Harry
Potter e a Filha do Auror
by
Talita Teixeira
Capítulo 12 ~ Astronomia X Poções
A
primeira coisa que Harry notou no seu quinto ano em Hogwarts era que os períodos
de aula praticamente duplicaram. As matérias principais - como Feitiços,
Transfiguração, Defesa contra as Artes das Trevas e Poções
- ocupavam agora quase todo o quadro de horários. Os treinos de quadribol
ficaram espremidos na segunda e na quarta a noite, e provavelmente aumentariam
quando o campeonato intercasas começasse. Harry tinha uma séria
desconfiança de que os períodos das matérias principais
aumentaram justamente porque Voldemort ressurgira, embora Hermione acreditasse
que esse aumento fosse por causa dos N.O.M.s. De qualquer forma, Harry chegou
no meio da semana praticamente exausto.
_
Nossa! - na sala comunal da Grifinória, Harry atirou-se em uma poltrona
ao lado de Rony, largando a mochila de qualquer jeito no chão. - se continuar
assim, acho que não vou chegar vivo ao final de semana!
As aulas haviam se tornado tão cansativas que até Hermione parecia estar exausta, e Defesa contra as Artes das Trevas fora, de longe, a aula mais estafante que tiveram naqueles três primeiros dias. O verdadeiro Olho-Tonto Moody conseguia ser muito, muito pior do que Bartô Crouch Junior fora. Além disso, ele ainda era um Auror, e parecia agir como tal, acuando os alunos apenas com um olhar. Como haviam estudado as Maldições Imperdoáveis no ano anterior, a matéria deste ano versaria apenas sobre "Meios pelos quais o mal se manifesta", onde aprenderiam tudo sobre objetos carregados de Magia Negra, como reconhecê-los, proteger-se deles e aniquilá-los.
Em
Transfigurações e Feitiços, McGonagall e Flitwick não
ficaram muito para trás.
Na
Quarta-feira ao meio dia, Rony parecia tão abatido quanto Harry:
_
Anime-se...hoje a tarde teremos nossa primeira aula com a nova professora....agora
é melhor andarmos logo se ainda quisermos almoçar... -
E
então os dois apanharam os livros de Astronomia e desceram para o salão
principal.
"Preciso escrever para Sirius..." - Harry pensava, enquanto faziam
o trajeto de volta - "...não dou notícias desde antes do
meu aniversário...".
O
fato era que Harry sentira-se perfeitamente bem desde que saíra do convívio
dos Dursley. Sua cicatriz não doera nada as férias todas e a única
coisa de anormal fora que caíra do telhado.
Não.
Não caíra simplesmente do telhado.
Alguém
quisera que ele caísse do telhado. Lembrava-se perfeitamente dos balaços
que acertaram Tio Válter e ele mesmo, Harry. E ainda haviam aquelas estranhas
fotografias. Harry esquecera-se completamente das fotografias.
_
Hummmm....torta de legumes....está para você, Hermione!
Rony
não perdia a oportunidade de provocar a amiga. Estava, evidentemente,
achando aquela situação muito engraçada. Hermione, por
sua vez, falava apenas o necessário com Harry e Rony. Sentava-se, agora,
entre Gina e Lilá.
_
Mate a sua fome, então! Oh, o que foi, Parvati?!
Harry e Rony assistiram Parvati Patil sentar-se junto as meninas e cruzar os braços sobre a mesa, mergulhando a
cabeça
entre eles e começando a chorar. No outro extremo do salão, Simas
Finnigan conversava com Anna Abbot, da Lufa-Lufa. Harry e Rony apuraram os ouvidos
e puderam ouvir algumas palavras desencontradas que saíam da boca de
Parvati:
_
Oh, Hermione....tão cruel.....como ele pode.....eu gostava tanto dele.....Anna
Abbot....
Gina,
Lilá e Hermione fizeram o possível para consolar Parvati, mas
a garota estava se acabando em lágrimas. Com grande assombro, viram a
professora Luna sair da mesa dos professores e aproximar-se da menina:
_
O que está havendo com ela? - perguntou, com seu estranho e agradável
sotaque.
Hermione
olhou friamente para a professora, mas foi Gina quem respondeu:
_
Alguém que ela gostava muito, professora...magoou ela....
Luna
abaixou-se para poder ficar da altura da cadeira de Parvati, e então
fez com que a menina se virasse para ela. Harry, que acompanhava a cena sem
sequer piscar, reparou que a professora tinha grandes olhos castanhos-esverdeados:
_
Menina....hija de mis ojos...quando eu tinha a sua idade....eu pensei que gostasse
de alguém....depois, vi que estava enganada....
E,
apanhando a mão esquerda de Parvati, segurou-a por um instante; depois,
fechou-a suavemente. Parvati, que tinha os olhos muito vermelhos por causa das
lágrimas, arregalou-os de surpresa. Hermione, Gina e Lilá tinham
uma expressão de espanto.
