São 36 anos de idade e 12 de carreira, ao longo da qual Marcos Palmeira acumulou um currículo de dar inveja a qualquer ator. Já são onze trabalhos na televisão. Destes, cinco como protagonista. Tem na sua bagagem nove novelas (entre elas, grandes sucessos como Vale Tudo, Pantanal e Renascer) e duas minisséries muito bem sucedidas. Atualmente, figura no elenco principal da Rede Globo, interpretando Chico Mota, o segundo jornalista da sua carreira. O primeiro foi o Mário Sérgio de Vale Tudo. Que tal agora relembrarmos todos os passos de Marcos Palmeira na teledramaturgia brasileira, hein? Boa viagem!!!
- MANDALA (1987) – Novela de Dias Gomes, com Vera Fischer, Felipe Camargo e Nuno Leal Maia nos papéis principais. A trama girava em torno de Jocasta (Vera Fischer), a ex-mulher de Laio (Perry Salles), a filha de Ceres (Célia Helena) e Túlio Silveira (Gianfrancesco Guarnieri), a neta favorita de um simpático anarquista – vovô Pepê (Paulo Gracindo). Na juventude (Giulia Gam), uma estudante idealista, cheia de vida. Vinte cinco anos depois, uma mulher movida por uma obsessão: encontrar o filho desaparecido. Esse filho era Édipo (Felipe Camargo), um talentoso produtor de vídeo, o único orgulho dos pais – Américo (Oswaldo Loureiro) e Mercedes (Ângela Leal). Na verdade, um rapaz com poderes paranormais, tentando fugir do próprio destino. Este foi o papel de menor destaque da carreira de Marcos Palmeira. Além disso, a novela não emplacou.
- VALE TUDO (1988) – Grande sucesso de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, que tinha Regina Duarte, Glória Pires, Antônio Fagundes e Carlos Alberto Riccelli como protagonistas. A trama contava a história de Raquel (Regina Duarte), guia de turismo, separada do marido. Uma mulher simples e lutadora, com uma única filha – Maria de Fátima (Glória Pires) – jovem, ambiciosa, com um só objetivo: subir na vida a qualquer preço. Para isso, espelha-se nos meios do mau-caráter César (Carlos Alberto Riccelli). Enquanto isso, Raquel vive encontros e desencontros com o grande amor de sua vida, Ivan (Antônio Fagundes), um profissional enfrentando o desemprego. Marcos Palmeira interpretou Mário Sérgio, o jornalista da revista Tomorrow que era vidrado na "formiguinha" Solange (Lídia Brondi), mas enfrentava um páreo duro com Afonso (Cássio Gabus Mendes).
- PANTANAL (1990) – Novela de Benedito Ruy Barbosa, com Cláudio Marzo, Cristiana Oliveira e Marcos Winter nos papéis centrais. Pela primeira vez, desde que se impôs na produção de telenovelas nos anos 70, a TV Globo viu o seu posto de líder de audiência ser ameaçado pela concorrência. Uma proeza da TV Manchete, que apresentou uma obra que cativou o público do começo ao fim. Como uma espécie de elogio à natureza, com cenas contemplativas e personagens fortes, Benedito Ruy Barbosa criou uma trama rural da melhor qualidade, enriquecida com o folclore da região pantaneira onde se passava a história. O curioso é que Pantanal estava engavetada na Globo, e só foi ao ar porque a Manchete resolveu apostar no projeto. Dessa forma, a saga de José Leôncio (Cláudio Marzo), Juma Marruá (Cristiana Oliveira) e Joventino (Marcos Winter) ganhou vida e entrou para a história da televisão brasileira. Marcos Palmeira deu vida a Tadeu, o filho bastardo de José Leôncio com Filó (Jussara Freire). Prestativo, foi o filho que mais esteve ao lado de José Leôncio e o ajudou no comando de tudo. Apaixonado por Guta (Luciene Adami), acabou se rendendo aos encantos de Zefa (Giovanna Gold).
