Plutónicos

Pertencentes à mesma geração dos Sheiks, Chinchilas, Conjunto Mistério e outros, os Putónicos formaram-se em 1962, na Pontinha. Começaram por ser um conjunto de baile que tocava os êxitos do momento, para as pessoas dançarem.

Uma das suas formações era composta por Zé Pimentel (guitarrra), Vítor Alves (guitarra), Gino Garrido (voz), António Fernando (baixo) e Vítor Capela (bateria). Esta formação chegou a gravar alguns singles, com temas cantados em português. Gino Garrido era, aliás, um vocalista conhecido no meio musical, na época.

A banda foi sofrendo variadas mudanças de line-up, até que estabiliza, já nos anos 70, com Necas (guitarrra), Alfredo Azinheira (baixo), João Seixas (voz), Óscar (piano) e Mári Rui (bateria). A maioria destes músicos tinha passado por grupos como os Petrus Castrus (que gravou um disco fundamental da música portuguesa " Mestre" - Para quando a sua reedição em CD?).

Em 1977 o grupo passa a ser conhecido pelo nome de A Ferro e Fogo/Os Plutónicos e o seu circuito habitual são os bailes de finalistas e um ou outro concerto. Para além disso, eram obrigados a tocar em bailes das festas populares, para conseguirem sobreviver como profissionais.

A sua música, nos anos 70, estava próxima do Hard-Rock, com umas pequenas pinceladas de sinfonismo.

Compuseram temas que apresentavam nos seus espectáculos. Desses temas houve dois que se destacaram: "Timor" (o primeiro tema de um grupo português a falar sobre a ex-colónia portuguesa, muito antes dos Trovante) e "Pássaro de Fogo" (um tema longo, ao estilo de opereta-rock que nunca chegou a ser representada, por falta de condições financeiras e técnicas), mas nunca foram gravados em disco.

Os Plutónicos mudam definitivamente de nome e passam a ser apenas Ferro & Fogo, quando o "boom" do Rock Português teve o seu início, através de Rui Veloso. Há mudanças na formação e João Seixas é substituído por João Carlos, vindo dos Hosanna.

A banda consegue contrato discográfico e edita dois singles (um deles com o tema "Santa Apolónia") e um LP (intitulado "Vidas"), mas a gravação era tão má e o estilo musical tão estereotipado (baseado nos velhos clichés do Hard-Rock) que a experiência não voltou a ser repetida.

João Seixas vai tocar bateria com o Novo Grupo de Júlio Pereira(com quem já tinha tocado nos Petrus Castrus) e Alfredo Azinheira recruta outro elemento e participa no Festival da Canção da RTP, em 1987; com o Duo Nevada (e não é que a canção "Barco à Vela", que era um perfeito exemplo do mais puro neo-nacional-cançonetismo foi a apurada para ir à Eurovisão representar Portugal!!).

O Ferro & Fogo ainda hoje continuam em actividade, tocando música de cópia em festas populares. Da formação dos anos 70 ainda conservam João Carlos e Necas.

Os Plutónicos / Ferro & Fogo são, pois, uma das formações com maior longevidade no panorama do Rock nacional. Desde os tempos do ié ié até hoje, 39 anos de música. Convenhamos que é obra!!

Crédito: Aritides Durte, Nova Guarda (23/05/2001)
citado por ANM - A NossaMúsica


Página inicial