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Na Ponta dos Dedos

 

 

Operação: Dumbo

A última vez que um elefante vôou pelo ares foi em 1941, no desenho animado da Disney, Dumbo. Mas, a Disney fez isto novamente no filme Operação: Dumbo.

 

 

 

O filme contém uma cena em que um elefante é lançado de um avião, em queda livre, sob uma altitude de 3.000 metros. Mas, obviamente isto não poderia ser feito com um animal real, assim, pensaram em duplicar o animal animatronicamente. A Disney recorreu ao artista de efeitos especiais Rick Lazzarini e sua companhia, A Character Shop, afim de replicar a elefante estrela do filme, Tai. "Enfrentamos muitos desafios ao recriar o elefante para este filme. Em primeiro lugar, era um animal muito grande. Em segundo lugar, precisávamos criar vários elefantes. Foi preciso abrigar oito elefantes e a equipe de 25 pessoas para construí-lo", diz Rick Lazzarini.

 

 

 

 

Para construir, eles se basearam no elefante real, Tai, como referência. Eles tiraram as medições das partes do corpo do elefante, usando um instrumento semelhante a um compasso gigante, mostrado na foto ao lado. Este elefante logo embarcou para a Tailândia, onde o filme estava sendo rodado. Lá ele fez a maioria das cenas que exigiam o elefante. Mas o final do filme era muito perigoso para ser feito por um elefante real. O roteiro pedia que um elefante seja jogado de um avião a 3.000 metros e caísse de pára-quedas a salvo no solo.

Rick explica: "Em Operação: Dumbo, fui solicitado para criar duas réplicas animatrônicas em tamanho natural do elefante do filme, para dar a ilusão que um elefante real estava sendo jogado de pára-quedas de uma avião. Para construir estes elefantes, levamos cerca de 12 semanas e tivemos cerca de 25 pessoas. Trabalhávamos dez horas por dia".

Por três meses, Lazzarini e sua equipe trabalharam para construir 8 elefantes em tamanho natural. A Character Shop criou 2 versões animatrônicas e 6 versões em fibra de vidro. As réplicas animatrônicas tinham movimento controlado em tempo-real de cabeça, orelhas, olhos, piscadas, boca, cauda e um sinuosa tromba. Eles também tinham peles macias e pinturas increvelmente realistas, com milhares de pequenos pêlos fixados individualmente. Os elefantes animatrônicos mediam quase 2,5 metros de altura, 4 metros de comprimento e pesavam 800 quilos. Dentro da pele de espuma de látex, existia uma estrutura feita de aço e alumínio que suportava os quase 300 metros de cabos e 19 cilindros hidráulicos que acionavam os movimentos do animal. A energia era fornecida por um gerador interno a gasolina. Rick colocou molas de amortecimento de caminhão dentro das pernas dos elefantes para que eles pudessem apresentar um balanço natural do corpo. Esses elefantes não foram lançados de fato e sim suspensos por um guindaste para obter tomadas de perto do animal durante a queda.

Um titereiro operava a cabeça, o pescoço e a tromba usando um artefato de telemetria chamado Waldo. Se o dispositivo fosse movido de um jeito ou de outro, fazia com que o elefante animatrônico repetisse ao mesmo tempo esses movimentos. Cada junta que existia na criatura animatrônica era reproduzida no Waldo. Outros titereiros usaram rádio-controle para acionar as orelhas e movimentos faciais do elefante. Embora Rick prefira manipular o elefante ao vivo gerando espontaneidade, o desempenho de qualquer tomada podia ser pré-programado. Existia um microprocessador no elefante que podia gravar os movimentos feitos pelo titereiro com o Waldo, e depois repetir estes movimentos com o simples apertar de um botão. Este método foi importante para as tomadas em que o elefante estava alto demais para que os titereiros pudessem ver corretamente.

