Operações em Águas Rasas

Anteriormente, foi indicado que as operações em águas rasas são mais deficeis de conduzir. Agora é importante compreender porque. No exemplo apresentado, pode-se notar que, como regra, o alcance da detecção passiva excede o alcance da ativa. Quando um contato ativo é conseguido, os dois lados estão em distância de ataque um do outro. Naturalmente, o comandante deve preferir expandir o espaço de batalha e engajar o inimigo antes dele chegar no alcance de disparo.

Assim, operações passivas é a regra nestes casos. Operações de águas rasas são a excessão a regra. Embora os barulhos biológicos estejam presentes no oceano, e existam fontes frequentes de contatos falsos(baleias emitindo sons parecidos com tanques de lastro sendo esvaziados), a maior concentração de atividade biológica está nas águas rasas. Além disso, a ação das ondas e marés, o fluxo dos rios e estuários e outros fenômenos naturais combinam para fazer a ASW passiva praticamente impossível deste nesta situação, embora um submarinista operador de sonar mais apto para separar sons do fundo em relação aos operadores de superfície.

O segundo fator a considerar é que as águas rasas tem um gradiente térmico mínimo e nenhum efeito das camadas de ZC. Assim, as unidades de superfície e submarinas estão sempre no mesmo lado da camada. Embora nenhum comandante de sub renunciará a esta vantagem(furtividade) usando transmissões ativas para procurar contatos, as forças de superfície requerem o uso de sonar ativo quando um um eixo de ameaça submarina de águas rasas exista. Novamente, enquanto isto deve ser feito considerando a contra detecção em mente, o comandante do GT deve ter outras razões para sacrificar a mobilidade estratégica e operar próximo da costa.  Por outro lado ele deve assumir que já foi detectado, se não até adquirido. Com isto, a escolha lógica é adotar a melhor postura defensiva para a força e esperar que seu radar de busca de superfície encontre algum periscópio levantado a espreita de um disparo. O que não foi explorado até agora são as medidas que devem ser tomadas para minimizar a ameaça durante sua transição até a área de operações.

Operações ASW Conjuntas

Para uma campanha ASW a nível de teatro ter sucesso, todos os meios ASW disponíveis devem ser empregado corretamente: superfície, aéreos e submarinos. Cada componente da tríade ASW tem forças e fraquezas que devem ser claramente compreendidas para o uso tático apropriado.
Dos três, o submarino é o mais efetivo para encontrar e destruir outros subs. A raiz desta força se baseia na furtividade. Uma baixa emissão significa que pode ouvir sons tanto quanto a sua presa. Como os subs podem cumprir sua missão separadamente, o uso de SSNKs como hunter-killers será discutido separadamente no capítulo "Comandando Submarinos" Aqui será concentrado na interelação com meios aéreos e de superfície que procuram detectar, localizar e engajar alvos submarinos em uma defesa em camadas. Estas fases de engajamento é análoga as qualidades da triangulação passiva, e compreender seu significado é crucial  para as discussões subsequêntes.

ASW de Área

ASW de área tem várias implicações, mas a plataforma específica e táticas usadas para conduzir está ligada ao alcance de sua aplicação. A plataforma de escolha são as aeronave de patrulha marítima(maritime patrol aircraft - MPA), como o P-3 Orion e o Atlantic, e navios equipados com sonar Towed Array, pois possuem autonomia e potência em termos de armas. Os subs também conduzem ASW de área, mas, novamente, seu uso será explorado em outro capítulo. Dos dois, os meios com sonar TA cobrem uma área maior, mas requerem um tempo maior para fazê-lo, enquanto um MPA cobre a mesma área por unidade de tempo, fazendo uma busca rápida de uma área pequena Uma escolha alternativa para ASW de área é uma aeronave embarcada. Embora ela tenha uma pequena autonomia e pouco armamento e carga de sonobóias, ele tem a vantagem de estar próximo da ação e fica pouco tempo na fase de trânsito.

ASW de área é a coordenação do esforço de busca a frente da força principal em áreas específicas do oceâno com significância tática. O objetivo da ASW de área é no mínimo detectar e localizar qualquer submarino na área e se as condições táticas e regras de engajamento permitirem, destruí-lo. Com o conceito de defesa em camada, a ASW de área é a primeira oportunidade para um comandante atritar os subs inimigos.

Exemplos de ASW de área pode ser a limpeza de um ponto de choque, como estreitos, por um navio equipado por um TA operando a 50-80km a frente do GT ao longo do PIM. Além disso, o GT que necessita transitar em alta velocidade durante o transito é menos vulnerável a ataques de subs por trás, mas é muito mais vulnerável aos subs esperando a frente e do lado do PIM. Estes GTs podem usar patrulhas de MPAs a mais de 250km a frente da força ou do lado durante o trânsito.

