O mendigo e o cão

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    Havia um vira-lata, desses de rua, que sabe-se lá como, vai vivendo e sobrevivendo sozinho, aprendendo a desviar dos carros, aprendendo a encontrar água e comida, aprendendo a se defender das agressões e maldades, sendo escurraçado daqui e dali... Até que um dia encontra um mendigo que entende muito bem a sua história, pois como ele, também foi parar nas ruas, sozinho... sabe-se lá porque, dormindo pelos cantos, embaixo dos viadutos, implorando por esmola e comida. O mendigo ao olhar para o vira-lata lembrou-se de um cachorrinho que teve na infância chamado "Violão" e em homenagem a ele, resolveu chamar o novo companheiro de "Cavaquinho". Cavaquinho tem aquele olhar característico do vira-lata, um olhar carente e doce ao mesmo tempo. Logo o cachorro e o mendigo tornaram-se grandes amigos, estavam sempre juntos, um cuidava do outro. A solidão que ambos sentiam antes foi embora. O mendigo que antes muitas vezes bebia para espantar o frio e a solidão, agora quase já não o fazia mais pois havia percebido  quando voltava ao seu estado normal, que Cavaquinho estava sempre com muita fome, pois bêbado não lembrava de dar água e comida para o amigo que mesmo assim não se afastava do mendigo. O pobre homem tornou-se agradecido ao cãozinho porque além de lhe fazer companhia, estava também o ajudando a parar de beber. Quando a comida era pouca, preferia dá-la à Cavaquinho do que comer ele próprio.  Até que numa noite, aproximaram-se quatro rapazes zombando do mendigo. Cavaquinho não gostou e protestou à seu modo. Os rapazes empurraram o cão, pegaram o mendigo e começaram a agredí-lo. Cavaquinho estava indócil. Amarraram o mendigo num poste. O mendigo ao ver que Cavaquinho ia para cima dos rapazes em defesa do amigo, teve medo que algo de mau acontecesse com ele e implorou para que não tocassem em Cavaquinho, levassem os poucos trocados e trapos que tinha e se divertissem com ele próprio. Ao verem a preocupação do pobre homem com o cão, resolveram então se divertir às custas do sofrimento do cão e da impossibilidade de ação do mendigo, abusando da maldade e do sadismo. O homem que só tinha uma coisa de valor na vida: Cavaquinho, assistiu o cãozinho apanhar até desmaiar, aí jogaram querosene e atearam fogo...nesse momento em função dos gritos do mendigo e da própria algazarra dos marginais, foram aparecendo pessoas que acabaram por espantar os criminosos... mas infelizmente já era tarde demais. Cavaquinho estava morto! O mendigo em prantos desejava que tivessem feito isso com ele e não com seu único e grande amigo. E agora? Como será sem Cavaquinho? Um verdadeiro amigo que não hesitou em defender seu dono, mesmo que isso lhe custasse a própria vida...

( História verídica ocorrida recentemente na cidade de São Paulo, este caso foi exibido em um programa de reportagem com o título "Animais Domésticos" )

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Agora, eu pergunto à você:

- Quem são as verdadeiras feras? Os homens ou os animais?

- Porque diferenciar a dor e o sofrimento de um animal da dor e do sofrimento de um homem?

- Quando será que um crime contra um animal será julgado e punido da mesma forma que contra um homem?

Visite a Página : www.oocities.org/RainForest/Vines/5011/vivisseccao


Esta página é em homenagem à Cavaquinho e à todos os animais que vivem abandonados nas ruas.

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Eu sou aquele que Te espera.
O Teu carro tem um som especial e eu posso reconhecê-lo entre mil.
Os Teus passos têm um timbre de magia - eles são música prá mim -
A Tua voz é o sinal maior do meu momento feliz e às vezes Tu nem precisas falar: eu "ouço" a Tua tristeza.
Se vejo Tua alegria, e como isso me faz feliz !
Eu não sei o que é cheiro bom ou mau: só sei que o Teu cheiro é o melhor.
De algumas presenças eu gosto, de outras, não...
Mas a Tua presença é a que movimenta os meus sentidos.
Tu acordado me despertas,Tu dormindo és o meu Deus em repouso e eu velo Teu sono. O Teu olhar é um raio de luz quando percebo o Teu despertar.
As Tuas mãos sobre mim têm a leveza da paz . 
E quando Tu sais tudo é vazio outra vez ...
Eu volto a esperar sempre e sempre
Pelo som do Teu carro,
Pelos Teus passos,
Pela Tua voz,
Pelo Teu estado - sempre inconstante - de humor,
Pelo Teu cheiro,
Pelo Teu repouso sob minha vigília,
Pelo Teu olhar,
Pelas Tuas mãos.
E até consigo ser feliz assim !
Eu sou aquele que Te espera: eu sou Teu cão.

( Poema anônimo )

 


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