ABSURDO, AS CONTRA-SAGAS
Parte IIIFabiano Viana Oliveira
Parte escura de Júpiter (em órbita)/algum ponto entre 1978 e 1994:
Um homem está se deparando com uma realidade aterradora: ele é refém de criaturas alienígenas que o fizeram vestir uma roupa ridícula, a qual ele conhece muito bem; e que ficam o tempo todo invadindo seus pensamentos, querendo saber sobre uma misteriosa cabine ali presente. O homem é Ennandro Paez, ator mexicano, que representa o "Kiko" da série de TV "Chaves". Os alienígenas são os escaterianos e a cabine foi o motivo pelo qual eles pegaram o ator, pois eles não entendem como ela funciona...
Após algum tempo, o ator já estava acostumado àquela rotina, afinal, ele estava sendo alimentado, bem tratado e tudo não deixava de ser uma aventura. Mas os escaterianos estavam ficando impacientes; tanto tempo e não tinham descoberto nada; foi então, que depois de muitos testes com os próprios escaterianos entrando na cabine e aparecendo aonde estavam há 90 min antes; eles decidiram colocar o ator na cabine para ser se acontecia algo diferente.
Os escaterianos chegam no alojamento onde o ator está; sem desconfiar ele os acompanha até a cabine. Lá, os escaterianos apontam para o seu interior e não vendo muita escolha o ator entra na cabine... e para surpresa dos escaterianos em volta, o homem aparece ali mesmo onde eles estavam, mas não do mesmo jeito de antes; ele estava confuso e desorientado. Os escaterianos começam a ler sua mente e então eles vêem que o ator tinha reaparecido, como os escaterianos, onde ele estivera há 90 min antes, só que ele também tinha retrocedido os 90 min e para ele era a segunda vez que aquilo acontecia.
Os escaterianos estavam mais confusos que antes; eles lançaram outro escateriano dentro da cabine e só aconteceu o normal. Eles então, fizeram o ator entrar na cabine de novo, mas desta vez deixaram dois guardas vigiando o alojamento do ator, mas não se alterou muita coisa. Seguidas vezes os escaterianos lançam o homem na cabine, acontecendo sempre o mesmo; mas eles esquecem de uma coisa importante: o tempo continuou passando e de repente começaram a aparecer vários homens, todos iguais ao ator, vindo de diversos pontos da nave. Os escaterianos ficaram atônitos; eles não sabiam o que tinha dado errado... em algum ponto do experimento a linha normal do tempo tinha sido mudada e a cabine estava acometendo uma espécie de túnel no espaço/tempo que continuamente estava retornando ao mesmo ponto,, como um eterno "replay". Os escaterianos estavam apavorados. Eles isolaram a cabine, pegaram todos os "Kikos" e colocaram na mesma nave, ocupando-a totalmente e decidiram voltar a terra para deixar tudo lá: Eles não conseguiam imaginar porque os homens inventariam tal coisa. Qual a utilidade?
O pobre ator(es), aparentemente, não se abalou com todo o ocorrido; e afinal, ele(s) estava voltando para casa.
Local desconhecido/tempo...:
Atordoado, abalado, tonto. Essa é a descrição de como está se sentindo uma criatura caída em uma mata, de árvores altas e verde abundante. A criatura é o que restou do renomeado cientista alemão, o Dr. Hans Duterich. A mata é o típico, que cobre 90% de um planeta distante e completamente desconhecido do homem: Sasquátia, na galáxia de Plifiêrir.
Ele anda sozinho, sem saber para onde ir. Ele não via um sinal de civilização. E apesar da floresta ser familiar... algo lhe dizia que ali não era a Terra. Mas ele se aliviava de não ter como se ver, pois ainda se recordava da terrível mutação que o havia atingido.
