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O homem comum jamais entenderá essa sentença, e há
homem comum em todas as categorias sociais.
Não podemos pré-julgar os nossos semelhantes sem uma avaliação justa, e para que tal ocorra, só conhecendo os fatos reais. Para que possamos conhecer os fatos cuja ação não estávamos presentes, só se aquele que praticou a ação e aquele que sofreu a ação relatarem o ocorrido. Mesmo presente à ação ou sofrendo a ação, em algumas ocasiões ficamos sem compreender o porquê de tal atitude. Então nesse caso só ouvindo com paciência e imparcialmente a justificativa do que agiu, saberemos os motivos. Aceitar como resposta porquê sim ou porquê não, não satisfaz as pessoas comuns que gostam de conviver com dúvidas. As pessoas impacientes que acusam e julgam, não dando direito à defesa, ou simplesmente não esperam a justificativa, além de comuns, são pessoas mesquinhas e pobres de espírito. Essa atitude jamais habita um Wu Tai-Shan. Todo Wu Tai-Shan obedece a Leis e certas atitudes só podem ser tomadas dentro de 9 (nove), 72 (setenta e dois) ou 108 (cento e oito) dias. Quando alguma divindade fôr invocada para a solução de algum fato, o Tai-Shan terá que aguardar pela oferta dentro dos prazos e seja qual fôr o resultado, ele aceitará. Caso o prazo vença e as divindades não apresentem a solução esperada, aí sim ele poderá decidir. Quando desencarna a esposa de um Wu Tai-Shan, ele sabe com certeza que o espírito da sua mulher escolherá a sua futura esposa. Essa escolha ocorre principalmente quando ela (espírito) deixou filhos a serem cuidados. O aparecimento ocorrendo dentro dos 72 dias, não poderá haver questionamento. Mas, entre os 72 e 108 dias será aceita a candidata, porém poderá haver questionamento. Caso expire o prazo de 108 dias e nada ocorra, então o Wu Tai-Shan está livre para escolher quem ele quiser. Quando uma candidata aparece dentro do prazo de 72 dias, ele terá que se empenhar para que tudo dê certo. Um Wu Tai-Shan jamais quebra as leis, pois se isso ocorrer, ele sabe as conseqüências que o esperam. O desencarne de um gavião dourado é igual aos outros. O que diferencia é o comportamento durante o Tsan-Tsan, isto é, o ritual. É difícil para o não-iniciado entender que o momento é triste, saudoso, emocionante, mas estamos alegres. Depois de ficar determinado se haverá enterro ou cremação, começa-se os preparativos. Envolve-se o corpo com branco e se houver flores, serão brancas, e sobre o peito 9 rosas amarelas, colocadas em forma de meia-lua, colocando-se os pés das rosas para o pescoço. Após a arrumação do corpo, os irmãos presentes (alguns) entoam canções de despedida. Quando faltarem 15 minutos para o final, então será recitado o Preceito de Purificação dos Antepassados. O final da cerimônia deverá ser ao pôr-do-sol. Por 72 dias o espírito do que partiu visita todos aqueles que ele deseja e procura cumprir todos os prazos. Após os 72 dias até o 108º , ele concentra a sua atenção naqueles que foram mais chegados. Após os 108 dias começa a se afastar. Um Gavião Dourado nunca esquece os que partiram. No dia do enterro a emoção está no ar, mas há alegria interior, pois quem parte cumpriu sua missão e está livre para voar sobre a montanha mais alta e gritar o som da liberdade. Voar livre sobre a Montanha Sagrada, isto é, sobre a Montanha Wu Tai-Shan e seus cinco picos, iluminados ao pôr-do-sol pelos 108 raios. |
Quando dois irmãos se encontram, um dirá:
-"Nenbutsu!" O outro responde: - "Nenbutsu ! Que a Luz do Lótus Dourado esteja em nossos corações!" Quando um irmão recebe a visita de outro, o que chega, diz:
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Shang-ti | O Shang-ti é composto por capelas internas e externas, e também do "Tsan-Tsan" - anexo do templo dedicado para meditação aos ancestrais, onde também se realiza o Preceito ou Ritual da Purificação dos Antepassados. Os Rituais praticados durante os funerais, ou posteriormente, também são chamados de "Tsan-Tsan". |
Syûdôin | (Casa do Caminho) - Nesta capela reúnem-se as Irmandades. |
Irmandade | A Irmandade ou núcleo é a cristalização da Força Divina em cada um dos irmãos de um grupo regional. Existem regiões em que a Força Espiritual também está no local onde se reúnem. A Irmandade, primeiro começa a tomar forma no espaço espiritual sobre uma região, gerando um campo de força, atraindo os irmãos afins. Quando os irmãos se agrupam, formando o núcleo material (Irmandade), a Força Espiritual se fará presente, interligando assim o núcleo ao Shang-ti (Central). |
Festividades: | |
Abril | 07/04 - Ano Novo
08/04 - Dia da Iluminação As festividades seguintes não possuem datas fixas, mas devem
ser realizadas no dia 15 de cada mês, ou o mais próximo possível,
ou na Lua Cheia de cada mês (preferível). A festa tem maior
importância quando a Lua Cheia coincide com o dia 15.
