Os Cruzadores
Cruiser
: O termo nasceu no final do século XIX, inicialmente empregado para navios de combate capazes de cruzar oceanos com seus próprios meios, dotados de boa velocidade e armamento adequados, exercendo diversas funções como proteção de rotas mercantes, vigilância, exploração e patrulha. Representam uma evolução natural das fragatas blindadas, sendo que os primeiros cruzadores eram dotados de propulsão mista (velas e motor). Classificavam-se segundo o deslocamento, em três classes: 1ª classe (entre 3.000 e 6.000 t), 2ª classe (1.500 e 3.000t) e 3ª classe (800 e 1.500t). Posteriormente foram subdivididos em protegidos (dotados de blindagem) e não-protegidos. Com as mudanças táticas e tecnológicas introduzidas nas duas primeiras décadas do século XX, os cruzadores foram divididos em pesados e ligeiros, classificação esta que perdurou, com modificações, até a II Guerra Mundial. As características dessas duas subclasses variavam muito de marinha para marinha, mas os cruzadores ligeiros eram mais rápidos e possuíam um deslocamento menor. Em contrapartida, seu armamento e blindagem eram inferiores ao dos cruzadores pesados.Navio de combate de tamanho médio, grande velocidade e proteção moderada, grande raio de ação e calibre médio. Várias foram as subclasses originadas, entre elas o cruzador leve, o cruzador ligeiro, e outras. Atualmente a MB não possui cruzadores e o conceito destes varia dependendo de cada armada. Geralmente são as maiores e mais bem armadas embarcações de combate de um GT atual, inferiores apenas em tamanho aos NAes.
(Battle Cruiser) Navio de combate, derivado do encouraçado, surgido no início do século XX. A primeira classe de cruzadores de batalha (Indefatigable) foi projetada na Grã-Bretanha em 1906, baseada no encouraçado HMS Dreadnoght. Os cruzadores de batalha caracterizavam-se pelo seu armamento principal e deslocamento semelhantes aos encouraçados (e, muitas vezes, classificados como tal), porém, com velocidade maior e blindagem menor. O conceito básico por trás do projeto procurava compensar a falta da blindagem pela velocidade maior. Na teoria, essa classe de navios deveria atuar na vanguarda da esquadra, executar o reconhecimento de frota inimiga e abrir caminho para os cruzadores menores. Foram superados pelos encouraçados rápidos da década de trinta, que, com a mesma velocidade e armamento, possuíam blindagem melhor.
Ao contrário dos cruzadores protegidos, que possuíam proteção apenas nos pontos vitais, os cruzadores encouraçados eram dotados de uma blindagem superior, cobrindo uma área maior do navio. Muitas vezes, esses navios eram tão semelhantes aos encouraçados do final do século XIX, que chegavam a ser classificados como tal. Os cruzadores encouraçados foram os antecessores do cruzador de batalha, chegando até mesmo a conviver com eles durante a I Guerra Mundial.
O cruzador combateu na maioria das grandes batalhas navais.
A palavra cruzeiro era usada para indicar operações isoladas de um navio destacado de qualquer esquadra. "Cruzadores" eram fragatas, às vezes chalupas e brigues menores e raramente navios de linha.
Como a principal tarefa do cruzador era surpreender os navios de guerra que atacavam o comércio naval e depredar a marinha mercante inimiga.
Em 1870/80 ingleses e russos tentaram produzir classes de cruzadores de "cinta couraça", mas peso do ferro batido era tão grande que o estreito cinto de blindagem ficava submerso.
O estagio seguinte foi o Cruzador Esmeralda que tinha um convés completo em lugar do meio convés anterior e dava a impressão de um tremendo poder de fogo sobre um modesto calado.
O passo seguinte foi concentrar-se a blindagem sobre as áreas mais importantes. Como resultado apareceu o cruzador "blindado"oposto ao cruzador "protegido".
Diferentemente da dos cruzadores anteriores ele tinha um cinto estreito de blindagem, além de convés protetor e armada com convés de oito polegadas. Foi afirmada como o navio mais poderoso do mundo.
O Esmeralda aproximou-se da idéia francesa de um cruzador de ataque, porém os seguintes cruzadores foram mais potentes.
O novo cruzador blindado deveria ter canhões de 12 polegadas para capacitá-lo a combater em igualdade maior.
O mais revolucionário foi o encouraçado Dreadnought com velocidade de 21 nós com turbina de Parsons.
Os novos navios cumpriram às exigências de seus projetistas ao fazerem 25.5 nós nos testes. Eles brindaram o velho cruzador blindado e durante algum tempo falou-se no desaparecimento do cruzador menor.
As funções à eles destinadas foi escolta avançadas da esquadra de batalha e destruir cruzadores.
O valor dos canhões de 12 polegadas era questionável para as duas ultimas funções.
O termo "cruzador blindado Dreadnought" em 1913 foi substituído por "cruzador de batalha".
O cruzador tradicional tinha ainda sua importância.
