Anoiteceu. Vampira iria dormir no cativeiro pela
segunda noite. Charles Xavier está se exaustando numa busca incessante, sua
mente e o Cérebro se juntam procurando Vampira. Fera está ao telefone
conversando com o investigador e Tempestade está na porta da mansão dando uma
entrevista ao canal 4, NBC.
Jean: Professor, o senhor não quer um café?
Professor: Quero sim, Jean. Me desculpe, mas me deixe sozinho
com o Cérebro. E peça para o Fera falar mais baixo.
Jean: Claro. Aqui está o café.
Professor: Jean... Eu... eu... nada.
Jean: O que é?
Professor: Eu não encontro nada.
Jean: Você está se pressionando a achar. Fica mais calmo.
Professor: O que eles querem, Jean? O que eles querem? Matá-la
simplesmente? É alguma coisa com o colar? Eles a matariam e depois tirariam o
colar para fazer estudos e copiá-lo, assim dominariam a todos nós?
Jean: Ninguém consegue copiá-lo sem Forge, professor.
Professor: Ou eles estariam apenas testando os novos sentinelas na
captura de mutantes, e Vampira estar com o colar foi apenas coincidência?
Jean: Talvez, professor. Talvez.
Professor: Tudo bem, minha filha. Vai, porque se não eu perco mais
tempo. Vai.
Jean: Tudo bem.
Professor: Jean!
Jean: Sim?
Professor: Está nevando lá fora.
Jean: É a Tempestade, professor.
Professor: Peça para ela parar.
Jean: Eu vou pedir...
Fera: Não achou nada ainda?
Investigador: "Não senhor."
Fera: Vocês estão investigando isso direito?
Investigador: "O que o senhor está insinuando?"
Fera: O que eu estou insinuando não, o que eu estou dizendo com todas
as letras é que é impossível ninguém ter visto dois homens de lata gigantes
aterrizando em algum lugar! Seja lá onde, nesse lugar, alguém viu!
Jean: Fera, fala mais baixo.
Fera: Jean, me deixa que eu estou nervoso! Hoje estou sem classe!
Jean: Mas é que o professor...
Investigador: "Também não achei nenhuma evidência que alguém
do governo tenha produzido novos sentinelas. Isso é coisa de empresa
privada."
Fera: Jean, eu já disse que... O quê? Empresa Privada? Meu
senhor, vá mentir assim em outro lugar! Comigo não!
Investigador: "Eu sou uma autoridade!"
Fera: Pouco me importa! O senhor não está fazendo seu trabalho
porque é um preconceituoso! Você sabe que a vítima é uma mutante e sabe
que tem gente do governo por trás de um projeto maior que apenas começou!!!
Investigador: "Projeto maior? Que projeto maior? Pelo visto o
senhor sabe mais do que eu!"
Fera: Isso não é difícil.
Fera desliga o telefone irritado. Não se preocupou se
pode ser preso por desacato a uma autoridade. Começa a prestar atenção em
tempestade e os repórteres na porta.
Repórter: Essa é uma casa de mutantes?
Tempestade: Não!
Repórter: Mas a Clarisse LeBeau vivia aí, e sentinelas só
sequestram mutantes, não é mesmo?
Tempestade: Era assim há um tempo atrás. Mas se ela fosse mutante,
ela teria reagido.
Repórter: Os sentinelas capturam gente normal agora então, senhora?
Tempestade: Sei lá o que se passa na cabeça do governo.
Repórter: Então a senhora acha que os Sentinelas foram feitos com
dinheiro público, do governo!
Tempestade: Tenho certeza! Tem muita gente que não gosta dos mutantes!
Repórter: A senhora é mutante?
Tempestade: Não!
Repórter: A senhora é negra com os olhos azuis. Isso é lente de
contato?
Tempestade: Que isso te interessa? Não é lente não!
Repórter: E a senhora não é mutante?
Tempestade: Ora! Têm muitos negros com os olhos claros!
Repórter: E esse cabelo, é pintado?
Tempestade: Não!
Repórter: E a senhora não é mutan...
Tempestade: Ah, vão embora daqui!
Repórter: Não, espera! Onde está o viúvo?
Tempestade: Que viúvo? Do que vocês estão falando? Vão embora!
Wolverine: Tão falando do cajun, Ororo.
Tempestade: Wolverine! Que bom que você está aqui! Põem esse povo
pra correr!