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Maio | Tung-Cheh / Festival das Lanternas - Homenagem a Fudô-San. |
Junho | Festival do Fogo Suave - Homenagem a Kwannon. |
Julho / Agosto | Festival dos Leques - Homenagem à Kwang-Yin. |
Setembro | Festival Ching-Ming / Festa das Flores - Homenagem a Inochi, Senhor da Vida. |
Outubro | Festival Han Shih Chieh / Festa da Comida Fria - Homenagem aos Mártires. |
Novembro | Ritual do Tai-Miao / Homenagem a Seishi - Homenagem aos Ancestrais/Antepassados. |
Dezembro / Janeiro | Ritual de Sagração das Águas - Homenagem à Kwang-Yin. |
Fevereiro / Março | Festival Tuanyuen (união Sol e Lua) - Homenagem à Mak-kok (Macáu), Venerável Regente do Leste e do Amor ( união do Sol com a Lua ). |
A ORIGEM
O Movimento Amidista do pequeno templo Kyôtô-Syûdôin segue o caminho pregado pelo Venerável Sábio e Mestre Santo Senhor Hônen, patriarca organizador do ramo budista japonês Jôdô-Shu. O Budismo Kyôtô-Syûdôin, além dos Ensinamentos primitivos do Jôdô-Shu, introduziu idéias, práticas e ritualísticas dos ainus. Os ainus pertencem a uma pequena etnia existente no Japão, cuja origem não está definida, mas acredita-se que sejam originários da China. A mescla religiosa do Kyôtô-Syûdôin começou na realidade em 1930, com o saudoso Mestre Nisida Ryôya. Nesta época Mestre Nisida descobriu o Esperanto, e como era um monge de visão espiritual, percebeu ser este idioma um veículo poderoso, através do qual poderia chegar ao Ocidente e divulgar o Budismo. Nos anos de 1175-1176, o Venerável Mestre e Sábio Hônen,
após ter estudado na famosa e tradicional escola religiosa do Budismo
Chinês Tendai (Tien-t'ai), iniciou um grande movimento de protesto
e reformulou o Budismo, que tinha estudado, criando assim uma escola
simples e prática. Esta escola (ramo Budista Jôdô-Shu)
foi criada para que na sua simplicidade atingisse a população
inculta e humilde, formada na sua maioria por camponeses e serviçais.
Os monges chineses no Japão, ou os japoneses que tinham estudado na China, já tinham há algum tempo, antes do Mestre Hônen, começado várias tentativas de reforma nos ramos budistas. As escolas chinesas pregavam o humanismo e a filantropia, levando os monges à rebeldia para com as ordens imperiais. O movimento rebelde consistia em pregar cultura e religião ao povo. O Venerável Mestre En-no Ozuno foi um desses monges que enfrentaram a ira do imperador, e teve que refugiar-se nas montanhas, surgindo daí o Movimento Yamabushi (Budismo das Montanhas). O Venerável Mestre e Sábio Hônen também caiu
em desgraça, pois o Amidismo (Jôdô-Shu) ou ainda Escola
da Terra Pura, como era conhecida por ser tão simples, atraiu muitos
adeptos, deixando os templos tradicionais vazios.
