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Número 02 - Novembro/99 O PROJETO NOVA VERA CRUZ E A EXPERIÊNCIA DE BABELSBERG BREVE RELATO DE UM ENCONTRO COM VOLKER SCHLÖNDORF * Ivan Negro Ísola O Projeto Nova Vera Cruz, vem sendo desenvolvido dentro de rigorosos critérios técnicos e, no momento em que se dá início ao projeto executivo dos estúdios e laboratórios, verificamos a necessidade imperiosa de nos apoiarmos em alguma experiência que guardasse relação com os nossos propósitos. Para tanto, pensávamos na contratação de consultorias especializadas, cujos estudos orientariam as decisões a serem tomadas. A coordenadoria do PROJETO NOVA VERA CRUZ, embora acompanhe de perto as questões ligadas à evolução das tecnologias e várias experiências internacionais similares, não havia, ainda, detectado um exemplo que se aproximasse das propostas contidas no citado Projeto, até que identificamos, nos Estúdios Babelsberg, uma real possibilidade para a aquisição da tecnologia necessária e um modelo de gestão, similares àqueles por nós desenvolvidos, como pode-se verificar adiante, quando relatamos o encontro ocorrido com o Senhor Volker Schlöndorf (autor de filmes como O MENINO DO TAMBOR e O JOVEM TÖRLESS), responsável pela concepção do projeto, e com o Senhor Gerhard Bergfried, Diretor Técnico do Studio Babelsberg, a "holding" responsável pela gestão do conjunto de empresas que operam as várias atividades envolvidas. Esclarecemos aos nossos anfitriões que sentíamos a necessidade de estabelecer os parâmetros para uma definição do perfil técnico e operacional da Nova Vera Cruz, cientes de que qualquer questão estratégica demanda grande rigor na avaliação, sob pena de que sejam cometidos antigos e novos erros, eventualmente evitáveis. Neste sentido, havíamos já feito contatos anteriores com Cinecittà e com os responsáveis pela recuperação dos antigos estúdios da De Paolis de Roma. Constatamos que, embora existam pontos de contato e ensinamentos úteis em ambas as situações, nenhuma delas possui os elementos estruturais que já visualizamos no Projeto Nova Vera Cruz, enquanto Babelsberg, embora possua dimensões e carcterísticas muito próprias, guarda semelhanças conceituais básicas com a nossa proposta, especialmente, no que se refere ao processo de integração tecnológica cinema/televisão, mas também quanto ao modelo gerencial adotado, que integra uma forte política pública aos esforços que a iniciativa privada deve empreender para que a atividade caminhe, progressivamente, com suas próprias forças. Para darmos um sentido mais objetivo ao nosso encontro, oferecemos uma pauta de assuntos gerais que conduzissem as discussões para objetivos concretos. As questões passaram a ser debatidas com o Senhor Volker e o Senhor Gerhard e, em seguida, realizamos uma visita a cada um dos laboratórios, para um reconhecimento exaustivo dos detalhes envolvidos. A riqueza desta experiência é de difícil sistematização na multiplicidade de seus detalhes, contudo, segue uma síntese das constatações, que serão sempre acompanhadas de um comentário que remeta ao nosso caso específico, seja para ratificar opções já feitas, seja para propor modificações no projeto, seja para abrir novas perspectivas.
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