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Frustração

Infertilidade 

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Dificuldade em tirar partido da situação frustrante

Traduzida pelo factor I’, inferior à média para ambos os sujeitos, esta dificuldade em tirar partido das situações frustrantes, pode ter como consequência a necessidade de resolução das mesmas,

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isto leva-nos a pensar ser esta uma das razões que levam estes sujeitos a prolongarem o seu desejo de terem um filho biológico e a submeterem-se às novas tecnologias reprodutivas, independentemente dos inconvenientes e dificuldades das mesmas.

Se estes sujeitos não conseguem encarar e tirar partido das vantagens da sua presente situação de indivíduos sem filhos (menos responsabilidades, mais liberdade, mais tempo) então só lhes resta como opção a resolução da situação.

Acreditamos que as dificuldades em fazer uma interpretação menos importante ou mesmo eventualmente favorável das situações frustrantes (diminuição de I’) e a tendência para culpabilização, sentimentos de vergonha, inadequação e fracasso (aumento de I) podem explicar algumas das dificuldades que estes sujeitos têm em partilhar com os outros as suas experiências.

Este tipo de resposta é acompanhado, para ambos os sujeitos, por uma dificuldade em esperar que o tempo ou as circunstâncias que sobrevêm à situação solucionem por si o problema (diminuição de m).

Existe nestes sujeitos uma falta de aptidão para resolver os problemas. 3setas.gif (4694 bytes)  De facto, a diminuição das respostas que envolvem a apresentação de soluções próprias para os problemas indica-nos um evitamento da responsabilidade em resolver por si próprios os obstáculos (diminuição de i).

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Concluímos, assim, que a impaciência para esperar que os problemas se resolvam com o tempo, ou circunstancialmente, traduz um menor empenho pessoal e autónomo do que uma dependência da colaboração de outrém, uma procura reivindicativa de ajuda para a solução dos problemas (diminuição de e) .

Este facto vem confirmar os resultados: quanto menor for o número de tentativas FIV maior será a tendência dos sujeitos a reagirem de forma centrada na resolução do problema inerente à situação frustrante.

E, quando revelam a infertilidade, apresentam mais soluções para resolver o problema, soluções essas associadas a um sentimento de culpabilidade.

seta_frente.gif (385 bytes) Estabelecendo uma relação com a situação destes indivíduos, podemos pensar que a par da sua dificuldade em tirar partido das situações frustrantes, bem como em resolver os problemas por iniciativa própria e a falta de paciência e submissão perante o tempo e as circunstâncias, pode levar estes indivíduos a desistirem rapidamente dos tratamentos quando o resultado não lhes é favorável, atitude que também não vai facilitar o encontrar de outras alternativas, como a adopção.

A desistência rápida dos tratamentos parece-nos também ligar-se à culpabilidade.3setas.gif (4694 bytes) Essa atitude faz com que aumentem a culpabilização e a inferioridade que sentem em relação aos outros casais, mas também não partem para a adopção, porque esta seria o reconhecimento final de que não podem ter filhos.

A ficha pessoal da nossa amostra revela que 67% das mulheres e 73% dos homens ainda não pensaram na questão da adopção porque se querem concentrar na FIV.

No entanto é curioso constatar que o quadro das Tendências revela-nos o contrário para ambos os sujeitos: indica-nos uma tendência da amostra para procurar soluções em todas as direcções possíveis, isto é apuram-se aumentos (e, i, m) nas frequências com o passar do tempo e com o suceder de frustrações. Ou seja, os sujeitos revelam uma tendência para ficarem progressivamente mais dependentes dos outros, das suas próprias capacidades ou do tempo e das circunstâncias.

Temos então que a desistência, verbalizada na amostra, é uma falsa desistência, porque estes sujeitos tendem a aumentar a frequência do tipo de respostas que incidem sobre a solução dos problemas, especialmente na procura da colaboração de terceiros para a solução dos obstáculos (factor e). Este facto é confirmado nos Padrões Clássicos, sendo uma das respostas mais frequentes em ambos os grupos (Padrão Standard homens e mulheres).

Parecem, pois, existir dúvidas nestes sujeitos "que sabotam o bom resultado dos tratamentos", podendo ser uma das causas da baixa taxa de sucesso das T.R.M.A, pois não há um empenho contínuo nos trata- mentos porque no fundo se sentem culpados e estão consequentemente "zangados" consigo próprios.

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