
Uma Breve História Do Tempo
QUADRINHOS
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As Histórias em Quadrinhos (HQ's) nasceram nas imprensas do jornal New York World, em 05 de maio de 1895, onde o artista Richard Fenton Outcalt desenhou dois painéis (charges), um colorido e outro em preto e branco, sob o título "At the Circus in Hogan's Alley". Eram quadros com crianças de favelas, porém, no meio da gurizada havia um garoto de cabeça grande, orelhudo, de traços orientais e com camisolão azul. Pronto! E assim se fez Yellow Kid (o Menino Amarelo). A partir de 05 de janeiro de 1896, seu camisolão já é amarelo e surge nos desenhos de Outcalt os primeiros balões, apêncies fundamentais do gênero.
O que marca a importância do Yellow Kid é o fato de ter sido a primeria tira de quadrinhos. Uma forma que reinou absoluta nos EUA até o aparecimento das revistas de HQ's (gibis). Mas há quem diga que os quadrinhos começaram antes, muito antes...
OS PIONEIROS
Nos séculos XVIII e XIX surgem as "Literaturas Estampadas" (muitos chamavam de Romances Caricaturados), onde um dos precursosres é o inglês Willian Hogart (1697-1764), entre elas Harlot's Progress. Também contribuíram o suíço Rudolf Töpffer, com seu M. Vieux-Bois (1827), Willelm Busch, com seu Max und Moritz (1865). No Brasil eram chamados Juca e Chico e traduzidos por Olavo Bilac.
Na França, em 1889, Georges Colomb cria a Famille Fenouillard. já no Brasil, o ítalo-brasileiro Angelo Agostini, começou a publicar suas histórias ilustradas em 1867, como "As Cobranças", na revista O Cabrião. Sua primeira historieta com personagens fixo surgiu em 1869, com o título "As aventuras do Nhô Quim", na revista Vida Fluminense. Suas histórias duraram até o dia 15 de dezembro de 1906, com o personagem Zé Caipora, até o capítulo 75, na editora O Malho.
DEPOIS DO AMARELO
Estourou de vez a criativa imaginação dos desenhistas, comuma leva sem fim de personagems como "Os sobrinhos do Capitão" (Katzenpmmer Kids - 1897), de Rudolf Kirks, "Chiquinho" (Burter Brown - 1902), de Richard F. Oultcalt (Buster durou até 1910 e Chiquinho até o final dos anos 50, na revista O Tico-Tico).
As tiras, no mundo inteiro, chegaram ao status de arte (inspirou a Pot Art dos anos 50 e 60), com trabalhos como o de Herriman (Krazy Cat - 1913), Winsor McCay (Little Nemo in Slumberland - 1905), Sullivan (O Gato Félix - 1923), Hergé (Tintin - 1929), E. C. Segar (Popeye - 1929) e Walt Disney (Mickey Mouse - 1929).
Grande parte dos personagens que marcaram as décadas de 10 e 50, surgiram nos jornais diários, em forma de tiras, distribuídos pelo Syndicates.
Em 1929 tem início a era dourada, com Buck Rogers, Tarzan, Dick Tracy (1931), Bety Boop (1931), Pinduca (1932), Brucutu (1933). Para concorrer com Tarzan, Rogers e Tracy surgem Flash Gordon, Jim das Selvas e o agente secreto X-9. Todos criados por Alex Raymond em 1934. O escritor Lee Falk cria Mandrake (1934) e Fantasma (1936). O Pato Donald chega em 1938, pelas mãos de Walt Disney.
REVISTAS EM QUADRINHOS
O grande salto aconteceu quando títulos exclusivamente voltados para o gênero passaram a ser publicados, como "Action Comics".
Foi ali, em junho de 1938, que surgiu um dos personagens mais famosos de todos os tempos: o Super Homem, criado por Joe Shuster e Jerry Siegel. Um ano depois, em 39, a "Detective Comics" (mais tarde DC Comics, uma das maiores editoras de quadrinhos dos EUA), deu o troco: surgia o Batman, criado por Bob Kane.
Daí em diante veio uma leva de super-heróis, muitos deles patrióticos, chegando até a lutar contra os alemães na Segunda Guerra Mundial, com Namor, Tocha Humana, Capitão América e a Justice Society of America (Sociedade da Justiça da América). Não podemos esquecer os vilões como o Dr. Silvana, o Caveira Vermelha e o Coringa.
Mas o auge do gênero "comic book" (revista em quadrinhos), foi sem dúvida "The Spirit" (O Espírito - 1940), de Will Eisner. Uma obra antológica. Tomadas, fusões, cortes, ângulos insólitos, uso de som e das sombras. Uma linguagem visual revolucionária.