Dois dias (terrestres) se passam e o cientista/monstro decide por acampar num canto da floresta; parecia seguro e ele não tinha visto sinal de nenhum tipo de animal que lhe pudesse fazer mal. mas o que a criatura não sabia é que todo tempo estava sendo vigiada; da maneira mais imperceptível possível, pois as inocentes árvores que cobriam quase todo planeta eram as extremidades das construções de uma sociedade inimaginável pelo homem: eram os sasquátis. Eles vinham sentindo cada passo da criatura desde que ela havia aparecido e o seu presente sono ao canto de uma "árvore" da "floresta", foi o momento aproveitado pelos asquátis para capturá-lo e esdudá-lo...
Uma câmara de vidro, toda transparente; dezenas de seres monstruosos do Dr. Hans Duterich. Ele está assustado. Tinha sido trazido para esse lugar enquanto dormia. Seus anfitriões retiraram amostras de sangue, pele e pelo. E também fizeram leituras cortexiais. O monstro/cientista, agora, aguardava o que vinha a seguir...
Os sasquátis colocam uma éspecie de tela junto á parede de vidro. O Dr/monstro observa. Na tela aparecem imagens do espaço e uma seta fica apontando o que os sasquátis querem dizer e é no momento que aparece a imagem da Terra que o Doutor reage, apontando para a mesma. A reação dos sasquátis é um tanto surpresa mas a avaliação já tinha atingido o seu objetivo: os sasquátis sabiam de onde aquela criatura era e iriam levá-lo de volta para casa...
Um objeto escuro sobrevoa uma floresta, agora uma mais familiar; no Canadá. O objeto desce no meio da floresta; é noite e a nave se encaixa perfeitamente à floresta, como algo já projetado.
Uma porta se abre e dela sai o Dr/monstro e para sua surpresa, ele vê dezenas de sasquátis aguardando do lado de fora. Por um minuto ele pensou que estava de volta a Sasquátia, mas não, era a Terra e ali era um posto avançado dos sasquátis, instalado há milhares de anos terrestres, quando o homem ainda não existia.
Por uma saída secreta. o Dr/monstro sai para o exterior, acompanhado do chefe da expedição sasquáti na Terra. Eles andam um pouco, então o sasquátis aponta e "diz":
- VOUN-CÔ-VER - Ele o olha e diz:
- Obrigado por me trazer de volta e... - Antes que o Doutor pudesse terminar, o sadquáti dá as costas e dasaparece na "floresta". O Dr/monstro observa por um tempo esperando que a nave que o trouxe, retorne, mas isso não ocorre: o sistema de camuflagem é perfeito e quem está de fora nunca vê nada. Ele se vira e começa a caminhar para cidade, mas no caminho começa a lembras dos fatos e num momento ele para. O cientista/monstro se lembra que não é mais um homem, é um monstro repugnante com duas línguas. Ele seria perseguido, caçado; ele seria uma aberração. O Doutor se senta no meio da mata e se lamenta de tudo, sem saber o que será do seu futuro daí em diante... Ele pensa: "Aquela coisa! Aquela maldita cabine! Espero que não exista mais! Ela é uma maldição!"
Alemanha 1945:
Berlin é um monte de entulho. A devastação é o predominante, onde antes reinava a capital do reich.
As tropas aliadas vasculham tudo, a procura de resistências, fugitivos ou ainda, qualquer coisa de valor. E é num dos laboratórios de pesquisa de uma das maiores universidades da Alemanha que é encontrada uma das coisas de maior valor para o futuro do homem: são diversas anotações de pesquisas feitas durante a guerra; todo esforço que tinha sido feito para derrotar os aliados, agora estava nas mãos dos mesmos. E entre essas anotações, se encontra a perquisa sobre uma nova forma de energia, imprementada pelo Dr. Hans Duterich, desaparecido antes do fim da guerra.
USA 1975:
Num laboratório, da universidade de Stanford, na California; um grupo de cientistas se vê diante de um terrível impasse. Após duas décadas de pesquisa, baseada nas anotações do cientista alemão, Hans Duterich; desenvolveu-se uma cabine, semelhante a das anotações, e dentro dela foi colocado um globo formado por diversos elementos que, ao fim, juntos, só provocavam uma luminosidade orgânica, inútil para geração de energia. Nas anotações do Doutor alemão havia referências a um último elemento, mas que não era revelado, pois o cientista desapareceu antes de concluir o experimento. Os cientistas americanos fazem diversas tentativas com muitos elementos, mas nunca tendo sucesso e agora não estava mais nada que eles pudessem usar para ativar a força da cabine. Então, devido aos fracasos e aos cortes na verba, eles tinham que decidir o que fazer; e a solução mais prática era fechar a cabine e guardar todo projeto, pois, já que não era prejudicial e como não se gasta nada em guardá-la, o melhor era esperar que o futuro trouxesse melhores possibilidades para tudo...