_
Sempre que você ficar triste, niña...lembre-se de olhar para as
estrelas....se tiver aula comigo esta tarde, está dispensada...
E,
dizendo isso, levantou-se e saiu em direção aos corredores.
Parvati
ergueu tremulamente a mão esquerda que a professora Luna segurara. De
seu dedo anelar, uma magnífica jóia azul brilhava. Gina e Lilá
ainda tinham a boca aberta, e foi Hermione quem recuperou a serenidade antes
de todos:
_
Como foi que ela fez isso?
Harry
e Rony, que já haviam esquecido o restante do almoço, aproximaram-se
para ver melhor:
_
É um anel....- Rony exclamou, vagaroso -...mas é tão diferente....
Hermione
observava a jóia na mão da amiga:
_
Fantástico! O anel tem uma constelação dentro dele!
Harry
observou atentamente e viu que, dentro do anel de Parvati, haviam não
só estrelas em movimento, mas toda uma galáxia em miniatura.
Parvati
passara da tristeza para a euforia, pois aquela era uma jóia que ninguém
possuía. Hermione esforçava-se em pensar como a professora Luna
conjurara algo tão delicado. Gina tinha os olhos marejados de lágrimas:
_ Vocês ouviram? Alguém a magoou também....
Então Rony, em meio a um grande sorriso, lembrou que deveriam se apressar, pois agora ninguém gostaria de perder a primeira aula de Estudos Avançados de Astronomia.
Todos
os alunos do quinto ano da Grifinória chegaram na sala de aula de Estudos
Avançados de Astronomia com alguns bons minutos de antecedência.
Harry, Rony e Hermione sentaram-se todos juntos em carteiras próximas
umas das outras. Hermione - que, depois do almoço, voltara as boas graças
com eles - parecia muito impressionada com o anel de Parvati:
_
Isto é magia avançada. Ainda não aprendemos como criar
coisas dentro de coisas.
Hermione
falava assim pois as estrelas no anel de Parvati não pareciam ser nada,
nada falsas.
A
professora Luna estava escorada em uma das paredes laterais, observando pela
janela. Parecia muito absorta em seus pensamentos.
_
Ela se veste como uma princesa medieval - Hermione sussurrou no ouvido de Harry.
De
fato, a professora não trajava-se como as outras bruxas que Harry conhecia.
Minerva McGonagall e a profª. Sprout preferiam os tons escuros, enquanto
Sibila Trelawney vestia-se como um grande espanador de pó diáfano.
A professora Luna lembrava, ainda que pouco, a exuberância de Gilderoy
Lockhart, embora tivesse decididamente muito mais bom gosto do que o autor de
Um ano com o Iéti.
Naquela
tarde, vestira-se com um longo e reto traje verde musgo, e Harry sentiu uma
emoção estranha ao perceber que o decote das vestes da professora
começava bem mais abaixo do que o da profª. Minerva. Seu cabelo
estava trançado com um fio dourado e resplendia numa suave luminosidade
sob a janela. Harry chegou a conclusão que a professora Luna era uma
dessas pessoas nas quais qualquer roupa cairia bem.
_ Boa tarde a todos - disse, encaminhando-se para sua mesa. Seu olhar percorreu
a turma e parou, por um instante, em Harry. Seus grandes olhos castanho-esverdeados
demoraram-se na cicatriz do menino, voltando-se rapidamente um segundo depois
para o restante da turma.
"Em
Estudos Avançados de Astronomia vocês não verão apenas
nomes de estrelas e planetas, mas saberão a razão deles existirem
no céu e sua História no Cosmo.
"Estudarão
os ensinamentos que trouxas e bruxos fizeram sobre a Astronomia através
dos tempos, e a explicação que cada um dá para os fenômenos
que abalaram o nosso mundo e o mundo dos trouxas.
"Aprenderão
a traçar mapas astronômicos para saber a hora e o minuto exato
de executarem determinados feitiços e poções, e observarão
o céu a noite para interpretar o que as estrelas estão tentando
lhes dizer.
"Planetas,
estrelas, cometas, nebulosas...todos tem uma razão de existir, e estamos
aqui para tentar nos aproximar delas".
Quando
ela acabou, a turma sequer respirava. Abriu, então, um grande sorriso
e bateu palmas:
_
Vamos lá, gente, vamos lá! Vou começar falando a vocês
sobre a Estrela Capela.
E então todos os alunos penduraram-se em uma história sobre um estranho e distante povo, num estranho e distante lugar.
_
Grande!
Rony
estava bastante eufórico quando saíram da aula de Estudos Avançados
de Astronomia. Caminhavam e conversavam, animados, pelos corredores.
_
Eu não sabia que haviam outras civilizações fora do Planeta
Terra - disse Hermione, encantada - e muito menos que boa parte da população
de Capela migrou para o nosso mundo.