Wolverine: Vocês não ouviram a moça não? Ela escorraçou vocês
daqui. Todo mundo pra fora! Ou vocês querem que eu faça do meu jeito?
Tempestade: Wolverine, olhe as câmeras, por favor! Não faça nada
comprometedor!
Repórter: O senhor também é mutante? É amigo do viúvo? O viúvo
é mutante? A moça era mutante?
Wolverine: A moça não era nada. Ela ainda é, e é muito
minha amiga. E viúvo, vai ficar seu marido, se você não der o fora daqui
agora!
Wolverine fecha a porta na cara dos repórteres,
enquanto ainda escuta uma ou outra pergunta idiota.
Repórter: O senhor acha que os mesmo terroristas do Wolrd Trade
Center e do Pentágono criaram esses novos sentinelas?
Wolverine abre uma frestinha da porta e põem a cara
pra fora.
Wolverine: Essa foi a pergunta mais idiota que eu já ouvi em toda a
minha vida.
Repórter: Então o senhor é árabe? O senhor gosta de Manhattan?
Wolverine fecha a porta e finalmente os repórteres
vão embora. Tempestade pega uma das fotos em cima do piano. Era a vista do
apartamento de Warren, que está fechado, e que fica em Manhattan. A foto ainda
tinha as duas torres do Wolrd Trade Center e atrás vinha um bilhete do Anjo.
"Para meu professor Xavier, um presentinho meu e
da Psylocke do nosso cantinho romântico. A nossa vista de todos os dias!"
Tempestade: Bons tempos, Warren. Você aqui, esbanjando sua
felicidade, Psylocke viva!!! Você esbanjando seu amor por ela, escolhendo
presentes caros porque "ela gostou da vista da estátua da liberdade!"
Ai, Psylocke, sinto sua falta!
Wolverine: Essa era a vista que a Vampira e o Magneto tiveram quando
usaram esse apartamento de motel.
Tempestade: Ai, Wolverine! Que coisa horrorosa de se lembrar!
Wolverine: É mesmo, desculpa. Nossa vida perdeu o charme, Ororo. Sem
Psylocke, sem o anjo, sem Vampira, com Gambit "morto - vivo" de
cansaço e preocupação, nós perdemos o charme. Assim como Manhattan perdeu o
charme.
Tempestade: Não me importo com o charme, Wolverine. Quero minha amiga de
volta, mesmo que seja sem seu antigo charme.
Wolverine: Eu também quero a guria de volta. Ela é legal e o cajun precisa
muito dela, sabe? Eu saquei que não adiantava eu dar conselhos, ele queria
ela... Fazer o que?
Tempestade: Eu sei que você gosta dela, seu durão.
Wolverine: Gosto mesmo. Não é nada com ela, mas eu me sentiria melhor se
visse o cajun com outra. E você sabe porque.
Tempestade: Wolverine, pára com isso!
Jean: Tempestade, pára com isso!
Tempestade: Com isso o que, Jean?
Jean: Com a neve no jardim. Está nevando lá fora!
Tempestade: Pela Deusa! Está?
Wolverine: Tá sim... Eu pensei que mesmo em situações adversas
você ainda controlasse seus poderes.
Tempestade: Mas eu controlo. É que toda essa situação está me
deixando...
Wolverine: Sem tempo para o Fogre. Não é, Tempestade? Sempre sem
tempo para o Forge. Aí acaba estressada e nevando na cabeça da gente.
No cativeiro...
Um dos homens abre a porta do quarto de Vampira. Ela
está dormindo sentada. Ele odeia mutantes, mas acha Vampira linda demais. Ele
tem nojo de mutantes, mas Vampira se comporta como qualquer mulher normal em sua
situação. Por causa do colar, ela não parece mutante para ele. Mike está
dormindo no quarto do lado. O seu outro companheiro também está dormindo.
Edward Norton não aparece no cativeiro com frequência. Vampira está ali,
sozinha, amarrada, indefesa, adormecida, com uma camisola transparente e sem
roupa íntima.
Mas ela é
uma "mutante nojenta", não é? Bom... Não parece. Ela estava
machucada, com fome, com a perna quebrada, com a boca cortada, arranhada, suja,
mas ela estava linda pra ele. O homem chegou bem perto dela. Passou a mão no
rosto da mutante. Vampira ainda dormindo, começou a sonhar. A camisola
transparente era a mesma, mas as mãos livres era o que deixava Vampira tão a
vontade no sonho. Ela não estava no cativeiro, nem tinha mais a perna quebrada.