- DESEJO (1990) – Minissérie de Glória Perez, com Tarcísio Meira, Vera Fischer e Guilherme Fontes como protagonistas, que contava a tragédia da Piedade, ocorrida em 15 de agosto de 1909, quando o jornalista e intelectual Euclydes da Cunha (Tarcísio Meira) acabou morto pelos tiros de Dilermando (Guilherme Fontes), o amante de sua mulher, Ana (Vera Fischer). A autora pesquisou a fundo o crime e todos os antecedentes e trouxe para a tevê uma das mais belas minisséries já apresentadas. Uma criteriosa produção de época com aproximadamente cem intérpretes em cena, o que proporcionou outro grande momento da Rede Globo. Pena que tal gigantismo serviu para eternizar uma história trágica, de muitos lamentos e soluços. Marcos Palmeira interpretou Solon, um dos filhos de Euclydes e Ana. Gostava do pai, mas a convivência com ele era difícil. Em contrapartida, sempre apoiou a mãe, mesmo depois de toda a tragédia. Acusado de saquear o cadáver do próprio pai, foi para o Acre trabalhar na polícia como auxiliar de delegado e foi lá que, depois de levar um tiro, ficou cego e morreu. Um fato curioso foi que, com esta minissérie, Marcos Palmeira ficava no ar em dose dupla. Primeiro em Pantanal, na Manchete. Quando acabava a novela, era só mudar de canal e lá estava ele na Globo, encarnando Solon na minissérie Desejo.
- AMAZÔNIA (1992) – Marcos Palmeira, Cristiana Oliveira e Julia Lemmertz estavam nos papéis principais deste verdadeiro fracasso da Rede Manchete, da autoria de Jorge Duran e Denise Bandeira. Como a novela teve duas fases distintas, Marcos deu vida a dois personagens. Aliás, esta novela marcou a carreira dele por ter sido a primeira em que ele encarnou um protagonista. No passado viveu Caio, o filho do Comendador Mangabeira (Antônio Petrin), dono do seringal. Voltou de Paris com sonhos de ser fotógrafo, embora o pai o quisesse político, e casou-se com Maria Luiza (Julia Lemmertz), a filha de Peçanha (Leonardo Villar), rico comerciante de látex. No futuro interpretou Lúcio, chefia de uma das gangs urbanas mais violentas, que se dedicava a uma inútil guerra pelo controle do centro comercial da cidade. Apaixonou-se por Mila (Cristiana Oliveira) e mudou de vida. Tinha poderes paranormais e descobriu-se no passado através de um retrato.
- RENASCER (1993) – Após o sucesso de Pantanal na Manchete, a Globo tratou logo de resgatar Benedito Ruy Barbosa para a sua equipe de autores e colocou no horário nobre mais uma superprodução, protagonizada por Antônio Fagundes, Adriana Esteves e Marcos Palmeira. A primeira semana de exibição de Renascer, onde era contado o passado dos personagens, foi um marco na história da televisão brasileira, com imagens belíssimas e a direção cinematográfica de Luiz Fernando Carvalho. A saga de José Inocêncio (Antônio Fagundes) ganhava força com as externas, quando era mostrada a cultura do cacau no interior da Bahia. Marcos interpretou João Pedro, cuja mãe, Maria Santa (Patrícia França), morreu logo após seu nascimento. Seu pai, o coronel José Inocêncio, não perdoou o recém-nascido e passou a culpá-lo pela morte de sua querida mulher. Enquanto os irmãos foram estudar na cidade grande, João Pedro pegou no pesado na lavoura e continuou renegado pelo pai. Apaixonado e com pena de Mariana (Adriana Esteves), resolveu abrigá-la na fazenda de sua família. Por ironia do destino, o velho coronel apaixonou-se por ela e começou a disputá-la com seu filho menos querido.
- MEMORIAL DE MARIA MOURA (1994) – Inspirada no romance homônimo de Raquel de Queiróz, com adaptação livre de Jorge Furtado e Carlos Gerbase, esta minissérie de grande sucesso tinha Glória Pires, Kadu Moliterno e Cristiana Oliveira nos papéis centrais. Como sugere o título, a minissérie contava a história de Maria Moura (Glória Pires) tinha apenas 17 anos quando perdeu, uma a uma, as razões de sua existência. Apaixonada pelo pai perdido na infância, encontrou sua mãe morta. Depois, foi seduzida pelo padrasto, o provável assassino de sua mãe, e enganada pelo amante. Finalmente, teve a posse de suas terras ameaçada por primos gananciosos. Se fosse uma mulher comum, sua vida teria terminado. Mas ela não gostava de tragédias. Maria Moura amava tanto a vida que foi capaz de transformá-la numa grande aventura, rompendo as regras da sua época, passando a fazer o jogo violento dos homens, não sendo perfeita nem estando sempre do lado certo. Apesar disso, continuou humana, feminina e acabou apaixonando-se por Cirino (Marcos Palmeira), um canalha.
