CENTRO DE OPERAÇÕES DE COMBATE(COC) DE SUPERFÍCIE

Nesta parte será discutido as missões primárias e secundárias do COC, as cinco informações manuseadas pelas funções do COC e as tarefas e responsabilidades dos oficiais e marinheiros que trabalham no COC. Varias estações de armas que funcionam com o COC também serão discutidas

Missões do COC

A missão primaria do COC é fornecer a disseminação rápida , forma organizada, processamento, display, avaliação competente de informações táticas necessárias e informações de inteligência para as estações de comando e controle. A missão secundária do COC é fornecer controle e ou assistência em operações específicas.

Funções de Manuseio de Informações pelo COC

Existem cinco informações básicas manuseadas pelo COC:

1 - Coleta de informações de várias fontes, ativas e passivas: Radar, IFF, sonar, MAGE, visual, radiotelefone, trafego de mensagem, informativos de inteligência, informativos meteorológicos, ordens e planos de missão, publicações de doutrina, logs, mapas e  NTDS/SAD;
2 - Processamento. É a eliminação de todos os dados não essenciais. Consiste em classificar, inspecionar, avaliar e correlacionar as informações colhidas;
3 - Display. É a apresentação visual de todos os dados de combate e operação para descrever a situação tática e estratégica corrente. São usados vários meios. Esboços(Dead Reckoning Tracer (DRT) e quadro de manobra ), quadro de situação, consoles NTDS/SAD, televisões, anotações e listas, Displays com telas grandes e Indicadoes digitais de displays;
4 - Avaliação. Considera e pondera sobre todas as informações disponíveis com o objetivo de chegar a uma decisão que possa considerada como uma recomendação a estação de comando;
5 - Disseminação. É a distribuição de informações pertinentes as várias  estações do navio e outras unidades que possam necessitar. Pode ser feita por meios de áudio, visual ou eletrônicos.

Os Tripulantes e Suas Funções no COC

Outras além do CICWO(Combat Information Center Watch Officer ), Os outros pessoal do COC varia de acordo com o tipo de navio e condições de prontidão:

1 - Oficial de Ação Tática(Tactical Action Officer (TAO)). Quando determinado, o TAO é o oficial comandante responsável com o emprego dos sistemas de armas e defesa do navio. O TAO executa a avaliação primária no COC e é responsável pelo emprego tático e defesa do navio através da operação efetiva e segura dos sistemas de combate do navio. O oficial qualificado como TAO irá sempre ser designado por escrito pelo CO(Commander Office) e terá autorização para liberar o disparo das armas.

2 - Supervisor do COC (CIC Watch Supervisor (CICWS))
É geralmente o especialista senior da equipe de vigia. Suas tarefas primarias são:
- Ajudar o CICWO nas suas tarefas e responsabilidades;
- Responsável pela equipe de observação do COC;
- Destina pessoal de vigia de acordo com suas capacidades e divide a ronda de acordo com as necessidades para maximizar  o treinamento e minimizar o tédio e fadiga;
- Mantém as anotações de vigia do COC;
- Cancela sinais de alarme e informa o CICWO das interpretações e requerimentos para disseminar ao OOD;
- Auxilia o operador de manobra para obter soluções;
- Assegura que equipamentos eletrônicos estejam ligados e informa deficiências ao CICWO;
- Assegura que o diagrama de formação esteja correto e acurado.

3 - Supervisor de Guerra Eletrônica( Electronic Warfare Supervisor - EWS)
É o responsável pelo gerenciamento dos dados gerados pelo sistema de GE. Suas tarefas primarias são:
- Auxiliar o Oficial de Guerra Eletrônica(Electronic Warfare Officer (EWO)) na realização de suas tarefas;
- Supervisionar o console do operador de GE na operação dos equipamentos de GE, informar contatos de GE e operar os equipamentos de GE do navio via data link apropriado;
- Correlacionar e triangular rastreios de ângulo passivos e integrar com  dados de sensores de outras plataformas;
- Responsável por monitorar a situação de  emissão do próprio navio(EMCON);
- Assegurar disseminação imediata ao avaliador TAO/USW(Undersea Warfare) de qualquer emissão detectada e iniciar contramedidas como ordenado pela autoridade maior.

4 - Operador de Radar de Busca de Superfície(Surface Search Radar Operator (SRO))
Suas tarefas principais são:
- Detectar, rastrear e informar todos os contados de superfície;
- O SRO designa contados usando procedimentos próprios. As designações são confirmadas e aprovadas pelo CICWO/CICWS antes de dissemina-las(skunk A, Skunk B etc ou obriga o NTDS/SAD usar números para designar os contados);
- Informar mudanças de desempenho do radar ao CICWS;
- Conduzir buscas como especificado pelo CICWO/CICWS;
- Informar aeronaves voando baixo as estações de armas relacionadas. O radar de busca de superfície é eficiente em detectar e rastrear alvos voando a baixa altitude;
- Determinar e informar contatos que estejam próximos do ponto de aproximação(CPA) e mudanças no seu movimento relativo;
- Informar quando existe risco de colisão com qualquer contato e quando esta perigosamente próximo e se aproximando do navio.

