O professorEstava eu indo para mais uma aula de flauta. Dia quente. Eu no ônibus. Creio que pensava em algo do tipo do futuro. O meu futuro, não me recordo o quê. Estava em um canto do ônibus em pé olhando o mar e pelo reflexo do vidro começo a observar as pessoas. A tarde se iniciava. Olhar curioso o meu, mirando os olhos das pessoas e tentando adivinhar o que pensavam, se valendo para onde olhavam. Pessoas aflitas, pessoas calmas, curiosas. Uns devolviam o olhar ao perceber, outros deixavam de pensar no que pensavam e sabiam que alguém os espionava. Foi então que o vi. Ali, sentado na beira do banco para o corredor. Estava lendo algo e se mexia bastante. Era magro. Tornei a observar porém de cima do ombro. Olhei para trás e distinguí: ele estava lendo uma dessas revistas de músicas que vendem em banca de jornal, e na página havia pautas com várias coisas preenchendo-as e, na medida que lia batia o ritmo com uma mão e um pé. Eu nunca dei atenção especial a esses tipos de revistas, e olhei seu rosto. Era jovem. Acho que fui até próximo dele mais pelo fato de ter visto pautas preenchidas, do que pelo meu ponto de saltar que estava chegando, pois sua cadeira era próxima à porta. Eu faço música desde os cinco. Treze anos de música e na minha frente um aprendiz, pequeno tanto em conhecimentos musicais, pois, para ler esses tipos de revistas, julgava eu, deveria ser um iniciante de violão ou guitarra, como os muitos que se amontoam por aí nos últimos tempos. _ Com licença, tudo bom? – perguntei eu. _ Tudo. _ Que revista é essa? _ (não me recordo), você gosta de jazz? _ Sim. Blues também. Você toca alguma coisa? _ Sim. Sou professor. Que instrumento você toca? _ Flauta Doce. Pretendo fazer a transversa, só que... você sabe, as coisas não estão fáceis. _ Você trabalha? _ Não. Ainda não. Acabei de passar na UFES para Desenho Industrial. Aqui não entendi a situação, pois queria apenas saber o nome da revista. Como fui chegar a esse assunto eu não sabia. Então deixei rolar, afinal meu ponto era ali na frente. _ E você gosta de flauta? _ Sabe, mais ou menos. Eu comecei fazendo por questão de saúde. É por que eu respirava pela boca. Minha mãe, antes de me colocar na flauta tentou me colocar na natação, só que saía pus e catarro dos meus ouvidos. Por isso ela me colocou na flauta. _ E você faz aonde? _ Eu, faço no Conservatório de Música de Vila Velha. Conhece? _ Sim. Da Sônia. _ Eu estou para me formar. Estou no último ano de flauta. O ponto chega e ele também salta. _ Sei. Legal. E quem é seu professor? _ Tânia. Na verdade, eu estou indo para a aula de flauta com ela agora lá no Shopping da Terra. Ela me dá aula na loja dela, Camarim. Fica no terceiro andar. O marido dela toca gaita numa banda de blues: Big Bat Blues Band. Já escutou falar? _ Já. Mas você está no conservatório, mas está tendo aula na loja da sua professora!? _ Não. É que ela dava aula lá, só que aconteceu que ela foi despedida por causa de uns rolos com a Sônia. Então como eu faço aula com ela desde os cinco anos, ela continua me dando aula na loja dela. Pronto! Era exatamente isso que eu queria lá no início da conversa e acabei falando implicitamente. Porém dentro de mim eu perguntava “Estudo música há 13 anos. E você?” _ Eu vou por aqui – disse eu apontando para o caminho que eu sempre fazia. _ Se você vai para o shopping passe por aqui que é menos tumultuado. É mais tranqüilo. Aceitei o convite e continuamos conversando. _ E você. Dá aula aonde? _ (ele disse um lugar que me recordo ser através de uma subidinha). Continuamos caminhando e ele me explicando onde ficava. O que me deixou impressionado foi que ele sempre andava com a cabeça erguida e um sorriso discreto no canto da boca o qual sugeria tranqüilidade. Chegamos enfim ao ponto de nos separarmos, perguntei seu nome e lhe disse o meu. Daí ele disse que foi um grande