E
como já estava registrado nas entrelinhas do destino (ou em algum outro lugar
menos gay), a Patty e o Taylor não se desgrudavam mais. Todo final de semana
eles saíam e todo santo dia davam um jeito de se verem. Isso soou como aqueles
melhores amigos à lá Dawson's Creek que sempre se apaixonam e conseguem se
divertir muito sozinhos. Nah... Nem era bem assim. O Isaac e o Zac sempre
estavam junto. Os quatro tornaram-se amigos daquele tipo pau-pra-toda-obra. Teve
até um dia em que a Patrícia tivera de fazer um trabalho para a faculdade com
tema livre e eles cooperaram. Ela escolheu o tema música, como já era previsto
por quem conhecia a Futemminha um pouco mais a fundo, e por falta de material
diferente para apresentar, além de livros, vídeos chatos e fotos no
retroprojetor, os três foram até a sala da Patty dar uma mini-palestra sobre
sua experiência com música e tudo mais. Não precisa nem dizer que teve umas
fedidinhas que praticamente abriram as pernas para eles, não é? Mas nada que
as piadas do Isaac para descontrair e os comentários daqueles bem sarcásticos
do Zac não fizessem a situação ficar divertida. Claro que o Taylor não podia
perder a oportunidade de ser querido e chamar a atenção da mulherada. A Patrícia
queria cagar na cabeça dele, porém tudo foi resolvido com alguns socos e
empurrões no ombro do coitado do Tay. Na brincadeira, é lógico. E assim, a
vida deles ia muito mais divertida do que quando eles andavam só entre eles e o
George.
Aliás,
falando no George, ele era o único que não estava gostando nada daquilo. Ele
sentia como se não tivesse mais amigos. Na verdade, o problema mais grave era
com o Taylor, o qual George considerava como um irmão. Dá para entender, já
que eles eram amigos há alguns anos e brigaram tão poucas vezes. E uma das
brigas que eles tiveram foi por causa da Patrícia, mais uma razão para o
George não gostar dela. Eu já comentei que o George não gostava da Patty?
Pois é, ele não gostava dela. Não era nada do tipo "Eu odeio essa
garota, tomara que uma bigorna caia na cabeça dela e ela morra", mas ele a
via como a verdadeira destruidora de lares, como a malvada da história, que
roubou o Taylor dele sem que este pudesse perceber. Só que é claro que ele não
dizia isso em voz alta. Hei, se você pensou agora "Mmm, hihi, eu acho que
o George é gay", trate de rever os seus conceitos, amadureça a sua mente
e reflita que amizades fortes não existem apenas entre mulheres. Aliás, o
George era bem desse tipo. Homem machão e preconceituoso. Por isso que para ele
era tão difícil de lidar com essa saudade que ele sentia do Jordan. Na cabeça
dele, era da farra e das empolgações alcoólicas junto com o Taylor que ele
sentia falta.
Toda
vez que combinavam de ir a algum lugar, nem que fosse na farmácia se pesar
(isso é um exemplo muito chulo se nós considerarmos que na casa dos Hanson
tinha uma balança com certeza), o Zac lembrava o irmão do meio de ligar para o
George. Quer dizer, o Zac só lembrou uma vez porque ele não era exatamente uma
pessoa de ter muita consideração pelos outros. Normalmente era o Isaac quem se
lembrava do George. Mas isso só quando o Taylor esquecia. Bom, mas nem
adiantava todas essas combinações porque na hora do vamo-vê, o George quase
sempre recusava o convite. Perguntava:
-
A Patty vai junto?
O
Taylor respondia:
-
Vai, claro. Mas por que você sempre pergunta isso?
-
Não, por nada. Eu não vou porque eu tenho que...
Aí
ele inventava qualquer desculpa esfarrapada para não ter de ir e ficava em casa
amaldiçoando todos os antepassados japoneses da Patty, porque, segundo o
George, eles eram os desgraçados culpados por ela ter nascido.
O
Taylor tinha notado o afastamento entre ele e o melhor amigo, mas o George
andava diferente demais para tentar se aproximar de novo. Andava meio grosseiro,
respondia ironicamente às perguntas do Taylor e sempre o cortava quando recebia
ligações dele.
Isso
durou aproximadamente duas semanas. Depois disso, o Taylor resolveu tomar alguma
atitude e convidou o George para beber alguma coisa.
-
E não, a Patty não vai - o Taylor deixou claro já de cara no telefone.
-
Ok, a gente se vê lá então.