_
É...- prosseguiu Harry - mas eles eram desajustados demais para estarem
em Capela. Você ouviu quando ela disse
que Capela precisava evoluir....e se livrar deles....
_
O que mais me intriga... - Rony continuava - ...é essa história
deles terem vindo para a Terra quando ela era ainda muito primitiva....e terem,
como é que é mesmo?
_
Reencarnado - falou Hermione - Sabem...no mundo dos trouxas esse é um
conceito muito fantasioso....mas quando se pensa que todos precisam progredir
de alguma maneira ou de outra....
_
Então....os caras que vieram de Capela são muito mais avançados
dos que os aqui da Terra, não é? - Rony falava.
_
Sim...mas, entenda Rony....eles tiveram que sair de Capela justamente por não
se adequarem à Civilização de lá....e, como a professora
Luna explicou, eles reencarnaram no meio da população trouxa e
mágica...para dar uma ajuda intelectual....
Harry
estava satisfeito de ver que Hermione passara a gostar da professora Luna:
_
Mione...você disse que eles reencarnaram...então, significa que
morreram muitas vezes?
_
Parece que sim, Harry...lembra do que a professora disse? "Os Capelinos
viveram junto aos grandes povos da Antigüidade: egípcios, persas,
incas, celtas...viveram muitas vezes, até se corrigirem".
Então
um pensamento ruim passou pela cabeça de Harry:
_
Vocês acham - disse Harry, estacando - que alguns desses Capelinos poderiam
ter, simplesmente, preferido ficar maus para sempre?
Lembrava-se,
naturalmente, de Voldemort, que fora, antes de mais nada, um mestiço
órfão e pobre, porém brilhante.
Hermione
captou a linha de pensamento dele quando respondeu:
_
Harry....provavelmente, Você-sabe-quem foi um desses Capelinos....mas
tenha certeza de que a maioria deles está
do lado do Bem, agora...acho que Dumbledore também deve ter sido um....
Harry sorriu a menção do nome de Dumbledore, e então chegaram
ao quadro da Mulher Gorda:
_
Senha?
_
Bacia de prata.- Rony falou.
O
quadro girou para um lado e eles entraram na sala comunal da Grifinória.
Harry queria descansar um pouco antes de descer para o treino de quadribol.
Hermione aproximou-se:
_
Harry....
_
Hum...?
_
Acho que você deveria escrever ao Sirius....poderíamos ir a Hogsmeade
no sábado para que você mostrasse aquelas fotografias a ele, também...
_
Certo...mas não será arriscado demais para ele?
Hermione
considerou um pouco:
_
É, tem razão...ainda assim, acho que ele gostaria de ver você....
Quando
a amiga se afastou, Harry apanhou um pergaminho e uma pena e começou:
Caro
Sirius e prof. Lupin (se estiver aí)
E
descreveu tudo o que ocorrera desde o incidente no telhado dos Dursley até
aquele momento. Ao final da carta, pensou um pouco e acrescentou:
Sirius...eu
gostaria de lhe perguntar uma coisa...será que você poderia me
ensinar a fazer a barba?
Harry dobrou cuidadosamente a carta e guardou-a no meio das vestes. Depois, apanhou sua Firebolt e desceu para o treino no campo de quadribol.
Katie
Bell, além de monitora chefe da Grifinória, era agora a capitã
do time da sua casa. Harry achou que ela seria menos exigente do que Olívio
Wood fora, mas viu que estava bem enganado.
Katie
Bell conseguia ser pior. Quase enlouqueceu a equipe toda na Segunda-feira, pois
tinham que encontrar um novo apanhador e um novo goleiro, uma vez que Angelina
Johnson e Olívio Wood já haviam se formado. Ficara especialmente
irritada quando percebeu que os gêmeos Weasley usavam tampões de
ouvido durante o seu discurso nos vestiários. O treino fora tão
exaustivo que Harry pensou em dormir nas arquibancadas mesmo.
_
Vamos lá, Harry.... Fred voou até ele - eu e Jorge temos tampões
de ouvido para você também.
E
Harry desceu, acompanhando os gêmeos.
_
Esperem...- falou para os dois - ...preciso ir até o corujal....
Lembrava-se
somente agora da carta para Sirius.
_
Está bem... - iniciou Fred.
_
...nos vemos na sala comunal, então..... - completou Jorge, um tanto
abatido.
E
então Harry, cansado, sujo e esfomeado, arrastou-se em direção
ao Corujal. Não foi difícil localizar Edwiges:
_
Entregue essa carta para Sirius.
E
acompanhou a grande coruja branca sumir no céu estrelado.
Quando
ia se virando para sair, seus sentidos foram despertados por completo.