5 - Supervisor de Detecção/Rastreio(Detection/Tracking Supervisor (TRK SUP))
Suas tarefas principais são:
- Supervisionar todos os operadores de NTDS/SAD incluindo o SDT, o ADT e o ID OP;
- Responsável pelo estado dos equipamentos NTDS/SAD como acurácia das informações de contato, atualizar informações dos contatos quando necessário, assegurar que os dados dos contatos sejam colocados nos NTDS/SAD.

6 - Plotador da navegação. Mantém o plotador de navegação do COC constantemente.

7 - Oficial de Vigia de Superfície. É designado em grandes navios que tem uma área destinada para rastreio de superfície chamada módulo de superfície. Supervisiona as operações dos radares de busca, DRT e outros equipamentos usados no apoio da missão.

8 - Oficial de Controle Aéreo. Designado em grandes navios de aviação que tem uma grande área ou módulo destinado a monitorização das operações de vôo.

9 - Coordenador de Vigilância de Superfície/Submarino(Surface/Subsurface Surveillance Coordinator (SSSC)). Geralmente designado em navios com mísseis cruise ou podem ser parte do estado maior embarcado. Suas tarefas são:
- Controla o emprego dos meios e armas de GSup e GAS;
- Coordena a identificação de contatos de superfície na área de vigilância do grupo tarefa;
- Responde ao SWC.

10 - Oficial de Guerra Eletrônica(Electronic Warfare Officer (EWO)). Não é geralmente um operador/observador designado no COC. Suas tarefas principais são:
- Responsável pela organização, operação e coordenação dos meios de GE do navio;
- Mantém a ordem de batalha eletrôncia(OBE) atualizada. A OBE é uma lista de caraterísticas de interceptações eletrônicas em potencial, amigas e inimigas, que podem ser encontradas em uma área geográfica específica ou operação em particular;
- Estabelece um plano de controle de emissões incluindo o uso de evasão e técnicas de despistamento.

11 - Oficial de Ligação de Armas. Destinado a navios que não tem NTDS/SAD. Suas tarefas são:
- Efetuar a tranferência de alvos dos radares de busca para os radares de DT;
- Designar alvos para as baterias apropriadas.

12 - Coordenador de Armas do Navio/ Oficial de Controle de Armas(Ship's Weapons Coordinator (SWC)/Weapons Control Officer (WCO)). É um observador de NTDS/SAD. É o ligação do TAO do sistema de armas do navio. Suas tarefas são:
- Através das funções de comando do NTDS/SAD, passa ordens de engajamento, setores de reação rápida e todas as ordens de disparo para as equipes de armas verbalmente ou eletrônicamente.

13 - Oficial de Ligação de Artilharia. Designado em grandes navios que tem capacidade de apoio de fogo naval com uma de suas missões. Suas tarefas são:
- Supervisionar as equipes de canhão;
- Agir como oficial de ligação entre o SWC/WCO e a equipe dos canhões.

Funções de Controle para GSup

1 - Controle de Emissões(EMCON). Manter a radiação eletromagnética do próprio navio de acordo com o plano do grupo EMCON.
2 - Controle de Ataque Eletrônico. O uso de interferência mecânica como o chaff ou interferência eletrônica será direcionada pelas estações/pessoal de comando e controle(CO ou TAO) e então executada pelo controle de GE. Isto será feito para prevenir as unidades inimigas de plotarem o navio acuradamente ou prevenir que armas guiadas travem no navio.
3 - Lançamento de mísseis cruise. O emprego de mísseis cruise anti-navio(ASCM) e de ataque terrestre(TLAM) é feito através do COC de Superfície.
4 - Controle de Patrulhas de Combate Aéreo de Superfície(Surface Combat Air Patrol (SUCAP)). Aeronaves designadas para serem usada em tarefas ar-mar requerem controle e guiagem de unidades de superfície do Grupo Tarefa para realizarem seu ataque contra alvos de superfície inimigos.
 

CENTRO DE OPERAÇÕES DE COMBATE(COC) AÉREO

A função da GAA(Guerra Antiaérea) é negar ao inimigo o uso efetivo de seus meios aéreos. Para cumprir esta missão, o pessoal de GAA deve ser capaz de realizar suas tarefas da melhor maneria possível.