prazer me conhecer e me convidou a visitar qualquer dia desses o lugar onde ele dava aulas. Agradeci e nos separamos com um aperto de mão. Aí sim quando nos distanciamos foi que percebi, como que por encanto. Pareceu que um grande lençol negro tinha sido estendido na minha cabeça a ponto de não enxergar aquilo e só agora retiraram o lençol: o tempo todo ele fazia perguntas simples e objetivas enquanto eu, sem saber porque, respondia até muito mais além, chegando a falar de coisas que na verdade não poderiam ser ditas e coisas da minha vida. Entretanto ao mesmo tempo que essa sensação de imprecionancia surgia, me sentia tranqüilo, apesar de saber que não iria vê-lo novamente tão cedo, pelo fato de saber que essas informações ele guardaria com ele. Entendi inúmeras coisas com esse homem, e passei a entender melhor o significado do provérbio chinês “O homem comum fala, o sábio escuta e o tolo discute”. O cãoEu estava voltando dos estudos e novamente dentro de um ônibus, porém com a cabeça vazia desta vez. Lembro-me que de repente começou a crescer uma saudade da minha namorada que há muito tempo não via. Fui me lembrando de coisas e no final resolvi visitar uma amiga minha que também há muito tempo não via, e me sentia bem para conversar com ela nesse dia. Incrivelmente estava muito tranqüilo e realmente sem pensar em nada. Fui até a casa dela só para não encontrá-la. Deixei recado para que me ligasse então. Sendo assim comecei a andar para o último ponto antes da ponte no sentido Vitória-Vila Velha. Foi aí que encontrei o cão. Estava cheirando alguma coisa. Como às vezes faço chamei ele só por brincadeira e continuei andando, ele pois, atendeu o chamado e começou a me seguir. Parei para fazer carinho, era magro e seu pêlo era grosso. Via claramente que estava com fome. Olhei para trás de mim e percebi uma igreja, e algumas pessoas que me olhavam. _ Ei cãochorro. Você está magro. Velho de guerra hein. Me levantei e comecei a procurar, com o olhar, uma carrocinha de comida pela pracinha ali. _ Caramba não tem nada! – murmurei comigo. Continuei a andar sem olhar para trás porque sabia eu que ele haveria de estar me seguindo a se desse trela a ele aí sim não pararia. Vi, do outro lado da rua, uma mulher pobre. Carregava umas coisas e então pelo canto olho distinguí o cachorro atravessar a rua e ir para o lado da mulher. Me tranqüilizei, pois para mim ele devia estar com ela devido a semelhança de aparência de ambos talvez. O fato é que estava mais tranqüilo. Entretanto ele atravessou novamente a rua e veio me seguindo. Dessa vez olhei-o, e estava abanando o rabo. Senti pena dele. Parei para falar-lhe mais uma vez: _ Você está com fome não é amigo. Pôxa se eu tivesse algo aqui juro que te daria. A essa altura já estava me sentindo culpado por ele estar ali e eu não poder fazer nada por ele. Eu tinha dinheiro para comprar algo, mas onde eu estava não tinha nada para ele. Eu queria ajudá-lo, mas não podia... E então, como em raras vezes na vida, me senti impotente diante de algo que estava na minha frente. Imprestável. Culpado. Olhei mais à frente no chão e vi uma fruta caída. Havia a árvore dessa fruta ali próximo. Peguei-a e abri parte dela e mostrei a ele. _ Aqui cara. Come isso vai, por favor. – esfreguei de leve a fruta na boca dele pensando que talvez pelo cheiro ou gosto, ele resolvesse comer. Me enganei. Ele continuava com o rabo abanando. Comecei a pensar no ônibus e que iria chegar tarde em casa. Olhei novamente para ele me virei e continuei andando. Ele foi então atravessando a rua para perto da mendiga, percebi uma baba caindo de sua boca. Não pensei duas vezes, e disparei correndo. Corri o mais rápido que pude com uma mochila nas costas. Olhei para trás, e lá vinha ele. Magro, correndo e meio torto. Passei pelo ponto e me escondi atrás de uma grande caixa de luz, na esperança