Conclusões Apuramos a existência, em alguns dos parâmetros que o teste mede, de diferenças entre a média dos sujeitos que fazem parte da nossa amostra e a população em geral. Contudo, estas diferenças significativas não se revelam na comparação entre os sujeitos que constituem a nossa amostra mas sim apenas com a população geral. Devemos realçar o facto de que as médias da nossa amostra não ultrapassam os limites do intervalo "normal", isto é, não patológico [40-60], em nenhum dos parâmetros da prova. Pode-se assim deduzir que estes sujeitos, em termos de funcionamento psicológico, não aparentam qualquer perturbação de âmbito patológico, quando comparados com a população em geral, embora se caracterizem por tipos de reacções à frustração próprios, com maior incidência sobre algumas reacções específicas, mas não patologicamente divergentes da população em geral. O facto do G.C.R dos homens da nossa amostra
ser inferior à média da população da aferição, pode estar relacionado com as
diferenças observadas entre as duas populações São essas diferenças que irão contribuir para uma especificidade nas reacções à frustração na nossa amostra, tornando-se por isso importante a sua abordagem. Esta conclusão é fundamentada nos seguintes parâmetros: Redução da agressão dirigida para o exterior Diminuição das capacidades de defesa do ego Tendência para a auto-agressão Dificuldade em tirar partido da situação frustrante Tendência para a susceptibilidade e irritabilidade Em resumo podemos ainda afirmar que: A reacção à frustração na nossa amostra caracteriza-se por
uma dificuldade em lidar com a culpa, sendo possível distinguir reacções que
assumem marcadamente a culpa e reacções que a negam, minimizando a responsabilidade
própria da situação, o que se estende, no limite, à rejeição da presença do
obstáculo frustrador ou da própria frustração. Podemos, por tudo isto, dizer que a nossa segunda hipótese foi confirmada: concluímos que os indivíduos em consultas de infertilidade, que compõem a nossa amostra (masculinos e femininos), apresentam tipos de reacções diferentes dos resultados normativos esperados. Esses desvios não se apresentam com um carácter patológico, mas como reacções específicas e características, em alguns pontos significativamente diferentes em relação ao perfil da população em geral. |