Para as tomadas em queda livre com o pára-quedas, Rick projetou uma segunda versão da criatura. Esta não é nada mecânica. Sob a pele de espuma de látex há um corpo oco de fibra de vidro, com orelhas, cauda e tromba flexíveis. Prevendo as falhas durantes as filmagens, Rick e sua equipe fizeram 6 elefantes em fibra de vidro. O diretor queria que as orelhas, a tromba e a cauda tivéssem um movimento natural durante a queda. Então Rick fez estas partes de uma espuma de poliuretano (espuma comum de enchimento de sofás). Para evitar que as orelhas se soltem durante a queda, ele as reforçou internamente com tecido. Os elefantes de fibra de vidro são lançados de um helicóptero dentro de uma estrutura de alumínio.

Depois que as réplicas foram criadas, Lazzarini e um pequeno grupo viajaram para a Tailândia para seis semanas de filmagem. Os elefantes animatrônicos foram erquidos tanto por helicópteros como por um guindaste para as tomadas em que o elefante real não pudesse "atuar", mas que ainda assim precisávam dos movimentos naturais do animal. As seis réplicas estáticas do elefantes foram relmente lançadas em queda livre para as cenas panorâmicas. Foi uma boa idéia fazer múltiplas réplicas, pois o pára-quedas falhou ao abrir em três deles, arremessando-os ao chão, despedaçando-os (veja a foto a esquerda). "Tivemos de construir seis elefantes figurantes, daqueles estáticos mesmo só para teste", diz Lazzarini. Vários lançamentos falharam, pois o pára-quedas falhou ao abrir durante a queda. "Tirando as quedas de teste, perdemos 3 elefantes, daí o fato porque fizemos seis", diz Lazzarini.

 

 

Na foto a esquerda, você pode ver a estrutura interna da primeira versão do elefante, ou seja, o elefante animatrônico. Um gerador interno montado na parte traseira fornecia energia para um computador, atuadores elétricos e servo-motores. As funções desta versão incluíam: movimentos da cabeça para cima/baixo, direita/esquerda, rotação, piscar de olhos, movimentos dos olhos para cima/baixo e esquerda/direita, movimento de sobrancelha, mandíbula, cauda e uma sinuosa tromba com 5 eixos de rotação. As pernas tinham molas de aço (de caminhões Ford) como amortecedores de impacto, que também forneciam um suave movimento de balançar.

 

 

 

 

 

Na foto ao lado, veja a versão animatrônica quase pronta do elefante, mostrando a pele do corpo em espuma de látex e espuma de poliuretano, anéis do pescoço, e uma estrutura interna de fibra de vidro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta foto, pode-se ver primeiro, os dois elefantes animatrônicos mais a frente e, atrás deles, mais ao fundo, a versão estática (não animatrônica) e de corpo oco do elefante aguardando ser pintada.

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta foto ao lado, observe a versão animatrônica já pronta do elefante.

 

 

 

 

 

 

 

 

Este é dispositivo Waldo® que a Character Shop construiu para Operação: Dumbo. É um sistema de telemetria que pode tanto permitir controlar em tempo-real ou até gravar os movimentos em computador e repetir quantas vezes forem necessárias. Até oito movimentos podem ser controlados por um único titereiro manipulando este dispositivo: cabeça para baixo/cima; cabeça para esquerda/direita; rotação da cabeça; base da tromba para cima/baixo; meio da tromba para cima/baixo; tromba para esquerda/direita e ponta da tromba cima/baixo e esquerda/direita.

A palavra Waldo® é uma marca registrada pela Character Shop para representar seus dispositivos de telemetria. Foi usada pela primeira vez numa história de ficção do autor Robert Heinlein, que era sobre um cientista que construía dispositivos que amplificaríam sua força física e se referia a um personagem que se chamava Waldo. Era também o apelido dado pelos cientistas da NASA aos seus primeiros sistemas de telemetria. O nome Waldo foi dado em homenagem ao Heinlen.

 

 

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