O Jôdô-Shu foi iniciado precisamente no reinado do Imperador Takakura, na primavera do ano de 1175. Nesta época Hônen estava com 43 anos e sobre o monte Shimizu ele construiu uma cabana e começou a pregar. A nova escola passou a chamar-se Jôdô-Shu (Zyôdô), isto é, "Terra Pura" ou País do Buda Amida ou Buda Amitaba. Esse nome deveu-se a uma das Leis Básicas do Hongan, isto é, a 18ª Promessa do Buda Amitaba. No Hongan, Amitaba diz que perante o universo todos os homens são iguais e não há diferença de cor e de credo, não há inteligentes ou ignorantes, e além disso todos serão salvos na Terra Pura, que fica à ocidente do universo e à oriente da Terra. A Segunda Lei Básica é a fé e a certeza no mantra ou palavra sagrada NENBUTSU, que deve ser repetida e pensada todas as horas. A Escola Hôneniana passou a influenciar não só a população inculta, mas também a nobreza. Foi uma verdadeira revolução social. O povo deixou de pagar tributos aos templos e alguns discípulos do Jôdô começaram a debochar dos monges que postulavam nas escolas tradicionais xintoístas, Shingon e Tendai. Em 1204 os monges ofendidos dos templos da cidade de Nara e do monge Hiei, queixaram-se ao Imperador através do chefe episcopal "Sr. Sinsyo" e pediram a cabeça do Venerável Hônen. O Imperador não pôde executar o Sábio, pois o Príncipe Imperial Kanezane fora curado por Hônen e tornara-se seu discípulo. Assim, o Imperador tinha uma dívida para com Hônen, mas, agindo sobre pressão, confinou o monge na ilha de Tosa. A ilha de Tosa é uma região inóspita e gelada, assim o Imperador acreditava que lá o Venerável Sábio não resistisse e viesse a morrer. Durante o afastamento do Mestre, quando os ânimos tinham serenado e tudo parecia calmo, nova agitação perturba o Imperador, e desta vez dentro do próprio palácio. Duas das esposas do Imperador tornaram-se monjas do Jôdô, influenciadas por Hyûren e Anraku. Os dois eram os monges mais chegados a Hônen e foram degolados em praça pública como "exemplo" aos fiéis do Mestre Hônen. Esse fato não desanimou os seguidores; ao contrário, unificou os fiéis dando mais força e ânimo aos seguidores do "Nenbutsu", que agora possuía dois mártires para reverenciar. Longe do Mestre Hônen, o Príncipe Kanezane voltou a adoecer; e sem ter quem o tratasse, veio a falecer. Mas antes fez seu último pedido, implorando ao Imperador clemência ao Mestre. O Imperador concordou, mas não cumpriu a promessa. Um dia o Imperador acordou assustado, pois sonhara que o espírito de Kanezane tinha voltado para cobrar a promessa de perdão. Finalmente, no dia 8 de dezembro de 1207, o Imperador perdoou o Mestre, mas ao voltar ele não teve permissão de ficar na capital. A ordem oficial era para residir numa província da qual não poderia se afastar. Durante quatro anos viveu na cidade de Osibe, na Província de Settu, numa choupana junto ao Templo Katiodera. Novamente o Imperador sonha com Kanezane, cobrando seu último pedido. No dia 17 de novembro de 1211, Mestre Hônen deixa o Templo Katiodera, e no dia 20 chega à capital. A cidade de Zitin ficou em festa ao ser informada que Hônen estava para chegar. Prepararam então uma pequena capela junto a Ootani. Quando ele chegou uma multidão o esperava e deram as boas-vindas. No dia 2 de janeiro do ano de 1212, o Venerável Mestre adoece.
Durante dois dias falou sobre o renascer na Terra Pura. Durante o sono
seus lábios repetiam o mantra "Nenbutsu" ou o nome de Amitaba. Hôrenbô,
um dos discípulos de Hônen, recebeu do Mestre a seguinte mensagem:
No seu leito, no dia 11 de janeiro, Hônen pediu aos seus discípulos
que repetissem bem alto o mantra Nenbutsu, pois Amitaba estava chegando.
