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Por Leocádia Costa
      Ver Marilyn Monroe, numa América “pouco hipócrita” aos tabus - homossexualismo, travestis e impotência sexual - em 1959, parece uma heresia. Discutir esses assuntos em público ou apenas sugerir o homossexualismo na tela do cinema não devia ser um ato digno para muitos espectadores. Mas, quem se importa? O gênero  cômico aliviava a tensão e os medalhões do cinema americano Jack Lemmon e Tony Curtis davam sustentação à ousadia.  Jack Lemmon e Marilyn Monroe receberam por suas atuações o Globo de Ouro de melhor ator e melhor atriz e o filme ganhou o Oscar de melhor figurino. 
     Jack Lemmon ( Daphne)  e Tony Curtis ( Josephine) presenciam um crime e a solução é fugir com outra identidade. Preenchendo as  vagas  de duas musicistas, eles embarcam para Flórida  numa banda somente de mulheres. Marilyn é Sugar Kane Kowa, uma musicista  loira e um pouco tola.  Mas sua personagem é cheia de sensualidade ( o que não é uma  novidade quando se fala em Marilyn) e retrata uma mulher liberada para a época.
     O conteúdo de Some Like it Hot é astuto, traz os  mafiosos dos anos 30 , a Lei Seca, os bares e cassinos  escondidos, os crimes em Chicago.  As mulheres são cheias de curvas, redondas , verdadeiras divas femininas e repletas de glamour. Os homens vestem  saias e atuam como damas misturando com perfeição humor e crítica. Os diálogos são frenéticos, aspecto inovador para os filmes da época, sempre mais lentos. Alguns são inesquecíveis:
(Sugar) : -Invejo uma coisa em você!
(Daphne): - O quê ?
(Sugar) : -Não tem seios... 
ou então:
(Daphne): - Vou ser sincera. Não podemos nos casar!
(Osgood) : - Por que não?
(Daphne): - Tenho um passado horrível: morei com um saxofonista...
(Osgood): - Eu te perdôo!
(Daphne): - Não posso ter filhos!
(Osgood) :- Adotaremos!
(Daphne): Você  não entende sou um homem.....
(Osgood): - Bem... ninguém é perfeito!
     Quanto mais quente melhor foi recentemente elogiado como a melhor comédia de todos os tempos. Alcançou o décimo nono lugar no ranking dos melhores 100 filmes da história. Gostaria de ter visto esse filme no cinema. Assistindo as reações do público. Creio que hoje esse clássico não gera mais a mesma  polêmica. É um grande provocador de risadas. Nos faz compartilhar uma obra-prima da comédia, com grandes atores americanos. Mantendo o P&B, com enredo afinadíssimo, consegue tratar de assuntos sérios de maneira elegantísssima.

Quanto mais quente melhor
(Some like it hot, 122 min, P&B, direção: Billy Wilder, 1959)