Acabara
de ver Argo Filch, acompanhado de Madame Nor-r-ra, dirigir-se ao Corujal. Precisava
esconder-se, e rápido. Saltou atrás de algumas caixas particularmente
mal-cheirosas e permaneceu atento. Filch amarrou uma carta na perna de uma coruja
de uso comum em Hogwarts e, dizendo algo que Harry não pode compreender,
virou-se para sair. A coruja voou pela janela e ganhou o céu. O mais
estranho daquilo tudo era que Filch falava de um modo muito enrolado, lembrando
a Harry a voz de tia Guida quando estava bêbada.
Saindo
de seu esconderijo, Harry voltou, pensativo, para o castelo. Pensou em ir falar
com Hagrid, pois ainda não tivera tempo de ver o amigo em particular.
Deu meia volta e foi em direção a cabana do guarda-caça.
_
Harry! Entre, entre! Venha provar meus biscoitos de polvilho!
E
então Hagrid deu-lhe um abraço de quebrar as costelas:
_
Nossa....que sabonete você está usando? É feito a base de
esterco de coruja?
Harry
sorriu e explicou porque estava daquele jeito.
_
Hum...será que Filch anda bebendo? Não...ele preza muito o seu
trabalho aqui em Hogwarts para fazer alguma besteira....talvez seja por causa
daquele curso, o Feiticexpresso. Talvez Filch tenha bebido alguma poção,
sei lá...
Harry
lembrava-se perfeitamente do dia em que descobrira o grande segredo de Filch.
Estava no seu segundo ano e fora apanhado pelo zelador; ao ficar sozinho na
sua sala encontrou, por acaso, o envelope da Feiticexpresso, um curso rápido
para bruxos desatualizados. Só que Filch não era um bruxo, era
um aborto, isto é, alguém totalmente trouxa que nascera numa família
bruxa.
_
Hagrid...você acha que Filch está tramando alguma coisa?
O
gigantesco amigo de Harry respondeu imediatamente:
_
Fich? O Filch tramando alguma coisa? Só se for tramando alguma coisa
para apanhar os alunos! Pegue um bolinho, Harry!
E
então Harry aceitou com cautela os bolinhos de Hagrid, enquanto Canino
lambia-lhe os joelhos.
_
Hagrid - disse Harry, esforçando-se para mastigar um bolinho -como foram
as coisas lá em Beauxbatons?
Dessa
vez o amigo encarou-o bem dentro dos olhos:
_
Sinto muito, Harry, mas não posso lhe dizer nada sobre isso.
Harry
calou-se por um minuto e então perguntou novamente:
_
E Madame Maxime?
Hagrid ficou escarlate sob a densa barba negra, e desviou o olhar para o chão.
No
dia seguinte, Harry e os demais quintanistas da Grifinória teriam aula
de Poções. Assim como Feitiços, Transfiguração
e Defesa Contra as Artes das Trevas, os períodos de Poções
também tinham aumentado: teriam o desprazer de ver Snape em quatro períodos
por semana, e em dois dias seguidos, na quinta e na sexta-feira. Para completar,
continuariam fazendo as aulas com os Sonserinos.
A
masmorra onde tinham aulas estava particularmente fria naquela Quinta-feira,
embora a temperatura fora do Castelo estivesse bastante agradável. Snape
recebeu-os com sua habitual frieza, e dirigiu a Harry o seu tradicional olhar
de desprezo.
_
Como ele pôde dizer todas aquelas coisas para a professora Luna? - Rony
parecia extremamente chocado. Do outro lado da masmorra, Draco, Crabbe e Goyle
riam baixinho. Parecia que estavam se divertindo muito com algum desenho que
Draco fizera.
Do
alto da sua cátedra, Snape começou a sua aula. Falava com sua
habitual voz de barítono, que, no entanto era não mais que um
sussurro.
_
Estudaremos este ano as poções aniquilatórias, as poções
inflexíveis e as poções comprometedoras. - enquanto falava,
seus olhos frios atravessavam um a um dos alunos. Neville segurava-se na cadeira
com ambas as mãos.
"Todas
estas poções são comunentemente empregadas nas Artes das
Trevas, mas o diretor achou por bem que eu deveria ensiná-las a vocês.
Naturalmente, nenhuma é mortal e todas possuem meios para serem desfeitas.
Agora - tirou um pequeno frasco das vestes - vou fazer uma demonstração".
Harry
não se surpreendeu nem um pouco quando o professor virou-se para ele,
num sorriso enviesado:
_
Potter. Vamos testar a poção comprometedora em você.
Harry
engoliu em seco: comprometedora? Comprometedora de que tipo? Seria como a veritaserum
que Harry vira Bartô Crouch Junior tomar?
Harry
levantou-se e aproximou-se do professor.
_
Beba tudo -disse rispidamente o professor.
Harry
hesitou por um instante. Snape disse-lhe então num sussurro que só
ele pode ouvir:
_
Isto não fará você revelar nada que não queira, Potter.
Não teremos o prazer de ouvir de quem você gosta.