E ela encontrava Gambit que a acariciava, dentro de um corredor cheio de portas.
Vampira: Remy?
Homem: Remy? Quem é esse, moça?
Mesmo com os olhos fechados, uma lágrima caiu dos seus
olhos.
Vampira: Remy, me tira daqui. Remy! Você esta aí?
O homem mais uma vez passa a mão no rosto dela e com a
outra mão ele segura a perna de Vampira que não estava engessada.
Homem: Eu estou aqui, gracinha.
Vampira: Gracinha? Remy, onde está o seu "chere"?
Homem: O meu o que?
Na mesma hora Vampira abre os olhos e grita assustada.
O outro homem responsável por ela, acorda e vai no quarto ver o que é.
Homem 2: Quê que é?
Homem: Nada! Ela é maluca! Tava tendo pesadelo!
Vampira: Mentira, ele estava passando a mão em mim!
Homem: Que mentira!
Homem 2: Francamente, não tinha nada pior pra passar a mão não?
Vampira: Eu quero sair daqui! Por favor, me tirem daqui! Eu quero sair
daqui. Eu quero... Eu quero sair daqui.
Homem: Fica quieta! Vai acordar o doutor lá do outro lado!
Vampira: MIKE! MIKE!
Homem: Eu falei que você ia acordar e você grita o nome dele, sua
peste?
Na mesma hora, todos os 3 ouvem batidas na parede. Era
Mike no quarto do lado. Uma voz muito baixa era escutada.
Mike: O que aconteceu? Abram a porta do meu quarto! O que aconteceu
aí?
Homem: Grita: nada!
Vampira: MIKE!
Homem: Grita: nada, sua idiota!
Homem 2: Foi nada não, Mike. Foi só uma barata.
Mike: Vampira? Você tá legal?
O Homem tampa a boca de Vampira e faz voz de mulher:
Homem: TÔ!
Mike: Vampira? É você?
Homem: Claro, bobinho! Sou eu!
Os dois saem do quarto de Vampira.
Vampira: Eu não quero dormir sozinha! Não quero!
Homem 2: Quer dormir com ele?
Vampira: Não! Quero dormir com o Mike! Por favor!
Homem 2: Vai ficar querendo. Escuta, se você está preocupada com a
sua virgindade que não deu tempo de tirar com a sua lua de mel cortada, eu te
garanto que não deixo aquele anormal chegar mais perto de você. Por questões
higiênicas.
Homem: Cara, você não lembra que essa era a grávida do ano passado?
Eles vão fechando a porta do quarto dela de novo.
Homem 2: Ah é... Não é atoa que ela quer o Mike agora né?
Homem: É...
De volta a mansão...
Tempestade e Forge são os únicos ainda acordados.
Tempestade: Gambit demorou, mas acabou dormindo.
Forge: Você não intencionalmente prendeu ele em casa. Hoje a tarde
fez chover horrores e depois fez nevar. Até que foi bom.
Tempestade: Não foi isso que prendeu Gambit aqui. Ele não se prende
por coisas tão pequenas como a força da natureza!
Forge: Ual! Que poder que ele tem!
Tempestade: ...
Forge: Eu me prendo a força da natureza. Sempre me rendo a ela.
Tempestade: É?
Forge: Eu sou um índio e sei amar a natureza.
Tempestade: Entendo.
Forge: Se entendesse realmente, diria: "Ah, então é por isso
que você me ama, porque eu controle parte da natureza!"
Tempestade: Por que eu diria isso? Você me ama?
Forge: Eu amei um dia.
Tempestade: ... Eu também.
Forge: Nossa! Imagino!
Tempestade: Você não sabe o que eu sentia, por isso não brinque com
isso.
Forge: Não sei mesmo, você não dizia.
Tempestade: Agora eu digo. Quando você me pediu em casamento, eu ia
aceitar.
Forge: Ia?
Tempestade: Ia...
Forge: Eu posso pedir de novo?
Tempestade: Em casamento? Mas Forge! Nós estamos ha tanto tempo
separados, não é assim!
Forge: Tem razão. Posso te pedir pra ficar comigo por um tempo até a
gente chegar a um ponto de resolvermos nos casar mais uma vez?
Tempestade: Recomeçar do zero?
Forge: É...
Tempestade: Só se for recomeçando do zero.
