Tendência para a auto-agressão Esta tendência é-nos revelada pela categoria I,
acima da média para ambos os sujeitos, sendo também o tipo de resposta
mais frequente às situações de frustração na nossa amostra A tendência para a auto-agressão, a responsabilização pessoal e o reconhecimento da culpa, é revelada pelo factor I onde ambos os sujeitos apresentam uma diminuição relativamente à média da população em geral. Esta análise revela-nos existir nestes sujeitos uma dificuldade em lidar com a culpa. Compreende-se que uma tendência para a Intrapunitividade, para a orientação da agressividade para o próprio sujeito, seja acompanhada por outra tendência, para a negação da culpabilidade e que tem a função de combater a depressão. No fundo estas tendências reflectem a mesma problemática: uma dificuldade vincada em lidar com a culpa. O aumento de I liga-se frequentemente a tendências depressivas, a sentimentos de inferioridade e à culpabilidade, o que está de acordo com a grande maioria dos estudos sobre populações inférteis. São exactamente estes sentimentos de culpabilidade e de
inferioridade que inibem a agressão externa destes sujeitos. Eles não conseguem agredir
os outros porque tendem a agredir-se a si próprios Este tipo de resposta tende a aparecer com mais
frequência quando a etiologia é mista e quando a revelam, colocando-se
os sujeitos mais em causa, culpabilizando-se Esta constatação é confirmada pelos Padrões Adicionais que mostram que o aumento de tentativas FIV é acompanhado de uma maior admissão da culpabilidade, ainda que se possam invocar situações inevitáveis. Os nossos resultados permitem ainda verificar que nos homens, quando se verifica um aumento da tendência para a auto-culpabilização, esta não é acompanhada pela alegação de circunstâncias atenuantes ou inevitáveis (diminuição de I): a culpa é pois assumida na sua totalidade. As mulheres, admitem a sua culpabilidade, mas negam a sua totalidade invocando circunstâncias inevitáveis ("Tenho culpa mas ...") (aumento de I). |