-
Vai mais rápido com isso! - o Taylor gritava em pé no banco da frente do carro
conversível do George, com os braços para cima. - É só isso que você pode
fazer?! Yeaaaaah!
Foi
quando o George freou o carro e o Taylor voou por cima dos pára-brisas e caiu
deitado no capô do carro vermelho. Fez um barulho muito alto, daqueles que
fazem você levantar os ombros quando escuta, dando pena do coitado que se
chocou naquela força.
-
Filho da mãe! Você amassou o meu carro! - o George gritou, levantando no
banco, olhando para o amigo esticado no capô, com o corpo todo espalhado, imóvel.
- Tá tudo bem aí, Tay?
O
Taylor virou o corpo todo para o lado, apoiando os cotovelos no carro e tossiu
forte forçando o peito, completamente tonto.
-
Tay? - o George repetiu alto.
Ele
soltou uma gargalhada e tossiu novamente.
-
Fuck! - o Taylor falou, rindo. - A
gente tem que fazer isso mais uma vez, cara.
-
Se eu tivesse freado um pouco mais forte, você teria voado no muro e morrido,
palhaço - o George riu.
-
Merda.
-
Que foi?
-
Eu tô bêbado.
-
Você sempre está.
O Taylor riu.
-
Vira pra cá que eu tô olhando pro teu traseiro - o George gritou.
Apoiando as mãos no capô na tentativa de se levantar com toda a
dificuldade do mundo, o Taylor acabou se desequilibrando e caiu no chão, todo
desengonçado. O George riu alto e saiu do carro para ajudar o amigo.
-
Taylor Hanson em seu estado máximo de decadência.
-
Imagina, eu tô legal.
-
Claro... Taylor, aceite. Você está uma bosta.
E estava mesmo. Com a camisa lilás completamente imunda e a calça jeans
suja de lama nas barras, o Taylor estava praticamente irreconhecível, já que
sempre andava todo arrumadinho. Na hora da freada, havia cortado o lábio por
dentro da boca, então agora também estava sangrando. Os seus cabelos estavam
oleosos por causa do vento e, por isso, completamente caídos no seu rosto, com
a raiz úmida. Exalava a charuto misturado com cerveja, resultando em um cheiro
tão forte que, se alguém acendesse um isqueiro por perto, o lugar explodia.
Irritava as narinas de quem estava próximo ao Taylor. Ah, ele também havia
vomitado na roupa por beber demais. Ou seja, o garoto estava uma belezura.
-
Cara, você está uma merda - o George repetiu.
-
But I still look hot.
-
Vamo' bora, vai. A Dona Diana deve estar preocupada.
-
Mas já? Eu não quero ir agora.
-
Chega de diversão por hoje pra você. - O George olhou para o amassado no
carro. - Eu devia te linchar, seu escroto! Olha o que você fez com o meu carro!
-
Ops, sorry - o Taylor riu.
Com o Taylor apoiado em seus ombros, o George o colocou sentado no banco
do carro novamente e sentou no de motorista. Com a queda, ele ficou ainda mais
tonto.
-
Cara, você está um lixo - ele falou, ligando o carro.
-
Você vai dizer isso quantas vezes hoje? - o Taylor resmungou, passando a mão
todo desajeitado pela mancha de vômito na camisa dele, que já estava seca. - Vômito
mancha?
-
Você quer tomar banho lá em casa antes de ir pra sua?
O Taylor não respondeu. Ficou quieto um tempo, coçando o pescoço.
-
Cara, eu preciso de uma mulher.
-
Você tem todas as que você quiser, a qualquer horário do dia. É só você
chegar todo simpático, como você sempre faz, que pronto: a garota é sua.
-
Não, você não está entendendo. Eu preciso de uma agora - o Taylor falou,
tossindo entre as palavras.
-
Quando você estiver velho, você vai ganhar o Nobel da Paz por ter pegado todas
as gatas do mundo. Você e o Zac.
-
Cara, eu preciso de uma mulher pra mim. - Ele olha para a mancha na camisa dele
de novo. - Meu, isso tá grotesco.
-
Taylor, você está grotesco - o George riu.
-
Não, porra! Eu preciso de uma mulher que me ame. Que se importe comigo e que
goste de mim pelo o que eu sou. Que quisesse me beijar mesmo eu estando...
Grotesco - ele mostrou-se com as mãos. - Se bem que até um lixo eu continuo
sexy.
-
Cala a boca antes que eu te jogue pra fora do carro.
-
Ok, ok.
O George acelerou, fritando o pneu, levando o Taylor ao delírio. E
depois de uma noitada bastante agitada, George deixou o amigo em casa quase às
cinco da madrugada.
Com certeza você deve estar pensando em como o Taylor é alcoólatra,
drogado, maloqueiro e rebelde. Não, o Taylor é um garoto calmo. Quer dizer,
ele é chegado numa caninha. Tudo para ele é motivo de comemoração. E
comemoração para ele pede bebida. Mas ele procura se controlar. Não é um
daqueles adolescentes viciados, que acordam todos os dias na sarjeta, morrendo
de ressaca.
Mas o negócio do Taylor mesmo é mulher. Nossa, mas como esse menino é galinha. Fica com todas as garotas que você pode imaginar. Todas. Não tem uma na cidade que ele nunca tenha pegado. Só que claro, ele seleciona. São meio que divididas em grupos: as meninas interessantes, ele já tinha dado uns amassos com todas. As "gostosas", como ele próprio diria, ele já tinha levado para a cama. As bonitas de rosto, ele ficava por um tempo e as difíceis, ele agarrava em festas de um jeito mais agressivo, meio na marra, o quê normalmente as deixam fascinadas por ele. Aquela velha teoria do "bate que eu gamo". Na verdade mesmo, mesmo, todas são apaixonadas pelo Taylor. Já ele, não é apaixonado por ninguém. Não teve uma garota que conseguiu prender a atenção do Taylor por mais de dois dias. Depois desse tempo, ele já não quer mais saber da mesma menina. Já troca por alguma outra que ele avistou e achou mais bonita do que a que ele estava beijando. E não, ele nunca teve um amor antigo que o deixou ou uma noiva que o largou no altar e depois disso, revoltou-se com as mulheres e decidiu nunca mais gostar de alguém. Não. Ele é galinha por esporte e porque gosta de ficar com todas as meninas bonitas. E porque nunca achou ninguém que o fizesse querer parar de seguir esta carreira.