Às dez horas da manhã do mesmo dia, alguns discípulos
trouxeram uma imagem do Buda Amida e a colocaram próxima ao leito
e perguntaram:
No dia 24 de janeiro, Hônen se preparou e vestiu seu kuromon e colocou por cima o haori creme, voltando a deitar-se com a cabeça voltada para o poente. Às 10:00 hs uma nuvem púrpura surgiu sobre a casa, e quando perguntado sobre o significado, ele respondeu que finalmente fora aceito na Terra Pura. No dia 25 de janeiro de 1212, ele recitou o seguinte preceito:
Às 12:00 hs do dia 25, com 80 anos, o Venerável Mestre fez a viagem de volta, seus lábios sorriam delicadamente. A cidade toda chorava a sua partida. |
O MOVIMENTO O Movimento Amidista da escola Kyôtô-Syûdôin é a soma de práticas dos Ensinamentos Primitivos deixados pelo Mestre e Sábio Hônen, as práticas místicas e ritualísticas dos ainus. Posteriormente foram acrescidas à mescla já existente as práticas primitivas Yamabushi, do Venerável En-no Ozuno. Dessa associação, que parecia impossível, surgiu uma escola Budista de amor e compreensão; surgia, assim, o Templo Kyôtô-Syûdôin. Um dos lemas dessa preciosa escola e parte do juramento dos monges é: "morrer, quando necessário fôr, matar nunca!" . Já vai longe o dia em que o saudoso monge, meu querido e inesquecível Instrutor, Tong-hua, batizou-me sobre a montanha e disse: "Você está pronto, o passado morreu e você acaba de renascer. Agora começa um novo caminho; seu nome é Yung-fan (mais tarde Yûhan), fizeste o juramento da pobreza, tenha só o necessário para viver com os seus, mas procure ajudar aos outros. Você agora é um Wu Tai-Shan, mais ainda, você é um Tze Tai-Shan, isto é, um dos senhores da montanha Wu Tai-Shan. Um Wu Tai-Shan é aquele que constrói, trabalha, vive e reza sobre a montanha. A montanha, creia, é um lugar santo. O Wu Tai-Shan crê que a montanha é a sua própria vida". Costumo dizer que a água está para os peixes, assim como a montanha está para nós, os Wu Tai-Shan e Yamabushis. Quando não estamos sobre a montanha, imaginamos como se estivéssemos, esperando o dia em que voltaremos a pisar o solo sagrado. É um privilégio ser das montanhas, pois o sol toca primeiro os que estão no alto, para depois tocar os que estão nas planícies. Para o wushih, o monge missionário Wu Tai-Shan, o que ele tem de maior valor são as Leis Espirituais das montanhas. Depois, o que ele mais preza é a sua mulher, sua companheira no Dharma. Ele sabe que ela o ajuda a caminhar. Para sua companheira ele dedica só palavras bonitas e amáveis, cercando-a de carinho, pois sem ela o caminho torna-se insuportável. Seus filhos são amados, mas pelo juramento não devem receber tratamento diferenciado, pois pelas Leis todas as crianças à sua volta são seus filhos. Esta é a razão pela qual, eu sendo um wushih, luto pelo bem-estar social das crianças menos favorecidas. No Brasil, a Hônen - Comunidade Budista, ou seja, ramo brasileiro do Kyôtô-Syûdôin, segue as diretrizes do Templo em Kyôtô, dirigido pelo Abade Sr. Hyuga Yusinori (Superior Geral). Nossa Escola no Brasil foi iniciada pelo monge Wu Tai-Shan, Mestre Tong-hua. O Mestre Tong-hua era um wushih, e assim transmitiu os Ensinamentos do Budismo Chinês Wu Tai-Shan. Ele era oriundo de Shanghai, do Templo "Fa Tuang-Tsu" e chegou ao Brasil entre 1941-1942. Assim sendo, nossa origem é o Budismo Chinês Wu Tai-Shan, razão pela qual continuamos pobres, preocupados com os incultos e os menos favorecidos. Pelo acima exposto, no Brasil, o movimento Wu Tai-Shan recebe o acréscimo da Escola Syûdôin, transformando-se assim em uma nova escola. Esta conciliação foi possível graças ao saudoso Mestre Nisida Ryôya. A Escola Syûdôin, ou escola do Budismo Chinês Wu Tai-Shan,
é devocional para os fiéis e esotérica-iniciática
para os iniciados e monges. O Syûdôin procura simplificar as
Leis, para que todos possam ter as mesmas possibilidades.
O Venerável Hônen concluiu que os cursos para desenvolvimento
de poderes psíquicos eram ilusórios. Todo aquele que possuir
tais poderes descobrirão com o tempo já possuir os mesmos.
O que deve ser feito por todos os possuidores de sensibilidade extrasensorial
é colocarem-se sob a orientação de um Instrutor. O
Instrutor mostrará como exercitarem a mente e como sintonizarem
a Energia Cósmica inerente ao Caminho dos praticantes.