Agora vejamos gibiteca cronológica
ANOS 50
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- Mais revoluções acontecem com a criação de dois personagens famosos em todo o mundo, o Recruta Zero (Beetle Bailey - 1950), de Mort Walker e Minduim (Peanuts - 1950), de Charles Schulz (lembra do Snoopy e a sua turma?). O lançamento da revista "Mad", obra de Harvey Kurtzmann, editada por Willian M. Gaines, que fazia, e continuma fazendo, sátira a tudo e a todos. A.C./B.C. (1958), de Johnny Hart, ficou famoso pelo texto de alto nível, desenhos simples e grande senso de humor.
- E um outro grande personagem desta década foi Asterix - O Gaulês, de Uderzo & Goscinny; surgindo na França como resposta à invasão dos desenhos norte-americanos.
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ANOS 60
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- As HQ's americanas tem um novo sopro de vida e um dos nomes mais importantes no meio artístico, até os dias de hoje, Stan Lee, criador da Marvel Entertainment Group Inc. (http://www.marvelcomics.com) e de vários super-heróis como o Surfista Prateado, o Homem Aranha, o Quarteto Fantástico, X-Men, Hulk e muitos outros. Mas, a maioria em parceria com alguém, como John Buscema, Jack Kirby, Chris Claremont e Jim Starlim.
- Surgem os Comix (as HQ's Underground, que imitam os fanzines criados nos anos 30), de Gilbert Shelton e Robert Crumb.
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ANOS 70
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- As coisas se esfriam com poucas criações. Anepas Hagar (1973), de Dik Browne e Garfield (1978), de Jim Davis vem a tona.
- A Marvel e a DC tornam-se as maiores do gênero junto com a Disney.
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ANOS 80
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- Tirando Calvin (1980), de Bill Waterson, houveram recriações de antigos campeões de venda, como por exemplo Batman, em O Cavaleiro das Trevas (1985), de Frank Miller
(considerado um marco na maioridade dos super-heróis). A partir daí surgem as "Graphic Novels" (Romances Gráficos). Violência, insanidade, sensualidade e dúvidas existenciais passam a habitar os quadrinhos que inclusive perdem as divisões lineares (sua ordem cronológica). Alguns títulos e seus autores destas obras-primas: Moonshadow (Matteis-Jon J. Muth - 1985), Sandman (Neil Gaiman - 1985), Watchmen (Alan Moore - 1988), V de Vingança (Alan Moore - 1988), A Piada Mortal (Alan Moore - Brian Bolland - 1989), Orquídea Negra (Neil Gaiman - Dave McKean - 1989), Asilo Arkham (Grant Morrison - D. McKean - 1989).
- A GARAGEM HERMÉTICA DE PROMETHEUS destaca ainda: RANXEROX, a criação máxima dos italianos Tanino Libertatore / Stefano Tamburini, - um miserável Frankestein futurista que, com a menor de idade, Lubna, formam uma versão grotesca de "a bela e a fera".
- LOBO: de Keith Giffen & Roger Slifer. Chegou ao Brasil no início dos anos 90. Lobo é auto-intitulado o "flagelo da galáxia", "assassino da realeza", etc. Mercenário, utiliza seus dons de rastreador e assassino a serviço da L.E.G.I.A.O. uma polícia intergaláctica a comando Vril Dox II. Dentre as maiores façanhas do Lobo, está o extermínio de todo seu planeta natal: Czarnia.
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ANOS 90
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- A produção das histórias continua em alta, com a morte e ressurreição do Super-Homem, com Batman paralítico, com as mortes do Professor Xavier (a série: Era de Apocalipse) e da Tia May Parker. mas a melhor surpresa é a invasão de artistas brasileiros nos EUA, como Watson Portela, Bené (Ravage 2099, na revista X-Men 2099, n 11), Marcelo Campos, Khato e muitos outros.
- Temos ainda nos anos 90 a criação de uma nova editora americana de quadrinos: IMAGE. Formada em sua maioria de ex-artistas da Marvel Comics. Dentre todos seus principais personagens, destacamos: SPAWN - de Todd
McFarlane; Wild C.A.T.S - de Jim Lee & Brandon Choi; The Savage DRAGON, de Erik Larsen; GEN13, de Jim Lee e Brandon Choi; e YOUNGBLOOD - de Rob Liefeld. Hoje a IMAGE está, junto da Marvel e da DC, entre as maiores editoras do gênero.
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NO MUNDO
Nem só dos EUA vem quadrinhos de qualidade. O Gato Félix (1923), de Pat Sullivan, é australiano, Tintin (1929), de Hergé, é a criação belga (considerado o maior desenhista europeu), Tambem temos o Asterix, de Gosciny e Uderzo, na França.
