ÀS VEZES         

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Às vezes são palavras ao acaso e sem sentido

Que ferem como facas, como a ponta de um punhal

Às vezes solto a fera, vem à tona o animal

Que de tão feito à jaula já se esqueceu do rugido

 

Às vezes penso em ti e cai orvalho nos meus olhos

É quando a lua cheia deixa prata sobre o mar

Aí surge o poema, dá-me ganas de cantar

Mas cedo o meu navio fica preso nos escolhos

 

Às vezes dou por mim a gerir o dia-a-dia

Quando o cavalo louco quer voar campos afora

Às vezes, num repente, penso que é chegada a hora

Mas tal como nasceu morre o sonho em agonia...

 

                                                                                                Aníbal Raposo

                                                                                                    1995

 

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