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CAMPINAS (SP)
CAMPINAS
- JAGUARIÚNA OU CAMPINAS - TANQUINNHO
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Os passageiros
tratam de tomar posição em assentos marcados. Um casal atrasado corre
pela plataforma para não perder a viagem. Alcançam os pés na pequena
escada segundos antes de o maquinista soar o apito. Uma nuvem espessa de
vapor deixa nublada por instantes a paisagem bucólica do campo. A velha
maria-fumaça, com mais de 100 anos, começa se mover sem pressa, como que
reverenciando o cenário agreste.
O tempo volta um século, quando as potentes máquinas cortavam caminho entre antigas fazendas de café da região de Campinas. O que na época era pressa para o progresso, que não podia mais seguir demorado no lombo de eqüinos, hoje provoca nostalgia nos saudosos e encanta os pequenos, muitos dos quais nunca subiram num trem. Todos se sentem desbravadores na nobre missão de preservar o patrimônio e a história do País. Uma das atrações turísticas da industrializada Campinas, pólo tecnológico brasileiro, o passeio de maria-fumaça é aberto ao público nos fins de semana e feriados. De segunda a sexta, volta-se para grupos de estudantes e crianças. Os trens se movem graças a um esforço conjunto de voluntários e técnicos da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), criada há 26 anos, quando o trecho ferroviário foi oficialmente desativado. Didático – O acervo da ABPF é de 40 carros de passageiros e vagões de carga e 21 locomotivas. Desse total, 20 carros e 14 locomotivas estão em operação, aptas a percorrer os trilhos que encerram 130 anos de história. As viagens são feitas como antigamente, acrescidas de didatismo histórico. Durante o passeio, os guias falam da história do trem, das grandes fazendas que ele atravessa e explicam como funciona a maria-fumaça. É possível avistar, no meio da paisagem rural, uma imponente fazenda com cinco pés de palmeira imperial plantados na frente. Descobre-se que a propriedade pertenceu ao Barão do Café, teve a sede construída por Ramos de Azevedo e as mudas das palmeiras, hoje centenárias, doadas por d. Pedro II. Os guias explicam que quando o imperador se hospedava na casa dos fazendeiros, presenteava-os com mudas das palmeiras, importadas da Europa e de uso exclusivo da família imperial no Brasil. Fica-se a par também sobre as denominações de antigas linhas férreas. Os guias contam que elas vieram de Santos para o interior exclusivamente para transportar o café produzido na região. Na parada da Estação Carlos Gomes, pode-se conferir parte do acervo da ABPF. Os passageiros recebem também uma aula sobre a maria-fumaça. Apresenta-se, por exemplo, onde vão 10 mil litros de água fria, as madeiras que serão queimadas para mover o trem, a localização do forno e da caldeira de água quente. Explica-se como o vapor é armazenado e movimenta as rodas, por onde sai fumaça e gás excedente. O maquinista mostra a maria-fumaça em movimento, lentamente, para ilustrar a lição. Conta ainda que, para o trem partir da estação às 10h10, o fogo precisa ser aceso 6 horas antes. Por fim, o guia conta a resposta da charada proposta aos passageiros: o que o trem usa que vem do rio, mas não é água? "Areia, para garantir o atrito e movimentar as rodas sobre os trilhos mesmo em dias de chuva", explica. Fim da linha – Depois de ver de perto a máquina a vapor funcionar, é hora de retomar o passeio. No carro-restaurante há bebidas, salgadinhos e bolachas. Os turistas também podem levar o lanche de casa. A parada final da viagem é Jaguariúna, a 31 quilômetros de Campinas. Logo, a locomotiva inicia a manobra para regressar ao ponto de partida. Há seis estações antigas ao longo do percurso de 24,5 quilômetros, três restauradas em funcionamento e outros três a ponto de abrir. A viagem até Jaguariúna, de ida e volta, dura pouco mais de três horas. O roteiro alternativo, que dura metade do tempo, pára na Estação Tanquinho e pode ser feito à tarde. Passeio de maria-fumaça – Saída a partir da Estação Anhumas (acesso pela Rodovia d. Pedro I), (19) 3207-3637; www.abpf.org.br. Sábados, às 10h10 (até Jaguariúna) e 15 horas (até Tanquinho); domingos, às 10h10 e 14h10 (até Jaguariúna) e 16h10 (até Tanquinho). Fonte: estadão.com.br
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17022004