destinadas a sustentar o teto. Inicialmennte elas estavam talhadas grosseiramente. Tais pilares eram colocados por homens que se instalavam no alto das paredes. Essas equipes puxavam as colunas com cordas, enquanto outros homens as empurravam com alavancas. Uma vez que todas as colunas estivessem em seus lugares, novamente o templo era preenchido de entulho e, finalmente, as lajes do teto eram alçadas às suas posições através de rampas. Quando o teto já se encontrava totalmente colocado e acabado, o entulho ia sendo retirado progressivamente. Nessa fase ele servia como plataforma de trabalho para os artífices. Uns finalizavam os capitéis das colunas, que antes haviam sido apenas rudimentarmente esculpidos; outros gravavam e pintavam, não só nas colunas mas também nas paredes do templo, vários episódios, reais ou imaginários, da trajetória do faraó nessa vida e na do além-túmulo. A pavimentação do solo, em pedra de granito ou alabastro lindamente talhada, era o último passo desse hábil trabalho de construção. As calçadas de acesso aos templos, supõem os arqueólogos, eram construídas com o emprego da mesma técnica.
Especulam também muito os estudiosos sobre o eventual número de trabalhadores que teriam sido empregados na construção das pirâmides e o tempo necessário para erguê-las. Na visão de Heródoto a Grande Pirâmide levou 20 anos para ser construída. E pelo que ele afirma, no decorrer de um ano eram empregados 400 mil homens divididos em turmas trimestrais de 100 mil homens cada. Dizem os arqueólogos que esse número é exagerado. Tendo-se como aproximadamente correto o fato de que aquele monumento é formado por dois milhões e 300 mil blocos de pedra, o número médio de blocos a serem transportados anualmente, por um período de 20 anos, seria de 115 mil. Tais blocos pesam, em média, duas toneladas e meia e os estudiosos acreditam que poderiam ser manuseados por turmas de oito homens. Se considerarmos um total anual de apenas 100 mil homens, cada turma teria que mover 10 blocos em 12 semanas, o que parece ser uma tarefa factível, sobretudo levando-se em conta que a distância a ser vencida não era muito grande, principalmente para os blocos da parte interna do monumento, os quais eram encontrados normalmente naquelas vizinhanças. Ao que tudo indica, o trabalho era realizado durante a estação da inundação, dos finais de julho ao fim de outubro, quando a terra não podia ser cultivada e a mão-de-obra ociosa era abundante.
No que diz respeito aos 20 anos de construção atribuídos por Heródoto à edificação da Grande Pirâmide, existem evidências que se contrapõem a essa informação. Nas pedras do revestimento da pirâmide vermelha de Dahshur foram encontradas duas datas inscritas com ocre vermelho. A primeira refere-se ao 21º ano do reinado de Snefru e, estando inscrita no canto nordeste do monumento, deve indicar o ano no qual o trabalho começou. A outra data está inscrita num bloco situado no centro de uma das faces da pirâmide e indica o ano seguinte daquele reinado. Como Snefru havia mandado construir anteriormente a pirâmide torta e, pelo menos parcialmente, a pirâmide de Meidum, é bem provável que a pirâmide vermelha tenha sido erguida no final do seu reinado de apenas 24 anos. Entretanto, torna-se difícil acreditar que fosse possível erigir tal monumento em apenas três anos se a Grande Pirâmide, com apenas uma terça parte a mais em volume, tivesse levado 20 anos para ser concluída. Tudo isso demonstra quão especulativas ainda são as afirmações feitas pelos estudiosos a respeito dos enígmas das pirâmides.