Harry
ficou muito vermelho e sentiu seu estômago revirar. Controlou-se por um
instante e então, juntando todas as forças que tinha perguntou,
também num sussurro:
_
E quanto ao meu padrinho?
Naturalmente,
preocupava-se em deixar escapar alguma coisa sobre o temível Sirius Black.
Os
olhos de Snape se apertaram furiosamente, mas ele respondeu:
_
Ninguém saberá sobre ele, Potter. Agora beba.
Harry
sentiu sua garganta arder em fogo e seu estômago congelar. Um segundo
depois, a sensação passara.
_
Acho que não fez efeito - disse, olhando para o professor.
_
É que o que você pensa, Potter, é o que você pensa....
Então,
alguma coisa começou a acontecer dentro dele, uma vontade louca de sair
contando os seus pensamentos mais íntimos para toda a classe ouvir.
_
Eu...eu.... - Harry balbuciava, desencontrado.
Snape
e os alunos da Sonserina pareciam estar se divertindo muito em ver Harry lutar
contra os efeitos da Poção. Hermione e Rony assistiam a tudo penalizados:
_
Muito bem, Potter...agora responda-me.... você gosta de se exibir por
aí?
Harry
lutava contra um pensamento que lhe dizia "...sim...você gosta...você
sabe que gosta...ao menos você gosta de apanhar o pomo de ouro e ver a
multidão gritando o seu nome..." e outro que dizia "...não...você
não pediu para ser o famoso Harry Potter....você sabe e já
resolveu isso dentro de si mesmo" .
_
Eu...eu...não sei....às vezes....às vezes....eu gosto...quando
apanho...o... pomo....mas não sei...eu não...tenho culpa....de...de....ter.....so...sobrevivido....
Harry
esforçara-se muito para dizer aquela frase, e todo o seu corpo tremia.
Sua cabeça explodia de dor.
_
Está bem, Potter - disse Snape com um sorriso desagradável. Longbotton,
Weasley, ajudem Potter a sentar-se.
Neville
e Rony levantaram-se rapidamente e ajudaram Harry a voltar para sua carteira.
O garoto estava pálido e suas forças decididamente parece que
haviam ficado na luta mental que travara contra os seus pensamentos.
_
Você está bem? - Rony olhava, preocupado, para o amigo.
_
Ele está perfeitamente bem, Weasley - Snape falou, aproximando-se de
Harry.
"Uma das características das poções comprometedoras é que, nos momentos seguintes, quem as ingerir ficará num estado lastimável, como vemos o de Potter aqui. Ele está assim porque tentou lutar contra a vontade de falar mal de si mesmo. Agora, vamos ao antídoto." - e, dizendo isso, puxou outro frasco das vestes e entregou a Harry.
O
menino alcançou o vidrinho com uma mão muito trêmula e o
levou a boca.
Uma
onda gelada percorreu sua garganta, enquanto o seu estômago parecia em
fogo. Imediatamente, ele recobrou-se e a dor de cabeça cessou por completo.
_ Muito bem - prosseguiu Snape, vendo Harry recuperar as cores - agora copiem os ingredientes. Como esta poção precisa descansar 24 horas, vocês a prepararão hoje e testarão amanhã.
_
Ele não podia ter feito isso! - Rony estava muito bravo ao sair da aula
de Snape. - Deve ser contra as leis da magia, testar uma poção
dessas em alunos!
Harry,
que agora sentia-se completamente bem, parecia conformado:
_
É, e amanhã todos vão provar....
Hermione
carregava os livros apertados contra o peito. Parecia muito pensativa:
_
Harry... - disse - ...você sentiu vontade de falar mal de você mesmo?
Harry
balançou afirmativamente a cabeça:
_
Sim...como se eu tivesse que fazer isso....
Hermione
permaneceu intrigada:
_
É estranho....
_
O que é estranho? - Rony perguntou.
Hermione
olhou para os lados e falou baixinho:
_ É estranho que Snape nos ensine as poções comprometedoras....e mais estranho ainda que tenha sido
Dumbledore
quem mandou. Não deveríamos aprender a fazer poções
empregadas nas Artes das Trevas, pois para aprendê-las é preciso
estar interessado em Artes das Trevas....
Harry
então se deu conta do que Hermione estava dizendo a eles e então
completou o pensamento da amiga:
_
Mione! É verdade! Aprendemos as Maldições Imperdoáveis
mas não aprendemos como fazê-las! Lembram quando Bartô Crouch,
o falso Moody, nos disse que poderíamos tentar usar nele a Cruciatus
que nem faríamos sair sangue do seu nariz?
Rony
estacou, horrorizado:
_
Então...então significa que Snape talvez tenha voltado para o
lado de Você-Sabe-Quem, e Dumbledore não se deu
conta disso!
Hermione
acalmou o amigo:
_
Rony...não esqueça que Snape tem a confiança de Dumbledore!
