ASPECTOS HISTÓRICOSUm Marco na Guerra Moderna
O primeiro engajamento entre duas marinhas equipadas com mísseis ocorreu durante a guerra do Yom Kippur em 1973. As marinhas do Egito e Síria supridas pelos Soviéticos empregaram o míssil anti-navio Styx, que tinha o dobro do alcance do míssil israelense Gabriel I. Esta vantagem esmagadora no desempenho dos mísseis sempre puderam ser utilizadas no Mediterrâneo oriental devido aos canais de superfície que sempre aumentam o alcance dos radares de busca de superfície das lanchas de ataque rápidos (Fast Attack Craft - FAC) para além do horizonte de radar.
A vantagem no alcance de engajamento deveria ser absolutamente decisiva. Mesmo assim, as 14 FACs israelenses das classes SAAR I, II, III e IV saíram intactos de inúmeros engajamentos, exceto por um pequeno buraco de fragmento sem importância. Foram as FACs árabes equipadas com o Styx das classes OSA e KOMAR que foram afundadas ou fugiram para o porto. A razão para esta sucesso tático israelense foi o uso integrado de furtividade, despistadores, GE e táticas.
Os planejadores navais israelenses compreenderam que, para se aproximarem a um alcance letal, suas FACs teriam primeiro que sobreviver a um ataque múltiplo de mísseis Styx. Por isso, a primeira geração de FACs israelenses foram modificadas no fim da década de 60 para minimizar seu RCS no arco frontal. No projeto das SAAR IV isto foi cumprido pela limitação da forma da frente, pela aplicação de material RAM na frente da superestrutura e elementos do mastro e o projeto das instalações altas e antenas.
Como opção de defesa primária, foguetes de chaff de longo alcance foram usadas para despistar as tripulações das FACs árabes no sentido de fazê-los disparar contra alvos inexistentes. Mas os israelenses compreenderam que isto necessitava de informações em tempo real de localização além do horizonte dos navios árabes, o que nem sempre foi conseguido. Durante a guerra de 1973, esta tática apenas desviou uma pequena porção dos mísseis anti-navios árabes. Então, como agora, o alerta de ataque de mísseis foi fornecido pela interceptação das comunicações, sistemas de GE passivos, radares de busca aérea e treinamento cuidadoso. O tempo de alerta foi relativamente curto.
Em 1973, os sistemas de defesa de ponto ativos(hard kill) não existiam. As defesas passivas eram a única opção possível. Taticamente, para defesa terminal, os israelenses se dirigiram diretamente em direção aos mísseis (ou contra os navios que as carregavam) num curso constante e sem hesitação.
Foguetes chaff de curto alcance foram disparados sequencialmente em intervalos constantes - determinados pela velocidade do navio versus o tempo de dispersão da nuvem de chaff - a frente e contra o vento do movimento das FACs. Um retorno de radar foi criado pelos foguetes de chaffs de curto alcance que tinham RCS parecido e constantemente paralelo para reduzir a assinatura da FAC. O ataque radial dos mísseis Styx, que se miram pelo centróide voaram diretamente pela formação das SAARs.
A furtividade tem sido combinada sinergicamente com a GE e despistadores usando táticas inovativas. Os israelenses conseguiram surpresa tática e tecnológica em 1973 e que foi operacionalmente decisiva.