Forge: Tudo bem. Olha, pra gente começar legal, eu vou no
supermercado comprar umas coisinhas pra gente comer. O que você acha?
Tempestade: Você não quer começar do zero amanhã? Está tão
tarde.
Forge: Não! Agora mesmo! Ou você acha que essa noite não merece
comemoração? Não é todo dia que Tempestade se abre tão facilmente.
Tempestade: Tá. Pega a chave do carro. A do BMW, porque o Scott não
gosta que peguem a Ferrari de noite.
Forge: O professor podia vender esses carros e me dar uma casa de
campo, não podia?
Tempestade: Podia... Vai lá que eu te espero.
Ele pegou a chave, mas antes de abrir a porta da casa,
roubou um beijo de Tempestade que a deixou felicíssima! Ha muito tempo que
Tempestade não beijava ninguém. Forge foi ao supermercado enquanto Tempestade
se sentiu nas nuvens e ligou a TV da sala para descansar. provavelmente, era a
única alma feliz naquela casa.
Enquanto isso, mais uma vez, o sono de Gambit era
invadido por pesadelos. Ele viu Vampira presa. Gambit não sabia que ela estava
com a perna quebrada, não sabia como ela estava presa. Só sabia que estava com
as mãos amarradas para trás. Primeiro ele a viu algemada, mas logo, ele a viu
presa numa cadeira.
Ele
se lembrou que um dos homens bateu no rosto dela, no dia do sequestro. Ele
tremia na cama e se via batendo nela. Como se ele fosse culpado por ela estar
sofrendo agora. Gambit chegou a dizer "não" enquanto dormia. Provavelmente
porque Vampira pedia pra ele parar de bater, mas ele não conseguia parar.
Violência contra mulher era a coisa que Gambit mais odiava, principalmente
contra a sua própria mulher, aquela que ele nunca pôde encostar e hoje
qualquer um lhe batia no rosto. A rosa mais casta, a intocável, a inatingível,
estava senda arrastada, tocada, humilhada, sofria, apanhava. Ele não queria
pensar sobre isso, mas em sonhos, aquilo que você menos quer pensar aparece a
todo momento. Estariam aqueles homens abusando Vampira? Por que ela estaria no
sonho apenas de calcinha e uma pequena blusa? Estaria o sequestrador querendo
fazer além da violência física, a sexual? De repente, a cena mudou. Gambit
viu Vampira vestida de noiva. Ela estava no altar, falando com ele.
Vampira: A culpa é sua!
Gambit: Minha?
Vampira: Você que deu a idéia de nos casarmos! Você! Você quis esse
colar estúpido!
Gambit: Vampira, eu pensei que você também quisesse...
Vampira: Eu? Por que? Não precisava dele! Se eu precisasse de um
companheiro, existiria alguém sempre a minha disposição!
Gambit: Magneto!
Vampira: Ele não sai da sua cabeça, não é? Pois é!
É ele mesmo! Com ele não tem essa história idiota de colar! Eu
te odeio por isso!
Gambit: Eu pensei que você me amasse!
Vampira: Claro que não! Eu só aceitei essa história toda por pena!
Pena de alguém que nunca me esqueceu! Enquanto eu te fazia de palhaço, você
nunca me esqueceu! Até um filho com Magneto eu tive!
Gambit: ...
Vampira: Você está com raiva de mim agora! Eu estou te provocando e
você está com raiva de mim! Por que? Porque eu te chamei de corno com
outras palavras? Quer saber? Esses caras aqui do cativeiro me beijam melhor do
que você! Tanta espera pra nada! Pra ver que você é um nada! Pelo
menos pra isso serviu o colar, pra eu testar outros que não eram o Magneto!
Tá com raiva de mim? Me bate! Me bate, igual você fez agora
pouco! Bate! Eu tava pedindo pra você parar, mas agora eu não peço
mais! Bate, seu francês maricas! Bate! Apaixonado ridículo!
Romântico frouxo!
Gambit: Não... Isso é só um pesadelo, eu estou dormindo.
Vampira: Você sempre esteve dormindo. Nunca viu que na verdade eu te
achava um lixo! Só te dava esperanças porque você era o único idiota que
queria ficar comigo mesmo sem poder me encostar! Eu me
aproveitei disso pra ter alguém. Até eu encontrar o Magneto, é claro!
Gambit dá um tapa no rosto de Vampira. Ela cai no
chão chorando. A cena muda. Ela muda. Da mulher provocadora, Vampira vira a
inatingível violada. Seu vestido de noiva está todo rasgado.