O
menino não parecia tão certo disso:
_
Vocês se enganam muito sobre ele....ele pode ter ficado abalado por ter
mostrado aquela coisa no braço dele para o Ministro da Magia...
_ Ou pode ter voltado a ser um espião...e então todos precisam pensar que ele está com as forças das trevas. -
Harry
ainda não se esquecera de que vira Snape revelar seu passado de Comensal
da Morte a Cornélio Fudge, e achara isso bastante corajoso.
Hermione
continuava pensativa:
_
Harry tem razão, Rony....mas é muito estranho aprendermos a fazer
poções controladas pelo Ministério da Magia, muito estranho....
Eles
então chegaram ao salão principal, onde um belo almoço
os aguardava. Teriam Trato das Criaturas Mágicas pela tarde e estavam
na expectativa de como seriam as aulas de Hagrid naquele ano. Ao menos, teriam
aulas com a Corvinal, e não mais com a Sonserina. Além disso teriam,
naquela noite, aula prática de Estudos Avançados de Astronomia
com a nova professora.
_
Veja, Harry.... - Rony apontava, discretamente, para a mesa dos professores.
Harry,
que olhava até então para a mesa da Corvinal, desviou o olhar
para a mesa dos professores. A primeira coisa que reparou foi que Dumbledore
não estava presente. A segunda....
_
Ela é mesmo linda....- Rony olhava, esquecido do próprio almoço,
para a professora Luna, que conversava reservadamente com Parvati Patil.
Harry
também concordava com o amigo. Luna era uma das mulheres mais belas que
ele já vira, e parecia perfeita de uma maneira que Harry não sabia
explicar. Ele sabia que gostava de Cho, mas a professora mexia com ele de uma
maneira diferente.
Hermione
balançou a mão na frente dos amigos. Não estava mais brava
com eles desde o episódio do anel de Parvati:
_
Ei...estão enfeitiçados?
Harry
e Rony viraram-se para a amiga:
_
Ham...?
_
Hum...?
_
Se vocês já acabaram, podemos ir lá para fora encontrar
Hagrid antes da aula começar, o que acham?
_ Ah.... - Rony começou - ...a vista aqui está tão boa....
A
primeira aula de Trato das Criaturas Mágicas dos alunos do quinto ano
começou, como nos outros dois anos, com Hagrid trazendo animais estranhos
para que eles estudassem. No terceiro ano, foram os Hipogrifos; no quarto ano,
os Explosivins e agora, no quinto ano, os insetos.
Para
o horror de Rony, o primeiro inseto que Hagrid trouxera fora a imensa aranha
que haviam encontrado no segundo ano, Aragogue. Hagrid explicou, mais tarde,
que Aragogue também precisava ter seu nome limpo com relação
à abertura da Câmara Secreta, e teve que fazer um chá forte
para Rony e prometer ao menino que estudariam outros animais no decorrer do
ano.
Como
os alunos do quinto ano da Grifinória só tinham dois períodos
de Trato das Criaturas Mágicas na Quinta-feira a tarde, foram todos sentar-se
próximo ao lago, pois o tempo estava bastante convidativo, e eles poderiam
apreciar os movimentos da Lula Gigante. Harry e Rony juntaram-se ao grupo que
reunia Dino Thomas, Neville Longbotton e Simas Finnigan, enquanto Parvati Patil
e Lilá Brown arrastaram Hermione a força, pois a menina queria
ir, a todo pano, para a Biblioteca:
_
Vamos, Mione! Simas aprendeu um jogo interessante com um primo trouxa e quer
ensinar para nós! - dizia Parvati, entusiasmada.
Hermione
olhou para Parvati desconfiada:
_
E desde quando você voltou a falar com Simas?
Parvati
corou por um minuto e então respondeu:
_
Bem....conversamos e achamos que poderíamos ser amigos....
Quando
as meninas se aproximaram, os garotos já estavam sentados em círculo
sob a sombra de uma frondosa árvore. Uma garrafa de cerveja amanteigada
estava deitada no chão.
_
Que jogo estúpido é esse? - Hermione, perguntou, irritada.
_
Chama-se "Verdade ou Conseqüência" - explicou Simas, sentindo-se
importante - aprendi com um primo meu que é trouxa.
_
O que a garrafa faz? - Rony perguntou, olhando curioso para a garrafa no meio
do círculo. - Ela está enfeitiçada?
_
Não - continuou Simas - é apenas uma garrafa comum. Nós
simplesmente temos que girá-la assim e perguntar coisas
- e girou a garrafa, que apontou com o bocal para Dino Thomas.
_
E quem irá fazer a pergunta ? - Lilá Brown estava muito interessada
em entender o jogo e começá-lo logo.
_
Quem irá fazer a pergunta será a pessoa que o fundo da garrafa
apontar. E então essa pessoa pergunta para a outra "Verdade ou conseqüência",
e a outra pessoa escolhe.