de despistá-lo. Não adiantou. Ele até tinha passado direto, mas parou, se virou e quando vi estava cheirando meu pé. Forcei um meio sorriso para as poucas pessoas do ponto, e fui acalmar o cão, que agora bufava em meio a soluços ao que parecia. _ Ah meu Deus cãochorro! Não era para você ter me seguido. Era para você ter seguido a mulher. Pôxa fiz você correr! Acho que te dei esperança de mais. Não tenho nada. Ele em meio ao abanar de rabo deitou ainda com soluços. Me levantei e havia um sujeito que olhava para o cachorro. _ Ele está com fome. – disse eu tentando parecer indiferente – ele veio me seguindo, vê se pode. _ É. Depois dessa resposta ainda olhei-o mais uma vez. Abanou novamente o rabo. Comecei a me culpar a cada abanada do rabo. Ele não tinha consciência do que fazia e eu é quem era o grande culpado da situação dele no momento. O ônibus veio. Deixei todos entrarem primeiro sem sair do lugar. Depois disparei para o veículo. Só consegui ver o cachorro se levantando e me procurando. Quando olhei para dentro do ônibus dei de cara com o sujeito, o qual tinha conversado, me mirando. Não disse mais nada. Apenas uma palavra vinha na minha mente. Lealdade? Fico com isso até hoje. Os pássaros
Eu gostei dessa experiência, porque além do que eu senti me deixou mais ligado às coisas. Lá estava eu novamente dentro do ônibus, porém desta vez continuando a minha leitura do livro Musashi. Ok, passado isso saí do ônibus e entrei na UFES. Sob a influência do livro ultimamente vinha tentando desenvolver o meu lado perceptivo, e fazia isso desde o momento em que me levantava até a hora em que eu ia me deitar. Estava pensando pelo campo aberto gramado em frente a Biblioteca Central, atento a tudo a minha volta... assim achava. Caminhava tranqüilo quando avistei um pássaro mais a frente. Plumagem negra. Mais alguns passos e vi outro, ia desviar para não assustá-los, e encontrei mais um. Dois, três, quatro,... Quantos eram não sabia, mas quando dei por mim estava cercado deles. Tudo bem que não representavam ameaça. Mas e se assim quisessem? E se fossem pessoas? Ou até mesmo tocaias de um modo geral? E se...? Eram muitos e comiam. Estaquei e esses pensamentos me vieram. Não tive medo, mas um arrepio me subiu... Continuei a andar... para mim nesse dia eu havia perdido a vida. Perdi esse combate. Creio que não contava com isso. O dia inteiro se foi sem nada me “acertar”, até aquele momento. É! Realmente...! O primeiro golpe nunca vem deste lado.
O pássaroEstava em um dia na UFES indo para o ponto de ônibus da passarela. Era noite, na verdade era quase o final do cair da noite. Andava tranqüilo, mas atento. Passava calmamente pelo mato alto quando escuto um grito esganiçado de pássaro. Aquele primeiro grito foi algo que jamais me esquecerei. Era carregado de uma energia muito cortante, quase como de um aviso. Continuei andando mais rápido, e olhei para cima, entretanto não enxerguei nada, apenas o céu escuro. Outro grito enérgico cortou e quando olhei novamente vi o pássaro já em cima de mim, não me acertou, mas sua investida me fazia sentir uma mistura de ironia e ato defensivo. Era uma ave pequena, apesar de rápida, mas eu era muito maior que ela. De repente outro grito cortante e outra investida, e outra, e novamente... A essa altura a tensão que eu senti ali era tal que parecia que não havia UFES, só pensava em correr para o ponto. E o fiz. Eram duas aves e protegiam seu ninho deduzi e eu não queria lhes trazer preocupações. Dentro do ônibus percebi a situação, eu realmente não podia fazer nada, estava indefeso ali, pois além de não poder vê-los a essência que se apresentara ali era o ar, coisa que eu não dominava e a energia dos ataques eram sérias, minha única vantagem era meu tamanho que só me serviu para a fuga. Creio que compreendo melhor agora o sentido de: a cada ataque uma vida.