Tenho certeza que se o Venerável Mestre Hônen estivesse aqui, perguntaria incrédulo: "Formação superior de quê?". E, continuando, afirmaria: "Se algum monge ou zelador da Irmandade deseja uma formação sólida e possuir algum conhecimento superior, só existe uma maneira de fazê-lo, isto é, vivendo os Ensinamentos simples e naturais, ter o necessário para viver, não acumular nada e utilizar o que tem. A Realidade não está nos livros, mas na prática do Caminho. A vida é o melhor livro para quem se dispõe a ler". Nossa Escola no Brasil comemora o Ano Novo em 07 de Abril, e no dia 08 de Abril, o Dia da Iluminação pela "Luz do Lótus Dourado". Não é comum se homenagear aos vivos, mas se preciso fôr, homenageamos um antepassado indicado por aquele a quem queremos destacar. Quando o monge recebe sua ordenação, ganha um nome, que na maioria das vezes pertenceu a um Mestre, e como nome de família, costuma-se dar o nome da montanha sagrada Wu Tai-Shan. A partir do novo nome, ele renasce (desperta) e aí começa um novo caminho. Perde a família, mas passa a considerar a todos seus irmãos, isto é, a todos como pertencentes à Grande Família. Ele deve, contudo, dar atenção carinhosa para os membros da família Wu Tai-Shan, formada pela Irmandade das Nove Rosas Amarelas e Lótus Dourado. Muitos me perguntam como se faz para ingressar no Budismo. Costumo responder que todos nascem com um programa e um dia acordamos para o nosso Caminho, isto é, nossa religião. Neste dia ocorre o verdadeiro nascimento ou o desabrochar do Lótus interior. Como exercício de tolerância, siga o seguinte exemplo: quando alguém lhe pisar o pé, peça desculpas, pois além de deixar o pé no caminho, sujou a sola do sapato do irmão que lhe pisou. Na atualidade, a nossa Escola, embora constituída por duas origens e várias correntes, utiliza em maior parte os Preceitos do Budismo Chinês Wu Tai-Shan. Assim sendo, afirmamos ser a nossa Escola pertencente ao Budismo Chinês Wu Tai-Shan, porém, os Preceitos do Templo Kyôtô-Syûdôin continuam presentes nos rituais. A palavra sagrada "Nenbutsu" vem do templo de Kyôtô, e o mantra "Tai-Shan-Shi-Kan-Tang" é oriundo do Templo de Shanghai Fa Tuang-Tsu. Para o praticante leigo basta a prática devocional dos mantras, mas para os membros da Irmandade, a Escola é esotérica com seus aspectos iniciáticos, filosóficos e simbólicos. |
O CAMINHO A SER SEGUIDO
INSTRUÇÃO 1ª
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APÓS A BUSCA
AOS QUE DESPERTARAM |
O Caminho Wu Tai-Shan só poderá ser percorrido por aqueles
que realmente são da Montanha Sagrada, ou os que forem aceitos pelos
Guardiães da Montanha.
Quem fôr aceito na Montanha será um "Gavião Dourado" e uma divindade zelará por ele. Esta divindade possui um arco e três setas de ouro; ela é um "guardião do pôr do Sol" e só ela poderá atingir um Gavião Dourado, paralizando-o, assim mesmo por pouco tempo. O Gavião Dourado também tem um guardião solar, que procurará desviar a flecha; é o equilíbrio da ação e reação (analogia dos contrários). O Gavião Dourado pousa só nas altas montanhas, logo, para atingi-lo, o caçador terá de chegar ao cume, ser paciente e seguir as instruções dadas pelo guardião solar. É uma honraria possuir três flechas de ouro a seu favor, mas para ter êxito, torna-se necessário agradar aos Nove Guardiães das Montanhas, a fim de que os mesmos facilitem sua aproximação do ponto ideal para ver a chegada do Gavião Dourado. Conseguir aproximar-se do ponto ideal não significa que a seta dourada atingirá o alvo. Se a flecha acertar o Gavião, o mesmo ficará paralisado por pouco tempo. Será um tempo momentâneo, mas o necessário para que parte do Espírito Divino existente no Gavião seja transmutado para o caçador escolhido. Esta é uma oportunidade rara. A história mostra sutilmente que um Gavião Dourado deve
estar sempre atento espiritualmente e em harmonia com as Leis do universo,
para não ser pego de surpresa. Agradar sempre aos guardiães
para que eles não permitam a alguém chegar ao cume da montanha,
a não ser que esse alguém seja a pessoa indicada para formar
o seu par.
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AOS BUSCADORES
INSTRUÇÃO 1ª
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O Wu Tai-Shan ensina que cada um siga o caminho eleito e defenda suas
leis, preceitos e dogmas como se fosse o único meio de evolução
e salvação espiritual. É como se os outros caminhos
não existissem; somente aquele que o caminhante palmilha.