_
E se ela escolher conseqüência.... - Harry perguntou, olhando para
a garrafa.
_
Essa pessoa terá que fazer alguma coisa que a outra escolher. Tipo plantar
uma bananeira, ou subir em uma árvore....
_
Ou entrar na Floresta Proibida - Hermione falou, bastante contrariada - Não,
muito obrigada, eu não quero participar.
Rony
olhou para a amiga e falou duramente:
_
Porque? Você tem alguma coisa a esconder? Tem medo que a gente pergunte
algo sobre o Vitinho?
Hermione
atirou os cadernos com força no chão e sentou-se entre Parvati
e Lilá:
_
Saiba você que eu não tenho nada a esconder. Minha vida é
um livro aberto!
_
Ou uma biblioteca inteira! - Rony sussurrou no ouvido de Harry.
_Você
vai participar ou não? - perguntou Parvati, fazendo um gesto de impaciência.
_
Não, apenas quero assistir vocês fazendo coisas estúpidas,
das quais irão se arrepender depois! - Hermione falou, muito zangada.
_
Vamos começar, então? - disse Simas, enquanto girava a garrafa.
- Lilá pergunta para Neville.
Lilá
Brown parecia um tanto decepcionada quando a garrafa apontou para Neville, mas
perguntou:
_
Verdade ou conseqüência?
Neville
respondeu, inseguro:
_
Verdade.
_
Você gosta de alguém, Neville?
O
garoto pensou um pouco, enquanto Parvati emendou:
_
Não vale dizer que você gosta da sua avó, Neville. Queremos
saber se você está apaixonado por alguém.
Neville ficou muito vermelho e respondeu:
_
S-Sim....- e girou novamente a garrafa. Rony não escondia sua decepção
quanto ao jogo, e quando a garrafa apontou para ele e Dino Thomas, ficou muito
calado esperando a pergunta do colega:
_
Rony...Verdade ou conseqüência?
_
Verdade.
_
Quem você acha que é o melhor jogador de quadribol do mundo?
Rony ficou muito vermelho, mas encarou Hermione bem dentro dos olhos quando
falou:
_
Vítor Krum.
E
a garrafa girou novamente, e o jogo ficou tenso quando apontou dessa vez para
Parvati e Simas Finnigan:
_
Verdade ou conseqüência, Simas?
_
Verdade.
Parvati
estava levemente vermelha quando perguntou:
_
O que você sente por Anna Abbot é o mesmo que sentia por mim?
Rony
fez um gesto de quem iria vomitar. Simas respondeu, mas não olhou para
Parvati:
_
Eu achava que gostava de você, Parvati, mas vi que era só como
amiga....
Parvati
parecia ter algumas lágrimas nos olhos, e Harry concluiu que ela e Simas
talvez não tivessem voltado a ser tão amigos assim. A menina girou
novamente a garrafa, que apontou para Lilá Brown e Rony.
Rony
falou o primeiro conseqüência do jogo.
Lilá
Brown pensou um pouco e então falou:
_
Eu quero que você beije Hermione.
Rony
abriu a boca, Harry olhou para os sapatos, Neville corou violentamente, Dino
Thomas começou a rir, Parvati colocou a mão no peito, Simas tapou
os olhos e somente Hermione parecia estar calma quando perguntou para Lilá:
_
Você está louca ?
Lilá
deu um sorriso amarelo e então explicou:
_
Eu só quero ver se ele tem coragem.
Rony
olhou para Harry, que disse:
_
Não faça nada que não estiver com vontade.
Rony
fulminou-o com o olhar e aproximou-se de Hermione, que pulou exaltada:
_
Que jogo idiota esse! Ninguém vai me obrigar a fazer nada!Eu nem mesmo
estou participando!
Harry,
que começara a ficar nervoso com a possibilidade de ser perguntado sobre
Cho, deu graças aos céus por Hermione ter se revoltado.
Nesse
instante, porém, alguém veio na direção deles:
_
Ora, ora, ora....alunos fora de Hogwarts....
Era
Filch, sem Madame Nor-r-ra, mas com sua habitual voz de asmático:
_
Podemos vir ao lago a hora que quisermos! - Dino Thomas protestou.
Filch
virou-se para o menino:
_
É claro que sim, meu jovem....mas não me lembro de que Hogwarts
permita este tipo de joguinho tolo entre os alunos....
Instantaneamente,
Harry recordou que, há muitos anos, o Sr. e a Sra. Weasley foram quase
apanhados namorando por Filch....e o Sr. Weasley ainda tinha as marcas....
_
Eles não estão fazendo nada demais, Filch. - Hagrid surgira repentinamente
para os salvar - deixe-os voltar para o castelo.
E enquanto o grupo de alunos da Grifinória voltava para o castelo, Harry ainda pode ver Filch batendo boca com Hagrid.