Visão Histórica da GE
Desenvolvimentos científicos relacionados com a GE:
- Telégrafo e código Samuel Morse - 1884;
- Telefone - Alexandre Graham Bell - 1876;
- Precursor da antena e do receptor de ondas EM - -Aleksandr Popoff (1890-1900);
- Comunicações por meio de ondas EM - Guilielmo Marconi (1890-1900);
- Tubos de raios catódicos - Ferdinand Braun - (1897);
- Radiogoniômetria e orientação da antena no radiogoniômetro - Belleni Tosi - Alexander Arton - (1900);
- Válvula d iodo - John Ambroase Fleming (1904);
- Patente do funcionamento básico do radar(telemobiloscope) - Christian Hulsmeyer (1904);
- Válvula triodo - Lee Forest (1906);
- Pulso de emissão eletromagnética para medir a distância de um objeto afastado - Gregory breit e Merie Tuve - (1904);
- Antena direcional - Hidetsugu Yagi (1929);
- Desenvolvimento do sonar - Rudolph Kuhnold (1930);
- Utilização das faixas Lorenz para auxílio à navegação aérea e posteriormente para orientar aviões de bombardeio - Alemanha - (1930);
- Apresentação do radar - Sir. Robert Watson Watt - (1935); e 2GM e após a guerra vertiginoso desenvolvimento da eletrônica - circuitos sólidos, em miniatura e integrados;
- Informatização - (1945); inicio da nova era.Uso da GE em conflitos:
- Batalha de Tsushima (Guerra Russo-japonesa) 1905- emprego de MAGE - sistema de telegrafia sem fio(Marconi), (o rádio ainda não existia). Alvorada da GE;
- Perseguição aos cruzadores alemães Goeben e Breslau, no Mar mediterrâneo, julho 1914 - emprego de MAGE e CME - primeiro emprego da interferência deliberada - Radiotelegrafia;
- Batalha de Tannenberg (Prússia Oriental) - agosto de 1914 - emprego de MAGE - Radiotelegrafia;
- 1a batalha de Marne(França) - setembro de 1914 emprego de MAGE - Radiotelegrafia;
- Entre a 1a e 2aGM - Espionagem eletrônica;
- Aprimoramento dos dispositivos mecânicos e elétro-mecânico de criptografia e criptoanálise - Desenvolvimento de equipamentos de MAGE e CME (1914-1939);
- Vôo do dirigível Zeppelin ao longo da costa sul da Grã-bretanha - agosto de 1939 - primeira missão de INT ELET/ELINT;
- Batalha do rio da Prata (cruzador Graff Spee);
- Dezembro de 1939 - advento do radar nas operações navais;
- Batalha da Grã-Bretanha (Luftwave x RAF) - 1940 - Desenvolvimento de CME pela UK, contra os sistemas de navegação e bombardeio empregados pelos alemães;
- Operação Polo Norte - Exemplo clássico de dissimulação eletrônica(CME) 1941/1943 - Êxito total obtido pelos alemães na destruição e neutralização do movimento subterrâneo holandês;
- Operação Biting ou Incursão a Bruneval (França) - 27/28 de fevereiro de 1942 - desmonte e captura de componentes selecionados do radar Wurzburg, para possibilitar o desenvolvimento de CME pelos britânicos;
- Operação Taxable - dissimulação eletrônica(CME) precedendo a operação Overlord;
- 2GM (1939/1945) - organização de sistemas CME e MAGE, de dimensões continentais - INT SINT/SIGINT - INT ELET/ELINT - CCME chaff- segurança das comunicações - RWR(radar warning receiver - sistema de alerta de radar);
- Eliminação do almirante Yamamoto - abril de 1943 - MAGE e criptoanálise realizada pelos EUA;
- Após a 2GM - Guerra Fria e rearmamento eletrônico - espionagem eletrônico - crises internacionais - U-2, USS Pueblo; mísseis soviéticos em Cuba, invasão da Tchecoslováquia; Emprego de aeronaves, navios e satélites em missões INTELET;
- Guerra da Coréia e Guerra do Vietnã - Supressão da Defesa Aérea ativa e passiva(MAGE, CME, CCME e SEAD);
- Conflitos árabes-israelenses - Guerra dos Seis Dias - Guerra do Yom Kippur - Surpresas tecnológicas, dispositivos infravermelhos, chaff, flares e tecnologias modernas de guiagem de mísseis versus GE;
- Conflitos e ações localizadas - operação Entebbe, anti-terrorismo em 1976 - crise do Irã - invasão do Afeganistão;
- Operações no Líbano - Vale do Bekaa - emprego de eletroóticos e dos UAVs;
- Guerra das Malvinas - emprego de MAGE, CME e CCME - banco de dados inadequado para alertar o ataque de mísseis igualmente empregados pelos dois lados(ex. Exocet x Sheffield), emprego de satélites de reconhecimento e comunicação;
- Guerra do Golfo - 1990/1991 - as ações de GE no seu apogeu dinamizam a vitória das Forças de Coalizão e diminuem o período de conflito; total informatização da guerra, emprego de satélites de reconhecimento e comunicação, aeronaves AWACS e JTARS;
- Mísseis integilêntes, visão noturna, sistema padronizado e integrado de PC, sistemas de comunicações rádio terrestre/aeroterrestre de canal único, GPS.
- Operação Raposa do Deserto(Iraque - 1998).
- Operação Justa Causa - (Kosovo, 1999) Sistemas de Data Link para troca de imagens e dados, armas guiadas por GPS, B-2(uma missão, vários alvos), início do uso de Guerra a Navegação(anti-GPS), missões de ataque voadas sempre com apoio de aeronaves de GE, CMEs rebocadas usadas com êxito.
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