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Modelos
de Perfeição
Fotografia
de Veículos em Miniatura
Velocidade
de Câmera
A
película de cinema (ou seja o filme) é constituída
de uma série de fotos (quadros ou frames) em seqüência,
e que quando projetados, dão a idéia de movimento. Esse
filme é projetado no cinema a uma velocidade constante de 24 quadros
por segundo. Se filmarmos uma cena com 10 segundos de duração
a 48 quadros por segundo, quando projetarmos no projetor de filmes, como
é projetado a 24 quadros por segundo, levará 20 segundos
para ser projetada. Caso se desejasse o efeito contrário, deve-se
filmar mais lentamente, por exemplo a 8 quadros por segundo, e quando
formos projetar ficará agora 3 vezes mais rápido. Em fotografia
de miniatura, altas velocidades de filmagem são muito usadas para
que a miniatura tenha a aparência de mais massa (mais peso) e portanto
mais tamanho. Muitas cenas com explosão são filmadas a mais
100 quadros por segundo ou 250 quadros por segundo. Em qualquer tomada
com miniatura o desafio reside na integração com as cenas
ao vivo, para que se integrem imperceptivelmente. O objetivo é
fazer com que a miniatura pareça grande e dê a ilusão
de massa maior. E isso é obtido quando se roda o filme da câmera
mais rápido que o usual de 24 quadros por segundo. Existe uma fórmula
que determina a velocidade da câmera baseado na escala do modelo,
mas nem sempre isto é satisafatório, por isso são
feitos testes antes da filmagem.
Para
saber qual velocidade da câmera apropriada para dar a miniatura
em movimento a massa aparente apropriada, usa-se a seguinte fórmula:
Fórmula
Para Determinar a Velocidade de Câmera Apropriada Quando Filmar
com Miniaturas

Observe
que basta que o tamanho da miniatura (t) e do objeto real (T)
estejam na mesma unidade, ou seja, os dois tamanhos em metros, ou os dois
em centímetros, etc. Vamos considerar um exemplo: um objeto real
de 8 metros e a miniatura deste objeto mas com tamanho de 2 metros. Assim,
colocando os valores na fórmula, a velocidade será de 48
quadros por segundo. Desta forma, como a velocidade de projeção
no cinema é de 24 quadros por segundo, a cena demorará o
dobro do tempo gasto para filmar. Com essa velocidade, a cena dará
impressão de maior massa (peso) à miniatura, ficando, portanto,
mais realista.
Mas
na realidade esta fórmula é apenas um ponto de partida.
Ou seja, ela apenas dá uma noção da velocidade de
câmera mais apropriada. Muitas vezes, é preciso fazer testes,
usando valores maiores ou menores que o determinado pela fórmula.
Mas existe um agravante. Quanto mais rápido a câmera funciona,
mais luz é necessária para expor o filme. Para uma cena
do filme Dragon Slayer que foi filmada a 250 quadros por segundo,
foi preciso mais que 10 vezes a quantidade de luz que seria preciso para
filmar a velocidade normal de 24 quadros por segundo. Algumas vezes é
preciso de luzes tão intensas e quentes que as miniaturas de plástico
chegam a derreter!
Truques
com Miniatura
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No
filme Always, em uma das cenas, um avião deveria sair
de uma cortina de fumaça e se dirigir de frente para a câmera,
colidindo com a câmera. Isto foi feito usando-se um espelho
em ângulo de 45 graus entre a miniatura e a câmera.
Na primeira foto abaixo, você pode notar a miniatura do avião
suspensa por fios, o diretor Joe Johnston ajustando a câmera
para que focalize o espelho que está a 45 graus com a miniatura
e com a câmera. Na segunda foto, você pode ver a imagem
refletida da miniatura no espelho. Na terceira foto, está
a cena pronta, ou seja, o avião colidindo com o espelho.
Este truque dá a impressão que é o avião
que colide com a câmera, mas na verdade, ele colide é
com o espelho. Isto é interessante, pois é um truque
simples e bastante econômico.
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Para
uma das cenas do filme Aliens - O Resgate, a nave Drogship
cai sobre a superfície do planeta alienígena. Para isso
usaram miniaturas. Mas para passar a sensação de peso,
os artistas da Forward Productions cobriram o set da superfície
em miniatura do planeta com cinza, pó de giz e várias
partículas finas para que quando a miniatura da nave colidisse
com a superfície, levantasse uma grande poeira, jogando resíduos
em direção à câmera. Este truque simples
aumentou a violência da colisão em miniatura, dando a
idéia de um objeto de grande peso. |
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O
mesmo truque foi feito para o filme Força em Alerta 2.
Durante a colisão das duas locomotivas em miniatura, os artistas
de efeitos especiais polvilharam um pó fino de barro (parecido
com pó de giz) sobre certos trechos das locomotivas e dos vagões
para que, ao colidirem, levantem uma pequena nuvem de poeira. Este
truque ajuda a acentuar a violência da colisão. |
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Para
uma das cenas iniciais do filme Morrendo e Aprendendo, um ônibus
de passageiros derrapa e cai de uma ponte. Para isso construiram uma
miniatura da ponte e prédios ao redor e do ônibus. A
ponte tinha uma mureta que deveria se romper com o impacto com o ônibus.