Naquela
noite, teriam a primeira aula prática de Estudos Avançados de
Astronomia com a professora Luna. Todos estavam muito empolgados, especialmente
Rony:
_
O que você acha que ela vai estar vestindo, hein Harry?
E, às oito horas da noite, subiram todos para o terraço onde Harry
surpreendera a professora conversando com Snape.
Rony
matou sua curiosidade ao ver que a professora trajava um lindo vestido azul,
de corpete escuro e saia diáfana. Seus cabelos estavam trançados
com o habitual fio dourado:
_
Boa noite a todos. Hoje teremos nossa primeira aula prática e, para isso,
peço que arrumem seus telescópios próximo ao parapeito
do terraço. Ah, faltam os banquinhos... - e, com um aceno da varinha,
abriu um depósito velho que havia no terraço e alguns banquinhos
desfilaram sozinhos pelo ar, até encostarem suavemente próximos
ao parapeito.
_
Gostaria que todos observassem o céu livremente e anotassem quais estrelas
e planetas identificam. - e, dizendo isso, foi ajudar um a um os alunos a arrumarem
os telescópios.
O
coração de Harry bateu apressadamente quando a professora chegou
perto dele.
_
Você está enxergando bem, Harry?
Harry
aspirou suavemente a fragrância doce que exalava da professora, lembrando-lhe
algum perfume de baunilha.
_
Acho...que não....
Então
a professora colocou a cabeça ao lado da dele, para poder espiar pelo
telescópio. Harry sentiu seu coração pulsar ainda mais
forte, e achou que a professora fosse ouvi-lo.
_
Hum...está um tanto desfocado.... - disse - ...veja se fica melhor assim....
E,
colocando uma das mãos sobre a mão com que Harry endireitava o
telescópio, começou a virá-lo lentamente. Harry sentiu
a mão macia da professora, e uma suave pressão pareceu lhe comprimir
por dentro. Ele gostou da sensação, mas desejou que acabasse logo.
_
Acho que melhorou, Harry....a propósito....- pareceu hesitar um pouco
antes de falar - ...você sabia que eu conheci a sua mãe aqui em
Hogwarts?
Harry
sentiu-se surpreso, mas já havia pensado que isso poderia ter acontecido,
pois Luna parecia ser um tantinho mais nova ou mais velha do que seus pais.
Ainda assim, respondeu:
_
Não....
_
Bem...- ela começou, e desviou seu olhar para as estrelas...- foram bons
tempos, aqueles....Tiago, Remo, Pedro....e Sirius....era uma turma muito engraçada...mas
haviam outros conhecidos, também....- e, dando um sorriso que a Harry
pareceu muito tímido, afastou-se.
Uma
hora depois de estarem observando o céu, a professora interrompeu a atividade:
_
Agora que todos já anotaram as estrelas reconhecíveis no céu,
vamos descer para ir a um lugar bastante perigoso.
"Todos
sabem que os centauros predizem o futuro pelos movimentos dos planetas e a aparição
de determinadas estrelas. O que faremos agora será encontrarmos algum
que verifique as anotações de vocês e prediga o futuro de
todos nós. Iremos, agora, até a Floresta Proibida".
Todos os alunos pareciam que haviam engolido em seco ao mesmo tempo, pois ouviu-se
um glup coletivo, e Neville choramingava baixinho. Hermione perguntou:
_
Mas, professora, a Floresta não é proibida para todos os alunos?
_ Neste caso, Srta. Granger - disse a professora, olhando sombriamente um a um - temos permissão especial do diretor.
Harry
e Rony, que já haviam se embrenhado duas vezes na Floresta Proibida,
não mais a achavam tão aterradora assim.
O resto da turma, no entanto, batia os dentes de medo. Caminhavam todos em fila
indiana, cada um com uma espécie de lamparina, seguindo em silêncio
a professora Luna, que caminhou com desenvoltura até uma clareira bem
distante da orla da floresta.
_
Olá Firenze.
E
então um grande e magnífico centauro, o mesmo que salvara Harry
de Quirrel em seu primeiro ano em Hogwarts, saiu das sombras.
_
Olá menina Luna.
Harry
não compreendeu o porquê de Firenze chamá-la de "menina
Luna", uma vez que a professora parecia já ter trinta anos ou mais.
Firenze então, olhou para ele e disse:
_
Olá jovem Potter.
Harry
respondeu um "olá" tímido, mas logo sentiu-se a vontade,
pois Firenze não era nada ameaçador se comparado com Agouro, outro
centauro que Harry conhecera.
_
Bem Firenze...- começou a professora -...gostaríamos de pedir
que você avaliasse o céu esta noite para nós, e interpretasse
os sinais que você vê.
Harry então sentou-se em uma pedra, porque sabia que o assunto seria
longo.
Firenze mirou o céu por alguns minutos e então começou a falar em movimentos de planetas e brilhos mais intensos de estrelas, e em como isso influenciava as traições e os desatinos de algumas pessoas.
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