A
situação estava cada vez mais desagradável, portanto o Taylor reconheceu que
era hora de ter uma conversinha com o George para saber o que é que estava
acontecendo. No carro, indo para o bar, o Taylor ia pensando sobre como iria
falar sem puxar briga, conversar sem que o George fosse irônico ou se alterasse
para qualquer nível de braveza. Não adiantou muito essa reflexão.
Chegando
no local, o Taylor estacionou e, vendo o carro do amigo parado, entrou. George
estava esperando em uma mesa. Parecia tranqüilo. Ao ver Taylor se aproximando,
levantou e o cumprimentou:
-
Hey
partner.
-
Oi, George.
-
Senta aí, vamos beber alguma coisa.
-
Na verdade, eu não vim para beber.
O
George não entendeu. E perguntou:
-
E veio pra quê então?
-
Conversar - o Taylor respondeu, sentando.
-
Nós podemos conversar enquanto bebemos.
-
Não, é um assunto que eu quero que você esteja sóbrio para falar a respeito.
Em
silêncio, o George sentou.
-
Fala - ele disse com o ar cínico que vinha carregando ultimamente.
-
George, o que é que está acontecendo? Você anda um pé no saco. Mal fala
comigo e, quando fala, é de um jeito sarcástico e... - O Taylor parou de falar
quando percebeu que estava aumentando o tom de voz. - Eu não me recordo de você
um dia ter sido assim filho da puta.
-
Você fica reclamando que eu tô estranho como se eu fosse o único que tivesse
mudado.
-
Do que você tá falando?
-
De você! Você virou um merda, Taylor! Desde quando você leva uma garota
passear no seu carro e fica puxando o saco dela 24 horas por dia?! - O Taylor não
estava entendendo muito bem o que ele estava querendo dizer. - É você quem está
um pé no saco e não eu!
-
George...
-
A gente não sai mais! - ele interrompeu. - Era mais legal quando éramos só nós,
cara! Nós catávamos todas as mulheres, bebíamos e fazíamos festa sem
precisar de mais ninguém. Mas agora não é mais assim!
-
Mas eu te convido para sair. Você é que nunca pode!
-
Taylor, que espécie de demente você acha que eu sou? - Nesse momento, o Taylor
se assustou um pouco com a agressividade do amigo. - Desde quando acompanhar a
Patty ao dentista ou ir ao cinema no shopping com a Patty é sair?
-
Pois pra mim é.
-
Ah! claro, eu esqueci, a Patty agora manda em você - o George falou, em tom satírico.
- O que ela gosta, você também gosta.
-
George, o fato de eu ter começado a gostar desse tipo de programa não é culpa
da Patty.
-
Ah! não, imagina! Você virou babá daquela Patrícia!
-
Ela é minha amiga, George - o Taylor argumentava ainda com um pouco de paciência.
-
Olha, se você quer comer essa garota, por que não o faz de uma vez para que nós
possamos voltar a sermos amigos como antes?
-
Ela é minha amiga, caralho! E eu não deixei de fazer as coisas de antes por
causa dela!
-
Ah não?! E foi por quê então?!
-
Porque eu enjoei de comer todas e voltar bêbado para casa.
-
Resolveu criar consciência, Jordan Taylor?! My
ass!
-
Não é questão de consciência, porra! Eu simplesmente cansei! Foi legal por
um tempo, mas agora encheu!
-
Encheu? Tay, what are you talking about?!
Se
divertir não enjoa!
-
Fazer o que nós fazíamos não era diversão, era promiscuidade! Eu não acho
mais divertido fazer aquele bando de cagada!
-
Você nunca achou que fosse cagada! Quanto mais essa outra coisa aí que você
disse. - O George não sabia o que era promiscuidade.
-
O Zac me esmurrava cada vez que eu chegava em casa bêbado; o Isaac me deu uma
porrada quando eu magoei a Patty; a minha mãe vivia me enchendo o saco por
causa dessas coisas que eu fazia; a Gina então estava quase me denunciando para
o juizado... Minha família estava preocupada. Só o meu pai achava tudo lindo.
Então era porque alguma coisa de errado tinha!
-
Isso nunca foi desculpa, Taylor. Admita: você se tornou esse bundão de agora
por causa da Patrícia!
-
Talvez ela tenha influenciado em alguma coisa sim e daí?!
O
Taylor já estava ficando nervoso. O tom de voz que usava era bem diferente do
tom que lhe caracterizava.
