Nem meio século nos separa da criação dos primeiros cursos de administração no país. A própria profissão de Administrador só foi regulamentada no Brasil pela Lei 4769, de 9 de setembro de 1965, há apenas 34 anos portanto.

Como ciência, é datada do inicio do século com os trabalhos de Henri Ford e Fayol. Mas por que, apenas neste início de novo milênio, é tão discutida? Nunca se produziram tantos livros e tantas novas fórmulas de sucesso estão colocadas à disposição dos gestores das organizações.

Evidente que a administração existe desde o momento em que o homem tornou-se um ser gregário e criou a primeira instituição tribal, raízes do estado primitivo. No campo militar, certamente foi onde mais evoluiu e inspirou os sistemas básicos de gestão.

A novidade, hoje, é o fator transformação, a velocidade das mudanças - a incerteza. Para lutar contra a isto, as armas são o planejamento, o sentido de tentar descobrir os indícios do que não é ainda, e preparar-se para não só sobreviver ao que virá, mas aproveitar as oportunidades para crescer e desenvolver-se com o novo.

Outro elemento fundamental é a organização, isto é, a estrutura está preparada para a metamorfose contínua ? É flexível o suficiente para adaptar-se, para dar as respostas que a conjuntura do momento exige?

Quantas vezes ouvimos que é, nas águas turbulentas, nas grandes tempestades que se formam os verdadeiros capitães... Nunca esta verdade esteve tão presente. A direção pode ser a diferença entre avançar para o porto seguro ou sucumbir a guerra violenta, globalizada e incessante do mercado.

E por último, o controle, elemento fundamental para o sucesso de qualquer projeto ou organização. É a força de coesão, o fracasso ou sucesso de qualquer planificação, é a diferença entre o previsto e o realizado - em síntese é a certeza da aplicação.

Quatro elementos: Planejamento, Organização, Direção e Controle - é a própria definição de Administração moderna. Não estará neste "velho" conceito, o ponto de partida para os gestores do novo milênio?

O que precisamos neste momento, de fim de século, é aprimorar nosso senso crítico. A diferença entre a ciência e a farsa é a dúvida. Não podemos nunca nos contentar com verdades eternas ou soluções definitivas, a dúvida e o sentido de bom senso talvez seja a melhor arma para o administrador contemporâneo.

Sempre que nos propomos a questionar, a perguntar se não seria possível fazer diferente, estamos assumindo que algo pode ser mudado e aprimorado.

Alguém já disse certa vez que uma mentira repetida "n" vezes pode se tornar uma verdade.

Este é o ponto fundamental: Questionar, duvidar, e adotar como palavra número 1, no vocabulário do gestor conseqüente, a indagação - POR QUE ?

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