Projeto
para o Planeta Vermelho
Home Page do trabalho de final de curso de Arquitetura
& Urbanismo de Guilherme Motta de Oliveira.
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Este é o Trabalho Final de Graduação do Estudante Guilherme Motta de Oliveira, em seu último período no Curso de Arquitetura & Urbanismo, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), tendo como orientador o Professor Arquiteto Marcos Olender.
A proposta deste trabalho é projetar um assentamento no quarto planeta do sistema solar: o planeta Marte. Este assentamento deve ser viável, dos pontos de vista tecnológico e econômico e ainda confortável, apresentando bons valores estéticos e arquitetônicos.
Presta-se com esta proposta uma homenagem aos autores que influencia(ra)m os rumos da Ciência com seus livros, filmes e quadrinhos.
É objetivo deste projeto ressaltar a importância fundamental do Arquiteto e Urbanista para a otimização e mesmo viabilização da colonização espacial.
Para se construir, em qualquer local, o primeiro passo é estudar o terreno. Quando este terreno se encontra fora do nosso Planeta, devemos nos preocupar com muitas características além das que estamos acostumados a lidar.
No caso específico de Marte levamos em consideração:
Por sua vez, o projeto deve levar em conta as seguintes considerações:
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Como financiar a Exploração de Marte ?
Marte é um deserto gelado, o que poderia levar à humanidade a habitar este planeta ? A seguir analisamos algumas possíveis respostas a esta questão.
Acreditamos que a pesquisa científica pura e simplesmente não tenha força para iniciar a ocupação de Marte. Se tivesse, a Lua que é muito mais próxima da Terra, já teria sido colonizada.
Com o fim da guerra fria os programas espaciais tiveram uma desaceleração e com as recentes crises mundiais os governos têm menos recursos para investir em um projeto de "conquista" militar de Marte pelo puro "status" de se autoproclamar "dono do mundo".
Quanto à Mineração, ainda não foi detectado nenhum minério tão valioso em Marte, recentemente foi anunciada a descobreta de Hélio-3 na Lua e já se estuda a exploração desta.
Assim, a luz destas considerações, procuramos outros motivos econômicos para esta ocupação e chegamos aos seguintes:
Cooperação Internacional
A Cooperação Internacional deverá ser a base da esploração espacial nos próximos anos, seguindo o exemplo da Estação Espacial Internacional (http://www.dss.inpe.br/programas/iss/portugues/abertura.htm), que está sendo desenvolvida por dezesseis países (EUA, Rússia, Canadá, Japão, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Suiça, Grã-Bretanha e Brasil).
A comparação com o período das grandes navegações é inevitável, a civilização humana prepara-se para uma grande expansão, rumo a um "novo mundo". Assim, os países que possuírem a tecnologia necessária sairão na frente na expansão de suas fronteiras.
O Turismo Espacial
O Turismo é hoje a maior indústria mundial, as pessoas gastam milhares de dolares com viagens e acreditamos que exista um número suficiente de pessoas com tempo e dinheiro suficientes para realizar esta viagem a Marte.
Confirmamos esta possibilidade em diversas reportagens e textos publicados na imprensa nacional, em destaque à reportagem "Os Terráqueos estão chegando" publicada na revista Superinteressante, ano 11, no 1, pág. 66.
- "Amanhece no Vale Marineris. Vinte garotos com mochila e roupa de astronauta fazem algazarra no compartimento de embarque da estação espacial. Eles passaram um ano de férias no maior cânion de Marte e se preparam para voltar a Terra ...", assim começa a reportagem que informa sobre o sucesso da missão Global Surveyor e Mars Pathfinder e prevê, para meados do próximo século, que o turismo espacial será viável e usual.
Em outra reportagem, na Superinteressante ano 12, no 12, pág. 90, descobrimos projetos de empresas privadas para turismo espacial.
- A agência Zegrahm planeja construir um veículo de passeio para viagens à 100 quilômetros de altitude o "Cruzador Celeste", com previsão para o primeiro voo já em 2001.
- A Cadeia de Hotéis Hilton planeja construir um hotel com 5.000 quartos na Lua, para a primeira metade do século XXI.
- A empresa Shimizu, de Tóquio, estuda a construção de uma colônia orbital para 350 hóspedes a 320 quilômetros de altitude.
Amyr Klink em seu livro Paratii informa que hoje existem cerca de 20.000 pessoas dando a volta ao mundo em veleiros como o dele. Uma viagem como esta deve durar quase um ano. Provavelmente encontraremos em nosso planeta muitas pessoas com o mesmo espírito de aventura, tempo e dinheiro para explorar o Planeta Vermelho.
