Aborto
Aborto: O que pensar?
Conto com a ajuda de quaisquer pessoas que acaso desejem ajudar
na confecção desta página. Se você tem opinião contrária ao aborto,
deixe-me publicá-la aqui.
Há fundamentação bíblica nas teses
contra o aborto ?
Todo o problema do aborto reside no fato de sabermos se um feto ou
embrião possui alma ou a partir de qual momento um feto ou embrião passa
a possuir alma. A partir do momento que admitimos tratar-se de um ser
humano com alma, a discussão sobre o aborto perde o sentido, pois
tratar-se-ia, indiscutivelmente, de pôr fim a um ser que admitimos ser da
nossa mesma espécie, o que vai frontalmente contra o quinto mandamento
("não matarás"). Por este motivo, o problema, do ponto de vista religioso,
vai até o ponto de definir se o feto possui alma, o que o tornaria sagrado
como criatura e invalidaria qualquer outro tipo de argumento que sequer
admitisse a retirada do dom divino da vida.
Como poderemos fundamentar a existência da alma já no embrião, quando
a aparência deste ainda é bem diferente de um ser humano já formado?
Vejamos um texto bíblico com referência explícita ao embrião:
"Sim! Pois tu formaste os meus rins, tu me
teceste no seio materno. Eu te celebro por
tanto prodígio e me maravilho com tuas
maravilhas! Conhecias até o fundo do meu
ser: meus ossos não te foram escondidos
quando eu era feito em segredo, tecido na
terra mais profunda. Teus olhos viram o meu
embrião. No teu livro estão todos inscritos os
dias que foram fixados e cada um deles nele
figura."(Bíblia de Jerusalém - Salmo
138:13-16)
Pode haver pessoas que achem o início do versículo 16 como se fosse uma
tradução "forçada" para atender as idéias anti-abortivas da Igreja
Católica. Embora seja a "Bíblia de Jerusalém" reconhecida como a
tradução mais próxima dos originais, coloca aqui este versículo como está
na "Bíblia Sagrada" segundo a tradução de João Ferreira de Almeida:
"Os teus olhos me viram a substância ainda
informe (...)." (Salmo 139:16)
Logo, a palavra "embrião", além de mais próxima ao original, de modo
algum visa a alterar o sentido do texto.
Realmente no versículo 16 está a parte mais eloqüente deste pequeno
trecho: "Teus olhos viram a meu embrião". Aqui o salmista Davi, inspirado
pelo Espírito Santo, clama que já no ventre materno somos por Deus
conhecidos. E mais: somos ainda embriões (ou "substância ainda informe"),
ou seja, um conjunto de células em que não se distinguem braços, olhos,
etc., em nada parecidos com a forma de um humano. Mas, apesar disto,
Deus, que é onisciente, "olha" para o embrião.
O "olhar" de Deus tem, aqui, o sentido de dar importância àquele ser ainda
informe; Deus se "ocupa" com o embrião porque este já possui um valor, e
este valor é caracterizado pela vida humana, que é constituída por um corpo
e uma alma. É interessante notar que a palavra "embrião" é usada para um
ser em suas primeiras fases de desenvolvimento. Na Medicina ela é
utilizada para denominar o feto até o terceiro mês de vida intra-uterina.
Mas, mesmo depois de termos visto que somos importantes para Deus
desde o início de nossas vidas, será que a alma humana nos é dada algum
tempo depois da concepção? Creio que não... Tomando como base o trecho
anterior não poderemos distinguir o instante da concepção do instante em
que nos é dada a alma, pela graça de Deus.
Mas existe um trecho de um outro salmo em que se nota a confirmação do
fato de que a alma já nos é dada no instante mesmo da concepção:
"Eis que nasci na iniqüidade, minha mãe
concebeu-me no pecado." (Bíblia de
Jerusalém, Salmo 51:7)
Deixando de lado toda a discussão sobre o pecado que nos é transmitido
por herança, o que deve ser ressaltado aqui é a dinâmica desta
transmissão: o salmista admite ter nascido no pecado. Isto por si só nada
esclareceria sobre se possuímos ou não alma humana na concepção. Mas o
trecho seguinte é decisivo: "(...) minha mãe concebeu-me no pecado." Para
que os pais transmitam o seu pecado para o filho, deve ser admitido que já
na concepção este pecado é transmitido, pois, se assim não fosse, haveria
uma "interrupção no fluxo" do pecado dos pais para o filho, acarretando o
desenvolvimento de um ser humano sem pecado, o que sabemos impossível
(com a exceção da Virgem Maria, mas isto é uma outra discussão): "(...)
todos pecaram e todos estão privados da Glória de Deus" (Romanos 3:23).
O ponto principal, aqui, está na transmissão do pecado: este pecado só
pode ser transmitido se a alma for dada ao ser no momento da concepção.
Note-se bem que a alma não é transmitida pelos pais; ela é criação
exclusiva de Deus e, como tal, é pura, mas é manchada já no instante da
concepção pela transmissão do pecado original. Portanto, para que
admitamos este "fluxo" do pecado original dos pais para os filhos,
forçosamente temos que admitir que Deus nos concede a alma no instante
da concepção.
Finalmente, eis uma passagem que parece mesmo afirmar que a alma
humana já existe antes da concepção:
"Antes mesmo de te formar no ventre
materno, eu te conheci; antes que saísses do
seio, eu te consagrei (...)" (Bíblia de
Jerusalém - Jeremias, 1:5)
Existem duas abordagens para este trecho. Uma delas vê que "antes
mesmo de te formar" como um tempo anterior à concepção, o que nos
levaria à preexistência da alma humana sem um corpo, admitindo que a
"formação" inicia-se na concepção e também que o corpo em formação já
possui a alma, que já era conhecida por Deus. Outra abordagem pode tomar
o tempo anterior à "formação" como o tempo em que o embrião ou feto não
possui ainda a forma humana como normalmente a conhecemos.
Não devemos entrar aqui na discussão sobre quando é criada a alma
humana... O importante é notarmos que nas duas abordagens já na
concepção o embrião possui alma verdadeiramente humana.
Outro trechos que fazem paralelo aos acima mostrados são: Isaías, 44:2;
Isaías, 49:1; Isaías, 49:5; Jó, 31:15.
Espero que tenha ficado bem clara a fundamentação bíblica da tese de que
já na concepção nos é dada a alma humana. Este fato, por si só, deveria ser
o suficiente para que qualquer cristão convença-se de que o aborto é um
crime.
William Murat - willmurat@oocities.com - última modificação:
12/07/1997
- Parte 2
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