Almir Sater
- Instrumental (1985)
Almir Sater
é um baita violeiro. Mais do que um seguidor de Tião Carreiro
(a quem nunca deixa de reverenciar), ele juntou aos toques do
mestre as músicas e toques de sua infância no Mato Grosso,
chegando a um estilo bem pessoal de fazer música.
É interessante observar que Almir utiliza a
viola com uma certa agressividade, mas esta convive
perfeitamente com a sutileza e a delicadeza que suas composições
e arranjos exigem.
Em Instrumental, a viola é sempre
destaque, mas muitas vezes a presença de outros instrumentos dá
uma cor especial às composições, como o violino em
"Doma" e a cítara (presença incomum em música
regional) em "...E de Minas pra Riba". Em cada faixa,
percebe-se que Almir Sater pensa na música como um todo,
preocupando-se em contar uma história através dela.
E o faz muito bem, como nas ótimas
"Luzeiro" e "Viola de Buriti", minhas
preferidas entre tanta coisa boa, que exibem técnica e
musicalidade, ou "Benzinho", na qual Sater toca uma
violinha de 10 cordas, menor e com som mais agudo do que a viola
tradicional.
Este disco é considerado um marco da música
instrumental de viola e não poderia mesmo ser diferente. Nele,
convivem o violeiro habilidoso e o compositor sensível. Aqui se
ouve o artista que chegou ao estilo pessoal de contar causos em
forma de músicas memoráveis.
Discão.
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