Equipamento do COC de GAA

Os principais equipamentos são:
- Repetidores de radar. Eles tem três usos primários na plotagem aérea. Fornecem acesso a qualquer radar de busca aéreo de bordo. Fornecem informações de direção e distância para plotagem, ou mostram pelo SAD. Fornecem tranferência direta de dados de direção e distância para os radares de DT.

- IFF(Identification Friend or Foe). É o meio que fornece ao operador de radar as condições de identificar contatos aéreos como amigo ou potencialmente hostil(desconhecido). Uma não resposta pode significar que a aeronave seja neutra, hostil ou amiga com mal função no transponder. O equipamento IFF apresenta um código de sinal nos contatos do display de radar. Este código identifica muitas características como o tipo de aeronave, identificação da unidade, número de casco ou fuselagem, missão, altitude da aeronave e se a aeronave é militar ou civil.

Displays e Quadros de Status

Estes meios fornecem condições para os operadores organizarem e avaliarem o grande número de informações necessários para conduzir operações de GAA:
- Grade XY. É um display de movimento relativo mantido em um indicador de posição planejado(PPI), normalmente um console NTDS/SAD, durante operações de GAA. Ele mostra as forças do Grupo Tarefa, os contatos do próprio navio e de outras fontes. O console usa coordenadas cartesianas que são padronizadas para uso em data links de NTDS/SAD.
A Grade tem 4 quadrantes(Red, White, Blue e Green no sentido horário a partir do Noroeste) e a origem tem numeração 000 000. Um contato poderia ser chamado Red 030 100, o que significa que ele está no quadrante nororeste a 30 milhas oeste e 100 milhas norte.
- Large Screen Display (LSD) .
- Weapons Status Board. Mostra as armas atuais e o status de alerta.

Funções de Controle do COC em uma Evolução de GAA

- Controle de caças/inteceptadores. Os caças de um NAe ou base em terra podem engajar ameaças a distância além dos radares dos navios. O controle destas interceptações serão transferidas pelo comandante de GAA para as unidades com radar com cobertura 3D da área ameaçada. Navios de superfície ou aeronaves AEW podem cumprir esta tarefa. A partir do COC, o controle de caças será realizado por especialistas com treino em Controle de Interceptação Aérea.

Oficial de Controle de Interceptação Aérea

Suas tarefas são:
- Responsável pelo controle de interceptações aéreas destinada ao navio. Deve ser versado em procedimentos e aeronaves como, performance de combate da aeronave, dados de consumo de combustível, requerimentos que afetam o pouso em tempo ruim, alcance da aeronave com combustível restante;
- Vetorar aeronaves até suas estações  de patrulha;
- Passar informações táticas entre o navio e aeronave;
O Oficial de Controle de Interceptação Aérea fornece três tipos de controle:
- Aproximado: interceptação de aeronaves é sua responsabilidade;
- Tático: interceptação de aeronaves é responsabilidade do piloto, mas o controlador continuará passando informações e instruções;
- Radiodifusão: O plano do piloto e interceptações executadas com o COC fornecendo informações quando necessário.
 

COC DE GUERRA ANTI-SUBMARINA - GAS

A função das operações de Guerra Anti-submarina(GAS) é negar ao inimigo o uso efetivo dos seus submarinos. Para cumprir esta missão, o pessoal de GAS deve ser capaz de realizar suas tarefas da melhor maneira possível.

COC nas Operações de GAS

O COC é o centro nervoso das operações de GAS, particularmente quando conduzindo buscas e ataques coordenados. É o único lugar a bordo de um navio com todas as instalações disponíveis para apresentar uma visão compreensiva da situação tática. As informações táticas relacionada com a situação de GAS é coletada no COC de várias fontes. Seu radar varre a procura de contatos de superfície e aéreos. Ele recebe informações visuais de vigias e aeronaves de GAS.   Além disso, o COC recebe informações de contato continuamente do sonar quando o navio esta envolvido ativamente em ações de GAS. O equipamento de GE pode detectar e localizar emissões submarinas e fornecer dados adicionais para solução do controle de fogo.

COC e Análise de Movimento do Alvo(TMA)

O TMA será feito no COC em displays gráficos como o DRT, prancha de manobra e plotadores gráficos de papel. Eles utilizam informações de sonar passivo para determinar o curso, velocidade e distância dos contatos. As informações dos sonares passivos incluem direção e frequência. O TMA não emite sinais mas é lento(25-40 minutos) e o contato tem que manter um curso constante. Sua acuracia é limitada.

Operadores de GAS no COC

- Avaliador de GAS. Tem o controle do COC durante as operações de GAS. Em situações de multi-ameaça, ele é responsável pelas operações de GAS sob a supervisão do TAO. Pode ordenas mudanças de direção e velocidade para a ponte, determina arcos de busca para o controle do soar e recomenda planos de busca para o CO/TAO/OOD se for necessário.