Comunicação e Publicidade Espacial (Showbiz)
A NASA hoje já produz um razoável volume de negócios em torno das viagens espaciais, o recente sucesso da missão Pathfinder resultou em CD-ROM, camisetas, bonés, chaveiros, fita de vídeo (veja como comprar em http://www.jplerc.org/mars.htm).
A possibilidade de mergulhar a colonização de outro planeta em marketing é real e está sendo pensada seriamente pela agência americana.
Assim, imaginemos: Astronautas com trajes espaciais tão repletos de propaganda quanto pilotos de F-1. Pelo menos 1 canal de TV a cabo dedicado 24h à exploração espacial. Propaganda direta feita por astronautas de produtos globais, como Coca-Cola e Microsoft. Enfim, toda uma infinidade de produtos explorando a "Aventura" e a "Tecnologia" da Colonização Espacial.
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O Programa para este projeto foi definido a partir da análise das questões já referidas, pois ele deve contemplar as limitações das tecnologias existentes e as circunstâncias econômicas. Assim concluímos que a melhor opção será a construção de uma pequena colônia em Marte, ao invés de uma simples edificação.
Esta colônia terá habitantes dos vários países "sócios" que investirem no projeto e as principais atividades que serão desenvolvidas são as seguintes: Pesquisa Científica, Turismo, Publicidade Espacial e Administração Geral.
A colônia será construída em etapas, na primeira etapa as edificações serão transportadas prontas a Marte, em módulos semelhantes aos que a NASA vem divulgando para a primeira missão tripulada a este planeta. A segunda etapa será a montagem de uma infra-estrutura de integração e humanização da colônia somente na terceira etapa todas as edificações passarão a ser construídas em Marte.
Pela característica de construção em etapas, sugerimos o programa que deve ser encaixado nos módulos de ocupação e quantificamos as funções nos desenhos, por etapa de ocupação.
Principais atividades a serem atendidas
Teremos dois níveis de pesquisadores: o primeiro, astronautas e cientistas experientes com missões específicas das agências espaciais de seus países de origem; o segundo, estudantes desenvolvendo teses de mestrado e doutorado relacionadas às questões espaciais e "marcianas", o estudante ficaria cerca de 2 anos no espaço estudando, ao chegar na terra iria defender sua tese.
Em nossa colônia teremos um hotel para Turismo Espacial. O público para este hotel será de "aventureiros", equipes de reportagem (trabalhando para alguma emissora de TV ou revista de viagem/turismo/ecologia), estudantes que, ao invés de passarem 1 ano fazendo intercâmbio em outro país, poderiam passar 1 ano conhecendo Marte.
Este hotel deverá manter uma equipe mínima de funcionários em Marte
Como suporte à Publicidade Espacial teremos um pequeno estúdio de TV e equipamentos para uma pré-edição das imagens a serem transmitidas à Terra. As transmitições à Terra serão realizadas por ondas de rádio, a partir de antenas transmissoras, como todo o assentamento utilizará estas antenas deve-se racionalizar seu uso, por isso a pré-edição em Marte, para diminuir o tamanho das transmissões.
Entendemos como Administração Geral todas as tarefas de manutenção e monitoramento das areas "públicas" da colônia.
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Primeira Etapa
Segundo a NASA a primeira missão tripulada a Marte irá utilizar módulos como o seguinte:
Imagem copiada da home page da NASA
Serão utilizados 4 módulos semelhantes a este na primeira missão, 2 de habitação/laboratório, um tanque de combustível e um módulo de retorno ao espaço, este último se conectará com o veículo "transmarciano" para o retorno à Terra. Este veículo "transmarciano" fará a ligação Terra/Marte, sem aterrissar em nenhum dos planetas, permanecendo em órbita esperando sua carga.
Esta opção para as primeiras viagens a Marte é justificada pela dificuldade de se construir no local, enquanto não houver uma população estabelecida, nem robôs sofisticados o suficiente, as habitações deverão pousar prontas para o uso.
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Segunda Etapa
A segunda etapa de ocupação será a construção de uma infra-estrutura comum a estes módulos.
Temos certeza de que as questões tecnológicas para manutenção e suporte à vida humana foram resolvidas da melhor forma possível pelos cientistas da NASA, assim nossa principal preocupação com este projeto refere-se à questão da humanização da colônia. Nosso objetivo é melhorar as condições de vida das pessoas que irão passar meses, talvez anos de suas vidas, em um planeta árido, sem atmosfera e com um céu alaranjado.
A viagem da Terra à Marte demora pelo menos quatro meses, totalizando quase um ano só de translado entre os planetas. Durante este período as pessoas estarão confinadas a espaços pequenos e limitados. Os módulos que pousarão em Marte e servirão de habitação, são do mesmo modo pequenos. Para diminuir este confinamento propomos a construção uma passagem entre os módulos em que as pessoas não precisem de trajes espaciais.