-
Aí ó, tá vendo?! Essa garota deveria morrer!
-
Não fala isso, porra! - o Taylor se levantou, gritando.
-
Falo!- o George levantou também. - Você fica para cima e para baixo com ela e
nem percebe que ela está te manipulando! Ela fez lavagem cerebral em você!
-
Não foi isso que aconteceu!
-
E pior: ela tá mandando em você! Cara, você virou um gay, essa é que é a
verdade!
-
George, cala a boca!
-
Você nunca deixou mulher nenhuma mandar em você! Por que é que essa você
resolveu deixar?!
-
Ela não manda em mim!
-
Manda! Manda sim! Por que tudo o que a Patty faz ou pensa, você transforma em
algo sagrado?! Por que cada vez que ela aparece, você parece um bosta, que só
fica a paparicando como se ela fosse a rainha do seu mundo?! Por que...
-
Porque eu gosto dela, porra!
O
bar parou quando o Taylor interrompeu o George berrando tal frase. Ele gritou tão
alto que, mesmo com a música ao vivo, todos puderam ouvir claramente o que ele
disse.
-
O quê? - o George não acreditou muito no que ouvira.
-
Eu... Eu gosto dela - o Taylor repetiu, mas desta vez, mais para ele mesmo ouvir
direito do que para o amigo.
Então
parou um instante para avaliar aquilo que havia dito por duas vezes. Ele gostava
da Patty... Ele estava gostando de alguém. E era da Futemminha, a que ficava
empolgada quando bebia, a que parecia um sorriso em cima de pernas, a que ria de
tudo, a que parecia um sol para o Taylor, a baixinha de cabelão comprido, a
japonesinha mais linda que ele já conhecera. Era ela a menina que iria fazer o
Taylor Hanson entender como era ter um sentimento especial por alguém. Ter
vontade de estar com a pessoa todo o tempo. Passar 90% do dia com aquela menina
sem necessariamente pensar em sexo. Sentir-se atraído pelo interior de alguma
pessoa e não classificá-la com rótulos do tipo gostosa, interessante, bonita
de rosto ou difícil.
A
Patrícia, puxa, a Patrícia... Quando ela sorria, para o Taylor o dia já
estava ganho. E estar com ela era tão bom como... Como o cafuné da Gina. Como
bolacha recheada de morango. Como ouvir Lenny Kravitz em um dia de chuva. Não,
pensando melhor, não era bom, era ótimo estar com a Patty. E o cabelo dela
tinha um cheiro tão gostoso... O Taylor adorava abraçá-la porque podia sentir
nitidamente aquele cheiro de condicionador de frutas. Ele nunca tinha pensado
sobre essas coisas...
E
agora, lá estava ele, em pé, parado no meio do bar, com o George olhando-o com
cara de assustado, enquanto o Taylor concluía tudo sozinho e entendia as razões
de querer a Patty por perto da maneira como vinha querendo.
-
Isso não é verdade. Você não gosta de ninguém.
-
Mas da Patty eu gosto. E gosto muito.
-
Taylor, você tem certeza?
-
Tenho - ele sorriu. - Eu estou apaixonado por ela.
Nossa,
como foi bom dizer aquilo. A ternura no rosto do Jordan era algo incrivelmente
compreensível. E o alívio em seu sorriso, o ar de "finalmente eu entendi
tudo" em sua expressão, fazia daquela discussão toda algo indiscutível.
O George viu que era perda de tempo tentar trazer o Taylor antigo de volta. Este
não iria mais voltar. Estava enterrado e completamente desaparecido. E naquele
momento, o George compreendeu que nunca mais teria uma noitada com o amigo de
anos porque ele havia amadurecido. Por uns segundos, até sentiu inveja do Tay,
mas uma inveja misturada com admiração; e a raiva então passou porque
percebeu que não estava perdendo o amigo. Na verdade, o Taylor estava apenas
mudando um jeito de pensar e começando a sentir algo que ele nunca havia
sentido antes.
Silêncio.
Ainda de pé, o George disse:
-
Você vai contar isso para ela?
-
Não sei. Você acha que eu devo?
-
Depois disso tudo, se você não contar, eu te capo.
Os
dois riram ainda receosos por causa da discussão de há pouco.
-
Será que ela vai querer namorar comigo?
-
Namorar... Que estranho te ouvir dizendo isso.
-
É, eu sei... - o Taylor sorriu.
-
Claro que ela vai querer. Todas as mulheres do mundo querem namorar com você.
