CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO E ESTACIONAMENTODispersão x Concentração
Já estabelecido o PIM, o comandante deve determinar a disposição geral da força. A guerra naval difere da guerra terrestre neste ponto devido a proximidade entre as unidades ser função da força defensiva vezes a força ofensiva. Graças aos meios de detecção e aos mísseis com alcance além do horizonte, não é mais necessário formar uma linha de batalha para concentrar forças contra o adversário. Com comando e controle(C2) apropriado, forças largamente dispersas podem disparar mísseis contra um alvo com diferença de segundos um ao outro, como evidenciado na operação "Tempestade do Deserto" . Estas mesmas unidades, contudo, são menos capaze de defenderem-se individualmente quando comparada com suas habilidades de apoiar-se mutuamente em uma bem desenhada formação com sobreposição de cobertura de mísseis defensivos. Com estas condições, pode-se esperar o uso de formação defensiva para servir a uma força defensiva ou ofensiva. A realidade não é bem assim e o uso de formação defensiva é mais crítica para a força superior. Consideraremos a razão que suporta esta conclusão na seguinte conflito hipotético entre uma potente marinha "Azul" e uma marinha costeira "Laranja".
Os Azuis sacrificam a superioridade de suas forças se a dividirem e podendo ser engajados separadamente. Ainda, concentrando força para apoiarem-se defensivamente, os Azuis podem simplificar a aquisição dos alvos pelos alaranjados uma vez localizados. Para o Laranja é melhor dispersar as forças frente a superioridade dos azuis. Por quê? Para dispersar as forças Azuis para detectarem, classificarem e engajarem cada unidade Laranja individualmente, para dificultar uma ação simultânea contra todos ao mesmo tempo. Enquanto o primeiro elemento esta sendo engajado, os Laranjas estão ganhando tempo para que outras unidades se posicionem para conduzir ataques coordenados contra as forças Azuis.
Os jogos de guerra americanos eram focados em como poderiam usar uma força tarefa centrada num porta-aviões para projetar força contra a antiga URSS, enquanto os soviéticos construíram seu conceito ao redor da ilustração do jogador inferior. As lições para apreender e aplicar em todas as missões, levando-se em conta as nacionalidades envolvidas, seria que a concentração favorece o lado superior e a dispersão é a tática de escolha quando se esta em posição de inferioridade.
O Eixo de Ameaça
O eixo de ameaça é a estimativa do comandante da direção mais provável de onde um ataque poderia vir. O eixo de ameaça sempre existe, podendo ser aplicado a um simples unidade ou a um grupo, mas é mais significativo para o planejamento de uma formação. Embora pareça simples de entender, há nuances para o estabelecimento e o uso operacional que deve ser esclarecido desde o início para elilminar futuras confusões.
Primeiro, o eixo de ameaça é sempre determinado em direção real, como oposto a direção relativa. Isto significa que o eixo de ameaça de 000 graus é direcionado para o norte, considerando-se o curso de compasso em que a formação está direcionada. Segundo, o eixo de ameaça pode ser definido como uma simples direção, um arco (90 – 120 graus, por exemplo) ou pode ser considerado como 360 graus. No último caso, significa que a força opera dentro do envelope de engajamento do inimigo e que o ataque pode vir de qualquer setor. Além disso, a formação pode ter um eixo único de 180 graus definido, ou separado para cada área, como um eixo GAS(Guerra Antisubmarino), um de GAA(Guerra Antiaérea), etc. O último caso é o mais frequênte e deve-se lembrar que o eixo de ameaça muda com o tempo e com o movimento da força pelo PIM.
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Figura 1: O eixo de ameaça de um Grupo de Batalha nucleado por um porta-aviões em relação a uma aeronave inimiga.
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Figure 2: O eixo de ameaça muda enquanto o CVBG transita pelo Mar Mediterâneo.
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