- Plotador DRT 1. Mantém a plotagem dos contatos de sonar e do navio nas operações de GAS. É responsável pelos dados, erros de dados, Área de Perigo Torpédico(TDA), e estima o tempo de chegada no TDA(ETA TDA).

- Plotador DRT 2. Faz plotagem em assistência aos navios, aeronaves, contatos sonar, armas disparadas e sonoboias com seus números de canais.

- Oficial de Controle Aéreo Anti-Submarino(ASTAC). É o responsável pelo controle das aeronaves de GAS destinadas ao navio(He embarcados e ou He e aeronaves assistidos pelas operações de GAS). Também passa dados táticos entre as aeronaves de GAS e o navio.

Oficial de Ação Tática(TAO). É o responsável pela segurança e emprego efetivo dos sistemas de combate GAS do navio. Pode dar permissão de disparar armas A/S ao ASWE baseado em informações e situação táticas. A autorização de lançamento de armas deverá estar esclarecido na ordem de batalha do CO.

- Supervisor de Sonar. Supervisiona o controle dos sonares incluindo os operadores de console e operações, informações recebidas, processadas e avaliadas e disseminação das informações aos operadores do COC.

- Vigias. Apoiam a ponte e COC com informações visuais como periscópios avistados, flares disparados por subs, esteiras produzidas por torpedos e localização de meios apoiados.

- Oficial de Vigia Engenheiro(EOOW). Assegura planos de engenharia para manter o navio silencioso e que a assinatura do navio seja efetiva. É responsável pelo sistema Praire/Masker se o navio estiver equipado.

Displays e Pranchas de Status na Plotagem de GAS

- Plotador de Ação Tática de GAS. É o mostrador geográfico no DRT que fornece um quadro geral dos meios de GAS empregados como o rastreio do próprio navio, contatos sonar, armas empregadas, aeronaves de GAS e seus contatos e status de armas, e o emprego de sonobóias.

- Quadro de Status de GAS. Fornece informações e o fluxograma para o processamento de contatos. Apresenta códigos de classificação de contatos, status dos contatos, sensores usados e meios empregados no processamento.

- Grade XY. Já discutido. Informa contados de superfície, aéreos e submarinos.

Funções de Controle do COC Durante a Evolução da GAS

- Controle de manobra do navio. Pode ordenar o curso e velocidade do navio para o emprego ótimo do navio. A ponte ainda tema a responsabilidade pela segurança em relação a navegação e colisão.
- Controle dos meios aéreos de GAS. o ASTAC é responsável pela utilização dos meios aéreos destinados ao navio em uma ação de GAS. O ASTAC deve ser familiarizado com as armas e sensores da aeronave de GAS, com as técnicas e doutrina de GAS aérea, procedimentos de emergência das aeronaves e procedimentos táticos.

SUMÁRIO

Com o aperfeiçoamento dos sistemas de C3, foram integrados novas capacidades. O uso intenso de computação e o manuseio de informações adicionaram o termo Computação e Inteligência resultando na sigla C4I. Com a adição e uso de outras tarefas e sistemas relacionados com vigilância, pontaria e reconhecimento(Surveillance, Target e Reconnaissance) aos sistemas C3, passaram a integrá-los na sigla C4ISTAR. Por exemplo, um UAV de reconhecimento e suas estações de comando e controle fazem parte de um sistema C4ISTAR. Como a função desses sistemas é trabalhar com informações, foi forjado o termo "Guerra de Informações" para tratar com os meios e tarefas relacionados. A Guerra de Informações também inclui meteorologia, navegação e Informações humana(HUMINT - Human Inteligence) que poderia ser a coleta de informações por agentes infiltrados, desertores, prisioneiros de guerra e colaboracionistas, o planejamento da missão, ensaio da missão, informações(SIGINT, IMINT, HUMINT), coordenação precisa da pontaria, identificação de alvos, compartilhamento de consciência da situação, sincronização rápida de forças conjuntas, interoperabilidade em tempo real, troca de informações, visualização de todo o espaço de batalha e relato de localizações.
De forma ofensiva, a Guerra de Informações seria usada junto com os outros meios para diminuir o desempenho dos sistemas C4ISTAR do inimigo. O principal seria a Guerra Eletrônica apoiado por aeronaves de ataque e mísseis.

"All warfare is based on deception. Therefore, when capable, feign incapacity; when active,           inactivity. When near, make it appear that you are far away; when far away, that you are near. Offer the enemy a bait to lure him; feign disorder and strike him"
Sun Tzu
 

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