Na Sabedoria Wu Tai-Shan, o caminho dos outros é o melhor para os outros, mas para ele (Tze Tai-Shan), o melhor caminho é o da Montanha, é o que ensina a Sabedoria Wu Tai-Shan. Assim sendo, estão certos os Budistas que acreditam num Budismo cuja origem foi na Índia, mas os Wu Tai-Shan estão certos ao negarem esta origem e acreditarem num Budismo tão velho quanto o universo e num Budismo presente em todas as Leis existentes no Universo e na Terra, regendo a Natureza. Quanto aos Sutras, os seguidores do Budismo Wu Tai-Shan respeitam os que recitam os mesmos, pois assim eles estarão agindo corretamente. Os Budistas Wu Tai-Shan repudiam os Sutras, praticam, em vez disso, os Preceitos. |
O NENBUTSU - O CAMINHO PARA AMITABA Certa vez um monge noviço perdeu-se no emaranhado de uma selva.
Ele procurava um caminho que o levasse ao cume de uma grande montanha sagrada.
Essa montanha era cercada por um pântano, e muitas trilhas eram verdadeiras
armadilhas fatais.
O antigo iniciante, que agora era um monge instrutor, segurou o cajado e, cobrindo-se com o manto do ancião, acendeu a lanterna e assim caminharam longos dias e noites. Alguns desistiram e voltaram, outros resolveram parar para dormir, e alguns, descontentes, queriam uma estrada mais bonita. Alguns começaram a discordar dos conselhos daquele que foi noviço e agora era monge instrutor, esquecendo-se que foi ele quem desceu para ensinar como ir até a casa do ancião. Ele, que voltou antes de atravessar o portão do caminho que leva até o País de Amitaba, para ajudar aos outros pelo fato de amar os seus irmãos. Então cada iniciante resolveu seguir seu caminho, pois julgavam-se Mestres, mas antes que eles partissem, ouviram o conselho de um verdadeiro Sendatsu (Mestre):
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O Budismo Wu Tai-Shan buscar harmonizar o corpo e a mente com o espírito,
levando o praticante a se harmonizar com a Natureza e o Universo.
O CORPO - A MENTE - E O ESPÍRITO, OU SEJA, O HOMEM , A TERRA E O CÉU. AS CAUSAS DO DESEQUILÍBRIO
O EQUILÍBRIO SE CONSEGUE COM:HISTÓRICO E TÉCNICAS TAI-SHAN PEN TSAO KANG MÚ ( TRATADO ) :
TÉCNICAS YANG CHEN-SHE - PLANTAS QUE NUTREM O ESPÍRITO - (USO DAS PLANTAS PARA AJUDAR O ESPÍRITO)
TÉCNICAS TSAO-CHUNG - USO DOS ALIMENTOS ESPIRITUAIS - PREPARO CORRETO DOS ALIMENTOS
CHEN-NOUG KING ( TRATADO ) - SÉCULO I d.C. :
PEN TSAO CHE-I ( TRATADO ) : CHEN-CHANG-KI (Fins da Dinastia Han) - Formulou as primeiras idéias vegetarianas e organizou o primeiro sistema de multivitaminismo através de vegetais.
YI WU CHI ( TRATADO ) : AUTOR: Fang Tsien-Li (Fins da Dinastia
Tang).
TÉCNICAS LIN-CHI - A ARTE DE RESPIRAR BEM
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1. | NÃO DAR INFORMAÇÕES ERRADAS. |
2. | NÃO MATAR. |
3. | NUNCA PEÇA DESCULPAS. |
4. | SEJA SEMPRE UNIFORME NAS ATENÇÕES DADAS AOS IRMÃOS. TODOS MERECEM A MESMA ATENÇÃO. |
5. | TENHA PARA TODOS A MESMA COMPAIXÃO. |
6. | NÃO PEÇA OU ESPERE RECOMPENSA PELOS SERVIÇOS RELIGIOSOS PRESTADOS. |
7. | OS SEUS SEMELHANTES TERÃO SEMPRE RAZÃO; AS OUTRAS RELIGIÕES E AS OUTRAS ESCOLAS BUDISTAS SERÃO SEMPRE MELHORES DO QUE A NOSSA. |
8. | NÃO DEIXE SEU IRMÃO WU TAI-SHAN CAÍDO NA ESTRADA. |
9. | MANTENHA SEUS LÁBIOS FECHADOS PARA OS PROFANOS. |
É UM DEVER DE UM TZE TAI-SHAN CUMPRIR RIGOROSAMENTE O CÓDIGO DE ÉTICA.