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XUITO - MEMÓRIAS DE UM LICANTROPO JUVENIL

 

CAPÍTULO IV: Quem vai ficar com Mary?


Fui fazer o colegial em outra escola, onde o ensino era melhor. Eu ainda gostava da Patrícia, mas estudando em um lugar diferente e sem vê-la o tempo todo certamente eu iria esquecê-la e conhecer alguém pra me apaixonar de novo.

Nessa nova escola eu era amigo de um Dom Juan que ficava com todas as meninas. Era foda sair com ele e ficar "segurando vela" todas as vezes. Eu nem tinha chance de ficar com alguém porque todas as meninas que nós encontrávamos eram afim dele! A minha timidez agravava ainda mais esse quadro e, assim, fiquei muito tempo sem beijar ninguém.

Comecei a me enturmar melhor e a ficar com algumas meninas, mas eu não me interessava muito por elas, já que a maioria eram aquelas que o meu amigo Dom Juan desprezava. Aos poucos eu fui deixando de pensar tanto na Patrícia e resolvi namorar uma dessas meninas, a Luana. Eu não estava apaixonado, mas tentava fazer com que ela não percebesse isso. Foi enquanto eu estava namorando a Luana que eu conheci a Fabíola.

A Fabíola era a irmã de um cara da minha classe, e fazia a sétima série. Ela era totalmente apaixonante e era impossível não gostar dela. Linda, simpática com todo mundo, lindos cabelos castanhos e macios, uma pele branquinha, uma bela voz e um charminho que deixava todos os caras loucos.

Ela não estava nem aí... nem mesmo o Dom Juan conseguia ficar com ela. Na verdade, ela ainda nem tinha dado o primeiro beijo da sua vida.

Tenho quase certeza de que o que faz a gente gostar de alguém assim, platonicamente, é a esperança de um dia poder ficar com essa pessoa. Eu achava que a Fabíola dava moral pra mim, e tinha esperança de um dia ficar com ela.

Acho que eu demorei mais de um ano pra falar pra Fabíola o que eu sentia por ela. Fui ficando amigo e mais amigo dela. E achava que ela percebia o que eu sentia, mas não. Todo mundo na escola já sabia, mas ela não.

O colegial foi uma época muito legal da minha vida. Quando fui para a segunda série parei de andar com o tal Dom Juan. Eu já tinha cansado de viver na sombra dele.

Aí já era 1993. Comecei a andar com um pessoal muito bacana... na verdade a melhor turma com quem andei na minha vida. Nós éramos seis: eu, o Felipe, o Birola, o Vicente, o Edivaldo e o Fabinho.

O Vicente era um cara da minha classe que tinha reprovado duas vezes o segundo colegial e, sendo assim, já tinha feito dezoito anos. Ele tinha acabado de tirar a sua carteira de motorista, o que significou uma revolução nas nossas vidas: foi o primeiro amigo nosso a ter licença para dirigir e um carro disponível! Nós lotávamos a Elba Weekend da sua mãe com oito e às vezes até nove pessoas. O carro não tinha nem som, mas o Birola ia no banco de trás do carro tocando violão e fazendo a trilha sonora das nossas noites.

Volta e meia decidíamos fazer uma festa pra manter nossa popularidade em alta. O irmão da Fabíola e o Ericão arrumavam o som e as luzes, o Felipe fornecia a casa e junto comigo fazíamos a divulgação. Eram as chamadas Fiestas. Colocávamos cartazes, fazíamos panfletagem e chamávamos todo mundo na escola, mas não cobrávamos nada... era tudo pela diversão (e pelas mulheres!).

Bem, esperei por muitas oportunidades e demorei muitas fiestas antes de falar com a Fabíola (a timidez atrapalhando novamente), mas foi numa destas fiestas, se não me engano na última que organizamos no final do segundo colegial, em que eu falei com ela, e na qual eu tomei o primeiro fora da minha vida.

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