A associação de módulos a uma via de acesso pública cria uma "rua", onde as pessoas terão vizinhos e poderão "esticar as pernas", sem trajes espaciais. Poderão olhar a paisagem de Marte, encontrar pessoas, ou simplesmente "dar uma voltinha".
Sob o piso das passarelas irão passar as tubulações de ar, água, esgoto, energia e telecomunicações. Assim a manutenção destes poderá ser realizada confortavelmente por dentro da passarela, sem a necessidade do traje espacial.
No desenho acima, vários módulos estão unidos formando uma "rua", para quebrar a sensação de um grande corredor temos um "alargamento", ou uma pequena "praça" no centro da figura. Esta praça terá mesas e cadeiras para que as pessoas possam "relaxar" e se encontrarem, funcionando como uma esquina, haverão módulos "bar" junto a estas praças para complementar sua função.
Agrupamos estas ruas para formar o que chamamos de "bairro". Exterior aos limites do bairro posicionamos paineis para coletar energia solar, bem como equipamentos para coletar energia eólica. Ainda deverá haver a necessidade de reatores nucleares para complementar a produção de energia que também serão colocados fora dos limites do bairro.
O Bairro terá as vias de pedestres, na altura da entrada dos módulos e as vias para "carros", no nível do solo. O acesso de veículos é importante para garantir o abastecimento de todos os módulos. Quando a colônia tiver esta configuração, já deverá haver um ônibus espacial em Marte, para fazer a conexão entre o veículo trans-marciano (em órbita de Marte) e a colonia. O pouso irá acontecer longe do "bairro" e as pessoas e suprimentos serão transportados até ela por estes "carros".
No centro do bairro temos uma estrutura geodésica semi esférica que terá dupla função:
Lazer: com jardins, pista de cooper, piscina e um anfiteatro. Este espaço será a maior referência com o planeta Terra, podendo conter inclusive algumas aves e criação de animais para abate, como galinhas.
Trabalho/Pesquisa: uma horta comunitária para produção de alimentos "frescos" irá complementar a dieta dos colonos, bem como ser fonte de pesquisa sobre as qualidades do solo marciano e a reação das plantas quando cultivadas com 1/3 da gravidade da terra.
É importante ressaltar que existe uma pesquisa muito grande para se produzir ambientes auto-sustentaveis, com o intuito de baratear e viabilizar a exploração de outros planetas. Neste campo existem duas tecnologias principais, uma baseada em técnicas físico-químicas e outra em tecnicas "biológicas".
A tendencia atual é mesclar estas duas extraindo as vantagens de cada uma, assim esta redoma ganha importância na medida em que a vegetação ajuda a produzir oxigênio, a extrair água do solo, regular humidade e temperatura.
Conclusões sobre a Segunda Etapa do projeto
A maior parte, se não toda a população desta "vila marciana" é temporária, permanece em constante revesamento retornando sempre de volta a Terra.
Todos os módulos são externamente iguais e internamente têm o mesmo tamanho. As funções públicas de manutenção, limpeza e monitoramento dos equipamentos de suporte vital serão realizadas num sistema de rodízio. Esta pequena "vila marciana" não tem polícia e nem um poder central local, seus habitantes são cientistas, turistas e profissionais de TV e médicos. Um pequeno centro onde se encontarm pessoas de diversas nações.
O maior problema de saúde na colônia, deverá ser a depressão, longe do "céu azul" da Terra, longe de tudo e de todos, as pessoas terão um estado emocional delicado. Provavelmente as pré-seleções na Terra para os futuros habitantes de Marte serão mais por caratcerísticas psicológicas que aptidões físicas.
Terceira Etapa
A terceira etapa do projeto é a consolidação de nossa colônia. Nesta fase já existe uma população permanente e a infra-estrutura cresceu, e o aglomerado de bairros passa a formar uma pequena cidade.
No centro da "cidade" temos um grande parque central. Este, com uma característica mais agrária, é voltado para produzir alimentos.
Nesta etapa será possível montar as edificações em Marte. Os antigos módulos que pousavam prontos para o uso serão lentamente substituidos pelas novas edificações. Estas serão simplificadas e produzidas em série.
Utilizamos como módulo básico o octaedro truncado que é o poliedro mais econômico, pois é a menor superfície que envolve o maior volume perfeitamente aglomerável.
Com a modulação viabiliza-se a produção em série das peças componentes do módulo.
As novas edificações serão inseridas na infraestrutura existente, conforme a figura abaixo.
O espaço embaixo da edificação
deverá servir como abrigo para veículos
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www.marte.cjb.net - por Guilherme Motta - guimotta@nutecnet.com.br