Em algum lugar dos USA 1995:
O mundo sofre uma histeria coletiva. Devastação ecológica. Inflação. Recessão. Fome. E a deflação de pessoas idênticas pelo mundo, provocando confusão, loucura e mais fome, pelo aumento de população.
Numa base secreta americana, um grupo de cientistas analísa uma estranha cabine, supostamente, a causa do aparecimento das pessoas iguais; segundo testemunhas e "cópias". Dentre os cientistas, dois são especialistas em energia, que também estavam presentes num experimento com uma cabine semelhante, há apenas vinte anos atrás. E pela semelhança, eles não podiam deixar de esperar que essa cabine explicasse o funcionamento da outra.
São feitos diversos testes, mantida a devida segurança, que, ao final de um mês, revelam traços de diversos elementos na cabine, tanto fora quanto dentro dela, e dentre estes elementos, um se mostra muito importante: Verínio 38. Era algo que os cientistas, da outra cabine, nunca tinham pensado em usar. Para eles, isso era a revelação que eles precisavam para voltar a estudar o funcionamento da cabine Dutecich, assim batizada desde 1972.
A cabine Duterich é trazida para as instalações secretas, onde se faziam os testes. Junto, é também recebida a amostra de Verínio 38, necessário para terminar a experiência. É hora. Os cientistas estão em volta da cabine e tudo esta pronto para se inserir a barra de Verínio 38 no globo; e então... Para surpresa geral, nada acontece. Todos ficam frustadosa. Agora, resta a eles, voltar a fazer testes.
Duas semanas de testes se passam e nada é encontrado na outra cabine, que explique o que falta na Düterich. E é no momento em que todos já estão a ponto de desitir, que um jovem cientista, presente na equipe, propõe a idéia mais sem proósito já dada naquele grupo: colocar a cabine Düterich dentro da outra, para ver se o que está presente nesta ativa aquela. A idéia é criticada por todos, considerada absurda; mas mesmo assim, alguém diz: "O que temos a perder?" E esse é o estopim para uma coisa que eles nunca imaginariam.
Os cientistas se dirigem para a sala de testes, onde estavam as duas cabines. Eles abrem a cortina de uma e colocam a outra de frente para entrada. Era a Düterich entrando na outra. Todos se afastam e o vidro de proteção é baixado entre eles e as cabines. O braço mecânico, então, começa a empurrar a cabine Düterich em direção da outra. Ela começa a entrar. Certa apreensão afeta a todos, apesar da falta de esperança ... Ela está quase toda dentro e então, a operação é completada. O braço se afasta e nenhuma reação é notada. Sem fé, os cientistas não sabiam que as particularidades de Verínio 38 MAGNETIZADO estavam se juntando à massa do globo e que a radiação cósmica presente na outra cabine estava provocando uma reação em ambas as cabines, que ao final de vinte minutos começaria a agir.
Os cientistas se lamentam. Começam a sair da sala quando tudo começa. A linha do espaço / tempo tinha sido alterada. A combinação das cabines começa a atrazar o tempo continuamente, procurando um começo, para formar o círculo. Os cientistas começam a sumir, pela ordem de suas idades, sempre do mais novo para o mais velho e assim acontece em todo planeta, e também com o planeta e depois com o sistema solar e com os outros sistemas, a galaxia, as galaxias, finalmente abrangendo todo universo, até que fez-se encontrar, no fim, o começo de tudo: o big-bang, e esse fica sendo repetido várias vezes, sem parar. O tempo estava repetindo continuamente o início do universo. E este não mais prosseguirá, pois ficará eternamente, repetindo o seu começo.