Tabela 4
ASW  - Fases do Engajamento

DETECTADO/DETECTED
Qualquer que seja a fonte de dados, ativos ou passivos, o comandante tem razões para acreditar que a presença de submarinos é possível(POSSUB) ou provável(PROBSUB).
LOCALIZADO/LOCALIZED
O contato submarino foi localizado em uma pequena área de probabilidade para permitir um ataque com uma pequena chance de sucesso.
VISADO/TARGETED
A direção e distância do alvo, assim como o aspecto, curso e velocidade do alvo são conhecidos com certeza suficiênte para um ataque de alta precisão.
 
ASW de Ponto

Uma vez que os subs tenham penetrado as unidades que conduzem ASW de área, o próximo obstáculo a ser superado será as coberturas externas. Como discutido antes na seção de posicionamento das unidades, as coberturas externas devem consistir de plataformas ASW e AAW, para permitir defesa mútua em conjunto com suas fuções de piquete. Os meios da cobertura externa deve ser passivo e conduzir operações de busca acima e abaixo da camada.

Devido a sua separação da força principal (20-30km com a preferência pela distância até maiores), qualquer contato gerado pelas unidades da cobertura externa irá gerar uma ameaça apenas para estas unidade e não para o corpo principal. Subs equipados com mísseis cruise podem ser uma excessão a esta regra; embora o corpo principal esteja em EMCON Alfa(não emite), é provável que o sub não tenha informação suficiênte para dispara. Além do mais, um comandante prudente irá mudar o rumo do corpo principal para outra direção em relação ao contato enquanto as unidades de cobertura irão examiná-lo.

As unidades de cobertura devem pular sobre todo contato submarino com um He. Com pelo menos dois navios e um He segurando o contato passivamente, uma solução de alvo deve ser conseguido rapidamente para conduzir um ataque de torpedo com armas lançadas do ar. Uma arma de longo alcance, como o ASROC, pode ser usada se o sub esta muito perto. Como alternativa, se um contato passivo é suficientemente forte que um comanante acredita ser um sub no seu envelope de sonar ativo, então uma busca ativa pode ser iniciada e conduzido um disparo a queima roupa. Mesmo não sabendo se o ataque foi efetivo ou não(é um dos métodos menos efetivo), será seguido da colocação do sub na defensiva, dando mais tempo ao comandante para ataques sucessivos.
 
 

Figura: Soanar bi-estático. O sub não sabe da presença do He até que este passe exatamente acima do sub.

A tática discutida também é a tática de escolha podendo um sub ter sorte suficiênte para penetrar as coberturas interna. Por ja ter encontrado posição de disparo nas HVU da força, qualquer outro esforço deve ser feito para distrair aquele submarino do ataque. Tempo é a essência em colocar armas na água, mesmo se ele não for adquirido adequadamente. Junto com este ataque, pode-se executar todas as evasões de torpedo apropriadas baseadas no conhecimento das cargas levadas pelas classes de subs suspeitos.

Táticas de Defesa de Grupos Tarefas

O cenário de um sub a espreita dentro das fronteiras da formação é o pesadelo de todo comandante de força tarefa. Assim, aqui haverá um corpo de doutrina que pode ser selecionado  para complicar o esforço inimigo de conquistar sua posição. Obviamente, toda consideração relativa a postura EMCON e contra-engajamento ainda se aplica, mas também se pode decidir em realizar um plano de zig-zag. Um comandante de submarino pode desejar arriscar em levantar o periscópio ou usar o sonar ativo, ou terá que realisar uma TMA(Target Motion Analysis). Ao ser realizado, um comandate de sub ira determinar o curso e velocidade do alvo ao observá-lo passivamente e calcular o movimento relativo das mudanças de direção que ele vê. Desde que o sonar passivo informe a direção do alvo, mas nenhuma outra informação, o sub pode realizar sua TMA no alvo vários minutos antes dele estar certo de sua informação. Se o alvo resolve zig-zaguear, todo o trabalho será perdido e o sub deverá reiniciar o TMA. Uma  vez que o comandante do sub tem a solução do alvo ele pode diparar um torpedo guiado ou míssil. Sua solução de alvo é o que o comandante do GT está tentando negar ao comandante do submarino.

Sumário

Os submarinos são a maior ameaça  em um teatro multi-ameaça. Um comandante deve considerar sua postura ASW como um parte integral de todo planejamente da missão. Para manejar um sub corretamente, deve-se compreender os elementos táticos do ambiente em que opera e usar todos os meios ASW possíveis para conter sua vantagem de furtividade e surpresa.
 

"I wish to have no connection with any ship that does not sail fast, for i wish to go in harms way"
John Paul Jones, novembro de 1778.

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