-
Não, mas eu não estou falando disso. Será que ela vai me querer assim, como
eu sou? Meio distraído, um pouco lento para entender piadas, meio perdido de
vez em quando...
-
Com mania de falar palavras ninjas, que não dão para entender nada...
-
Com mania de comer batata-frita molhada no capuccino...
-
Meu, isso que você faz é muito nojento.
O
loiro riu, deixando os cabelos caírem nos olhos. O George riu também e deu um
tapinha nas costas do Taylor, daqueles que só os amigos verdadeiros dão. E
disse:
-
Esquenta não, partner. Everything
will be all right.
-
Thanx, George.
Pediram
a conta e saíram do bar.
-
Nada de farra mais então?
-
Agora eu sou um cara de família - o Taylor disse.
-
Caralho, amor é uma merda.
-
Quando você experimentar isso, você vai mudar de idéia.
-
Mas é uma merda.
-
Pode até ser... Mas é uma merda boa de sentir.
-
E faz os caras dizerem coisas bregas também.
Risos.
Cada um entrou no seu carro e foram para casa.
...
Logo
que ouviu a porta principal ser aberta, a Gina correu para ver quem estava
chegando.
-
Cumprido, você me assustou - encolhendo-se no roupão de florinhas.
-
Gina, o que você está fazendo acordada à essa hora?
-
Fiquei preocupada. Você disse que ia sair com o George, que iam a um barzinho.
Achei que você fosse voltar bêbado, então achei melhor ficar te esperando.
-
Pois pode ficar despreocupada porque caindo eu não volto mais para casa -
Taylor sorriu, orgulhoso de si.
-
Como assim? - a Gina desconfiou.
-
Eu não vou mais beber.
A
Gina continuou desconfiada.
-
Não me olha com essa cara, Gina. É sério.
-
Por que eu acreditaria em você agora se a vida toda você me prometeu isso?
-
Porque eu estou apaixonado.
A
reação da empregada da casa foi, na mesma hora em que Cumprido terminou a
frase, correr abraçá-lo.
-
Verdade? - ela perguntou incrédula.
-
Verdade, Gina - ele confirmou, sorrindo.
-
É a japonesinha, não é? Não é?
-
Acertou.
-
Ah! eu sabia - a mulherzinha de pouca estatura comemorou. - E vocês estão
namorando?
-
Calma, Gina. Ela ainda nem sabe que eu gosto dela.
-
Mas ela precisa saber. Liga para ela agora.
-
Gina, são quase três da manhã.
-
Droga, é verdade... - lamentou. - Mas amanhã você fala com ela?
-
Eu vou ver ainda como é que eu vou fazer. Eu nunca fiz isso antes, então eu
preciso pensar direitinho... Eu não quero estragar nada.
-
Como um menino lindo como você pode pensar em estragar alguma coisa?
-
Exatamente por isso. Eu não quero que ela namore comigo só porque todas as
meninas da cidade querem ficar comigo. Eu quero que ela goste do...
-
... do Cumprido, não é?
-
É - o Taylor sorriu. - Dele mesmo.
-
Ela sabe que você gosta de comer batata-frita molhada no capuccino?
Ele
riu. Depois de mais algumas brincadeiras, perguntou:
-
O Ike e o Zac estão em casa?
-
Chegaram um pouco antes que você.
-
Estão no quarto? - o Taylor quis saber.
-
Estamos aqui, maninho - o Isaac disse, parado na porta da cozinha.
-
Então quer dizer que a bicha do meu irmão está apaixonada? - o Zac disse,
sarcástico, aparecendo ao lado do Isaac.
Ao
ouvir tal comentário, Taylor sorriu por saber que seus irmãos agora também
sabiam. E correu até o Zac para dar-lhe um merecido soco na barriga. E rindo,
os dois começaram a brigar no chão, como faziam desde crianças.
-
Ai, sabe o que eu acho? Que na outra encarnação vocês dois eram namoradas - o
Isaac comentou.
-
Claro, a Patty ainda não existia, por isso que o Taylor era apaixonado por
homens - o Zac comentou brincando lá do meio do bolo com o Taylor, afinando a
voz ao falar o nome da Patty.
-
Ah! cala a boca, seu pirralho!
-
Gina, quer tomar um café? Acho que eles ainda vão demorar um pouco com isso -
o Isaac perguntou.
-
Se fosse há alguns anos atrás, eu estaria realmente preocupada com essa briga.
