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Na Ponta dos Dedos

 

 

Noções de Titeragem Tradicional

 

Tipos de Titeragem Básica ou Titeragem Tradicional

Boneco de Vara - neste tipo, o boneco é sustentado e controlado por varas ou hastes, que podem ser de madeira, plástico ou metal leve (por exemplo alumínio). Pode ser tanto um simples objeto preso numa vara como também ser constituído por mecanismos com várias varas para movimentar boca, braços e pernas. Alguns bonecos podem até precisar de mais de um titereiro.

Nas fotos abaixo, você pode ver um exemplo de boneco de vara criado pela equipe de brasileiros do Grupo Giramundo. Na foto à direita, observe uma vara presa ao cotovelo do boneco. Apesar de não ser mostrado nas fotos, existe uma vara presa em cada pé pela parte traseira. O boneco possui as articulações flexíveis do ombro e cotovelo, assim, quando a vara é movimentada pelo titereiro, permite-se obter movimentos tanto do braço como do antebraço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na foto abaixo, você pode ver o artista Patrick Tatopoulos manipulando um boneco de vara para uma cena do filme Independence Day.

 

Performance - neste tipo, o titereiro "veste" o corpo do boneco, ou seja, a maior parte do corpo do titereiro (ou o corpo todo) participa dos movimentos do títere. Neste caso, o titereiro também pode ser chamado de performista. E apesar de ser controverso, as máscaras são também consideradas uma forma de titeragem. Na foto abaixo à esquerda, você pode comprovar um exemplo de performance com roupa e máscara usado numa titeragem de teatro. Na foto abaixo à direita, você pode ver um exemplo da magia do cinema: A roupa e máscara do Alien em Alien: A Ressurreição usadas pelo perfomista Tom Woodruf Jr. da A.D.I. (Amalgamated Dynamics Incorporated).

 

 

Algumas vezes, o titereiro continua a representar a maior parte do corpo do boneco, mas não entrando dentro dele e sim, por fora. Este tipo de técnica é a observada na titeragem de origem japonesa conhecida como Bunraku.

O Bunraku é uma forma de titeragem tradicional japonesa, natural de Osaka, na qual um boneco grande e elaborado (120 a 150 cm de altura) é manipulado de corpo inteiro na frente do público. Cada boneco é manipulado por três titereiros em sincronia, enquanto um acompanhamento musical e de narrativa é feito por outros artistas de outro lado. O titereiro chefe controla o movimento da cabeça (olhos, sobrancelhas e algumas vezes a boca) usando uma vareta e cordas. Um assistente controla o braço esquerdo e outro os pés. Os assistentes estão vestidos de preto e usam uma máscara de tela preta (tipo "mosquiteiro" ou tule, também conhecido como o tecido do véu de noiva) para esconder os olhos. As raízes do Bunraku começaram cerca do ano de 1600, combinando manipulação de bonecos, narrativa oral e música. No Japão, os bonecos têm sido usados por séculos em rituais religiosos. Até o fim do século 17, os bonecos eram geralmente manipulados por um único titereiro, mas em 1703, o público ficou surpreso ao ver os titereiros de corpo inteiro para eles, pois geralmente os titereiros ficavam escondidos atrás de cortinas ou de um pequeno palco. Em 1734, surgia o sistema de manipulação por 3 titereiros, sendo que um titereiro principal controla a cabeça e a mão direita e um segundo a mão esquerda e um terceiro os pés, tornando-se o padrão. Até o século 19, o teatro de bonecos no Japão sofreu uma queda de interesse, até que um titereiro chamado Uemura Bunrakuken reviveu esta arte, fato que transformou o seu nome no sinônimo deste tipo de arte. Nascia então o Bunraku, que indica o estilo de manipulação com três pessoas.

Nas duas fotos abaixo você pode comprovar um exemplo do Bunraku tradicional. Observe que os titereiros estão todos vestidos de roupa preta, justamente para que a platéia não os perceba, prestando atenção somente nos bonecos. O estilo Bunraku também é muito usado por artistas brasileiros durante peças teatrais.

 

 

 

Nas fotos abaixo, você pode comprovar um exemplo da técnica do Bunraku utilizado e adaptado para dar vida ao desnudo C3PO do filme Star Wars Episódio 1 - A Ameaça Fantasma.

 

 

A Titeragem Tradicional no Brasil

Os bonecos ou títeres fazem parte da culltura brasileira. Praticamente você entra em contato com os títeres diariamente. Com certeza você conhece O Louro José do programa Mais Você da apresentadora Ana Maria Braga, o Xaropinho do Programa do Ratinho e diversos outros personagens de vários programas. Todos estes personagens são títeres, que ganham a vida através da titeragem de titereiros brasileiros.

Além da titeragem tradicional vista em programas de tevê e filmes brasileiros, o Brasil também é reconhecido pela arte da titeragem teatral. Entre os vários grupos brasileiros, o Grupo Giramundo é um dos mais conhecidos. Criado em 1970 pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Terezinha Veloso e Maria do Carmo Vivacqua Martins (Madu), o Giramundo tem se notabilizado como um dos grupos de teatro de bonecos mais atuantes e premiados em todo o mundo. Sua atividade não se limita às produções teatrais, estendendo-se ainda ao cinema, vídeo e televisão, exposições e cursos. Sua contribuição na formação de profissionais da área mudou radicalmente o panorama dessa modalidade teatral no Brasil.

O Grupo Giramundo, que tem como um de seus objetivos investigar a linguagem do teatro de bonecos, procura sempre novas formas de manipulação para cada montagem, não reutilizando o boneco de um espetáculo em outro. Isso é, não "aproveita", cria sempre novos bonecos. Desta forma, reuniu nestas três décadas de existência mais de mil bonecos em seu acervo constituindo-se numa das mais extensas coleções registradas do gênero. Este acervo corresponde a mais de 30 anos de pesquisa sobre o gênero teatro de bonecos, o que significa que o grupo percorreu as principais técnicas de manipulação/construção tradicionais (fantoches, Bunraku, vareta, sombra, máscara, teatro negro, marionete) assim como enveredou por novas técnicas (próteses, bonecos de balcão, teatro branco, bonecos gigantes, bonecos de diedro, bonecos bricolados, tringle com fios, bonecos gigantes com vara, bonecos de mochila, bonecos deslizantes e bonecos com controle remoto). Além dos bonecos, o acervo do Grupo conta com cenários e adereços, a coleção de fotos, vídeos, trilhas e registros sonoros, a coleção de projetos técnicos, esboços e desenhos do Prof. Álvaro Apocalypse e a biblioteca sobre Teatro de Bonecos. A coleção de projetos técnicos de cenografia e "engenharia bonecal" é mais um patrimônio valioso de informações e história. São mais de 1000 desenhos do Prof. Álvaro Apocalypse que saíram de sua prancheta, entraram oficina adentro e se transformaram em bonecos, matéria de espetáculos admirados por milhares de espectadores.

Na foto abaixo, você pode ver alguns integrantes do grupo mineiro Giramundo com bonecos inspirados na obra do escritor Monteiro Lobato.

 

 

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