- IRMÃOS CORAGEM (1995) – Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo foram os protagonistas deste remake do estrondoso sucesso de Janete Clair. Atualizada por Dias Gomes, a novela não alcançou a repercussão esperada. Uma das causas do fracasso foi o troca-troca da equipe técnica, a começar pela direção, inicialmente nas mãos de Luiz Fernando Carvalho, que terminou no comando de Reynaldo Boury. Problemas à parte, as lutas e paixões dos irmãos Coragem – João (Marcos Palmeira), Duda (Marcos Winter) e Jerônimo (Ilya São Paulo) –, em Coroado, voltaram à cena vinte e cinco anos depois. João teve seu diamante, achado no garimpo, roubado. Duda era um craque de bola que voltou a Coroado, mas se meteu em uma grande confusão, enquanto que Jerônimo vivia um sofrido amor com a índia Potira (Dira Paes). Os três combatiam as injustiças do poderoso Pedro Barros (Cláudio Marzo), um homem que dominava a cidade com suas próprias leis, mas desconhecia a misteriosa doença de sua única filha (Letícia Sabatella). Um estranho caso de dupla personalidade, que transformava a tímida Lara na selvagem Diana, uma mulher que enlouquecia de paixão o maior inimigo de seu pai – João Coragem.
- SALSA E MERENGUE (1996) – Patrícia França, Cristiana Oliveira, Marcos Palmeira e Marcello Antony estavam nos papéis principais desta novela de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa. Eugênio (Marcello Antony), o primogênito da rica família Amarante Paes, inteligente e sensível, apaixonou-se por Madalena (Patrícia França), humilde artesã, numa festa, onde ele adoeceu. Para salvar-se, ele precisava de um doador consangüíneo de medula. Este doador era Valentim (Marcos Palmeira), o típico amante latino, que se negou porque também amava Madalena, que finalmente o convenceu a ajudar seu amado. Então, os irmãos, que desconheciam sua origem, passaram a disputar a mesma mulher. Neste entrance, ganhou destaque Adriana (Cristiana Oliveira), a grande vilã da história, uma interesseira mulher de vida fácil.
- TORRE DE BABEL (1998) – Trabalhando pela primeira vez com Silvio de Abreu, Marcos Palmeira perdia aqui o posto de protagonista que vinha ocupando há seis anos consecutivos. Tarcísio Meira, Glória Menezes e Tony Ramos encabeçavam o elenco desta novela, cuja espinha dorsal estava na trajetória de dois homens. Um era César Toledo (Tarcísio Meira), empresário rico, poderoso e de bom caráter, casado com Marta (Glória Menezes). Seu antagonista era José Clementino da Silva (Tony Ramos), um homem fechado, violento, que matou a mulher a golpes de pá, depois de flagrá-la com dois amantes. Tudo isso no primeiro capítulo, que se passava no fim dos anos 70. Acontece que Clementino era empregado de César. E este presenciou o crime, que aconteceu numa das obras de sua construtora. Por isso, o depoimento de César foi um elemento decisivo na condenação de Clementino, que amargou vinte anos na cadeia. No mesmo capítulo a história deu um salto no tempo. Passaram-se os vinte anos e Clementino, prestes a sair da prisão, só pensava em se vingar do ex-patrão. Marcos interpretou Alexandre Toledo, o filho do meio de César e Marta. Era um rapaz bonito e com um certo ar de ingenuidade e bondade. Fazia pós-graduação em Direito e, portanto, estava sempre disposto a buscar a justiça por trás dos fatos. Ao contrário do irmão mais velho, Henrique (Edson Celulari), Alexandre tinha um comportamento calmo, suave. Pode-se dizer que seu temperamento era de um poeta romântico. Envolveu-se com Sandra (Adriana Esteves), filha de José Clementino, a quem dedicou todo o seu amor, não tendo olhos para quem o amava de verdade.
- ANDANDO NAS NUVENS (1999) – Marco Nanini, Débora Bloch e Marcos Palmeira são os protagonistas da atual trama das 19h. A novela de Euclydes Marinho gira em torno de Otávio Montana (Marco Nanini), que ficou ausente do mundo durante 18 anos, até que um milagre da medicina permitiu a sua recuperação. A neurologista Lídia Libion (Helena Ranaldi), que durante muito anos trabalhou em Londres em casos como o dele, de encefalite letárgica – também conhecida como "a doença do sono" – conseguiu trazê-lo de volta à vida, estacionada por tanto tempo. Marcos interpreta o jornalista Chico Mota, com uma filha adolescente, Constancinha (Gabriela Martins), do seu primeiro casamento com Lúcia Helena (Julia Lemmertz), é superprotegido pela mãe, Judite (Nicette Bruno), que não lhe dá um minuto de folga. Competia profissionalmente com Júlia (Débora Bloch), até se apaixonar por ela. Mesmo quando descobrem que se amam, não se rendem: se sabotam, se chocam, se detestam.
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