Em 1908, começou-se a trabalhar em um novo projeto e o primeiro da classe ficou pronto em 1910. Os navios da classe Bristol apresentaram grandes melhorias sobres os escoltas sendo maiores e mais robustos. Os novos navios da Bristol eram movidos por turbinas a vapor, chegando a 25 nós que equivale à velocidade dos escoltas.
Os cruzadores alemãs conteporaneos eram superiores com área lateral pequena de blindagem à prova de estilhaços sobre as máquinas e as caldeiras e um vantagem de 2 nós.
Os dois lados continuaram a construir cruzadores pequenos, mas os alemães se fixaram na idéia de um grande número de canhões leves, já os britânicos optaram por um armamento muito mais pesado.
Com a classe Chatham os britânicos finalmente chegaram ao tipo de cruzador que desejavam, com autonomia suficiente para caçar os atacantes de navios comerciais e velocidade e armamento bastantes para servir de escoltas de esquadra.
A marinha americana não seguira uma política muito coerente em matéria de construção de cruzadores, os navios americanos individuais tinham conquistado grande fama como predadores da marinha mercante surgindo a tendência em pensar em cruzadores velozes para este propósito. Havia também o problema de escassez de recursos financeiros. Mesmo quando a ameaça de uma guerra com a Espanha fez o dinheiro aparecer, preferiram gastá-lo com navios capitais e não com cruzadores.
Em 1916, como parte de uma ampla discussão na Marinha Americana, o congresso autorizou a primeira dúzia de "cruzadores de escolta". Tratava-se dos primeiros cruzadores leves modernos construídos para a Marinha Americana em 12 anos.
A classe daí resultante só se concretizou em 1923-25, mas, ao primeiro esboço, o projeto pareceu um tanto antiquado para as necessidades da Marinha norte-americana.Teoricamente, esses navios superavam todos os demais cruzadores, com uma velocidade que chegava aos 35 nós, mas os oito canhões de 6 polegadas estavam acoplados em antiquadas casamatas o que diminuia seu raio de ação. Antes de de serem lançados os cruzadores da classe Omaha, tiveram acrescentados ao projeto original dois suportes duplos de canhões de 6 polegadas e dois tubos triplos de torpedos, ao final os Omaha terminaram com um deslocamento total de 7500 t,entretanto, a característica mais impressionante da classe Omaha foi sua velocidade todos os cruzadores dessa classe alcançaram velocidades de 33-34 nós.
Com os problemas ocorridos com os Omaha, a Marinha Americana começou a planejar em 1919 uma estratégia inteiramente nova no que se diz respeito aos cruzadores, a classe Omaha era evidentemente inadequada para operações de longo alcance através do Pacífico, sendo necessário novos projetos com maior autonomia e poder de fogo. Tirando proveito da experiência ganha, o Departamento de Projetos da Marinha Americana criou o Projeto para um cruzador muito maior, capaz de rivalizar com os cruzadores da classe Hawkins britânica. Os projetistas da Marinha esqueceram a proteção do navio contra bombas de 8 polegadas, optando pela proteção contra golpes de canhões de 6 polegadas e dos canhões dos destróires, em suma, os cruzadores Salt Lake City e o Pensacola trocaram a velocidade pelo poder de fogo e autonomia, sendo projetados para navegarem 10.000 milhas a 15 nós, ou seja, menos da metade da velocidade de seus predecessores da classe Omaha.
Mesmo com todas essas modificações, a Marinha Americana não gostou da classe Salt Lake City, considerando-a deficiente em termos de navegabilidade e super-armada não levando em conta a proteção. Os navios seguintes, os seis da classe Northamptons, receberam um castelo de vante levantado, para melhorar sua navegabilidade. Três torres triplas economizaram peso reduzindo assim a área a ser blindada.
A Marinha Americana iniciou um enorme programa de construção de cruzadores no início de 1942, para suplementar o programa "Marinha de Dois Oceanos" de 1940. Três tipos básicos foram trabalhados nesse programa: a classe Cleveland de cruzadores leves de escolta, a classe Baltimore de cruzadores pesados e a classe Atlanta de cruzadores antiaéreos. Os Cleveland de 10.000t foram um desenvolvimento natural dos Brooklins anteriores a guerra, sendo sacrificada a quinta torre tripla de 6 polegadas por uma bateria antiaérea mais pesada de seis canhões duplos de 5 polegadas. Eles estabeleceram o recorde da maior classe de cruzadores já encomendada. Ainda que nove deles tenham sido convertidos em Porta-Aviões leves, 30 chegaram a ser concluídos entre 1940 e o final da segunda guerra. A classe Baltimore se assemelhava aos Clevelands por terem convés corrido e duas esguias chaminés tampadas,porém, seus projetistas estavam livres do limite de 10.000t, de modo que eles se elevaram a 13.000t. Essas duas classes constituíram um progresso lógico dos cruzadores americanos que as antecederam, mas a terceira classe levou a uma ruptura radical. A classe Atlanta assemelhava-se aos cruzadores britânicos da classe Dido por serem muito menores 6000t que os cruzadores-padrão da marinha americana. Embora seu objetivo tenha sido a defesa antiaérea da esquadra, sua função acabou sendo a de destróier-líder e combater unidades da marinha japonesa durante a Segunda Guerra Mundial
À medida que o final da Segunda Guerra se aproximava, o vasto programa americano de cruzadores foi perdendo fôlego e cedendo lugar a um programa de navios de desembarque tipo LST. Em 1944-45, 35 cruzadores de todos os tipos foram cancelados, em prol de navios LST de desembarque. O que caracterizou todas as classes de cruzadores da Marinha Americana foi sua uniformidade de equipamentos e o maciço armamento antiaéreo.