Mas como eu já estou com essa família há vários tempos, eu nem ligo mais
para essas besteiras - a Gina disse, entrando na cozinha. Isaac sorriu e abraçou-a
pelo ombro.
-
Café? Hei, eu também quero - o Zac levantou correndo.
-
Bom, vocês podem ficar aí até a hora que quiserem. Mas eu tenho que acordar
cedo, por isso... Boa noite - a Gina disse.
-
Boa noite, Gina - os três disseram juntinhos. E ela foi para o seu quarto.
-
Então quer dizer que o Taylor tá apaixonado - o Zac voltou a falar com
deboche.
-
Vocês ouviram tudo, é?
-
Pois é, nós ouvimos - o Zac sorriu sarcástico.
-
Muito legal, Tay - o Isaac finalmente falou alguma coisa a respeito. - Agora você
entende porque eu fiquei tão puto quando você ficou com a Patty por ficar.
-
É, eu entendo... Ela é muito legal.
-
É uma grande amiga - o Isaac disse.
-
Cara, que conversa melada - o Zac falou.
-
Você também adora a Patty, Zac. Admita - o Taylor disse.
-
A China
in Box?
-
Ela é japonesa e não chinesa, já te falei.
-
Tá, que seja. Chinesa, japonesa... Não tem diferença.
-
Zac, eu achei que já tivesse ouvido todo o seu estoque de comentários
ignorantes, mas é impressionante como você se supera a cada dia - o Taylor
disse.
-
Puxa, obrigado.
-
E aí, Tay? Como você vai agir? - o Ike perguntou.
-
Ainda não sei. Isso se eu for fazer alguma coisa porque... Bom, eu estou com um
pouco de medo.
-
Medo? - o Zac não entendeu. - Você está com medo? De quê mesmo?
-
Sei lá, de dar errado, de a Patty não sentir o mesmo, de não dar certo...
-
São riscos que você corre. Mas nada que não faça parte do processo.
Era
incrível como o Isaac dizia as coisas certas nas horas mais apropriadas.
-
É... - o Tay concordou. - Eu vou dar umas indiretas pra ver se ela percebe.
-
A Patty? Taylor, é mais fácil o George deixar de andar que nem pingüim do que
a Patty se ligar. Ou seja, impossível.
O
Isaac e o Taylor deram uma gargalhada. O Zac estranhou:
-
O que foi? Vai dizer que vocês nunca repararam que o George anda que nem pingüim?
-
Claro que já, mas - o Isaac começou a falar depois que tomou fôlego. - essas
coisas a gente simplesmente não comenta.
-
Eu já tinha reparado, eu só não sabia definir - o Taylor falou, ainda se
matando de rir.
-
Puta que pariu, vocês são muito lentos - o Zac observou.
Os
dois foram se acalmando. E a conversa começou a desviar totalmente do assunto
inicial. Após mais umas risadas, voltaram a falar do dilema do Taylor e até
tentavam bolar um plano para ajudar o irmão do meio.
-
Tele-mensagem?! - o Zac falou indignado. - Meu, Taylor, se você mandar uma
tele-mensagem para a Patty, eu te soco. Isso é muito brega.
-
Calma, foi só uma idéia.
-
Buquê! Que tal um buquê? - o Isaac sugeriu.
-
É! - o Taylor se empolgou.
-
Porra, buquê?! - o Zac protestou. - E depois, o que mais você vai fazer,
Taylor? Uma tatuagem no braço de um coração com uma adaga atravessada,
escrito Forever? Dá para ser um pouco mais podre? - sarcástico, como
sempre.
-
E... Chocolate? Mulher gosta de chocolate - o Taylor sugeriu mais uma vez.
-
Nossa... Taylor, sinceramente, eu não sei como você conseguiu ser o cara mais
comedor da cidade por tanto tempo. Você é horrível nisso! - o Zac mais uma
vez observou delicadamente.
-
Eu nunca precisei conquistar nenhuma garota, Zac - o Taylor explicou, ainda
paciente.
-
Mulher odeia chocolate, seu poste anêmico. Engorda, dá espinha, celulite... -
o Zac numerou nos dedos.
-
Tá, Zac, se você é tão espertão, por que você não dá uma idéia? - o Tay
se estressou.
-
Calma, meninas - o Isaac disse.
Eles ficaram aquela noite toda conversando sobre o que poderia ser feito. E por incrível e mais difícil que pareça, eles conseguiram chegar a algumas conclusões. Mas é lógico que umas briguinhas básicas tinham que sair.
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