Prefácio

Neste caótico e conturbado mundo, quando a descrença se sobrepõe à confiança, a mentira prevalece à verdade, a justiça premia os maus, a violência campeia impune nos lares, nas escolas e nas ruas, o Poeta João Carlos Figueiredo nos convida a uma pausa em nosso descrédito e nos mostra que este ainda não é um planeta sem esperança.

 

Seus versos são como uma fuga das realidades decepcionantes do dia-a-dia, conduzindo nossa imaginação ao mundo harmonioso das belezas naturais, das montanhas e das florestas, para ouvir o canto das águas nas cachoeiras, o silêncio sutilmente musical das grutas e suas lagoas azuis, adornadas pelas estalactites, a gotejar as lágrimas da montanha imponente, a demonstrar ao ser humano sua verdadeira dimensão.

 

Em outro instante de sua poesia, João Carlos refaz em sua memória o retorno pelo caminho já percorrido, em busca dos idos de sua mocidade ainda não muito distante. É com nostalgia que relembra seus melhores momentos passados na Universidade, os mestres e os colegas, os ideais, os amores e os amigos, os projetos de vida futura. E agora ? Onde andam os mestres, os amigos, os amores ? O que fez deles a vida ?

 

Com esta indagação, o Poeta deixa aflorar, de sua pena, toda solidão que permeia, hoje, sua existência: vazios deixados pelos sonhos, os gestos de amor não percebidos, as frustrações e os desencantos...

 

O Poeta não se calará, todavia, porque já é refém de sua sensibilidade e inspiração; e de sua pena ainda jorrarão versos de inigualável beleza, para o deleite de todos aqueles que o admiram.

 

Ulysses J. F. Figueiredo