Ela foi feita de um material semelhante a isopor, chamado de espuma
de uretano e não era colada na ponte, justamente para se soltar
com o impacto. Para dar mais violência à cena eles polvilharam
pó de giz sobre os pés desta muretinha, dessa forma,
ao colidir levantaria uma nuvem de poeira. Os prédios ao redor
tinham apenas a frente eram feitos de madeira compesada. Durante a
derrapagem o ônibus tinha que emitir fagulhas elétricas
como se tivesse arrancando fios elétricos e provocando essas
fagulhas. Para produzir esta faíscas, eles usaram um tubo de
metal em contato com um esmeril elétrico (aparelho elétrico
para limar metal usado por serralheiros). |
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Para
as cenas de guerra aérea entre os MiGs e F-14 do filme Top
Gun, Gary Gutierrez da Colossal Pictures queria
simular tremor às cenas de miniaturas dos aviões, principalmente
quando os aviões atiraravam. Para isso, colocou a câmera
sobre uma base de madeira. Embaixo desta base de madeira estava fixada
uma furadeira elétrica de mão. Na broca desta furadeira
estava conectado um disco de madeira, mas a broca estava fora do centro
deste disco. Assim, quando a furadeira era ligada, a furadeira tremia
toda e por conseqüência, toda a base com a câmera
também tremia, fornecendo um efeito muito interessante. |
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Ainda
a respeito de Top Gun, como parte das cenas era filmada com
miniaturas de avião a quase 2 metros de distância da
câmera, a noção de grande distância era
obtida através de fumaça de vapor de óleo mineral
jogado atrás das pás de grandes ventiladores, afim de
espalhá-las. |
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Para
o filme Independence Day, uma das cenas mais marcantes foram
aquelas em que a gigantesca explosão causada pelo raio destruidor
dos alienígenas avança pelas ruas, arremeçando
os carros, engolindo tudo. Para esse efeito foram usadas miniaturas.
Esse efeito dos carros sendo arremeçados foi feito usando miniaturas
de carros em frente a um fundo verde. Para os carros que deviam aparecer
mais ao fundo, foram usadas miniaturas menores e que eram arremeçados
no ar através de canhões de jogavam jatos fortes de
ar por debaixo dos carros. Além disso, estes carros em miniatura
tinha as portas e outras partes soltas para que ao serem arremeçados,
voassem partes pelo ar. Isto dava ilusão de grande violência
à cena. Para os carros que deviam aparecer mais a frente, foram
usadas miniaturas um pouco maiores que as anteriores. Assim, não
foi mais possível arremeçar os carros com jatos de ar.
Dessa vez eles foram puxados com finos fios. Da mesma forma, eles
tinham portas, porta-malas, capôs e várias peças
todas soltas, de forma que quando fossem arremessados, voassem partes
para todos os lados, conferindo grande violência à cena.
Depois o fundo verde seria substituído em computador pela cena
da explosão. |
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Para
o filme Na Roda da Fortuna, o supervisor de modelos, Mark
Stetson, coordenou uma equipe de 31 modeladores para criar um
visão estilizada da Nova Iorque de 1958 usando miniatura da
cidade, construída na escala 1:24. A altura dos prédios
variou entre 3 a 12 metros. Como essas miniaturas seriam vistas quando
o ator Tim Robins cairia em queda livre, a equipe optou por
colocar os prédios horizontalmente (ou seja deitados) ao invés
da vertical (em pé). Segundo o modelador Ian Hunter
(modelista chefe) "é muito mais fácil colocar os
prédios deitados e fazer a câmera correr de um lado para
outro do estúdio, simulando uma queda vertical, do que colocar
um prédio de 12 metros em pé e pendurar a câmera
fazendo-a descer". |
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No
filme Exterminador do Futuro de 1984, as cenas que mostravam
as batalhas futuristas numa Terra devastada pela Guerra Nuclear foram
obtidas com o uso de miniaturas. Para que os tanques robóticos
e naves futuristas filmadas com miniaturas paressem estar num cenário
sombrio, foi usado muito gelo seco para esfumaçar o ambiente
além de uma iluminação tênue azulada. |
O
curta-metragem Trinity é sobre uma missão de
um avião B-29 que carrega uma bomba atômica. Este curta
foi feito por estudantes da Graduate Film Conservatory da Universidade
da Flórida, sob a supervisão do respeitado Dr. Raymond
Fielding. Nesse curta, a ênfase foi nos efeitos visuais.
A ação foi feita de 3 formas básicas: 1) O interior
da fuselagem do avião foi construído em madeira dentro
de um estúdio para filmagem da tripulação dentro
do avião. 2) As tomadas dentro da cabine de controle do avião
foram feitas num avião de verdade, só que parado em
terra. 3) Uma miniatura de avião B-29 foi usada para as cenas
em que o o avião era mostrado em cenas como o acidente aéreo.
A fumaça do motor defeituoso foi obtida através de fumaça
de cigarro que era assoprada por uma pessoa através de um tubinho
até a asa. As cenas do pouso forçado e da tempestade
de areia foram feitas com a miniatura, do tamanho destas que são
compradas na forma de Kits de montagem. Para fazer a tempestade de
areia, eles peneiraram areia e usaram um ventilador para espalhar
a areia peneirada. |
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