Após a Segunda Guerra Mundial a Marinha norte-americana deu início ao programa "Zangão", para desenvolver uma arma teleguiada que fosse capaz de destruir aviões de alta velocidade, após dez anos de estudos a arma ficou pronta o Terrier era o resultado de todo esse trabalho. O navio para levar uma arma tão eficaz, foram os cruzadores da classe Baltimore, que entraram no estaleiro para adaptações, se tornando assim os primeiros cruzadores da história naval armados com mísseis guiados.
Os franceses pararam de construir cruzadores pequenos em meados da década de 1890 convencidos de que a raison d’être da marinha era operar contra navios mercantes e não contra uma esquadra inimiga.
Os japoneses estavam associados aos ingleses e acompanharam as idéias da Marinha Real. Como seus cruzadores blindados se deram tão bem em Tsushima resolveram dar continuidade às construções de modelos melhorados.
A guerra contra a Rússia acelerou seus planos, pois a Dieta japonesa não queria que a Marinha ficasse muito enfraquecida, mostrando-se que podia impor respeito a quaisquer outros agressores. Os cruzadores blindados podiam ser construídos mais rapidamente que os encouraçados. Por isso em 1905 foram construídos o Tsukuba e o Ikoma, que foram os cruzadores mais pesadamente armados de seu tempo com canhões de 12 polegadas em duas torres, doze de seis polegadas e outras doze de 4,7 polegadas.
Os Ingleses depois de criarem a classe "Town", acharam que era necessária uma nova classe de cruzador menor para trabalhar com os destróieres. Em 1912, tomaram a decisão de construir um novo tipo, mais potente que as escoltas, armados com dois canhões de 6 polegadas e 5 nós mais veloz. As classes Chatham e Buimingham colocaram uma pequena faixa de blindagem na linha d’água, visando a impedir que bombas penetrassem nas salas das caldeiras e nas maquinarias. Esta característica incorporada aos novos cruzadores de forma muito melhorada. Nos novos cruzadores resolveu-se construir o casco com uma faixa longitudinal de aço de alta elasticidade, além da chapa lateral normal de 2,5 cm. Isso deu força estrutural para que o resto do casco fosse mais leve. Economizou-se peso também com a substituição do carvão pelo óleo combustível e uso de caldeiras e turbinas de alta velocidade.
Os Ingleses modificaram o sistema de classificação dos cruzadores. Os cruzadores blindados e os de convés protegidos foram reunidos sob a designação de "cruzadores", enquanto os antigos cruzadores protegidos, os escoltas, os "Towns" e a classe Arethusa tornaram-se "cruzadores leves". Chegou-se ao consenso de que os cruzadores leves tinham calibre até 6,5 polegadas e os navios maiores eram armados com calibre maior.
Durante a guerra, em agosto de 1914, os cerca de trezentos e setenta cruzadores do mundo formavam uma coleção de navios antigos e modernos. Gozando os encouraçados de tanto prestígio, era inevitável que parte maior do combate ficasse destinado a unidades menores e isto deu ao cruzador sua razão de ser. O cruzador continuava sendo o navio de guerra que podia ser construído em quantidade razoável e seria convocado a desempenhar as mais variadas tarefas.
Os cruzadores modernos com mísseis teleguiados têm missão primária de Força de Combate. Estas embarcações são utilizadas em missões múltiplas de combate de superfície (AAW, ASW, ASUW) e são capazes de apoiar grupos de porta-aviões, forças anfíbias, ou de operar de forma independente ou como porta estandarte de grupos de combate de superfície. Devido á sua enorme capacidade de combate, estes navios são designados por unidades de Capacidade de Força de Batalha (BFC). Os cruzadores são equipados com Tomahawk ASM/LAM, o que lhes dá uma capacidade adicional de combate de longo alcance.
Avanços tecnológicos no sistema de Mísseis Standard aliados ao Sistema de Combate AEGIS na classe Ticonderoga, e as melhorias efectuadas nos cruzadores mais antigos melhoraram a capacidade dos AAW de estabelecerem uma melhor confiabilidade na detecção dos alvos. A adição do Tomahawk ASM/LAM no CG-47 complicou o planejamento para alvejar estas unidades por qualquer inimigo potencial, melhorando a reação a qualquer atividade de ataque inimigo.