a obra que é motivo de orgulho para os alemães: o Estádio de Rothembaum, um dos mais bonitos do mundo, com um teto retrátil cobrindo sua quadra de saibro. O estádio acomoda mais de 17.000 pessoas. O piso ali é um dos mais lentos do circuito, devido ao clima muito úmido. O público também é um show à parte, famoso por sua elegância. Em nenhum outro estádio do circuito se vê tantos casacos de vison, tantos ternos e gravatas. Uma atração mais prosaica, mas com não menos sucesso, é o jogo de futebol que tradicionalmente acontece entre tenistas europeus e sul-americanos, no campo de treino do Hamburgo que fica ao lado. Terminada a partida, aumenta muito a vontade de assistir aqueles atletas jogando tênis..

Confira as últimas dez finais deste torneio:

1991 - Karel Novacek(CZE) venceu Magnus Gustafsson(SWE) por 6/3, 6/3, 5/7, 4/6 e 6/1 1992 - Stefan Edberg(SWE) venceu Michael Stich(GER) por 5/7, 6/4 e 6/1 1993 - Michael Stich(GER) venceu Andrei Chesnokov(RUS) por 6/3, 6/4, 6/7 e 7/6 1994 - Andrei Medvedev(UKR) venceu Yevgeny Kafelnikov(RUS) por 6/4, 6/4, 3/6 e 6/3 1995 - Andrei Medvedev(UKR) venceu Goran Ivanisevic(CRO) por 6/3, 6/2 e 6/1 1996 - Roberto Carretero(ESP) venceu Alex Corretja(ESP) por 2/6, 6/4, 6/4 e 6/4 1997 - Andrei Medvedev(UKR) venceu Felix Mantilla(ESP) por 6/3, 6/4 e 6/2 1998 - Albert Costa(ESP) venceu Alex Corretja(ESP) por 6/4, 6/2 e 6/1 1999 - Marcelo Ríos(CHI) venceu Mariano Zabaleta(ARG) por 6/7, 7/5, 5/7, 7/6 e 6/2 2000 - Gustavo Kuerten(BRA) venceu Marat Safin(RUS) por 6/4, 5/7, 6/4, 5/7 e 7/6.