Um dos pontos fortes da produção européia são quadrinhos eróticos. Os mais conhecidos (e publicados por aqui) são os italianos Guido Crepax, com Valentina (1965), e Milo Manara.
Na década de 70 é lançada a revista "Meltal Hurlant" (Heavy Metal). Foi ha Heavy Metal que nomes como o de Jean "Moebius" Giraud apareceram (ele desenhou para os filmes Tron e Alien). Um grande desenhista retro-futurista que lançou no Brasil: O Fantástico Mundo de Moebius.
Outro forte é o Western que os italianos Bonelli e Gallep desenham desde 1948: Tex.
No Japão tudo é diferente. O mercado japonês é enorme, e um gibi (lá é conhecido como mangá), chega a vender um milhão de exemplares por semana. Os mais conhecidos são Akira (1986), de Katsuhiro Otomo, e Lobo Solitário (kosure Okami), de Kazou Loike e Goseki Kojima.
Na Argentina Cisco Kid (1951), de José L. Salina, foi o marco inicial para mais tarde (1964), vir pelas mãos de Joaquim "Quino" Lavadio, uma menina que se recusa a se integrar no mundo adulto, seu nome: Mafalda.
OS QUADRINHOS BRASILEIROS
A data oficial da primeira ilustração brasileira (um cartum) foi estabelecida como 14 de dezembro de 1837, sob o título "A Campanha e o Cujo", de Manuel Araújo de Porto Alegre (1806-1879).
A primeira revista a publicar histórias em quadrinhos no Brasil foi O Tico-Tico (1905), que celebrizou o trio Reco-Reco, Bolão e Azeitona. Esse trabalho pioneiro não teve sucessores. A partir dos anos 30, o nosso mercado foi invadido pelos quadrinhos estrangeiros, publicados em revistas como GIBI, de Roberto Marinho (nome emprestado a todas publicações em quadrinhos).
A Abril, de Victor Civita (1907-1990), desde 1950, como na Itália, usou artistas nativos para fazer Disney. A tradição continua até hoje, inclusive exportando desenhos para outros países.
As Associadas através da Cruzeiro, lançam o grande marco nos quadrinhos nacionalistas: Pererê, de Ziraldo, chegou a ter a tiragem mensal de 120.000 exemplares.
Mas o único autor que conseguiu manter uma produção duradoura e regular, a ponto de atingir até o cinema foi Mauricio de Souza, que desde 1959 ocupou revistas e tiras de jornais com aventuras da Turma da Mônica. Para maiores referências procure no: http://www.monica.com.br.
Nas tiras, a Folha de São Paulo sempre incentivou artistas nacionais. O Jornal do Brasil também. Temos muitos artistas bons como: Daniel Azulay (com o seu Capitão Cipó, e Turma do Lambe-lambe), Miguel Paiva (com Ed Mort e Radical Chic), os irmãos Caruzo, Henfil (1944-1988), Veríssimo (com as Cobras e Família Brasil) , Jaguar (com Sig para o Pasquim).
A partir de 92 formam-se editoras e librarias com base sólida nas publicações quadrinísticas como a Art & Comics (responsável pela grande leva de desenhistas brasileiros nos EUA - Editoras de porte como a DC, Marvel, Image e muitas outras).
A Circo Editorial e a Nova Sampa destacam-se nas publicações nacionais, como: Geraldão, do Glauco, a
antológica Chiclete com Banana (tipos fortes e característicos, em traço grosso e pessoal, humor dark e grosseiro, sucesso imediato), de Angeli, Níquel Náusea, do ótimo Gonsales, Piratas do Tietê, de Laerte, e outras são guindadas a possibilidade de serem testadas nas bancas de jornais, em tempos de crise. Laerte, Angeli e Glauco criam o besteirol "Los 3 Amigos" nos jornais e viram revista nas bancas.
A Editora Brasiliense, tal como a LP & M (esta pioneira), conseguem, com a EBAL e a Martins Fontes, abrir espaços nas livrarias, para expor os álbuns de autores nacionais e estrangeiros, tirando os quadrinhos das bancas de jornais e colocando-os ao lado da literatura.
* Material publicado no "ARTITUDE - Uma publicação do Diretório
Acadêmico de Educação Artística - DAEA Número 4" Escrito por Daniel Boeira.
* Contribuição dos autores da GARAGEM HERMÉTICA DE PROMETHEUS.
* Pesquisas realizadas na Revista Wizard, gibis e outras publicações.
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para o divertimento de inúmeros leitores por todo o planeta.
Criado em 10/12/1997.
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