O Gotompo Interessante. Estava eu em um gotompo na UFES. Estava relaxado e tentando entrar no espírito do gotompo. Meus nervos a flor da pele. Adrenalina alta. E uma grande escuridão. Nosso líder queria quatro pessoas que ficassem escondidos na pedra, vigiando os outros grupos que com certeza viriam buscar a relíquia. Caso eles a capturassem teríamos que recapturá-la e entregá-la ao shogum. Essa era nossa missão. Depois de ter ido me esconder na pedra... me deu um ‘estalo” e disse aos meus companheiros voluntários também que ficassem ali, pois eu ia me inteirar da estratégia que o líder tinha em mente. Eles me seguiram. Percebi que ele deixava muito exposta a relíquia. Era um campo bastante pedregoso, apesar de o artefato, que era um “bo”, estivesse realmente em um campo bem aberto para aquela área. Deduzi que era uma estratégia bastante defensiva, pois para deixar o “bo” sozinho, exposto aos olhares, fosse talvez para não atrair atenção. Ou não. Respirei e olhei em volta. Nossa missão era defender “a relíquia”. Ao soar do apito quando tudo se iniciou, minha mente se esvaziou. Respirei mais uma vez e me escondi. Depois de tempo, a gritaria começou. Som de batalha. “Começou”, pensei. Apurei os ouvidos e os sentidos. A batalha foi se estendendo e parecia algo vivo, pois além da gritaria das pessoas, ela veio desde lá de trás do campo até aqui na nossa frente. Ela deixou de ser apenas silhuetas e tornou-se bem física, ali, bem na nossa frente. Na gritaria de um com outro, distinguí dois grupos. Eu só pensava “ o bastão... o bastão... eles vão pegá-lo”. Mas aí nosso líder disse: _ Não ataquem. Fiquem escondidos. Com isso, finalmente, percebi a estratégia: o que importava não era o bastão, pois esse podia ser recuperado depois, o problema era que se enfrentássemos o inimigo, acabaríamos perdendo naquele momento. E foi o que aconteceu. Nosso grupo começou a se despersar e atacou, assim, fomos descobertos, e mortos. E eu também pois pensei: se já fomos descobertos não faz mais sentido continuar escondidos. Meu erro, mesmo já sabendo do estratagema. Tudo certo. Quando o gotompo acabou e já estávamos voltando a pé para casa, meu amigo e eu, ele me contou que era do grupo que estava lá para auxiliar-nos contra eles, melhor dizendo, enquanto nós defendíamos uma área, eles patrulhavam essa área. Ele se foi. Continuei o caminho sozinho, pensando no que havia me dito. De repente tudo estava claro o meu maior erro. Por que os sempais iriam passar uma missão de um grupo contra três? Covardia, mesmo considerando que isso realmente podia acontecer em épocas passadas. Já que, os sempais usam apenas um tipo de “objeto sagrado” por missão, por quê demoraram a colocarem as mãos no “bo”? Por quê a batalha começou longe se o que realmente importava era a relíquia? Por quê... Creio que meu erro foi a ingenuidade de não ponderar cuidadosamente os fatos e interligá-los e por isso calculei mal e me deixei tomar pelo sentimento de derrota eminente e acabei por perder o controle. Seja o que for agora senti a real necessidade de se entender os caminhos das estratégias. Um passo certo num momento errado é o caminho certo para a derrota. A espera é o melhor caminho na busca do caminho. O Mar e o vazio