Vampira: Olha só o que você fez comigo... É tudo culpa sua...
Gambit: Va- vampira, pardon, ma chere. Pardon, Gambit vai te levar pra
casa e vai ficar tudo bem
Vampira: Olha o meu vestido todo rasgado... Sabe por que ele está
assim rasgado? Porque você acabou com o nosso casamento quando me
bateu...
Gambit: Non, belle. Non...
Vampira: Eu nunca mais quero olhar na sua cara.
Gambit: Belle, escuta, eu te amo. Me perdoa, eu não queria...
Vampira: Você não queria que me sequestrassem, não é? Mas na
verdade, você só pensou em si mesmo. Na sua felicidade e esqueceu de pensar
que esse colar poderia ser um risco pra mim. Mas agora não dá mais pra voltar,
você rasgou meu vestido com seu erro.
Jean: Gambit, sou eu!
Gambit: Ruiva? Você?
Jean: É um pesadelo de novo, Gambit! Acorda!
Gambit: Dessa vez eu estou te vendo, Jean.
Jean: Dessa vez eu não quis apenas te acordar, Gambit. Eu quero fazer
parte do seu sonho. Assim como você e Vampira. Você não tem culpa de nada.
Essa Vampira aqui do meu lado, é criação sua. A culpa que ela joga pra cima
de você, na verdade são suas cobranças. Você viu ela levando um tapa, e se
viu batendo nela. Não significa que você queira bater nela, como ela te
induziu a pensar. Quantas vezes você não viu seus pais morrerem quando era
pequeno, mas na verdade morria de medo disso?
Gambit: Muitas.
Jean: Você tem tanto medo que ela esteja sofrendo agressões, que a
vê apanhando. E as vezes até você bate nela, provavelmente por causa da culpa
da história do colar. Olha, eu vou sair do seu sonho e vou no seu quarto. Me
espera.
Jean levanta da cama e vai até o quarto de Gambit. Ela
abre a porta e entra.
Jean: Gambit, acorda.
Gambit: Han? Jean...
Jean: Está tudo bem? Quantos pesadelos, hein? Que coisa!
Gambit: Pois é... Eles não me deixam em paz.
Jean: Muito passado a te perseguir, tenho certeza.
Gambit: Jean, onde está minha belle? Vocês descobriram alguma coisa?
Me sinto um inútil em não poder fazer nada, e só conseguir ficar deprimido e
ter pesadelos. Pareço um maricas como a Vampira disse.
Jean: A Vampira nunca disse isso, aquilo era você com a voz
dela.
Gambit: Pardon por ter jogado água em você hoje e depois ter jogado
o copo na parede e deixado você catar os cacos.
Jean: E eu não devia te dar calmantes triturados na água, certo?
Gambit: Por sinal já fizeram isso com você, lembra do episódio
Escariotes?
Jean: Nem me fala!
Gambit: Que barulho é esse?
Jean: É a TV ligada. Tempestade está vendo TV. Posso te perguntar
uma coisa? Como estava indo a lua de mel de vocês?
Gambit: Maravilhosa! Ela é maravilhosa em todos os sentidos. Esses
boçais arrancaram um pedaço de mim, e eu vou me vingar.
Jean: Vai com calma, Gambit. Vingança não vai te levar a nada. Nós
faremos justiça e mesmo assim, não será com nossas próprias mãos. Vamos
encontrar onde ela está e atacaremos. Se eles a entregarem, por exemplo, por
que nós pegaríamos um dos integrantes e o espancaríamos? Isso não nos
levaria a lugar nenhum. Vamos levá-los a justiça. A não ser que eles nos
ataquem, que é bem provável, aí sim, eu também quero sangue!
Gambit: JEAN? Você quer sangue?
Jean: Claro! Eles estão pensando que pegam uma amiga minha assim, sem
pedir licença? De jeito nenhum!
Gambit: Jean, eu vou até o supermercado comprar alguma coisa pra eu
comer. Não se preocupa tá? Eu não vou me embrenhar pela noite em busca de um
paradeiro desconhecido. Você pode ler a minha mente e vai ver que eu estou
falando a verdade. Vai! Lê!
Jean fecha os olhos e lê a mente de Gambit.
Jean: Tudo bem, pode ir. E olha... Obrigada por achar essa minha
camisola bonita.
Gambit: Ai, Jean! Você é perigosa!
CONTINUAR