Murilo Benício e Patrícia Pillar
o monge e a filha do carrasco
Brasil, 1996
Direção: Walter Lima Jr.
Roteiro: William Kemper, Toby Coe, Walter Lima Jr.
Baseado no romance The Monk and the Hangman’s Daughter, de Ambrose Bierce
Produção: Joffre Rodrigues e KCK Productions
Fotografia: Pedro Farkas
Montagem: Eric Marin
Música: Sandy Stein
Direção de arte: Clóvis Bueno
Cenografia: Vera Hamburger
Figurinos: Rita Murtinho
Som: Juarez Dagoberto
Duração: 95 minutos
Cor   35 mm

Elenco: Murilo Benício (Ambrosius), Karina Barum (Benedicta), Paul Dillon (Rochus), Patrícia Pilar (Amula), José Lewgoy (monge superior), Rubens de Falco (Saltmaster), Eduardo Conde (carrasco), Charles Paraventi (Dominicius), Flávio San Thiago (Joseph), EduardoAlbergoria (guia), João Moita (Stephan), João Etienne (duque), Paulo Augusto Castro (doutor), Nelson “Sacha” Rodrigues (monge cego), Shulamith Yaari, Maria Gladys (pecadoras), Amauri Guarilha (enforcado).
Numa cidade indefinida, por volta do ano de 1700, a jovem Benedicta é estigmatizada pela comunidade por ser filha do carrasco local. O monge Ambrosius, recém-chegado, se compadece da moça ao mesmo tempo em que se deixa sensibilizar por sua beleza e solidariedade. Seu interesse por ela desencadeia, externamente, o ciúme de Rochus, filho de um homem poderoso, e, internamente, um conflito entre a paixão e a compaixão, entre o compromisso clerical e o chamado do prazer.

Convidado a dirigir essa co-produção entre brasileiros e norte-americanos, falada em inglês pelos próprios atores brasileiros, Walter Lima Jr. reescreveu o roteiro e filmou à sua maneira. A montagem e a finalização sonora escaparam, porém, ao seu controle. A versão preferida pelo diretor integra esta mostra, com o título Benedicta: First Cut.

De alguma forma, o filme dá prosseguimento ao estudo dos mecanismos do desejo na obra do cineasta. O gesto recorrente do beija-mão ilustra a sublimação do erotismo através da devoção religiosa. É lícito ver na casta Benedicta e na sensual Amula duas faces de uma mesma mulher, materializações da luta de forças que se desenrola no íntimo de Ambrosius.
“O filme trata de uma tentativa de explicar dentro de si mesmo o que nós chamamos de desejo. Ambrosius é, ao mesmo tempo, carrasco e vítima dessa incerteza, dessa ignorância sobre tudo o que realmente sente. Eu gosto da possibilidade de haver um assassino dentro de um santo”.
Walter Lima Jr.
                                            Leia crítica do filme por José Geraldo do Couto
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