Redução da agressão dirigida para o exterior

Confirmada pela diminuição da categoria E para ambos os sujeitos, a análise detalhada desta categoria, revela-nos que a sua diminuição é atribuível à diminuição dos factores E’, E, e em relação à população em geral.

Em relação ao factor E, o seu valor inferior à média da população em geral revela nestes indivíduos um decréscimo da combatividade, essencialmente defensiva.

A diminuição do factor M para ambos os sujeitos indica-nos existir uma tendência para atitudes de conciliação, passividade e resignação.    Facto que se liga à redução da agressão, uma vez que traduz uma tendência para anular a agressividade e evitar conflitos.

O que vem ao encontro dos resultados que indicam que os indivíduos que revelam a infertilidade procuram resolver o problema de modo conciliatório sublimando a sua agressividade, socializando-na mais facilmente ou, no limite, evitando-na.

Assim, o relacionamento dos resultados M e E confirma a existência de dificuldades em lidar com a agressividade e um certo auto-controle (estes indivíduos parecem controlar a agressividade espontânea nas respostas).

A análise dos Padrões Adicionais completa esta observação na amostra masculina, revelando, igualmente, uma diminuição do factor E , o que também vem ao encontro da diminuição da categoria E e do factor E.

Isto indica-nos uma tendência neste grupo para a diminuição da combatividade essencialmente ofensiva.

Nas mulheres a análise dos Padrões Adicionais revela um aumento do factor E, o que indica uma recusa em reconhecer a sua responsabilidade nos conflitos com os outros, sobre os quais volta de bom grado a responsabilidade.

Estes resultados vêm confirmar a agressividade com que são frequentemente descritas estas mulheres: por exemplo Mai et al (cit. por Berger, 1986) encontrou mais desordens de personalidade agressivas entre mulheres inférteis e Wright; Duchesne et al (1991) apuraram valores elevados numa sub-escala de hostilidade nestes grupos, em relação aos seus parceiros.

Podemos afirmar que este tipo de resposta tende aparecer mais quando não se conhecem as causas da infertilidade, sendo difícil aceitar o fracasso da concepção sem a presença de um diagnóstico preciso, de onde, pode surgir facilmente a desvalorização do médico, responsabilizando-o pelo fracasso. São os indivíduos que não revelam a infertilidade que reagem mais de forma a implicarem outrém nas suas respostas, ou seja, dirigem a agressividade para o exterior.

voltar atrás