Isto aconteceu antes do vestibular, muito antes desses acontecimentos acima todos, creio que em 2000. Neste dia não tinha aula para mim mas era um dia normal, tão normal que a praia estava "vazia". O céu estava meio nublado e o dia era agradável. Nesta época eu estava no meio de uma "maré" zen, por conseqüência da filosofia nova que estava aprendendo. Lembro-me que havia algum tempo andava questionando o porquê que o animal não humano parece fazer parte da natureza naturalmente e nós não. Para mim nós, seres humanos parecemos um apêndice no mundo, algo do tipo. Nesses horas eu me esquecia de tudo. Todos meus problemas sumiam. Tudo. Eu ficava concentrado apenas na busca das respostas. Não me lembro direito mas vou resumir minhas conclusões na época: " Por que os animais parecem fazer parte da natureza naturalmente e nós não?" " Porque em seu meio, ele não é somente animal; natureza. Por ele ter que fazer parte daquele meio ele se torna o meio e é por isso que esse algo mágico que possui a natureza vemos também nos animais, pois eles são animal-natureza." " Mas um peixe no oceano como pode ser o oceano se oceano é muito grande? Como um rato que vive em uma montanha pode ser a montanha?" " Oceano. Montanha. São denominações nossas para diferenciarmos montanha de moro ou oceano de rio. Esses nomes são convenções. Porém, quem diz que a partir deste ou daquele grão de areia o morro passa a ser montanha? Quem diz que com esta agora isso passa a ser oceano?" " Então, como é impossível isso percebo que a montanha já é desde o grão. O oceano é a primeira gota da contagem. Por isso o peixe não precisa ser o oceano. Basta ser uma gota d' água." "Enfim. Percebi que por ser o elemento mais simples do seu meio, o animal é o elemento: ou terra, ou ar, ou água, ou fogo.
Dessa forma me levantei e resolvi entrar no mar. Não iria fazer força contra a força do mar. Resolvi ficar parado no meio da água. No começo eu ficava de olhos abertos. Quando fechei-os não me lembro. Eu subia e descia respirando tranqüilamente conforme ia avançando mais para o fundo e sempre sem fazer força. Mesmo de olho fechado eu sentia e sabia perfeitamente quando vinha ou não uma onda. Eu me senti tão bem... nunca senti nada parecido até hoje. Aquela foi uma sensação única. Eu procurava sentir a água ao meu redor, fazer parte dela. Ser ela. Resolvi sair depois de um tempo e caminhar um pouco. Não sei porque fiz isso. Só sei que não me deti em fazê-lo, não quis questionar o sentimento, apenas não fui contra a força. Caminhei. E caminhei. Não pensava em nada. Não sentia nada, não me vinha emoção nenhuma ao peito, porém hoje eu sei o que eu sentia com isso. Era a paz. Arrisco até dizer zen. Apesar de não saber como é essa sensação, gosto de pensar nisso. A cada passo eu me aproximava mais da água novamente, até que fui novamente entrar no mar. Senti tudo de novo. A mesma coisa de quando eu estava na água antes. Ok. Isso tudo que contei é muito bom, eu me sinto bem escrevendo disso. Mas o que falarei a seguir até hoje não sei o que penso disso. Quando resolvi sair, movido pelo mesmo impulso de antes, porém de olho fechado, senti que uma grande onda vinha, mas nem parei para pensar nesse detalhe. Apenas faria como todas as outras: daria o impulso aproveitando a jogada da onda. No instante em que ela chegou eu dei o impulso. Só que a onda era muito grande, e daí não contive o raciocínio e pensei "vou levar um caldo". Ato seguinte comecei a cair de cabeça no vácuo formado quando ela estoura...... Não senti meu corpo. Não senti o mar, nem onde estava. Para mim literalmente eu estava em um vácuo, um vazio. E nesse momento os segundos pareciam incontáveis instantes. Eu perdi a noção do tempo. Até hoje não sei quanto tempo passou, pois essa sensação foi me dada pelos meus sentidos embora meu cérebro saiba que foi questão de segundos. Eu caí e quando dei por mim, caí de pé, e de sobressalto, de olhos abertos. " Será que os animais conhecem o vazio?" |
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