Tua voz
(Fase - II)
Minha
loucura, provocada pela tua perda inesperada,
causa-me sofrimento
e me faz conversar sozinho,
como se ainda estivesses ao meu lado.
Lembras-te quando um dia, em um jardim muito florido,
existente numa pracinha, na cidade de Campina Grande-PB,
próximo
de tua faculdade, quando com a voz quase infantil...
Olhando-me o
rosto sério, com teus olhos oblíquos, cor de mel,
sobrancelhas
bem-feitas... Disseste-me ao ouvido, como uma
despedida de quem
está prestes a partir para uma longa viagem:
"... Henrique! Meu anjo amado... Espero que o tempo passe e
teu
ardor e paciência não mudem! Mantém-te jovem! Pouco
importa a idade,
pois como é sabido tem cada idade a sua
juventude... Falo isso
porque voltarei quando me for permitido
e não perderás por me esperar..."!
E aonde minha
"Santa" vai? Queres me abandonar no meio da caminhada?
Que significam estas palavras? Perguntei porque não estava
entendendo
o significado do que me dizias naquela tarde de
setembro de 1988 e tu com
um sorriso enigmático, a voz entrecortada, mãos
aveludadas e postas
em minhas orelhas – como sempre fazias ao tentar me
explicar o que nunca sabias – disseste-me sibilante:
Wilson
M. Pereira
Continua na fase III
Fase I
Final
-
Se
entrou via URL clique aqui para ir a HOME PAGE