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Órgão Cavaillé-Coll

Inaugurado em primeira audição no dia 09 de setembro de 1882 por dois organeiros e organistas franceses, Veerckamp e Moor, funcionou durante quase 70 anos. O rei dos instrumentos foi comprado ao preço de 15 contos de réis por D. Antônio de Macedo Costa . Instalado no coro, mede 8m de altura por 5,5m de largura e 3,5m de profundidade.
A inauguração presidida pelo então bispo do Pará, D. Antônio de Macedo Costa, teve caráter solene. Foram convidadas as mais graduadas autoridades do Império. O Órgão Cavaillé-Coll da Catedral se compõe de 25 mil peças para fazerem funcionar os dois manuais e a pedaleira.

 

 

Registros do 1º Manual:
(56 notas - 12 jogos)

Registros do 2º Manual:
(56 notas - 08 jogos)
Pedaleira

Bourdon 16'
Montre 8'
Flûte harmonique 8'
Salicional 8'
Bourdon 8'
Prestant 4'
Quinte 2'2/3
Doublette 2'
Plein-jeu 5 rgs
Bombarde 16'
Trompette 8'
Clairon 4'

Flûte harmonique 8'
Gambe 8'
Voix céleste 8'
Flûte octaviante 4'
Octavin 2'
Trompette 8'
Basson-Hautbois 8'
Voix humaine 8'
Pedaleira : I/P, II/P.
Acoplamento: II/I.
Trémolo.
Tonnerre.
Appel anches Grand-Orgue

REINAUGURAÇÃO

O Grande Órgão ficou parado durante 45 anos e ameaçava desabar do côro. Várias tentativas aconteceram, mas sem efeito. No ano de 1995, iniciou-se forte campanha em toda a Cidade de Belém que perdurou o ano inteiro. A restauração se realizou na França, por sugestão do então organista de Notre Dame de Paris. Theo Haerpfer de Boulay, foi o escolhido. A abertura da campanha se deu no Teatro da Paz, recebendo cobertura total do então Prefeito Hélio Gueiros e de Marcos Marcelino. Vale, no entanto, notar a presença dos meios de comunicação da terra e de todo o povo de Belém que desejaram salvar o histórico patrimônio. A reinauguração, com a presença de autoridades, se deu a 14 de junho de 1996, festa do Sagrado Coração de Jesus, sob a presidência de D. Vicente Joaquim Zico, Arcebispo Metropolitano. Foram realizados três grandes concertos. Medalhas foram cunhadas, chaveiros e o album "Nova et Vetera". O grande órgão é revisado de seis em seis meses por técnicos franceses e funciona em grandes solenidades litúrgicas, aos domingos e nos dias de preceito durante as missas. Impressionam os Pontificais celebrados na Catedral com a presença do Clube dos Acólitos, da Schola Cantorum e dos Pequenos Cantores. O órgão da Sé de Belém é o maior CAVAILLÉ-COLL da América Latina. O buffet do órgão foi restaurado em Belém com madeira paraense por Verbicaro Giestas e Cia. Ltda.

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A cidade de Belém, capital do Estado do Pará, viveu dias esplendorosos de cultura, por ocasião da reinauguração do Grande Órgão de Tubos Cavaillé-Coll, o maior da América Latina e construído pelo maior organeiro do mundo do século passado. A iniciativa da compra do Rei dos Instrumentos deveu-se ao ínclito Bispo do Pará, D. Antônio de Macedo Costa, que fez apresentação solene ao público no ano de 1882. Na época, a Igreja era unida ao Estado. A Catedral tinha 60 funcionários, mantidos pela Coroa Imperial. Com a separação Igreja-Estado, houve declínio no que se refere a conservação. No ciclo da borracha ela permaneceu em equilíbrio, mas depois foi quase impossível mantê-la esplendorosa. O tempo por sua vez, a fez corroer e o Grande Órgão por quase cinco décadas permaneceu silencioso.

Sendo eu transferido de Sant’Ana no ano de 1985, tomei o propósito de restaurá-lo, dentro do possível. Para tanto, convoquei de Porto Alegre o organista alemão Sildon Scherer. Ele falou-me da impossibilidade de restaurá-lo no Brasil. O tempo passou e ele começou a ameaçar e a desabar daquela altura do Côro. Fora carcomido por cupins, inseto terrível que prolifera sobretudo nos climas quente-úmidos da Amazônia. O cupim coroe na surdina e detesta a luz. Várias peças de madeira estavam ocos por dentro.

O antigo SPHAN foi claro quando expus o problema. Dele obtive a licença para a restauração, mas nenhum apoio financeiro. Tentativas várias foram lançadas sem surtirem efeito. Por ocasião do Advento do ano de 1995, resolvi lançar a campanha. O Banco Itaú, patrocinou o lançamento no Teatro da Paz. O concerto, sob minha regência foi todo natalino.

Sendo jornalista, convoquei os meios da comunicação da terra. Todo ele unânime, jornalistas seletos, comércio, conservatórios, benfeitores, o industrial Marcos Marcelino e o então Prefeito Dr. Hélio Gueiros, por sinal evangélico, deu apoio financeiro para o frete e mão-de-obra profundamente artesanal.

Não só gente da cidade colaborou, mas também do interior. Na Catedral encontra-se o Livro de Ouro, contendo as dádivas. Promoções de serestas, bingos, sorteios, jantares múltiplos aconteceram.

Lancei o álbum "Nova et Vetera" que se encontra à venda na Catedral. Meu propósito é lançar o segundo volume sobre a reinauguração do Grande Instrumento, acontecida no dia 14 de junho de 1996, Festa do Sagrado Coração de Jesus.

É de se lamentar, que Belém, porta da legendária Amazônia, seja profundamente esquecida no sul do país, por isto lá não houve repercussão. Da nossa terra, só publicam mazelas. Os grandes feitos ficam silenciosos...

O povo pobre, ofereceu migalhas para o feito. Eis os organistas da reinauguração: Hans Bönish (alemão) e Paulo José Campos de Melo (paraense) com especialização na Europa e Superintendente da Fundação Carlos Gomes em Belém/PA. A Schola Cantorum da Catedral e os Pequenos Cantores da Sé apresentaram números em gregoriano e polifonia. No coro da Catedral, placas estão fixadas. Três recitais se realizaram nos dias 14, 15 e 16 de junho. O grande Órgão foi restaurado em Boulay-França, pela Firma Theo Haerpfer. A indicação para encontrar-se o restaurador, partiu do organista de Notre Dame de Paris. A Firma Verbicaro Giestas e Cia. Ltda. restaurou o buffet.

Por último, vale ressaltar o esforço titânico do empreendimento, sobretudo quanto ao envio de divisas ao exterior. Belém é cidade pobre. A burocracia do Banco Central, Banco do Brasil e da Receita Federal, pela compreensão dos seus respectivos diretores, facilitaram o processo. Todas as taxas alfandegárias e bancárias foram pagas pela comunidade.

A hospedagem para o desmonte foi doação do Zoghbi Hotel. Dois técnicos vieram para o desmonte e 3 para a montagem. Causou alegria imensa quando o container 40 chegou à Praça Frei Caetano Brandão. Muitas palmas.

A cidade de Belém, o Estado do Pará e o Brasil, poderão orgulharem-se da reinauguração proclamada como a RESTAURAÇÃO DO SÉCULO.