Os radares são essencialmente dependentes da altitude nos seus alcance extremos. Este fato explica porque um radar de busca de superfície tem um alcance máximo muito limitado em comparação com os radares de busca aéreos, alguns sendo capazes de detectar aeronaves a centenas de quilômetros, desde que a aeronave esteja acima do horizonte radar. Para entender esta importância, considere a descrição na Figura 10.


Figura 10: Efeito da altitude no alcance de detecção do radar

Os dois elementos são do mesmo grupo de ataque e estão a mais de 300km do seu alvo, representado por um GT genérico. Pode-se notar que a aeronave voando mais alto(a 300km do alvo) já foi detectada pelo radar de busca aérea do alvo por estar a grande altitude, e assim, acima acima do horizonte radar. A outra aeronave esta operando em altitude muito pequena. Como resultado, ela não cruzará o horizonte radar até 40km do alvo, minimizando o tempo de reação inimiga e permitindo um ataque mais efetivo. Se a aeronave voando a baixa altitude for um míssil cruise, seu horizonte radar pode ser ainda menor, em torno de 25km, devido ao pequeno RCS e altitude de vôo muito mais baixo.

O horizonte radar se extende além do visual na baixa atmosfera, principalmente ao nível do mar. Este fenômeno seria insignificante se não tivesse implicação tática. O radar requer a reflexão e retorno do sinal transmitido pela antena, o retorno mais forte é gerado no centro da onda. Os pilotos argentinos de A-4 usaram este princípio para aproximações em baixo nível duante a Guerra das Malvinas. Em essência, o que eles fizeram foi adotar um perfil muito baixo semelhante a do exemplo citado na figura. Tão logo seu alerta radar é ativado, indicando o cruzamento do horizonte radar, eles deveriam diminuir a altitude(Figura 11).
A exposição momentânea era insuficiênte para os operadores de radar britânicos distinguir os contatos e os habilidosos pilotos argentinos foram capazes de conduzir esta manobra mais de três vezes em um padrão de aproximação em alcances sucessivamente mais curtos.  Esta técnica é conhecida como "bicando o lóbulo do radar" e foi empregada com grande sucesso para diminuir o espaço de batalha e o tempo de reação do comandante britânico. Se não fosse pelos atrasos na detonação das bombas de ferro jogadas pelos A-4, seria bem provável muitos outros navios estariam no fundo do oceano próximo as Malvinas.


Foto 11. Bicando o lobulo do radar.

Sincronização do Ataque

Em grandes grupos de ataque, é necessário que o comandante divida esta força em grupos e elementos distintos e designe a cada um uma missão que apoia todo o esforço. Esta prática aumenta a capacidade de sobrevivência dos elementos individuais por complicar a contra-aquisição do inimigo e diminui o total de munição alijada durante a interceptação por aeronaves inimigas, mas também complica o esforço de coordenação do TACO. Como notado no início desta seção, o TACO é analogo a um maestro. Nesta tarefa, se algum elemento do todo falha ou toca fora do ritimo, todo a musica é prejudicada.

O jeito mais fácil de estabelecer a hora apropriada do ataque é trabalhar em direção contrária, desde a última bomba lançada até a decolagem dos elementos de ataque.  A consideração mais critica será o tempo de vôo dos misseis(se for usado como parte do grupo de ataque), tempo de vôo  das aeronaves(que varia entre os elementos de ataque se for planejado manobras em circuito ou eixos múltiplos de ataque), e  o tempo de vôo das armas das aeronaves dos grupos selecionados. Naturalmente, ao se usar bombas de queda livre ou em cacho, elas podem ser tiradas da equação. Por outro lado, com armas guiadas ou PGM seu tempo de vôo deve ser considerado.

Começando pelo tempo de impacto e considerando o tempo de vôo das armas, incluindo misseis cruise, do ponto de lançamento considerado, pode-se saber quando a aeronave chegará a este ponto. Quando ele é conhecido, pode-se novamente trabalhar em direção contrária pelas pernas de movimento traçado para cada aeronave e determinar quando deve decolar para começar a missão.

Conhecido com o tempo simultâneo no alvo(Simultaneous Time On toP (STOP) ou  Time On Target(TOT)), é o nirvana do TACO. Quando o TOT ocorre, significa que todas as munições chegaram no mesmo instante, o que garante a saturação da defesa mais coesiva.

Avaliação dos Danos de Batalha/Battle Damage Assessment (BDA)

Após todo ataque, o reconhecimento deve ser conduzido para acessar a efetividade do ataque e determinar a necessidade de outros ataques no mesmo alvo. Se aeronaves tripuladas foram parte do força de ataque, então uma avaliação do estrago infringido poderá ser providenciado. Esta avaliação pode ser inacurada e pode ser refinada em sua autenticidade(no caso de um ataque ASuW) se for incluído uma aeronave de reconhecimento como uma das últimas aeronaves a entrar na área do alvo. Em ataques contra alvos baseados em terra, isto pode ser obtido por dados de satélites sobre a efetividade do ataque após um período de poucas horas.

Sumário

A Strike Warfare/Guerra de Ataque é o coração da projeção de força. Todo TACO  deve progredir através dos seis passos acima. Deve ser sempre assegurado que exitem forças suficiêntes para comprir a missão enquanto se gerencia recursos limitados. Compreender a força e limitações da IADS inimiga, assim como a estratégia desta força, é essencial para o planejamento. Pode haver alguma aplicação de força antes do ataque principal, como o ataque de misseis HARM como discutido anteriormente, mas um comandante prudente sempre planejará o esforço principal para STOP o adversário no seu trajeto.

"No naval policy can be wise unless it takes into careful account the tactics that ought to be used in war"
Commander Bradley A. Fisck, USN, 1905.

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