ENTRE
LUZ E TREVAS
Yumi
Death
CAPÍTULO 8 - A CARTA DE MALFOY
Severo caminhava em direção à sua sala, que se localizava nas masmorras do castelo de Hogwarts. A cada passo, ele podia sentir o ar frio que estava contido ali; exatamente o ambiente que ele adorava ficar.
Tinha acabado de dar aula para os alunos mais incompetentes que poderiam existir. Dando aulas para as casas da Lufa-lufa e da Corvinal, ele pôde perceber que não servia para ser professor. Não tinha nenhuma paciência com crianças que mal sabiam mexer em um caldeirão. Estava ficando cansativo e detestava qualquer aluno daquela escola. Se passou apenas dois anos que foram suficientes para se tornar o professor mais odiado da escola de magia.
Ah, mas ainda tinha os únicos alunos que prestavam em Hogwarts: os sonserinos. Dignos de créditos, eram por eles que Severo continuava dando suas aulas de Poções (sem contar é claro, a sua lealdade por Dumbledore). Orgulhosos, cheios de si, a casa de Sonserina abrigava alunos que o fazia lembrar de sua época como estudante naquele lugar: pessoas orgulhosas que sempre fazem qualquer coisa para poder se dar bem. O próprio professor de Poções tinha orgulho de chefiar aquela casa. Para ele, era um desafio: iria fazer com que nenhum aluno jamais caia pro lado das Trevas. Muitos sonserinos viraram seguidores de Voldemort, e Severo não podia deixar que isso acontecesse de novo. Se pelo menos ele desse aula de Defesa Contra Artes das Trevas...
Não, isso estava longe de acontecer. Sabia que Dumbledore temia que ele novamente recaísse pelo lado negro. Se isso estava fora de seu alcance, ele teria que buscar outro meio de manipular a Sonserina.
Foi quando o primeiro ponto foi tirado da casa da Grifinória por um pequeno acidente de um aluno da casa que Severo encontrou a solução: nada melhor do que conquistar a confiança dos alunos senão favorecendo-os na primeira oportunidade que aparecesse. Sim, era isso que ele iria fazer. Sempre favorecer a Sonserina. Com todos os alunos de sua casa confiando nele, seria bem mais fácil orientá-los.
Lembrou desses fatos em seus dois anos como profesor de Poções enquanto sentava-se em sua mesa. Esticou as pernas e movimentou a cabeça para frente e para trás, pro lado direito e pro lado esquerdo. Andava tenso nos últimos dias devido ao excesso de estresse nas aulas. Olhou para a sua mesa e notou uma carta.
Olhou para aquele pedaço de pergaminho na sua mesa com uma certa inceteza. Ele pegou o papel e desdrobou-o. Começou a ler em voz alta:
Professor
Snape:
Faz tempo que não nos falamos, não é mesmo? E você,
depois que tornou-se professor de Hogwarts nunca mais manteve contato com ninguém.
Resolveu isolar-se do de tudo e de todos outra vez? Não quero que me
entenda mal, mas acho que ainda somos amigos. Sei que depois que o Mestre se
foi, você deve ter se refugiado aí. Achei estranho que ninguém
sabia de sua existência durante o julgamento; afinal, qual foi o truque
que você usou para escapar de Azkaban, hein?
Bom, eu queria conversar com você pessoalmente. Durante as férias
de verão, você poderia dar uma passadinha da Travessa do Tranco.
Vou estar por lá.
Aguardo
respostas.
Lucio Malfoy.
- Ora, depois de dois anos sem contato, você resolveu aparecer, Malfoy... - Severo fala para si mesmo.
- O que pretende fazer a respeito, Severo?
Ele olhou para a frente e notou que Dumbledore estava na porta. Ele estava com uma expressão séria, e o professor de poções não sabia o que responder. Ele tinha ouvido tudo. Rapidamente, levantou-se e postou-se à frente do diretor de Hogwarts, que logo em seguida, disse:
- Vejo que Malfoy não está nada arrependido de seus atos do passado... Achei que poderia estar como você.
- Não... - Severo dobrou a carta e colocou sobre a mesa - Ele sempre foi assim. Mesmo antes de Lord Voldemort aparecer no mundo dos bruxos.
- Bom, mas eu fiz uma pergunta pra você, professor - Dumbledore o encarava através daqueles óculos meia-lua - O que pretende fazer a respeito?
Severo encarou o diretor meio apreensivo com o que fosse responder. Mas se manteve firme:
- Ignorá-lo... É isso que ele merece... Uma pessoa covarde que não assume seus atos e não possui caráter para se arrepender, merece ser deixado de lado.
Houve um silêncio que durou apenas alguns segundos, antes de Dumbledore sorrir para Severo e dizer:
- Eu aconselho você a ir ao encontro de Malfoy.
- O quê? - o diretor da Sonserina olhou para Dumbledore confuso - O que o senhor disse?
- Para encontrar Malfoy.
Dumbledore devia estar louco. Pra que ele iria se encontrar com o ex-comensal de morte? O que afinal aquele velho queria?
- Você não está com ódio de Malfoy como diz, Severo - o diretor falou calmamente - Vocês foram amigos no passado. Até mesmo quando ambos eram Comsensais de Morte de Voldemort. Portanto, não acredito que queira ignorá-lo. Acho que, até mesmo, você quer tentar passá-lo para o lado certo. Não estou certo?
Severo abaixou a cabeça. Virou-se a apoiou com as duas mãos sobre a mesa. Ainda de pé, e de costas para o diretor, ele respondeu em voz baixa, quase sussurando:
- Acho que eu devo isso à ele... Mesmo ele sendo o responsável por eu ter me tronado um Comensal de Morte.
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