Com os sucessivos aumentos da
gasolina, o gás natural (GNV) está
deixando de ser combustível exclusivo de táxis e veículos de frota. A
possibilidade de economia de até
60% vem atraindo muitos particulares às oficinas. No entanto, deve-se
tomar alguns cuidados para se certificar de que a conversão é adequada
e de que, em caso positivo, será feita da forma correta.
No Rio, há mais de 30 estabelecimentos que realizam o serviço,
nem todos legalizados. Segundo Renato Levy, um dos proprietários da
In Car, em Bonsucesso, a demanda
aumentou muito, sobretudo depois
do carnaval. "Atualmente, os motoristas de táxis já são minoria. Costumo fazer uma média de 18 conversões por dia .
O preço médio para tomar o carro bicombustível - ou seja,
alimentado por GNV, além da gasolina varia de R$ 1.600 a R$ 2.000. O trabalho é feito em quatro horas e o tamanho do reservatório de gás varia
de acordo com o modelo. São quatro tamanhos diferentes: 16m3, para
hatchs; 18m3, para sedas, como
Santana e Vectra; 22m3, para picapes; e 26m3, dirigido a Kombis e picapes grandes.
O alívio no bolso é o grande
trunfo do gás para conquistar mais
adeptos. O metro cúbico (m3) do produto custa, em média, R$ 0,56,
nos postos do Rio. Para encher um
cilindro de 16 m3 (usado em carros
pequenos), são necessários menos
de R$ 10. O lucro não está apenas
no preço na bomba, mas também no
consumo médio: um carro que faz 1Okm/l de gasolina passa a fazer 12 km/m3 de gás.
Restrição -Antes de optar pelo
GNV, é necessário, no entanto, pesar bem os prós e contras, pois a
transformação também tem suas desvantagens. Uma delas é a perda
da garantia de fábrica. "Depois de
instalado o kit para conversão, o veículo perde suas características originais , justifica Carlos Henrique Ferreira, engenheiro da Fiat.
A maior queixa dos donos de
carros movidos a gás continua sendo a perda de força do motor. A diminuição de rendimento do veículo
é inevitável e, quanto menor a cilindrada, maior a perda de potência.
Por isto, o motorista deve pensar
duas vezes antes de instalar um kit
num carro de baixa cilindrada.
Segurança - Outro fator que
joga contra o gás é o medo de explosões, problema já contornado segundo os técnicos. "Muitos confundem
o GNV com o GLP, usado como gás
de cozinha, que é muito mais perigoso , observa Renato. Segundo
ele, o essencial para se ter uma conversão segura é seguir rigorosamente as normas do
lnmetro.